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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Bolsas no exterior: conheça o site da parceria Fundação Lemann e Ciência sem Fronteiras

O site da parceria entre o Ciência sem Fronteiras e a Fundação Lemann oferece programas nos quais se pode candidatar para bolsas, depoimentos de bolsistas e possibilidade de cooperação acadêmica entre universidade brasileiras e americanas, além de dicas de como se inscrever para cada modalidade do Ciência sem Fronteiras.


Em 2012, essa parceria foi firmada por meio de acordo de cooperação entre o governo brasileiro e a Fundação Lemann, que se comprometeu a apoiar a implementação do programa Ciência Sem Fronteiras em seis universidades de excelência nos Estados Unidos, com as quais já tinha parcerias consolidadas: Harvard, Stanford, Columbia, Yale, Illinois (Urbana-Champaign) e UCLA.

O principal objetivo é contribuir para potencializar o investimento do governo federal, garantindo um número cada vez maior de bolsistas do Ciência sem Fronteiras nestas instituições de excelência e facilitando a formação de parcerias acadêmicas duradouras entre instituições brasileiras e essas universidades.

Para isso, facilita o estabelecimento de pontes acadêmicas entre professores das universidades americanas parceiras e professores de instituições brasileiras e a divulgar oportunidades e contatos nessas universidades a estudantes e professores brasileiros. O site é uma ferramenta que ajuda nesse processo.

A Fundação Lemann também está oferecendo bolsas complementares aos estudantes de pós-graduação aprovados pelo Ciência sem Fronteiras nessas universidades e promove encontros dos bolsistas de pós-graduação no Brasil e nos Estados Unidos para formação de rede entre eles.



quarta-feira, 23 de julho de 2014

Frase de Hoje: Ariano Suassuna



"O problema fundamental, antes da Educação, é a fome"


Em entrevista concedida em 2007 à Carta na Escola, Suassuna fala de livros lidos e escritos, de professores marcantes e dos conflitos entre o Brasil real e o oficial. Clique aqui para ler a entrevista

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ensino e futebol: derrota brasileira na Copa do Mundo pode ser usada para trabalhar habilidades não cognitivas com os alunos

Por Fernanda Kalena, para o Porvir

Fim de Copa do Mundo, Alemanha campeã, e o Brasil fora da grande festa da final após ser eliminado por um placar embaraçoso de 7×1. Na escola, tanto essa quanto qualquer outra derrota pode ser usada como gancho para trabalhar nas aulas de educação física habilidades socioemocionais que moldam o caráter e preparam os alunos para a vida, como aprender a lidar com perdas, trabalhar em equipe e aceitar e obedecer regras.

Para Fernando Lobo, gestor pedagógico da Rede de Ensino Desportivo (Rede),  instituição de ensino voltada para a capacitação de profissionais ligados a esportes, os grandes eventos esportivos são um bom pretexto para colocar em prática atividades que envolvem o desenvolvimento de questões não cognitivas. “Nos esportes em geral, sempre vai ter um perdedor e um vencedor. Nas aulas de educação física, algumas modalidades esportivas como o futebol podem ser usadas como ferramentas de desenvolvimento não só motor, mas também socioafetivo”.

(Foto Kungverylucky/Fotolia.com)

Segundo ele, preparar os alunos para lidar com vitórias e derrotas é papel do educador físico, que deve propor atividades com esse fim. “É importante deixar claro que perder é natural e que em um próximo jogo quem perdeu pode ganhar. Em uma atividade de jogo, o professor pode mesclar os alunos de forma que um time fique mais forte que o outro para que todos passem pela experiência de ganhar e perder”, explica Lobo, que ainda acrescenta  que cabe ao professor manipular e induzir situações para que todos os alunos vivenciem os dois lados da moeda.

“Crianças, em geral, mas principalmente as na primeira infância, têm dificuldade em perder, muitas vezes chegam a burlar regras para poderem vencer, e isso deve ser trabalhado”, explica o gestor. Ele também ressalta que outra questão importante a ser trabalhada é o seguimento de regras. “Regras são extremamente importantes como limitadores de atitudes”, completa.

O coordenador do curso de educação física do Colégio Presbiteriano Mackenzie, de São Paulo, Ronê Paiano, acrescenta que as regras devem ser trabalhadas em uma perspectiva reflexiva, que esclareça por que elas existem e abrindo espaço para que os alunos as questionem. “As regras do esporte podem ser transferidas para a vida em geral. Não existe convívio social sem regras”, afirma. “É interessante questionar os alunos se é possível jogar sem regras, pode até coloca-los para jogar alguma coisa sem regras, para faze-los entender a necessidade delas”, completa o coordenador, que ressalta que atividades regradas desenvolvem atitudes honestas e o falar a verdade.

Outro habilidade de grande importância que os esportes coletivos dão abertura para ser trabalhada é a colaboração, a importância do trabalho em equipe.

“Nos esportes coletivos, além da competição com o adversário, é necessário se relacionar com os colegas de time. Para que o grupo tenha sucesso, é fundamental aprender a trabalhar em conjunto e para isso é preciso respeitar as escolhas e as atitudes dos outros como, por exemplo, reconhecer quando é melhor passar a bola para um colega melhor posicionado ou mesmo compreender se alguém errar uma jogada”, explica Paiano.

Segundo ele, o professor pode instigar os alunos a perceberem que atitudes individualistas não são benéficas em atividades coletivas permitindo que a turma debata jogadas e estratégias em conjunto. “Os alunos têm que ser levados a essa reflexão, o professor pode incitar a conversa, mas entre adolescentes, por exemplo, é mais proveitoso o debate entre pares”, argumenta.

Os valores trabalhados e desenvolvidos através do esporte nas aulas de educação física, como colaboração e lealdade, são aprendizados que serão levados por toda a vida, segundo Lobo. “Todo mundo convive com vitórias e derrotas, no esporte e na vida. Trabalhar em equipe e colaborar com o outro, também. As crianças têm que interiorizar essas sensações, pois sempre estarão presentes em suas vidas”, conclui.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Educação: novo PNE está à altura dos desafios educacionais, diz Dilma

Fonte Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse que o novo Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado nesta quarta-feira (25/6/2014), vai ampliar as oportunidades proporcionadas pela Educação, ajudar a valorização dos professores e o aumento dos investimentos no setor. Segundo ela, “o Brasil tem hoje um PNE à altura dos desafios educacionais do país”.



O PNE estabelece, para um período de dez anos, metas que vão desde a Educação infantil até o ensino superior, passando pela gestão e financiamento e pela formação dos profissionais. Por meio de sua conta no Twitter, a presidenta disse que a destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do pré-sal à Educação vai fazer com que as metas se tornem realidade.

No início da tarde, o ministro da Educação, Henrique Paim, disse que está contando com o dinheiro para cumprir as metas estabelecidas, mas reconheceu que o governo terá que fazer um grande esforço.

“Sancionei, sem vetos, o novo Plano Nacional de Educação [...]. Ao longo dos últimos 11 anos, criamos um caminho de oportunidades por meio da Educação. O PNE permite ampliar as oportunidades, partindo da Educação infantil, passando pela Educação em tempo integral, o crescimento das matrículas da Educação profissional e tecnológica, a ampliação do acesso à Educação superior. Para isso serão muito importantes a valorização dos professores e o aumento dos investimentos em educação”, escreveu Dilma na rede social.

A presidenta sancionou o plano no limite do prazo que tinha, após o Senado aprovar o texto definitivo no último dia 3 de junho. A sanção do PNE, no entanto, foi feita a portas fechadas, decisão criticada por entidades ligadas ao setor educacional. Nesta quarta-feira, Dilma participou de dois eventos no Palácio do Planalto e em nenhum deles falou sobre o plano, ainda que tenha sido perguntada por jornalistas. A secretaria-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, disse que a entidade "está indignada".

Pelo Facebook, o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede que articula mais de 200 entidades, disse que "após tanto trabalho, é decepcionante o cancelamento da cerimônia de sanção do PNE. Especialmente, pela importância da Lei!”.

As entidades também pediam o veto de dois trechos do plano. Para garantir o cumprimento, os estados e municípios terão o prazo de um ano para elaborar os próprios planos, com base no PNE.

Segundo o portal De Olho nos Planos, organizado por entidades que atuam na Educação, 34% dos municípios ainda não têm planos e muitos dos que têm, não o utilizam para planejar suas políticas, mantendo-os desconhecidos da população. O Distrito Federal e 16 estados também não elaboraram os seus planos decenais de Educação.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Plano Nacional de Educação: governo tem até hoje para sancionar PNE

Por Mariana Tokarnia para a Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff tem até esta quarta-feira (25/6/2014) para sancionar o Plano Nacional de Educação (PNE). A sanção ocorre após quase quatro anos de tramitação do projeto no Congresso Nacional. A grande conquista e também o maior desafio será a destinação de, no mínimo, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação por ano, a partir do décimo ano de vigência do plano.

(Foto Divulgação Internet)

O PNE estabelece 20 metas para serem cumpridas ao longo dos próximos dez anos. As metas vão desde a Educação infantil até o ensino superior, passam pela gestão e pelo financiamento do setor, assim como pela formação dos profissionais. A expectativa é que a presidenta não vete a destinação dos 10% do PIB para o setor. No primeiro PNE, que vigorou de 2001 a 2010, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) vetou a destinação de 7% do PIB para educação. Atualmente, são investidos 6,4% do PIB.

Além do financiamento, o plano assegura a formação, remuneração e carreira dos professores, consideradas questões centrais para o cumprimento das demais metas. Pelo texto encaminhado à sanção, até o sexto ano de vigência, o salário dos professores da Educação básica deverá ser equiparado ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Além disso, em dez anos, 50% desses professores deverão ter pós-graduação. Todos deverão ter acesso à formação continuada.

Saiba Mais

Levantamento feito pelo Movimento Todos pela Educação, com base em dados oficiais, mostra que será preciso elevar os salários em 50% para atingir a média de R$ 3,6 mil mensais dos demais profissionais com formação equivalente. Na Educação básica estão 2,1 milhões de professores. O PNE também estabelece, no prazo de dois anos, planos de carreira para os professores de todas as etapas de ensino.

"Ter um professor mais valorizado é ter um professor mais motivado em sala de aula, uma aula melhor, isso tem ligação com o aprendizado do aluno. Só isso não melhora, mas é um elemento importante", diz a secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Marta Vanelli.

Segundo ela, a questão salarial está ligada às reivindicações da categoria e é a causa de diversas greves dos professores. Marta explica que caberá aos estados e municípios garantir que essa meta seja cumprida, avaliando em cada localidade o percentual que poderá ser acrescentado aos salários a cada ano.

Para a gerente da Área Técnica do Todos pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, o salário não necessariamente traz qualidade, mas "sem dúvida tem impacto na atratividade da carreira". A qualidade deve vir com a qualificação e formação dos professores. Segundo o levantamento feito pela entidade, até 2012, 29% dos professores tinham pós-graduação. Outros 21,9% sequer tinham ensino superior completo.

Até o fim do ano, o ministro da Educação, Henrique Paim, pretende fazer uma grande discussão para melhorar a formação dos profissionais. A presidenta Dilma Rousseff já disse que os recursos do petróleo, com a Lei dos Royalties, serão destinados também para melhorar o salário dos docentes.

Na avaliação do coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, para que o plano seja cumprido é preciso que os governos se comprometam. "Governos no plural, o governo federal, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios". Os governos estaduais e municipais devem elaborar os próprios planos, com base no PNE, no prazo de um ano. "Não basta só fazer o plano, é preciso que ele seja elaborado com a participação da sociedade", ressalta.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Plano Nacional de Educação: Câmara aprova texto-base do PNE, destaques serão votados na próxima semana

Por Agência Brasil


Com a galeria tomada por estudantes, professores e trabalhadores da Educação, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta (28/5/2014), por unanimidade, o texto-base do projeto que institui o Plano Nacional de Educação (PNE).

universalização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em
tempo integral 
para, pelo menos, 25% dos alunos da Educação básica são duas das 20 metas do PNE

O PNE estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo; o aumento de vagas em creches, no ensino médio, no profissionalizante e nas universidades públicas. O plano destina também 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação – atualmente são investidos menos de 6% do PIB.

De acordo com o relator, Ângelo Vanhoni (PT-PR), a educação integral é a meta mais revolucionária do PNE.  “Em países desenvolvidos, os pais levam os alunos à escola às 7h da manhã e pegam às 17h. Isso porque a grade curricular, os sistemas municipais de ensino, contam com os conteúdos básicos – matemática, português, história, etc – e aulas de reforço no período da tarde, com tempo de sobra ainda para aulas de música, dança”, comparou.

Os deputados votaram conforme o parecer de Vanhoni, que alterou o texto aprovado no Senado. A principal mudança foi a alteração no artigo que trata do financiamento da Educação.

A comissão especial da Câmara que debatia a proposta aprovou a meta de atingir a aplicação de 10% do PIB em Educação pública ao final dos dez anos, conforme versão aprovada pela Casa em 2012. O texto do Senado previa que os recursos também poderiam ser utilizados em isenção fiscal e em subsídios a programas de financiamento estudantil.

Nas galerias da Câmara, estudantes, professores e profissionais de Educação seguravam cartazes e pediam a aprovação do PNE. Os manifestantes foram autorizados a acompanhar a votação no plenário e comemoraram o resultado sob os gritos de “10% do PIB para Educação”.

A votação do texto-base foi uma maneira de ganhar tempo na negociação dos temas considerados polêmicos como o que trata do financiamento da Educação. O tema vai ser debatido novamente na próxima semana quando os deputados devem votar os destaques ao texto.

Outro ponto a ser debatido é a possibilidade de a União ter de complementar recursos de estados, Distrito Federal e municípios se estes não atingirem o montante necessário para cumprir padrões de qualidade na educação, conceituados como Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi) e Custo Aluno Qualidade (CAQ).

A votação dos destaques do PNE farão parte do esforço concentrado anunciado nessa quarta-feira, pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A intenção de realizar um esforço concentrado para votar matérias de maior apelo da sociedade.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Educação: novos paradigmas do ensino da língua portuguesa


Pesquisas realizadas na área da Educação apontam que, em geral, o desempenho dos alunos da rede pública de ensino na disciplina de língua portuguesa não tem atingido resultados positivos.

Segundo os dados do De Olho Nas Metas, realizado pelo Todos Pela Educação, o índice de alunos com aprendizado adequado em língua portuguesa no Ensino Médio se manteve estagnado em 29% nos últimos anos.

A vivência da sala de aula confirma as estatísticas nacionais: nas escolas da rede pública é comum encontrar adolescentes e jovens desinteressados pelas atividades voltadas somente ao aprendizado da gramática normativa, desestimulados para a prática de exercícios de leitura e escrita.

A professora de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), Neide Luzia de Rezende, destaca que para lidar com os desafios da atualidade os professores precisam reconhecer que os alunos estão totalmente conectados aos meios eletrônicos. “Nós temos um novo contexto social e de práticas sociais do jovem, isso tem a ver com outros suportes para os métodos de leitura e escrita. No polo da aprendizagem, podem surgir questionamentos se essas novas práticas são mais superficiais do que as de antigamente porque, hoje, existe um investimento na simultaneidade das informações e não na sequencialidade, como conhecemos tradicionalmente, mas os alunos estão imersos em outra realidade de desenvolvimento da linguagem”.

A formação profissional do professor muitas vezes não está de acordo com o processo de aprendizagem do aluno, com as metodologias e a didática dos conteúdos nas aulas. “Existe uma formação muito variada entre os professores e não é possível afirmar que todos não estão ensinando ou são antiquados. Uma parte dos professores, de fato, não acompanha essas novas práticas sociais que o aluno vivencia. Os profissionais com formação mais antiga acabam ficando vinculados às práticas e conteúdos mais cristalizados, não acompanhando a renovação, os novos paradigmas de ensino”, salienta Rezende.

No âmbito na língua, segundo Rezende, tem se tornado hegemônico o entendimento de que não se trabalha mais com um conteúdo exclusivo de gramática normativa. “O texto é o ponto de partida para o ensino da língua e devemos considerar seus aspectos linguísticos e discursivos. O que esse texto diz sobre o lugar em que ele aparece? A que ele se refere? Temos textos advindos de diferentes esferas e atividades. Os gêneros textuais são apresentados em sala de aula supondo que o aluno terá contato com o conteúdo e, ao mesmo tempo, será capaz de reconhecer os aspectos linguísticos e a gramática que o sustenta, levando em conta que o texto advém de uma parte da sociedade e traz elementos para serem estudados”.

Hoje, no ensino de língua portuguesa, há uma extensão para a aprendizagem e outra para o social. As duas estão intimamente ligadas, explica Rezende. “Se o professor trabalha com notícia ou editorial de jornal, que são textos recorrentes na sala de aula, ele não pode trazer aquilo como texto desvinculado de um contexto. No caso do texto jornalístico é interessante que o aluno tenha contato com o meio onde isso aparece, para que ele possa ler e também praticar. O professor pode trabalhar de uma forma que o aluno traga elementos do seu cotidiano, escreva e organize em texto os dados que ele possui. É preciso estabelecer uma relação entre o que está dentro e fora dos muros da escola, isso traria dinamicidade e riqueza para a aula”.

Partindo desta familiaridade que os alunos do ensino médio têm com as diversas mídias e tecnologias, a professora de língua portuguesa do Centro Territorial de Educação Profissional Recôncavo II – Alberto Tôrres e do Colégio Estadual Landulfo Alves de Almeida, Abigail dos Santos Fonseca, decidiu investigar e desenvolver, em 2010, uma metodologia com o uso de um blog como ferramenta de interação e aprendizagem no ambiente escolar.

O projeto levou em consideração os novos modos de aprender, bem como o papel do professor na formação de seres humanos capazes de exercer plenamente a sua cidadania.

Fonseca percebeu que seus alunos tinham dificuldade nas aulas de português – e reclamavam disso com frequência – pela falta de interesse e estímulo que eles sentiam em relação à leitura, compreensão e produção textual. “Não adianta a escola fazer algo que não seja parte da realidade do aluno, precisamos envolver, mediar e criar situações de aprendizagem. A leitura e a escrita, hoje, não são responsabilidade apenas do professor de português. 
Hoje, nós temos a mídia que pode ser nossa aliada ou inimiga, tudo depende da forma como se trabalha. Por exemplo, em um debate que fizemos na sala de aula, os alunos falaram sobre a morte das bibliotecas e questionaram por que as redes sociais não são utilizadas para fomentar a leitura. Eles sentem a dificuldade e têm consciência da realidade”.

Os textos e os assuntos abordados nas aulas eram estendidos nas postagens do blog. “Uma vez eles leram o romance Iracema, de José de Alencar, nós discutimos e eu lancei algumas questões sobre a cultura da personagem, o que eles fariam em determinadas situações, no blog. Isso foi uma forma deles emitirem opinião sobre o assunto, ainda que de forma desordenada inicialmente. Eu enfatizava para eles que cada situação exige uma linguagem diferente e a produção depende do lugar, do público e do momento que estamos vivendo”, explica Fonseca.

Fonseca também acredita que é preciso romper as barreiras do uso da tecnologia no contexto escolar. “Muitas vezes existe o comodismo, o medo do novo e o professor não consegue chegar até o aluno. O governo tem investido na tecnologia na escola, mas precisamos ter cuidado para não acharmos que a informatização irá mudar a Educação. Na verdade, tudo depende da forma como o professor encara, administra e forma objetivos com as novas ferramentas. Além disso, gestão educacional precisa ter uma visão ampla e não ficar presa ao tradicional e sistemático. Não adianta apenas nos preocuparmos com conteúdos específicos, temos que ajudar o aluno a produzir conhecimentos que vão servir para ele na sociedade e ensiná-lo para a cidadania”.

Para a professora de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa Feusp, Neide Luzia de Rezende, os profissionais da educação que conseguem realizar um trabalho mais autônomo, que aproxime os alunos, mesmo seguindo as orientações do material fornecido pelas secretarias de educação, tem mais chances se conseguir resultados positivos. “A ideia de trabalhar com projeto é rica porque permite a reorganização ao longo do tempo, mudanças de acordo com cada edição. O valor disso é o planejamento das ações e a integração com a comunidade escolar. É preciso ter uma concepção, mecanismos de avaliação constantes e elementos da vida social para entrosar o aluno. O movimento de dentro da escola para fora por meio da linguagem é fundamental. É preciso entender a prática e a crítica dos alunos em relação à escola, ouvi-los. Isso não quer dizer ficar no mundo deles, mas partir da colaboração e avançar junto com eles”.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Olimpíada de Língua Portuguesa: professores podem se inscrever até 15 de maio

Fonte Agência Brasil

As inscrições para a Olimpíada de Língua Portuguesa foram prorrogadas até o dia 15 de maio para garantir a inscrição e a adesão a todos os professores e secretarias municipais e estaduais de Educação, como informou a coordenação da competição. Podem participar professores e estudantes de escolas públicas de turmas do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.

Clique aqui para saber mais e fazer sua inscrição

Segundo informação do portal da olimpíada, nas duas últimas semanas o site teve um grande aumento no número de inscrições. Ao mesmo tempo, o serviço de atendimento por telefone registrou o dobro do número de ligações entre os dias 24 e 29 de abril, passando de 300 para 700 ligações por dia. A Central de Atendimentos da Olimpíada (0800-771931) trabalha com até oito pessoas recebendo ligações simultaneamente. Nesses dias, em vários horários todas as linhas ficaram ocupadas.

As demais datas da competição foram mantidas. As escolas devem enviar os textos produzidos às comissões julgadoras até o dia 15 de agosto. Ao longo do ano, haverá várias etapas de seleção de textos. A fase final da olimpíada será em Brasília, em dezembro, com a divulgação dos 20 vencedores nacionais. Os alunos e professores escolhidos receberão medalhas de ouro, notebook e impressora, e as escolas, laboratório de informática.

O programa trabalha com gêneros literários específicos, de acordo com a série. No caso do ensino fundamental, os alunos do 5º e 6º anos deverão produzir poema; os do 7º e 8º anos, memórias literárias; e os do 9º ano, crônica. No ensino médio, será a crônica para o 1º ano e o artigo de opinião para o 2º e 3º anos.

O professor é quem se inscreve na olimpíada. Para que ele participe do concurso, é preciso que a Secretaria de Educação do município ou do estado faça a adesão ao projeto no mesmo período de inscrição. O docente poderá também se cadastrar no portal para ter acesso a material didático de capacitação destinado a orientar os estudantes e participar ainda de cursos de formação online. As oficinas de leitura e de produção de textos deverão ser desenvolvidas pelos professores durante as aulas de língua portuguesa.

A competição foi lançada em 2002 pela Fundação Itaú Cultural e pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e o Canal Futura. A iniciativa ganhou a adesão, em 2007, do Ministério da Educação. Na última edição, em 2012, foram recebidas 90.391 inscrições de professores, de 40.433 escolas brasileiras. O programa teve a participação de cerca de 3 milhões de estudantes.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Pesquisa do Pisa: meninas leem mais, e meninos são melhores em matemática

Pesquisa internacional com alunos de 15 anos comprova diferença de aptidão por gênero, mas especialistas veem razões culturais

Fonte: O Globo

De um lado, meninas com melhor desempenho em leitura. Do outro, meninos com performance superior em matemática. O quadro, que muita gente já observou, é comprovado em números numa recente publicação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com base em dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2012. Jovens de 15 anos que vivem 65 países participam da análise, e uma das conclusões é que o hiato se deve menos à capacidade e mais às diferenças de autoconfiança de meninos e meninas na hora de aprender.

Nervosa com matemática. Desde cedo Giovana Ribeiro prefere história e gramática e quer fazer Direito ou Medicina (foto Leo Martins/Agênncia O Globo)

Os dados da publicação "Meninos e meninas estão igualmente preparados para a vida?" mostram que garotas superam garotos em leitura numa proporção que equivale a um ano inteiro de Escola, em média. Já os adolescentes do sexo masculino, por sua vez, estão à frente em matemática cerca de três meses. E 15% dos meninos, mas apenas 11% das meninas, atingem os níveis mais altos na disciplina. No Brasil, meninos estão 18 pontos à frente em matemática.

A publicação afirma que "a confiança de estudantes em suas habilidades e motivações em aprender tem um papel central em moldar sua performance em assuntos acadêmicos específicos", acrescentando que a percepção das meninas a respeito do seu próprio aprendizado em números determina quão bem elas motivam a si próprias.

A avaliação é confirmada por especialistas em Educação, que sustentam: questões culturais são determinantes no aprendizado.
- Não há nada que comprove cientificamente que os homens têm mais capacidade nas ciências exatas, mas, historicamente, é o que vemos. Na minha geração, a mulher era formada para ser Professora - opina Bertha do Valle, Professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Para Norma Lúcia de Queiroz, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), a diferença no aprendizado começa na Alfabetização:
- O dado a respeito da leitura é coerente e pode ser observado no início da Escolarização. Num projeto do Observatório da Educação da UnB, de 20 Alunos com dificuldade em alfabetização, 18 são meninos.

Capazes e sem autoconfiança
A publicação da OCDE indica ainda que muitas meninas escolhem não seguir carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática por não confiarem em suas habilidades na área, "apesar de terem capacidade e ferramentas para fazer isso". Apenas 38% das meninas, mas 53% dos meninos, planejam seguir carreira que envolva matemática. Por outro lado, meninas são representadas em excesso entre estudantes que imaginam trabalhar na área de saúde e ciências sociais.

É o caso de Giovanna Ribeiro, de 15 anos, aluna do 1º ano do colégio carioca Mopi. Desde pequena, a menina prefere as lições de história e gramática. Para a vida adulta, planeja uma carreira em Direito ou Medicina.
- Eu sempre odiei matemática. Não entra na minha cabeça, fico nervosa na hora de fazer a prova - conta.

Já Luiz Henrique Alves, do 2º ano do também carioca Pensi, é o clássico caso do menino que tem notas melhores nas matérias que envolvem cálculos e sonha com uma faculdade de Engenharia.
- Em matemática costumo tirar 9. Já nas outras matérias, em geral, fico entre 7,5 e 8 - explica o menino, que frequenta aulas preparatórias para concursos militares, cuja relação é de 20 rapazes para cada 10 garotas em sala.

Para Márcia Malavasi, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), muitas vezes as escolhas profissionais estão ligadas à crença de que as meninas são inclinadas "a desenvolver relações interpessoais":
- Meninas são muito mais orientadas para carreiras de ciências humanas. Isso tem a ver com o fato de a sociedade acreditar que elas são mais capazes de fazer doações psicológicas, o que é uma visão equivocada que vem da história de servidão das mulheres aos homens.

A Professora acrescenta que há menos mulheres ocupando cargos que exigem o domínio de exatas. E, mesmo quando elas ocupam essas posições, ganham salários mais baixos.
- Isso ocorre até em países desenvolvidos. É um percurso social que a humanidade ainda terá de fazer - afirma.

Esforço coletivo para mudar
Na publicação, a OCDE destaca que a diferença entre os sexos no desempenho em matemática se manteve estável na maioria dos países desde 2003, assim como a diferença de gênero na autoconfiança. Segundo a organização, a redução do hiato de gênero no desempenho vai exigir, a longo prazo, o esforço de pais, Professores e sociedade para mudar noções estereotipadas.

A curto prazo, pondera a OCDE, pode ser necessário tornar a matemática mais interessante para meninas, identificando e eliminando os estereótipos de gênero nos livros didáticos.

Norma Lúcia, da UnB, concorda e diz que o mesmo pode ser feito em relação ao interesse de meninos pela leitura:
- Nós, Professores, precisamos investigar se as atividades que proporcionamos na Escola têm a ver com isso. Será, por exemplo, que as meninas não se identificam mais com o tipo de história que costumamos ler em sala de aula? Talvez sejam necessárias práticas pedagógicas diferentes para meninos e meninas. 




Plano Nacional de Educação: Deputados reúnem-se nesta segunda para tentar votar o PNE

Fonte Agência Câmara Notícias

A comissão especial que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10) reúne-se nesta segunda (22/4/2014), às 14h30, para votar o parecer do relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR). O texto vem sendo discutido desde o começo do mês, quando também Vanhoni apresentou novas mudanças ao sobre o que já havia sido apresentado ao colegiado.

O PNE define metas para o ensino nos próximos dez anos. Um dos objetivos é aumentar a escolaridade dos brasileiros. O relator mantém o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação pública pela União, estados e municípios.

O projeto, que já havia sido aprovado pelos deputados em 2012, voltou para exame na Câmara porque foi modificado pelos senadores.

O foco maior das discussões tem sido o dispositivo do relatório que incluiu, entre as diretrizes do PNE, a superação das desigualdades educacionais, "com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual". Estes dois últimos eixos têm sido criticados por diversos deputados.

A reunião será realizada no plenário 5.


Entrevista: "10% do PIB para Educação é garantir padrão mínimo"

Com Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Fonte O Estado de S. Paulo (SP)

O Plano Nacional de Educação (PNE) chegou ao Congresso em 2010 e, depois de um longo período de debates na Câmara e no Senado, deve ser votado definitivamente nesta semana. É o que espera Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, principal articuladora da sociedade civil no Congresso.

A previsão é de que passe na Comissão Especial da Câmara nesta terça-feira, 22, e possa seguir nesta quarta-feira, 23, para o plenário. Por causa do calendário da Copa e das eleições, teme-se que novos adiamentos inviabilizem a aprovação do PNE ainda neste ano - o que seria um prejuízo para a área e um desgaste para o governo Dilma Rousseff (PT).

O que indica que o PNE deve ser votado agora?
Se não votar nesta semana, votam na próxima. Não tem mais por que segurar na comissão especial. O relator já apresentou a terceira complementação do voto, o tema está praticamente esgotado. Tem posição consolidada de votar o texto do relator, ressalvando os destaques. E os destaques podem ser deliberados pela comissão especial.

O texto teve várias alterações. Qual é a versão final em relação ao investimento em Educação?
No Senado foi aprovado dinheiro público para Educação, que incluía todas as parcerias público-privadas. Hoje na Câmara, é dinheiro público para Educação pública, ressalvando os programas que o governo considera essenciais, como ProUni, Pronatec, Fies, Ciência sem Fronteiras. O problema é que estão transformando esses programas em Educação pública, e eles não são.

Por que lutar pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para Educação pública?
É fruto de uma conta. Em 2010, o projeto do governo indicava 7% do PIB para Educação. Mas os cálculos só apresentavam a expansão de matrículas, não incluindo padrão de qualidade. O problema é que o Brasil sempre expandiu matrículas sem qualidade. Então, incluímos questões de qualidade, como valorização dos profissionais, todas as Escolas com laboratórios, quadra, biblioteca. Uma Escola que de fato garanta o Ensino e a aprendizagem dos Alunos. A luta pelos 10% é pelo padrão mínimo.

Tem um foco grande na valorização do Professor?
A gente prevê que a Educação básica custe cerca de 8% do PIB. E 80% disso é para a valorização dos profissionais.

Quais as perspectivas de que esse plano seja cumprido?
O plano passado (2001-2010), criado no governo Fernando Henrique Cardoso, foi construído com pouca participação da sociedade. A realidade agora é que a Educação se tornou um tema mais importante e esse PNE foi construído com base nessa nova composição de participação social. A cada dois anos, o Inep (instituto do governo) vai ter de apresentar relatório sobre andamento do plano, metas e estratégias. Além disso, agora o custo (político) dos governos pela não implementação do plano será maior do que antes, porque só um terço das metas do PNE passado foi cumprido. Demos um passo além no sentido de ter muita participação social.

Plano estabelece diretrizes para os próximos 10 anos
O PNE estabelece diretrizes para a Educação a serem cumpridas em 10 anos, como metas de investimento público na área – atualmente, são investidos 5,3% do PIB brasileiro. A meta é chegar a 10% do PIB. A tramitação começou em 2011 na Câmara, quando recebeu quase 3 mil emendas.

Seguiu para o Senado em 2012 e, após novas alterações, voltou à Câmara. Uma diretriz que trata da questão de gênero e orientação sexual tem travado a votação. Além do relatório final, os deputados deverão analisar cerca de 20 destaques.


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