quarta-feira, 23 de julho de 2014

Frase de Hoje: Ariano Suassuna



"O problema fundamental, antes da Educação, é a fome"


Em entrevista concedida em 2007 à Carta na Escola, Suassuna fala de livros lidos e escritos, de professores marcantes e dos conflitos entre o Brasil real e o oficial. Clique aqui para ler a entrevista

A Educação que resolve: hora de ficar na escola

Por Itamar Melo, para a Zero Hora*

Como muitos alunos do ensino público, Gabrielle Mendes Ferreira, 14 anos, chegou pouco antes das 8h de quinta-feira à escola. Como poucos, veio preparada para uma jornada que se estenderia até o fim da tarde. A garota da Ilha da Pintada frenquenta o 8º ano em um dos primeiro estabelecimentos a adotar a Educação em tempo integral como decorrência de uma lei estadual sancionada no começo deste ano, que obriga o Rio Grande do Sul a implantar o modelo em metade dos colégios de Ensino Fundamental.

O dia de Gabrielle na Escola Estadual Maria José Mabilde teve inicio com dois períodos de informática. Após o lanche no refeitório, vieram mais duas horas de matemática. Do meio-dia às 13h, ela fez intervalo para o almoço, feito na escola. A tarde começou com Educação física e inglês. Às 15h20min, foi ao laboratório para a aula de química. Foi a sua preferida.

“Estudamos os rins”, justificou Gabrielle.

A jornada de Gabrielle na escola (Fotos Zero Hora) 

Às 17h, ela colocou um casaco, abriu o garda-chuva e foi para casa, depois de nove horas de colégio. A mãe, Rosângela Mendes, 33 anos, está satisfeita com a nova rotina:

“Se ela ficasse em casa, ficaria vendo TV ou fazendo outra coisa que não fosse estudar. Na escola, não é reforço, é aula mesmo.”

A tendência é de que jornadas como a de Gabrielle virem rotina em todo o Brasil. O novo Plano Nacional de Educação estabeleceu metas para a ampliação do ensino em tempo integral ao longo de toda a Educação Básica, enquanto a rede privada se mobiliza para oferecer cargas de aula cada vez mais altas.

Em 26 de junho, enquanto a grande preocupação dos brasileiros era a partida contra o Chile pelas oitavas de final da Copa, um fato de relevância muito maior passou despercebido de quase todo mundo. Na edição daquele dia, o Diário Oficial da União publicou a sanção, pela presidente Dilma Rousseff, do novo Plano Nacional de Educação (PNE).

O documento estabelece que até 2024 metade das escolas públicas do país deve garantir ensino em tempo integral. Em 10 anos, 25% dos estudantes terão de passar pelo menos sete horas por dia em sala de aula.

Levando em consideração os números de hoje, isso significaria oferecer a modalidade em mais de 75 mil escolas, abrangendo 10 milhões de alunos. O Ministério da Educação conta com a ajuda dos royalties do petróleo para elevar de 6,4% para 10% a proporção do PIB investido no ensino, outra meta do PNE, de forma a dispor de recursos para disseminar o tempo integral.

— Nenhum país do mundo chegou a se transformar em uma nação desenvolvida sem que as crianças tenham dois turnos na escola — defendeu Dilma.

No Rio Grande do Sul, onde funcionam 7,5 mil escolas públicas, o PNE é reforçado por uma lei em vigor desde janeiro, que determinou a oferta de Educação integral em 50% dos estabelecimentos estaduais de Ensino Fundamental, no prazo de 10 anos. A Secretaria Estadual da Educação (SEC) começou a implantação neste ano. Já há 12.375 alunos da rede que passam cerca de oito horas por dia na escola, em 51 colégios espalhados por 38 cidades.

Uma das principais preocupações dos educadores é que, ao ampliar a carga horária, os sistemas de ensino se limitem a oferecer, no tempo extra, oficinas, atividades artísticas ou modalidades esportivas que estejam descoladas do currículo normal. A ideia é evitar o modelo assistencial, no qual o aluno fica na escola apenas para não estar na rua, e também o sistema de turno integral de colégios privados, em que os pais podem pagar um valor extra para que as crianças permaneçam durante o contraturno, muitas vezes em atividades recreativas.

— O tempo integral é uma necessidade. Mas existe um risco imenso. O PNE só fala em aumentar as horas, mas Educação integral não é ocupar o tempo das crianças. É preciso fazer uma transformação que coloque o turno e o contraturno em um  mesmo projeto pedagógico — afirma Maria Amabile Mansutti, coordenadora técnica do Centro de Referência em Educação Integral.

A diretoria-adjunta do departamento pedagógico da SEC, Rosa Mosna, afirma que essa preocupação é levada em conta no modelo em implantação no Estado. Foi desenvolvida uma proposta pedagógica específica, em que as disciplinas já existentes nas escolas de um turno só são mantidas, com a mesma carga horária, e atividades curriculares novas, obrigatórias ou eletivas, são adicionadas.

Além de português, matemática e história, os alunos têm agora aulas de iniciação à pesquisa, direitos humanos, leitura e produção textual. A orientação é que as escolas mesclem as disciplinas antigas e as novas ao longo do dia, para que os estudantes consigam enxergar que se trata de um todo.

— Muitos alunos acham que a escola tradicional é chata. Não dá para simplesmente dobrar as horas de matemática, de português. Ninguém merece. Procuramos organizar atividades novas, em que se trabalha por meio da pesquisa, de forma mais flexível, leve e lúdica, mas que também se relacionam com os conhecimentos de matemática e de português — diz Rosa Mosna.

Desafio para todos na Ilha da Pintada
Uma das escolhidas para implantar o tempo integral, a Escola Maria José Mabilde, na Ilha da Pintada, em Porto Alegre, deve fechar 2014 com 1.600 horas de aula — o dobro do exigido por lei. Os 178 alunos chegam às 8h e permanecem até às 17h. Têm à disposição café da manhã, almoço e dois lanches. O processo ainda é de adaptação, com alguns percalços. A diretora, Jurema Garzella, diz que só em agosto o novo currículo será adotado de forma completa.

Para dar conta da duplicação das horas de ensino, os 19 professores em atuação no ano passado revelaram-se insuficientes. Cinco deles tiveram a carga horária dobrada e alguns docentes que atuavam fora de sala de aula assumiram disciplinas. A SEC enviou oito novos profissionais, cinco deles na semana passada, mas ainda falta um. Algumas classes foram instaladas em uma área coberta do pátio, para driblar a escassez de salas.

— É um desafio, porque temos de elaborar uma identidade nova para a escola. Os professores sabem trabalhar, mas ainda estão se acostumando com o integral. Não digo que ocorrem bate-bocas, mas eles têm de fazer o planejamento integrado, e a tendência é cada um achar que seu jeito é o certo. Mas está havendo uma troca de experiência muito rica, e a gente vê um dizendo para o outro: é, você tinha razão — conta a diretora.

A escola da Ilha da Pintada foi escolhida porque já tinha uma experiência de tempo ampliado, por meio do programa federal Mais Educação, que garantia a presença de oficineiros. Essa oportunidade entusiasmou a aluna de 8º ano Camila Machado, de 13 anos.

Em 2013, quando teve de mudar-se para Guaíba por causa do trabalho da mãe, a estudante não se adaptou ao novo colégio. Insistiu tanto que a família voltou a residir na Ilha da Pintada. Durante um tempo, a mãe, Daise da Silva Machado, 34 anos, conformou-se em viajar todos os dias a Guaíba para que a filha estudasse no colégio:

— O sacrifício valia a pena. O turno integral favorece em todos os sentidos. O ensino é melhor e dá mais tranquilidade para a gente, que vai trabalhar sabendo que o filho está aproveitando bem o tempo.

Camila conta que às vezes tem de estudar no almoço ou no recreio, por causa do horário apertado.

— É puxado, é aula mesmo, o dia inteiro. Acho que vai ser uma coisa muito boa para o meu futuro — prevê.

Das 51 escolas a seguir o novo modelo, 29 já tinham, pelo menos em alguma medida, o tempo integral, uma herança de projetos antigos. Outras 22 foram incorporadas, de acordo com a estrutura e a aceitação da comunidade. A SEC ainda não fez os cálculos, mas estima que uma escola no novo modelo custe 75% a mais. O ritmo de implantação ainda está em estudo.

— Não basta um canetaço. Nossa estrutura não é como a de países que já pensaram a escola para o tempo integral. Nós concebemos uma escola pela metade — diz Rosa Mosna.

*Clique aqui para ver a série de matérias da Zero Hoje sobre o Plano Nacional de Educação e a escola de tempo integral.



sábado, 19 de julho de 2014

Rubem Alves: a vida, a felicidade, a ostra e a pérola

"Pai, quando você morrer vai sentir saudades?" Raquel, com 3 anos de idade, filha de Rubem Alves.

Rubem Alves está mais vivo do que nunca; continua a nos ensinar como ser feliz na simplicidade.




terça-feira, 15 de julho de 2014

Ensino e futebol: derrota brasileira na Copa do Mundo pode ser usada para trabalhar habilidades não cognitivas com os alunos

Por Fernanda Kalena, para o Porvir

Fim de Copa do Mundo, Alemanha campeã, e o Brasil fora da grande festa da final após ser eliminado por um placar embaraçoso de 7×1. Na escola, tanto essa quanto qualquer outra derrota pode ser usada como gancho para trabalhar nas aulas de educação física habilidades socioemocionais que moldam o caráter e preparam os alunos para a vida, como aprender a lidar com perdas, trabalhar em equipe e aceitar e obedecer regras.

Para Fernando Lobo, gestor pedagógico da Rede de Ensino Desportivo (Rede),  instituição de ensino voltada para a capacitação de profissionais ligados a esportes, os grandes eventos esportivos são um bom pretexto para colocar em prática atividades que envolvem o desenvolvimento de questões não cognitivas. “Nos esportes em geral, sempre vai ter um perdedor e um vencedor. Nas aulas de educação física, algumas modalidades esportivas como o futebol podem ser usadas como ferramentas de desenvolvimento não só motor, mas também socioafetivo”.

(Foto Kungverylucky/Fotolia.com)

Segundo ele, preparar os alunos para lidar com vitórias e derrotas é papel do educador físico, que deve propor atividades com esse fim. “É importante deixar claro que perder é natural e que em um próximo jogo quem perdeu pode ganhar. Em uma atividade de jogo, o professor pode mesclar os alunos de forma que um time fique mais forte que o outro para que todos passem pela experiência de ganhar e perder”, explica Lobo, que ainda acrescenta  que cabe ao professor manipular e induzir situações para que todos os alunos vivenciem os dois lados da moeda.

“Crianças, em geral, mas principalmente as na primeira infância, têm dificuldade em perder, muitas vezes chegam a burlar regras para poderem vencer, e isso deve ser trabalhado”, explica o gestor. Ele também ressalta que outra questão importante a ser trabalhada é o seguimento de regras. “Regras são extremamente importantes como limitadores de atitudes”, completa.

O coordenador do curso de educação física do Colégio Presbiteriano Mackenzie, de São Paulo, Ronê Paiano, acrescenta que as regras devem ser trabalhadas em uma perspectiva reflexiva, que esclareça por que elas existem e abrindo espaço para que os alunos as questionem. “As regras do esporte podem ser transferidas para a vida em geral. Não existe convívio social sem regras”, afirma. “É interessante questionar os alunos se é possível jogar sem regras, pode até coloca-los para jogar alguma coisa sem regras, para faze-los entender a necessidade delas”, completa o coordenador, que ressalta que atividades regradas desenvolvem atitudes honestas e o falar a verdade.

Outro habilidade de grande importância que os esportes coletivos dão abertura para ser trabalhada é a colaboração, a importância do trabalho em equipe.

“Nos esportes coletivos, além da competição com o adversário, é necessário se relacionar com os colegas de time. Para que o grupo tenha sucesso, é fundamental aprender a trabalhar em conjunto e para isso é preciso respeitar as escolhas e as atitudes dos outros como, por exemplo, reconhecer quando é melhor passar a bola para um colega melhor posicionado ou mesmo compreender se alguém errar uma jogada”, explica Paiano.

Segundo ele, o professor pode instigar os alunos a perceberem que atitudes individualistas não são benéficas em atividades coletivas permitindo que a turma debata jogadas e estratégias em conjunto. “Os alunos têm que ser levados a essa reflexão, o professor pode incitar a conversa, mas entre adolescentes, por exemplo, é mais proveitoso o debate entre pares”, argumenta.

Os valores trabalhados e desenvolvidos através do esporte nas aulas de educação física, como colaboração e lealdade, são aprendizados que serão levados por toda a vida, segundo Lobo. “Todo mundo convive com vitórias e derrotas, no esporte e na vida. Trabalhar em equipe e colaborar com o outro, também. As crianças têm que interiorizar essas sensações, pois sempre estarão presentes em suas vidas”, conclui.


Educação: jovens do campo vão ter formação agroecológica e de inclusão digital


Maria Helena Serafim (Foto Divulgação)
Maria Helena Serafim pertence à comunidade Kalunga, remanescente de quilombo no norte de Goiás. Ela tem 26 anos, já deu aulas em sua comunidade, em Monte Alegre de Goiás (GO), mas teve que parar para fazer faculdade de Educação no campo, na Universidade de Brasília (UnB). Ela quer voltar a ser professora, e seu sonho é que os filhos continuem na comunidade. Mas em toda a região, de 272 mil hectares, não há sequer uma escola de ensino médio, o que acaba favorecendo a evasão dos jovens para as cidades.

Segundo Maria Helena, apenas algumas regiões da comunidade de 6 mil pessoas têm saneamento básico e energia elétrica. Nas demais, é necessário buscar água no estilo antigo, “em cima da cabeça”. Além da busca por escolas, os jovens saem da comunidade para trabalhar, e muitos deles não retornam. “Voltar para quê, se eles tiveram acesso a tudo que não tinham na comunidade? Por mais que a gente ache que nossa cultura é boa, ela não segura nossos jovens lá. Eles querem trabalhar, querem andar bem vestidos, na moda. Na nossa estrutura de comunidade não temos isso, não temos outro tipo de trabalho, além da cultura de subsistência, para que esses jovens tenham renda”, explica.

Na tentativa de mudar esse cenário, e fazer com que os 8 milhões de jovens que moram na zona rural tenham a opção de continuar no campo, o governo assinou nesta quinta-feira (3) um acordo interministerial que inclui novas iniciativas no Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural. Serão R$ 35 milhões para cursos de agroecologia, residência de universitários em assentamentos rurais, cinco pontos de cultura e 50 pontos de inclusão digital para a juventude rural.

Seis cursos de Formação Agroecológica e Cidadã vão ser oferecidos em parceria com instituições de ensino, com foco no Norte e Nordeste, como a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais, e a Universidade Federal Rural de Pernambuco. De acordo com a secretária nacional da Juventude, Severine Macedo, as ações têm previsão de início imediato. Outro ponto do acordo é a criação de 25 turmas em parceria com universidades que contribuam para a formação dos jovens, além de um programa Juventude Itinerante, que vai levar aos jovens informações sobre as políticas públicas a seu alcance.

O valor aplicado para um público tão amplo, no entanto, é alvo de críticas. De acordo com Paulo Mansan, da Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude Rural, um programa de impacto requer mais recursos para que a juventude continue no campo. Ele avalia que outros programas podem se somar às iniciativas, como a qualificação dos jovens. “Além de cursos, são necessários projetos que incentivem a renda dos jovens no campo, inclusive projetos produtivos rurais, que a gente acredita que sejam os próximos passos desses programas”, avaliou.

Durante a assinatura do acordo, no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reconheceu que a pressão dos movimentos sociais é importante para a ampliação das políticas. “Eu aceito, e tenho que entender que de fato é muito pouco. Mas tenho que lembrar das políticas que realizamos e do quanto andamos do ponto de vista de recompor uma sociedade absolutamente injusta, com padrão de exclusão brutal e estrutural”, explicou.

“O grande limite da crítica que os movimentos fazem, e têm razão, é que este tema ainda não entrou para a agenda de ministérios do governo, de maneira permanente”, acredita a secretária Severine. Para ela, é preciso fazer um esforço para que a juventude rural seja tratada diferentemente das políticas macro da agricultura familiar, “porque o jovem precisa ter estímulos diferenciados, ele valoriza mais o uso do computador, o telefone no meio rural e o lazer”. O acordo assinado hoje, na sua opinião, vai contribuir para que os órgãos governamentais deem uma resposta daqui para frente.

Enquanto cultiva esperanças de que os programas sejam um incentivo para que os jovens permaneçam nas comunidades rurais e, por consequência, na comunidade Kalunga, Maria Helena Serafim quer concluir logo seu curso de licenciatura em educação no campo na UnB. “Depois, retornar para a comunidade, minha vida é lá, e é por isso que eu luto para que as coisas cheguem lá. A gente não precisa vir embora, para que eu não crie meus filhos cá fora também. [Farei tudo] para que eles não percam aquela essência, aquela raiz. Eles têm que aprender todo o nosso processo cultural, tradicional”, afirma.


Educação: MEC descredencia 28 instituições de ensino superior

Fonte Agência Brasil

O Ministério da Educação descredenciou 28 instituições de Educação superior. A decisão foi publicada nesta segunda (14/7/2014) no Diário Oficial da União. Segundo a pasta, a medida foi tomada porque as instituições estavam inativas no Censo da Educação Superior e tinham os atos autorizativos vencidos.

As instituições e suas mantenedoras devem manter as atividades das secretarias para que sejam preservados e entregues os documentos acadêmicos de estudantes que já tiveram vínculos com elas. Elas também terão prazo de dez dias para publicar, em pelo menos dois jornais de grande circulação da região de cada uma, a decisão do descredenciamento pelo MEC, além de indicar telefone e local de atendimento para entrega de documentação e demais orientações.

As instituições descredenciadas terão até 30 dias para apresentar recurso contra a decisão ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

No início do ano, o MEC descredenciou a Universidade Gama Filho e a UniverCidade. Os 10,8 mil estudantes matriculados tiveram que procurar novas faculdades ou participar de processo de transferência assistida. A pasta esclarece, no entanto, que os casos anunciados hoje são diferente. "Como o descredenciamento atinge instituições que não declararam, no Censo, ter alunos matriculados, a medida não representa prejuízo direto à comunidade acadêmica".

Confira as instituições descredenciadas:

1. Instituto De Educação Superior São Francisco De Assis De Teófilo Otoni
2. Faculdade De Engenharia E Tecnologia Do Instituto Mairiporã De Ensino Superior
3. Faculdade Católica Dom Aquino De Cuiabá
4. Faculdade Espírito Santense De Ensino Tecnológico
5. Faculdade De Letras De Nova Andradina – Falena
6. Escola Superior De Estatística Da Bahia
7. Escola Superior De Estudos Empresariais E Informática
8. Faculdade Paulista De Ciências Aplicadas
9. Faculdade De Filosofia Ciências E Letras De Tatuí
10. Faculdade De Tecnologia Consultime
11. Faculdade De Ciências Letras E Educação Do Noroeste Do Paraná
12. Faculdade De Milagres Ceará
13. Faculdade De Tecnologia Contec - Facontec
14. Instituto Brasiliense De Tecnologia E Ciência
15. Faculdade Inconfidência
16. Faculdade De Arquitetura E Urbanismo De Pernambuco
17. Escola Superior De Educação Física De Muzambinho
18. Faculdade De Assuntos Acadêmicos E Científicos Monsenhor Edisson Vieira Lício
19. Faculdade De Administração De Campina Verde
20. Faculdade De Turismo De Nova Andradina - Fatur
21. Faculdade De Administração De Santo Antônio Do Monte
22. Faculdade Metropolitana
23. Instituto Superior De Educação Coração De Jesus
24. Faculdade De Administração De Nova Andradina
25. Instituto Superior De Educação Berlaar – Iberlaar
26. Instituto Unificado Europeu Do Brasil – Iunebrasil
27. Conservatório De Música De Niterói
28. Faculdade Católica De Ciências Econômicas Da Bahia


domingo, 29 de junho de 2014

Inovação e meio ambiente: projeto reaproveita caixas de leite e promove a cidadania

Alunos do Senai de Tubarão, Santa Catarina, dão exemplo de como aprender com responsabilidade e cidadania.




sexta-feira, 27 de junho de 2014

Urbanismo e cidadania: “Nossas cidades são um grande negócio na mão de poucos”

Por Joana Tavares, de Belo Horizonte, para o Brasil de Fato

Uma das principais pensadoras sobre as cidades brasileiras, Ermínia Maricato foi secretária executiva do Ministério das Cidades, formulou propostas para a área urbana para o governo Lula e recentemente foi conselheira das Nações Unidas para assentamentos humanos, além de dar aulas na USP e na Unicamp

Arquiteta fala sobre o boom imobiliário, a mobilidade urbana e as conquistas das manifestações

Convidada para o Ciclo de Debates do Brasil de Fato MG, Ermínia fala nesta entrevista sobre a crise nas cidades e as perspectivas abertas com as manifestações de junho 2013.

O movimento das ruas de 2013 trouxe uma série de reivindicações, entre elas a questão da ocupação do espaço urbano. Que conquistas esse movimento trouxe?
Sabe quantas cidades brasileiras cancelaram o aumento nos transportes com as mobilizações de junho de 2013? Mais de 100! E não foi só isso. Coisas que estavam engavetadas, obras faraônicas inúteis e obras para automóvel andar – que é o que mais se faz- muitas foram canceladas. Foi muita mudança a partir de junho de 2013. A vida na cidade está insuportável e é impressionante como a política urbana é invisível no Brasil. A mobilidade e o uso e ocupação do solo são dois eixos fundamentais. Eu diria que depois das ultimas três décadas, estamos, desde junho de 2013, começando a encarar a política de mobilidade urbana. Mas a política fundiária urbana nós ainda não começamos a decifrar. Eu diria que a própria sociedade suporta muito e conhece pouco. Nossas cidades são um grande negócio na mão de poucos. Ou seja, lobbys muito bem organizados funcionam pra levar a cidade para um caminho que não beneficia a maior parte da população. É muito mais o caminho de quem tem lucro com a construção das cidades. Sem dúvida nenhuma, eu diria que as três forças que comandam hoje o crescimento das cidades são a indústria automobilística, que contraria o interesse do transporte coletivo; o capital imobiliário e o capital de construção. E tudo em consonância com o financiamento das campanhas eleitorais.

Podemos dizer então que não são cidades do povo e para o povo, e sim pra quem especula esse mercado?
Não tenho a menor dúvida. Estudando as cidades por muitos anos, eu diria que estamos num momento em que vivemos uma verdadeira tragédia das cidades brasileiras, em que a função social das cidades, prevista na Constituição brasileira; a função social da propriedade, prevista na Constituição brasileira e no Estatuto da Cidade, estão em plano absolutamente secundário.

O que é a função social da propriedade?
Nós conquistamos na Constituição de 1988 dois capítulos sobre as cidades. E dentro desses capítulos está a proposta da função social da propriedade. É exatamente a ideia de que o direito de propriedade privada é limitado. Pelo quê? Pelo interesse coletivo. Todos nós pagamos pra construir a estrutura das cidades – asfalto, drenagem, esgoto, iluminação pública, transporte – tudo isso foi pago por todo mundo. E vai um sujeito e deixa um lote vazio. Esse lote está cumprindo a função social que tem que ter numa cidade? Não! A propriedade privada não é absoluta na Constituição, é subordinada à função social. O direito à moradia é absoluto. No entanto, o judiciário brasileiro trata o direito à moradia como relativo e o direito à propriedade como absoluto.

Qual sua avaliação do programa Minha Casa, Minha Vida e das intervenções em vilas e aglomerados?
Estamos vivendo no Brasil um boom imobiliário. Durante três anos, houve um aumento de 154% no preço do metro quadrado de terrenos e imóveis em São Paulo, e 181% no Rio de Janeiro. Os aluguéis cresceram na mesma medida. Passamos duas décadas perdidas, sem investimento público nas cidades. Quando o investimento vem, por meio dos PAC e Minha Casa, Minha Vida, aparecem também os capitais, que tomaram conta das cidades. Com o apoio, é claro, de muitos do executivo e legislativo. Isso acarretou em um boom imobiliário, que a verticalização e a produção de moradia, ao invés de abaixarem o preço dos imóveis, elevaram. Na medida em que não fizemos a reforma fundiária, não implementamos a função social da propriedade urbana, todo o subsídio que está sendo colocado pelo governo federal está indo para o preço da propriedade, para os imóveis e para os terrenos. Isso está afastando a população mais pobre, que não consegue o financiamento do Minha Casa, Minha Vida e que não está conseguindo mais pagar o aluguel. O boom imobiliário não é progresso, ele empobrece toda a cidade. Ele pega uma parte da riqueza produzida por toda a população e a coloca no bolso de alguns, que são os proprietários imobiliários e principalmente os incorporadores imobiliários.

Como é possível aliar esse gás novo de se pensar as cidades com o acúmulo de organizações e movimentos que já faziam a disputa do modelo de cidade, de Estado, de política?
Acho que a política urbana não é prioridade para os partidos, nem os de esquerda, no Brasil. É preciso dar visibilidade para a luta de classes que se dá em torno das cidades. O espaço urbano não é apenas palco para a luta de classe, é objeto e agente. A gente precisa conhecer mais. Mais do que nunca, a informação, o conhecimento é a libertação.

*Ermínia Maricato é Professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo)


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Dois economistas divergem sobre o futuro da inovação e do crescimento

Robert Gordon (dir.) e Joel Mokyr: briga entre um pessimista e um otimista
(Foto Rob Hart/The Wall Street Journal)

Robert Gordon, um economista de 73 anos, acredita que os bons tempos já passaram. Depois de um século de inovações revolucionárias que geraram crescimento, o progresso humano está ficando cada vez mais lento, diz.

Já o também economista Joel Mokyr, que tem 67 anos, imagina o surgimento de uma nova era de invenções, inclusive terapias genéticas para prolongar a vida e sementes milagrosas que podem alimentar o mundo sem a necessidade de fertilizantes.

Clique aqui para ler na íntegra a reportagem de Timothy Aeppel para o The Wall Street Journal


Educação: novo PNE está à altura dos desafios educacionais, diz Dilma

Fonte Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse que o novo Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado nesta quarta-feira (25/6/2014), vai ampliar as oportunidades proporcionadas pela Educação, ajudar a valorização dos professores e o aumento dos investimentos no setor. Segundo ela, “o Brasil tem hoje um PNE à altura dos desafios educacionais do país”.



O PNE estabelece, para um período de dez anos, metas que vão desde a Educação infantil até o ensino superior, passando pela gestão e financiamento e pela formação dos profissionais. Por meio de sua conta no Twitter, a presidenta disse que a destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do pré-sal à Educação vai fazer com que as metas se tornem realidade.

No início da tarde, o ministro da Educação, Henrique Paim, disse que está contando com o dinheiro para cumprir as metas estabelecidas, mas reconheceu que o governo terá que fazer um grande esforço.

“Sancionei, sem vetos, o novo Plano Nacional de Educação [...]. Ao longo dos últimos 11 anos, criamos um caminho de oportunidades por meio da Educação. O PNE permite ampliar as oportunidades, partindo da Educação infantil, passando pela Educação em tempo integral, o crescimento das matrículas da Educação profissional e tecnológica, a ampliação do acesso à Educação superior. Para isso serão muito importantes a valorização dos professores e o aumento dos investimentos em educação”, escreveu Dilma na rede social.

A presidenta sancionou o plano no limite do prazo que tinha, após o Senado aprovar o texto definitivo no último dia 3 de junho. A sanção do PNE, no entanto, foi feita a portas fechadas, decisão criticada por entidades ligadas ao setor educacional. Nesta quarta-feira, Dilma participou de dois eventos no Palácio do Planalto e em nenhum deles falou sobre o plano, ainda que tenha sido perguntada por jornalistas. A secretaria-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, disse que a entidade "está indignada".

Pelo Facebook, o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, rede que articula mais de 200 entidades, disse que "após tanto trabalho, é decepcionante o cancelamento da cerimônia de sanção do PNE. Especialmente, pela importância da Lei!”.

As entidades também pediam o veto de dois trechos do plano. Para garantir o cumprimento, os estados e municípios terão o prazo de um ano para elaborar os próprios planos, com base no PNE.

Segundo o portal De Olho nos Planos, organizado por entidades que atuam na Educação, 34% dos municípios ainda não têm planos e muitos dos que têm, não o utilizam para planejar suas políticas, mantendo-os desconhecidos da população. O Distrito Federal e 16 estados também não elaboraram os seus planos decenais de Educação.


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