Um grupo de 25 cientistas do mundo
inteiro terá dois anos para fazer pesquisas e relatar experiências concretas
que conciliem a produção agropecuária sustentável para garantir a segurança
alimentar mundial. A iniciativa, lançada em 12/7/2013, pretende unir
pesquisadores, governos e empresas em torno do bem comum.
De acordo com Emile
Frison, diretor-geral da Bioversity Internacional, organização de pesquisa sem
fins lucrativos com sede em Roma, que lidera o projeto, a novidade da Agriculture
and Conservation Initiative é a união entre pesquisadores de sustentabilidade e
dos setores produtivos para buscar soluções integradas.
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O Brasil promove a integração de sistemas como lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta, tudo combinado, o que permite crescimento vertical da produção (Foto Divulgação) |
“O próximo passo é fazer realmente os
cientistas trabalharem juntos. Nós temos essa organização de alto nível que pode
fornecer importantes políticas de volta. Mas nós precisamos que esses
cientistas construam evidências científicas. Eles devem tentar congregar tudo
que nós sabemos sobre iniciativas que funcionam para diferentes paradigmas de
agricultura”, disse.
O presidente da Fundação Brasileira para
o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), Israel Klabin, que participou do evento,
declarou que o Brasil tem papel de liderança nessa área, pois o país “é a
capital mundial do capital natural”, com todos os recursos naturais na maior
plenitude e tem trabalhado com realismo na questão. Para Klabin, é importante
que o setor produtivo não deixe de lado a questão ambiental e caminhe para uma
economia sustentável.
“Nós estamos vivendo um momento de crise
em todos os setores do planeta. Na verdade os sistemas de produção estão indo
relativamente bem, mas a inserção deles na realidade planetária e no excesso de
uso do capital natural, faz com que nós procuremos uma regulagem entre produção
e meio ambiente, o que se trata aqui é exatamente isso, como é que nós podemos
continuar a produzir e ao mesmo tempo respeitar os limites que a natureza nos
oferece, para que nós possamos fazer com que os bens naturais herdados do
passado possam ser passados para os nossos filhos da mesma maneira que nós
recebemos”.
O presidente da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, destacou que o Brasil avançou
muito nessa área nos últimos 40 anos, com a criação de instituições de pesquisa
e legislação. De acordo com ele, o país superou o problema da insegurança
alimentar e passou de importador para provedor de alimentos, transformou
grandes áreas de solo ácido em férteis, desenvolveu um conceito próprio de
agricultura tropical e construiu uma plataforma de práticas sustentáveis.
“Nós temos hoje mais de 30 milhões de
hectares de áreas de plantio direto, onde não mais revolve o solo, o que ajuda
a resolver os problemas de erosão, de desgaste do solo, perdas de nutriente. O
Brasil é líder em fixação biológica de nitrogênio, toda a soja brasileira é
cultivada sem a aplicação de nitrogênio na forma química. E nós estamos
promovendo agora uma outra grande revolução na agricultura brasileira, que é a
integração de sistemas: lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta, tudo
combinado, que vai nos permitir um crescimento vertical da produção
brasileira”, disse.
Fonte Agência Brasil