
A mobilização, iniciada a partir de uma página no Facebook criada pelo
grupo, conseguiu atrair mais de 200 pessoas na última quarta-feira (22), mas
apenas 70 cumpriam todos os requisitos para a doação. Com o lema Bora ali,
bora? Fazer um rolezinho no Hemocentro de Brasília”, o grupo reuniu mais de 500
participantes que acompanham as campanhas pelo site.
“Não é uma crítica [aos rolezinhos]”, explicou Paula Matos,
organizadora da campanha. “Nossa ideia é transformar esse movimento em uma ação
para o bem. Esta é uma época de férias, muitos doadores tradicionais viajam e
os estoques de sangue ficam baixos”, completou.
Segundo Paula Matos, a maior parte das pessoas que aderiu já tinha
doado sangue. Para quem se dispôs à primeira experiência, o grupo organizou informações
na página do Facebook, baseadas nas orientações do hemocentro, e contou com as
equipes do próprio órgão no local.
A campanha atraiu muitos jovens, como o estudante Euler Idelfonso, de
18 anos, que nunca havia doado. “Não estou com medo. Li as orientações”,
garantiu, enquanto aguardava sua vez de doar. Ele disse que chamou outros
amigos, mas como muitos decidiram sair na noite de ontem (24), não puderam
participar. “Eu já queria doar e ontem fez muito frio. Isso me ajudou a ficar
em casa e a me preparar”.
De acordo com assessores do hemocentro, apesar de a mobilização ser
bem-vinda, as doações não estão sendo contabilizadas como resultado de uma
campanha. Como o volume de doações está sendo contabilizado como iniciativas
individuais voluntárias, o órgão não consegue apontar quanto o movimento foi
responsável por aumentar o estoque de sangue.
No Rio de Janeiro, outro grupo de pessoas organiza movimento
semelhante, marcado para o próximo dia 1º de fevereiro. A iniciativa
fluminense, em uma página do Facebook, tenta atrair voluntários com frases de
protesto como Aqui não tem discriminação e racismo. Os organizadores justificam
o rolezinho do Hemorio como um apoio à
galera que está nos hospitais, contra toda forma de opressão e as doenças que
atingem negros, pobres, brancos ou ricos, especialmente contra "a brutal e
covarde ação diária da morte no Brasil e no mundo”.
Para doar, o hemocentro orienta as pessoas a se alimentar bem. O
doador precisa ter entre 16 e 67 anos, não estar fazendo uso de medicamentos,
pesar acima de 50 quilos, ter dormido mais de seis horas, não praticar
exercícios físicos ou ingerir bebida alcóolica nas 12 horas anteriores à
doação.