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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sustentabilidade: portaria do MEC determina economia de recursos públicos a órgãos vinculados

Para Janine Ribeiro, os recursos economizados
serão investidos em Educação
(Valter Campanato/Agência Brasil)
Economizar água e energia transformou-se em política oficial do Ministério da Educação (MEC).

Na última quarta (15/4/2015), o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, assinou portaria determinando que tanto o MEC quanto autarquias, órgãos, fundações e empresas públicas vinculados à pasta integrem esforços para o uso racional dos recursos públicos.

“Temos de mudar a concepção e saber que os recursos economizados em despesas correntes são mais recursos para investir em Educação”, disse Ribeiro, ao participar do Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público (Cigisp), momento em que assinou o documento.

A portaria estabelece que os órgãos e entidades devam adotar um modelo de gestão estruturado na implementação de ações voltadas ao uso racional de recursos, em consonância com programas já existentes no governo federal, como o Coleta Seletiva Solidária, que trata de reciclagem.

"Não se trata de uma medida de emergência, provisória, mas uma mudança de concepção, de acabar com qualquer tolerância com desperdício", acrescentou Ribeiro.

Durante o congresso, foi apresentada a Coletânea Desafio da Sustentabilidade, formada a partir da consulta pública Desafio da Sustentabilidade, lançada ano passado para reunir sugestões capazes de economizar água e energia. Participaram as universidades e os institutos federais. As melhores soluções foram agrupadas na cartilha e premiadas nesta quarta-feira.

A portaria determina, ainda, que a coletânea seja utilizada na implementação de boas práticas pelos órgãos e entidades federais. A coletânea será disponibilizada na internet, com soluções como a utilização da energia solar e eólica. Cada uma é detalhada na instalação e manutenção.


A portaria será publicada nos próximos dias, em um contexto em que o MEC espera decisão da presidenta Dilma Rousseff sobre os cortes do Orçamento. Segundo Ribeiro, a pasta vai contribuir com o ajuste. "Diante do contexto de ajustes orçamentários, chamou a atenção à necessidade de fortalecer projetos de economia dos gastos que temos", concluiu o ministro.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Meio ambiente: ciclo de vida de produtos e eficácia das matérias-primas serão debatidos em Simpósio na quarta, em São Bernardo do Campo

Avaliação de Ciclo de Vida de Produtos é o tema principal do primeiro simpósio da Faculdade Senai de Tecnologia Ambiental, de São Bernardo do Campo, em São Paulo, na próxima quarta (4/4/2014), das 8h às 18 horas, no teatro do Senai Mario Amato.


Clique aqui para saber mais e fazer sua inscrição, que é gratuita

A avaliação de ciclo de vida (ACV) oferece visão mais ampla sobre os procedimentos industriais, indica os caminhos mais sustentáveis e facilita a tomada de decisões por parte das empresas. Com ela é possível verificar os impactos positivos e negativos de um produto no meio ambiente, desde a criação até o descarte.

Outro tema que será abordado durante o simpósio é a aplicação de estratégias que possam aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, seja por meio da não geração e pela minimização ou reciclagem de resíduos, que é o conceito conhecido como P+L (Produção Mais Limpa). Além desse assunto, também será debatida a prática de greenwashing, termo empregado para designar a venda de uma imagem corporativa sustentável que não corresponde à verdade.

O primeiro palestrante será o Dr. Biagio Fernando Giannetti, que falará sobre Ecologia industrial: as interações entre ACV e a P+L em prol da sustentabilidade. Depois, o especialista Roberto de Melo Araújo, abordará ACV como Ferramenta da Indústria.

À tarde, mais duas palestras completam o evento: Marketing Ambiental ou Greenwashing? Como a ACV contribui para resolver esta questão, a cargo da Mestre Gleice Donini de Souza, e Indicadores de sustentabilidade usando ACV, com o Mestre Laércio Romeiro.

As quatro apresentações são gratuitas e destinadas a profissionais da indústria, serviços, pesquisa e desenvolvimento, além de estudantes das áreas ambiental, materiais, gestão, logística, design, administração, engenharia e tecnologia.



sexta-feira, 21 de março de 2014

Energia renovável: Ceará vai formar profissionais para a área

O Centro do Senai da Barra do Ceará, em Fortaleza, está implantando o Instituto de Tecnologia de Energias Renováveis, cujo objetivo é formar profissionais para atuar na área.

Artur Guimarães, gerente do IT-ER, explica que a iniciativa tem suporte e recebe tecnologia da instituição alemão GIZ – Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit. O local, ainda em estruturação, terá laboratórios com aerogeradores em tamanho original; de compósitos, para utilização de materiais que produzem pás para torres eólicas, como fibra de vidro e resinas; e oficina.

Segundo Guimarães, existe demanda por 12 mil profissionais na área de ER. As previsões são que, a partir de agosto próximo, a unidade ofereça, pelo menos, dois módulos de formação profissional, e que esteja operando com a sua capacidade plena em 2015. O gerente conta ainda que, na fase de construção, uma usina eólica necessite de 2 mil a 4 mil profissionais. Quando em operação, esse número se reduz para cerca de 70 pessoas.

No Ceará, existem cerca de 20 empresas na área de energias renováveis e 23 parques eólicos em operação.

Fonte Sistema Fiec


quinta-feira, 6 de março de 2014

Mercado de carbono: BVRio e FGV promovem simulação de mercado de carbono para empresas no Brasil

Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio) e o Centro de Estudos de Sustentabilidade da FGV/EAESP (GVces) vão implementar um simulado de mercado de carbono no âmbito da Plataforma Empresas pelo Clima (EPC).

A EPC foi desenvolvida pelo GVces há cinco anos para envolver empresas brasileiras no processo de discussão e engajamento frente às mudanças climáticas, a gestão de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a proposição de políticas públicas.

A EPC conta em 2014 com 20 empresas, entre elas a TAM (foto TAM)

A simulação oferece ao empresário experiência prática e realista sobre o funcionamento de um sistema cap and trade. Ou seja, um sistema de comércio de emissões (trade) que busca restringir a quantidade de GEE de um setor ou da economia de uma região ou país dentro de um limite preestabelecido (cap).

“Essa é uma experiência pedagógica pioneira no Brasil”, afirma Mario Monzoni, coordenador do GVces, sobre o contexto de mercado de carbono. “Por meio do simulado as empresas terão oportunidade de aprender o que é esse mercado, fazendo na prática.” A iniciativa representa um processo de co-formação entre as empresas, a BVRio e o GVces. “Ao fazer a simulação, espera-se também que a empresas estejam mais preparadas para dialogar com o governo e a sociedade em geral sobre um futuro mercado de carbono brasileiro”, explica Beatriz Kiss, coordenadora da iniciativa pela EPC.

As bases do simulado foram construídas em 2013, em um processo conjunto com as empresas da EPC e a partir das experiências de mercados reais, ativos ou em construção, em diversos países. “O exercício estará apoiado nos dados reais de emissões das empresas, fornecidos pelo Programa Brasileiro GHG Protocol”, esclarece Renato Armelin, coordenador do Programa Sustentabilidade Global do GVces, que envolve tanto o GHG como a EPC. “O período de negociações deste ciclo 2014 terá início em março, com um leilão de venda de permissões de emissão, e se encerrará no final de novembro”, completa Armelin.

Mercado de carbono nacional
A BVRio disponibiliza sua plataforma de negociação BVTrade para a iniciativa. Para tanto, a BVRio fez ajustes e adaptações necessárias, de modo a atender às peculiaridades da simulação, incluindo o desenvolvimento de registro de permissões de emissões, ambiente eletrônico de negociação, plataforma eletrônica de leilões, ferramentas de gestão de emissões e interfaces diferenciadas para diferentes tipos de participantes: empresas, governo e operador de mercado.

Em fevereiro, as empresas membro da EPC tiveram o primeiro contato com o sistema, numa fase preparatória que precede o lançamento da iniciativa, em 14 de março.

“A BVRio vê esta simulação como um passo importante para o processo de desenvolvimento de um mercado de carbono nacional. Para tal, desenvolvemos a primeira plataforma de comércio de carbono no país, que servirá para apoiar o desenvolvimento de um mercado de abrangência nacional no futuro”, comentou Pedro Moura Costa, presidente da BVRio.

A EPC conta em 2014 com 20 empresas, entre elas AES Brasil, Braskem, Banco do Brasil, Camargo Correa, EDP, Suzano, TAM e Vale. Do total de empresas, 16 estão inscritas no simulado de mercado de carbono. Tanto a EPC como o simulado ainda estão abertos a novas adesões.

Fonte GVces


Meio ambiente: workshop debaterá gases de efeito estufa e mudanças climáticas

O CDP, organização internacional que atua em cidades, investidores e empresas de todo o mundo para prevenir as mudanças climáticas e proteger os recursos naturais, em conjunto com a Prefeitura de São Paulo e o CB27 (Grupo dos Secretários de Meio Ambiente das Capitais), está organizando o workshop Mudanças Climáticas, Desafios e Oportunidades.

O evento, que ocorrerá na próxima segunda (11/3/2014), na capital paulista, tem o objetivo de aprimorar os conhecimentos dos gestores públicos na área de inventários de Gases de Efeito Estufa (GEE), riscos, oportunidades e adaptação às mudanças climáticas, ressaltando também a importância da colaboração entre o setor público e privado.

Com isso, o CDP pretende ampliar o número de cidades participantes em seu programa CDP Cities 2014, convidando todas as cidades do grupo CB27 a divulgar dados de emissões de GEE, análise de riscos das alterações climáticas, oportunidades e planos de adaptação através da plataforma de reporte do CDP.

O workshop contará com rodadas de diálogo e discussões. O programa CDP Cities está em sua quarta edição e no ano passado recebeu respostas de 11 cidades do país.

Inscrições podem ser feitas via elbagoncalo@gmail.com. O encontro ocorrerá das 8h30 às 19h30, na Umapaz, na av. IV Centenário, 1.268, Portão 7A do Parque do Ibirapuera, São Paulo.



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Energia heliotérmica: Ceará vai promover pesquisa para novos empreendimentos

Colocar o Ceará na ponta das pesquisas na área de energia heliotérmica e fomentar o surgimento de novos empreendimentos com uso de energia renovável.


Este é o objetivo de convênio que o Sistema Fiec e a Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit, da Alemanha, vão fechar nesta quarta (12/2/2014), às 9h, na Casa da Indústria, em Fortaleza.

O protocolo de entendimento definirá os termos de mútua colaboração entre as duas instituições.

Fonte Sistema Fiec


sábado, 25 de janeiro de 2014

Cidadania: novo modelo de rolezinho estimula doação de sangue


Na carona dos rolezinhos, que têm dividido a opinião de brasileiros, um grupo de 15 pessoas de Brasília decidiu criar um movimento, nos mesmos moldes, para mobilizar pessoas dispostas a doar sangue. Apenas na manhã de hoje (25/1/2014), 20 pessoas conseguiram fazer a doação e aumentar o estoque do hemocentro da capital, que tem baixa neste período do ano.

A mobilização, iniciada a partir de uma página no Facebook criada pelo grupo, conseguiu atrair mais de 200 pessoas na última quarta-feira (22), mas apenas 70 cumpriam todos os requisitos para a doação. Com o lema Bora ali, bora? Fazer um rolezinho no Hemocentro de Brasília”, o grupo reuniu mais de 500 participantes que acompanham as campanhas pelo site.

“Não é uma crítica [aos rolezinhos]”, explicou Paula Matos, organizadora da campanha. “Nossa ideia é transformar esse movimento em uma ação para o bem. Esta é uma época de férias, muitos doadores tradicionais viajam e os estoques de sangue ficam baixos”, completou.

Segundo Paula Matos, a maior parte das pessoas que aderiu já tinha doado sangue. Para quem se dispôs à primeira experiência, o grupo organizou informações na página do Facebook, baseadas nas orientações do hemocentro, e contou com as equipes do próprio órgão no local.

A campanha atraiu muitos jovens, como o estudante Euler Idelfonso, de 18 anos, que nunca havia doado. “Não estou com medo. Li as orientações”, garantiu, enquanto aguardava sua vez de doar. Ele disse que chamou outros amigos, mas como muitos decidiram sair na noite de ontem (24), não puderam participar. “Eu já queria doar e ontem fez muito frio. Isso me ajudou a ficar em casa e a me preparar”.

De acordo com assessores do hemocentro, apesar de a mobilização ser bem-vinda, as doações não estão sendo contabilizadas como resultado de uma campanha. Como o volume de doações está sendo contabilizado como iniciativas individuais voluntárias, o órgão não consegue apontar quanto o movimento foi responsável por aumentar o estoque de sangue.

No Rio de Janeiro, outro grupo de pessoas organiza movimento semelhante, marcado para o próximo dia 1º de fevereiro. A iniciativa fluminense, em uma página do Facebook, tenta atrair voluntários com frases de protesto como Aqui não tem discriminação e racismo. Os organizadores justificam o rolezinho do Hemorio  como um apoio à galera que está nos hospitais, contra toda forma de opressão e as doenças que atingem negros, pobres, brancos ou ricos, especialmente contra "a brutal e covarde ação diária da morte no Brasil e no mundo”.


Para doar, o hemocentro orienta as pessoas a se alimentar bem. O doador precisa ter entre 16 e 67 anos, não estar fazendo uso de medicamentos, pesar acima de 50 quilos, ter dormido mais de seis horas, não praticar exercícios físicos ou ingerir bebida alcóolica nas 12 horas anteriores à doação.


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Desenvolvimento sustentável: Educação para combater a desigualdade

Por Washington Castilhos, da Agência Fapesp

Qual a melhor estratégia para enfrentar a desigualdade social, uma das grandes barreiras para a sustentabilidade global? Cientistas reunidos no 6º Fórum Mundial de Ciência (FMC), que ocorreu no Rio de Janeiro, no final de novembro (27/11/2013) sob o tema Ciência para o desenvolvimento sustentável, concordam que um dos caminhos é por meio da redução das iniquidades em áreas como saúde e Educação.

Sir John Burns (foto divulgação)
“Precisamos compartilhar o conhecimento científico”, defendeu o geneticista inglês John Burn, professor de genética clínica na Newcastle University, no Reino Unido, e um dos colaboradores do consórcio do Projeto Varioma Humano, iniciativa global criada em 2006, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que visa à redução de doenças de origem genética por meio do compartilhamento de dados sobre alterações genômicas.

“O sequenciamento do genoma humano nos permitiu dar respostas. Conhecemos inteiramente o DNA do homem, mas isso não é a solução. É preciso saber como interpretá-lo. Todos nós carregamos uma mutação genética, mas o importante é saber quantas variações podem levar a doenças. Se todos compartilharem essa informação, podemos reduzir em muito o risco de doenças”, afirmou o cientista, que em 2009 foi condecorado com o título de Sir pelos serviços prestados à Medicina.

Burn salientou o quanto a ciência tem se tornado cada vez mais inclusiva, citando como exemplo o teste de sequenciamento genético. “Há dez anos, quem podia fazer o seu mapeamento genético? A tecnologia de um teste de DNA custava US$ 100 mil. Hoje custa cerca de US$ 5 mil”, observou. Ele lembrou o quanto o teste genético se tornou popular após ter permitido à atriz Angelina Jolie se livrar do risco de desenvolver um câncer de mama com uma mastectomia, depois da descoberta de uma mutação genética hereditária no gene BRCA1. Mulheres com mutação neste gene têm um risco de 55% a 85% de ter câncer de mama. Com a cirurgia, o risco de a atriz desenvolver a doença caiu para 5%.

“Angelina Jolie prestou um grande serviço. Mas a mutação que ela apresentava era conhecida e, portanto, mais fácil de ser detectada. No entanto, temos que reconhecer que todas as pessoas são diferentes, daí a importância do compartilhamento de informações. Sobretudo para o Brasil, país de etnias tão diferentes”, disse Burn.

“Recentemente, tivemos conhecimento de que uma em cada 300 mulheres do sul do Brasil carregavam a mutação R337H no gene p53, responsável por um em cada 12 casos de câncer de mama. Tal informação pode ser importante para mulheres do outro lado do mundo. Compartilhar o conhecimento pode salvar vidas”, disse o geneticista.

No projeto Varioma Humano (HVP) a informação é coletada da literatura, dos laboratórios ou dos registros dos pacientes e compartilhada para todo o mundo. Com sede em Melbourne, Austrália, fazem parte do HVP 18 países e o consórcio conta com a colaboração de 1.200 membros em todo o mundo. O Brasil não faz parte do consórcio.

Se a genética tem se mostrado um instrumento de eliminação de desigualdades, no Brasil os avanços no campo da Educação podem ser relacionados à crescente inclusão social, afirmou o economista Ricardo Paes de Barros, secretário de assuntos estratégicos da Presidência da República. “O progresso na Educação brasileira, aliado ao aumento de renda da população, é o que tem nos permitido reduzir as iniquidades sociais”, disse Paes de Barros, em sua apresentação no FMC.

Ainda há, no entanto, segundo ele, muitos desafios a serem superados. “Embora a renda atual tenha aumentado aproximadamente 30% em relação a 2003, o país ainda enfrenta problemas relacionados à produtividade. E como podemos ter um país onde os salários aumentam mais que a produtividade?”, questionou.

Diferentemente do representante brasileiro, a economista chinesa Linxiu Zhang, vice-diretora do Centro Chinês para Políticas de Agricultura, assumiu que as desigualdades na China – país que forma com o Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul o bloco conhecido como Brics – persistem. “Ainda falta alcançarmos a equidade no que diz respeito ao capital humano, ou seja, em relação à Educação e à saúde”, disse Zhang.

“Em dez anos, nossa renda aumentou somente 10% e apenas 40% dos alunos do ensino médio de áreas rurais vão para a universidade. Nossos estudos também mostram que 40% dos alunos não completam nem sequer o ensino médio”, afirmou.

De acordo com a economista, “diferentemente de países que, com sucesso, conseguiram alcançar o status do crescimento com equidade – como Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Irlanda, Nova Zelândia –, a China segue os passos de países que alcançaram o crescimento com alto nível de desigualdades – como a Argentina (nos anos 1950), Venezuela, Brasil e Chile (nos anos 1960/1970) e o México de hoje em dia”.

Outro tema abordado na mesa da qual participaram John Burn, Ricardo Paes de Barros e Linxiu Zhang foi a relação entre o aumento populacional e a desigualdade social. Os cientistas discutiram se o tratamento igualitário na solução do problema é que vai produzir a igualdade entre as pessoas ou se é o tratamento diferenciado do problema que vai fazer chegar à solução das desigualdades sociais. Os cientistas apostam na segunda alternativa.

“Depende de qual país estamos falando. A taxa de fecundidade no Brasil está em constante declínio e já se encontra abaixo do nível de reposição. Ou seja, em alguns anos seremos um país de idosos. Então, dependendo do país, há de se desenvolver políticas de redução ou de aumento populacional”, afirmou Barros. “O tratamento para cada família deve ser diferente, porque elas têm necessidades diferentes”, avaliou Zhang.


O Fórum Mundial de Ciência 2013 é organizado pela Academia de Ciências da Hungria em parceria com a Unesco, o International Council for Science (ICSU), a Academy of Sciences for the Developing World (Twas), a European Academies Science Advisory Council (Easac), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a American Association for the Advancement of Science (AAAS), com a missão de promover o debate entre a comunidade científica e a sociedade.


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Pesquisa e inovação: países ricos e pobres enfrentam o desafio de atrair jovens para a iniciação científica

Os desafios da Educação científica e a democratização da informação foram os tópicos mais abordados nesta segunda (25/11/2013) no primeiro dia de palestras da sexta edição do Fórum Mundial de Ciência, reunido no Rio. Em maior ou menor grau, países ricos e pobres são afetados pela dificuldade em atrair jovens para a iniciação científica por meio da Educação formal.

O evento, que reúne cerca de 600 cientistas de todo o mundo, termina nesta quarta (27/11/2013), com o temas Desigualdades como barreiras para a sustentabilidade, Políticas para a ciência e governança, Integridade científica e ética na ciência, bioenergia, Academia e empresas, entre outros. Clique aqui para assistir as sessões do fórum

De acordo com o presidente do Conselho de Ciências do Japão, Takashi Onishi, os investimentos em Educação científica em seu país são significativos, mas as escolas enfrentam concorrência desleal com a internet, quando o assunto é a atenção e dedicação do estudante. No Brasil, segundo o diretor da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, os problemas são mais complexos, porque incluem os baixos salários dos professores e a pouca valorização da Educação pela sociedade como um todo.

“É um tema extremamente importante que tem sido negligenciado há séculos na história do Brasil. A valorização significa aumentar os salários e promover a Educação continuada dos professores”, disse ele. “Sendo cientista, conheço o fascínio da ciência. Acho muito importante o processo pelo qual a fascinação da ciência chega às crianças. Os professores devem transmitir a magia da ciência”.

Um dos participantes do fórum, o professor de física Jorge Flores, da Universidade Nacional Autônoma de México, defendeu investimentos na Educação informal, para que o conhecimento seja repassado de maneira eficaz. “Pelo menos na América Latina, os sistemas educativos são incapazes de produzir um ensino correto das ciências”, disse ele. O professor acredita que “o uso de centros pequenos e interativos de ciência podem ajudar os estudantes a fazer experimentos”.

Para a assessora científica da União Europeia, Anne Glover, Educação e democratização da informação científica são parceiras na diminuição das desigualdades e na prosperidade das nações. “Não há futuro sem Educação. O mundo está mudando tanto que e a ciência, engenharia e tecnologia são o nosso futuro. Para permitir que o futuro chegue a todos os cidadãos, eles precisam entender a ciência, como ela funciona e o que ela tem a oferecer para escolher o que querem e o que não querem”, comentou ela.

A cientista ressaltou que a ciência traz enormes possibilidades aos seres humanos que vão além da conquista de um emprego ou avanços tecnológicos. “A ciência é parte da nossa cultura assim como a música, as artes plásticas, e pode proporcionar verdadeira alegria e muita diversão”, disse Glover.

A diretora do Centro de Políticas de Agricultura para Crianças da China, Linxiu Zhang, defendeu mais investimento em Educação e acesso à informação. Ela explicou que, embora ninguém passe fome em seu país, a dieta em alguns lugares é pobre devido à falta de informação. “Na China, a falta de uma dieta balanceada tem prejudicado a performance acadêmica de alguns alunos. Por isso, é importante Educar os pais para que eles saibam qual tipo de comida é boa para o filho”, explicou Zhang.

Para o subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Ricardo Paes de Barros, o acesso universal ao conhecimento é sucesso inegável para a redução das desigualdades, bem como o livre fluxo mundial de conhecimento. “É muito importante o trabalho conjunto para problemas globais e o compartilhamento de tecnologias sociais. Está clara a necessidade de documentar-se melhor as tecnologias e torná-las mundialmente conhecidas”, declarou Barros.

Fonte Agência Brasil


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Quem é o consumidor? Seminário internacional vai debater comportamento da nova classe média brasileira

Na última década, o perfil socioeconômico do Brasil mudou – e muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.064 e R$ 4.561. Os números indicam que ocorreu uma considerável mobilidade social nos últimos anos: entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categoria de classes médias (A, B e C) e 19,3 milhões saíram da pobreza.

Foto Envolverde/Jornalismo e Sustentabilidade

Em 2009, a classe C foi responsável por R$ 881 bilhões dos gastos com consumo – a maior fatia do total de R$ 2,2 trilhões do país. Só na área de Educação, com pagamento de escola, material escolar e livros, o consumo foi de R$ 15,7 bilhões (em 2002 esse consumo foi de R$ 1,8 bilhão!)


Mas, quais serão os rumos que essa nova sociedade vai trilhar daqui em diante e seus paradigmas de consumo? Levantar e mapear essas respostas será a tarefa principal de quatro edições do Seminário Internacional de Comportamento e Consumo, que o Senai Cetiqt vai promover a partir de 17 de outubro, no Rio de Janeiro e em mais três cidades.

“Vamos debater os problemas a serem enfrentados para que o Brasil deixe de ser um país do futuro e se torne um país de futuro. Queremos discutir esse movimento de uma grande parcela da população que ganhou condições de consumir, ou seja, a chamada nova classe média. Saber o que houve de mudança na vida dessas pessoas”, explica Marcelo Ramos, pesquisador do Senai do Rio de Janeiro. "A indústria precisa entender quem são e o que querem esses consumidores", afirma Ramos.

O público esperado pelos organizadores do seminário são profissionais de marketing, comunicação e administração, além de funcionários do Senai de todo o país. As outras edições dos debates também ocorrerão neste mês de outubro: dia 23, em Belo Horizonte; dia 25 em Fortaleza; e dia 28, em Blumenau, em Santa Catarina.

Fonte Portal da Indústria, com informações do Portal Vozes da Nova Classe Média

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Tecnologias inovadoras: novas soluções aplicadas à construção ganham espaço privilegiado em Curitiba

Localizado dentro do maior laboratório de ensaios ambientais do Paraná, um núcleo vai agregar e divulgar a partir de novembro soluções inovadoras que estão à disposição de arquitetos e profissionais da construção civil.
 

Clique aqui para saber tudo sobre

 
No espaço recém inaugurado pelo Senai-PR, a indústria e a sociedade poderão conhecer – graças ao recurso de realidade aumentada – novas tecnologias sustentáveis, conceitos e informações sobre atitudes ecologicamente corretas de forma totalmente interativa.

 
A realidade aumentada, que cria a sobreposição de objetos virtuais tridimensionais em um ambiente real e que serão visíveis através de um tablet, possibilitará ao visitante conhecer como foram produzidos os elementos sustentáveis da construção. Para aqueles que não tiverem disponibilidade de fazer uma visita, o site do Núcleo contará com um tour virtual, que explicará, via navegação de fotos em 360 graus, áudio e links, toda a experiência do local.
 
 
“Estamos vivendo a década da sustentabilidade. Nosso objetivo principal é fortalecer a Educação profissional, sem esquecer a tecnologia aplicada à sustentabilidade, pois acreditamos que através da Educação podemos mudar o mundo”, explica o diretor do Senai-PR, Marco Secco. Segundo ele, o ponto-chave para a construção do Núcleo foi poder contar com as empresas parceiras do Senai. “Criamos esse espaço para ser um ícone para a Educação profissional, tecnologia e inovação sustentáveis, e para isso, nossas parcerias foram indispensáveis. O papel do Senai é apoiar o desenvolvimento das empresas e para isso precisamos de nossos parceiros”.
 
 
Partindo da inciativa de desenvolver ações ambientalmente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas, o Núcleo foi todo construído com a tecnologia Wood Frame, sistema construtivo a seco importado da Alemanha e desenvolvido no Brasil pela empresa Tecverde, em parceria com o Senai.
 
 
Outras tecnologias sustentáveis, desenvolvidas por empresas parceiras do Senai, estão presentes. Entre elas estão o telhado verde, para controle de temperatura; reaproveitamento da água da chuva; iluminação em LED; torneiras com controle de vazão e descargas econômicas.
 
 
A casa também é autossustentável na questão de energia, que será captada por meio de painéis solares. O excedente será distribuído pela rede de energia da unidade do Sistema Fiep localizada na Cidade Industrial de Curitiba, onde fica o Núcleo, utilizando o conceito de smart grids. A gestão das tecnologias é feita por um sistema de automação residencial (domótica), que permite a análise e o monitoramento online da geração de energia renovável, por meio de consultas interativas.
 
 
Como primeiro ato do Núcleo Senai de Sustentabilidade, foi assinado convênio entre a organização e a Fundação Araucária. A Fundação será parceira durante a edição 2013 do Edital Senai Sesi de Inovação,  promovendo a inclusão de até 20 doutores em projetos industriais de inovação aprovados no Edital.
 
 
Fonte Sistema Fiep

 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Inovação e biodiversidade: livro divulga ações de 10 líderes empresariais sustentáveis

“Manaus está à frente das ideias sustentáveis, pois concilia o desenvolvimento econômico com o respeito à floresta e sua biodiversidade, resultado do Modelo Zona Franca que incentiva a indústria a resguardar 98% de sua área verde”. A afirmação é do presidente da Revista Ideia Sustentável e autor do livro Conversas com Lideres Sustentáveis, da editora Senac-SP, de 2011, Ricardo Voltolini.

Voltolini esteve em Manaus no início deste mês (1/7/2013) para sediar o quarto Encontro Regional Plataforma Liderança Sustentável. No encontro, o autor apresentou dez exemplos de empresas que compõe os capítulos do livro Conversas com Líderes Sustentáveis, destacando as iniciativas de transformação através de ideias sustentáveis. “O objetivo é inspirar líderes da região para realizar mudanças que busquem a sustentabilidade. Mostramos como empresários de referência agem, pensam e em que valores acreditam”.

A Amazônia é a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupa quase metade do território nacional. Esse bioma cobre totalmente o Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, quase totalmente Rondônia e parcialmente Mato Grosso, Maranhão e Tocantins (Ilustração portal brasil.gov.br)

O presidente da Natura, Alessandro Carlucci, e o vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Whirlpool para a América Latina, Armando Ennes do Valle Jr, também compartilharam experiências de como gerir negócios sobre o tripé de ações econômicas, ambientais e sustentáveis.

De acordo com Carlucci, a maior ênfase dos negócios da Natura é utilizar de forma inovadora e sustentável o potencial da biodiversidade da Amazônia em seus cosméticos e produtos. Tudo a partir de três iniciativas: investimentos na inovação, fortalecimento das cadeias de extração e o fortalecimento institucional. “Lembro que as atividades realizadas pela empresa visam à sustentabilidade da sociedade e do meio ambiente”.

“Estamos na Região Amazônica a mais de 30 anos e procuramos trabalhar com os ingredientes locais, da natureza, em parceria com o povo daqui, agregando em nossos produtos um pouco da sabedoria e da essência dessas comunidades regionais. Essa ação ganhou reforço desde o ano passado quando inauguramos um centro de inovação em Manaus que veio para estimular e integrar a inovação no Estado do Amazonas e do Norte do Brasil”, explicou Carlucci.

Armando do Valle Jr revelou no encontro que a Whirlpool olha a sustentabilidade de forma ampla, observando desde a cadeia de fornecedores. A empresa acompanha os processos de produção e fornecimento de matéria prima e insumo, identificando se há problema que fuja à sua política de ser responsável social e ambientalmente. A medida possibilita a reeducação de empresários e líderes, tornando-os gestores que contribuem com a missão da Whirlpool no mercado, fortalecendo seu valor, fazendo a diferença e sendo sustentável.

“O conceito de sustentabilidade na Whirlpool é vinculado aos planos financeiros e sociais. A cada três meses uma equipe de líderes da empresa se reúne para grandes discussões sobre os negócios, ações sociais e de meio ambiente”, disse Valle Jr.

Como exemplo de sucesso, o empresário apresentou projeto que já beneficiou mais de 30 mil mulheres de baixa renda, capacitando-as para exercer uma atividade profissional que lhe devolva sua autoestima e que traga o retorno financeiro à renda familiar.


Fonte Sistema Fieam


Sustentabilidade: iniciativa internacional busca incrementar agricultura para garantir a segurança alimentar

Um grupo de 25 cientistas do mundo inteiro terá dois anos para fazer pesquisas e relatar experiências concretas que conciliem a produção agropecuária sustentável para garantir a segurança alimentar mundial. A iniciativa, lançada em 12/7/2013, pretende unir pesquisadores, governos e empresas em torno do bem comum.

De acordo com Emile Frison, diretor-geral da Bioversity Internacional, organização de pesquisa sem fins lucrativos com sede em Roma, que lidera o projeto, a novidade da Agriculture and Conservation Initiative é a união entre pesquisadores de sustentabilidade e dos setores produtivos para buscar soluções integradas.

O Brasil promove a integração de sistemas como lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta, tudo combinado,
o que permite crescimento vertical da produção (Foto Divulgação)

“O próximo passo é fazer realmente os cientistas trabalharem juntos. Nós temos essa organização de alto nível que pode fornecer importantes políticas de volta. Mas nós precisamos que esses cientistas construam evidências científicas. Eles devem tentar congregar tudo que nós sabemos sobre iniciativas que funcionam para diferentes paradigmas de agricultura”, disse.

O presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), Israel Klabin, que participou do evento, declarou que o Brasil tem papel de liderança nessa área, pois o país “é a capital mundial do capital natural”, com todos os recursos naturais na maior plenitude e tem trabalhado com realismo na questão. Para Klabin, é importante que o setor produtivo não deixe de lado a questão ambiental e caminhe para uma economia sustentável.

“Nós estamos vivendo um momento de crise em todos os setores do planeta. Na verdade os sistemas de produção estão indo relativamente bem, mas a inserção deles na realidade planetária e no excesso de uso do capital natural, faz com que nós procuremos uma regulagem entre produção e meio ambiente, o que se trata aqui é exatamente isso, como é que nós podemos continuar a produzir e ao mesmo tempo respeitar os limites que a natureza nos oferece, para que nós possamos fazer com que os bens naturais herdados do passado possam ser passados para os nossos filhos da mesma maneira que nós recebemos”.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, destacou que o Brasil avançou muito nessa área nos últimos 40 anos, com a criação de instituições de pesquisa e legislação. De acordo com ele, o país superou o problema da insegurança alimentar e passou de importador para provedor de alimentos, transformou grandes áreas de solo ácido em férteis, desenvolveu um conceito próprio de agricultura tropical e construiu uma plataforma de práticas sustentáveis.

“Nós temos hoje mais de 30 milhões de hectares de áreas de plantio direto, onde não mais revolve o solo, o que ajuda a resolver os problemas de erosão, de desgaste do solo, perdas de nutriente. O Brasil é líder em fixação biológica de nitrogênio, toda a soja brasileira é cultivada sem a aplicação de nitrogênio na forma química. E nós estamos promovendo agora uma outra grande revolução na agricultura brasileira, que é a integração de sistemas: lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta, tudo combinado, que vai nos permitir um crescimento vertical da produção brasileira”, disse.

Fonte Agência Brasil


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