O programa Ciência sem Fronteiras (CsF)
passa a aceitar o exame de proficiência First Certificate in English (FCE,
Primeiro Certificado em Inglês), da Cambridge English, departamento da
Universidade de Cambridge, na Inglaterra. O FCE é um exame de nível
intermediário superior. Antes, o Ciência sem Fronteiras aceitava apenas o
Certificate in Advanced English (CAE) – Certificado em Ingês Avançado – um
nível acima do FCE.
A mudança, explica o gerente de
desenvolvimento da Cambridge Language Assessment, Rone Costa, foi feita para
atrair mais estudantes para o programa. “A redução foi feita porque os países
que estão recebendo os alunos perceberam que o nível que estava sendo exigido
era muito alto. Com o FCE, o estudante já consegue acompanhar as aulas,
desenvolver atividades acadêmicas e inclusive trabalhar [nos estágios
oferecidos pelo CsF]”.
Ainda segundo o departamento, o índice de
aprovação no FCE é maior que no CAE. No ano passado, 68,4% dos que prestaram o
exame para nível avançado foram aprovados, enquanto 76,9% dos que o fizeram
para nível intermediário receberam o certificado. “Um aluno com FCE domina as
quatro habilidades do idioma: ler, escrever, falar e ouvir. Comunica-se com
facilidade. A diferença para um aluno com CAE é um maior conhecimento
linguístico, mas nada que atrapalhe no desenvolvimento das atividades do CsF”,
ressalta Costa.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) diz que o nível de inglês é exigência de cada
universidade. São elas que definem o que será exigido no edital. O FCE já é
aceito em edital para a Irlanda.
Segundo a Cambridge English, que trabalha
junto com as universidades pela adequação da exigência, a intenção é que todos
os editais que aceitam o exame de Cambridge passem a aceitar o FCE, e não mais
o CAE. Costa adianta que, para os estudantes que comprovarem que querem a
certificação para o CsF, haverá um desconto no valor do exame, que deve ficar
entre 30% e 40%, valor ainda em negociação. O valor cobrado é, em média, R$
400, variando de acordo com a escola. Serão aceitos os exames feito depois de
agosto de 2010.
Esta não é a primeira flexibilização do
nível de inglês. No começo do ano, um edital para a Inglaterra permitia de
estudantes com pontuações inferiores às exigidas anteriormente se inscrevessem
no programa. Eles deveriam fazer um curso de seis meses no exterior para depois
prestar novamente o exame de proficiência.
O aprendizado da língua inglesa tem tido
destaque no governo federal. Este ano, o governo lançou o Programa Inglês sem
Fronteiras para auxiliar os candidatos do Programa Ciência sem Fronteiras a
garantir bolsas em universidades no exterior.
O objetivo do CsF é promover a mobilidade
internacional de estudantes e pesquisadores e incentivar a visita de jovens
pesquisadores qualificados e professores experientes ao Brasil. As áreas prioritárias
são: ciências exatas (matemática e química), engenharias, tecnologias e
ciências da saúde. O Ciência sem Fronteiras mantém parcerias em 35 países. Até
o mês de junho, o programa implementou 29.192 bolsas em todas as modalidades de
graduação, doutorado e pós-doutorado.
O Ciência sem Fronteiras prevê a
distribuição de até 101 mil bolsas, ao longo de quatro anos, para que alunos de
graduação e pós-graduação façam estágio no exterior. O objetivo é promover a
interação dos estudantes brasileiros com sistemas educacionais competitivos em
relação a tecnologia e inovação.
O programa também visa a atrair
pesquisadores do exterior que pretendam se fixar no Brasil ou estabelecer
parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no
programa.
Fonte Agência Brasil