E os salários compensam. Em Pernambuco, o salário médio pago aos técnicos em início de carreira é de R$ 2.545,00 – superior ao recebido pelos médicos que ingressam no mercado no estado. Em Goiás, a renda média inicial dos técnicos, de R$ 2.465,12, é superior à dos advogados que também estão começando. Em São Paulo, o valor médio pago aos técnicos, de R$ 2.838,78, supera o que recebem os analistas de sistema ou os desenhistas industriais. Os valores se referem ao salário bruto.
A pesquisa foi feita com 18 regionais do Senai e
considerou ainda as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), ambos do Ministério
do Trabalho. Foram levantados nos estados o salário médio pago aos
profissionais de nível técnico no momento da contratação e após dez anos no emprego.
Para efeito de comparação, foi levantado o valor médio pago aos trabalhadores
com nível superior a partir das informações do Caged e da Rais.
A grande procura por parte das empresas industriais está fazendo com que diversas ocupações fiquem bem atrativas. Além de entrarem no emprego ganhando o equivalente a R$ 2.085,57, em média, o que equivale a mais de três salários mínimos, o diploma de curso técnico garante um ganho salarial significativo à medida que adquirem experiência.
Os técnicos com dez anos de experiência recebem,
em média, salários de R$ 5.690,07, ou seja, mais de nove salários mínimos. Um cirurgião dentista que está no mercado de
Alagoas há dez anos, por exemplo, ganha menos que um trabalhador de nível
técnico que atua no mesmo estado. Segundo o levantamento do Senai, os técnicos
recebem, em média, R$ 5.857,14 em Alagoas. Já os técnicos que trabalham em São Paulo,
na média, ganham R$ 6.018,33, mais que os engenheiros mecatrônicos. Os
arquitetos de Mato Grosso, por sua vez, recebem menos do que os técnicos, que
têm, naquele estado, renda média de R$ 6.119,05.
Nos últimos 12 meses, o mercado de trabalho gerou
1,04 milhão de postos de trabalho para pessoas com nível técnico em todo o
país. Há no país mais de 2,4 milhões de trabalhadores com curso técnico atuando
em suas profissões, de acordo com o levantamento.
Na média nacional, os salários iniciais mais
elevados são pagos aos técnicos em manutenção de aeronaves, em mineração e em
mecatrônica. Eles recebem acima de R$ 2,3 mil, na média. Os técnicos em
mineração, os projetistas e os técnicos em naval são os que ganham mais depois
de dez anos de profissão. Na média, esses profissionais têm salários superiores
a R$ 6,8 mil.
Em São Paulo, os técnicos mais demandados são os
projetistas e técnicos em manutenção. Na média, os salários iniciais giram em
torno de R$ 4,1 mil e R$ 3,5 mil, respectivamente. No Rio de Janeiro, os
salários iniciais mais altos são pagos aos técnicos em mineração e aos técnicos
em mecatrônica – R$ R$ 8,6 mil e R$ 4 mil. Em Minas Gerais, os técnicos em
mineração e os técnicos em petróleo e gás ganham, em média, R$ 4 mil, quando
entram na carreira. No Amazonas os técnicos em ferramentaria e os técnicos em
montagem industrial são os mais procurados. As indústrias pagam, em média, R$
2,5 mil para os profissionais em início de carreira.
Como é no mundo
O levantamento Education at a glance feito pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que,
enquanto metade dos estudantes dos países desenvolvidos opta por cursos de
educação profissional de nível médio, no Brasil esse volume é inferior a 30%.
Nos países desenvolvidos a procura pelos cursos técnicos que substituem o
ensino médio é grande porque boa parte deles têm programas voltados para
proporcionar aos jovens as competências adequadas às demandas do mercado de
trabalho.