A Educação e as experiências vividas na
primeira infância podem ter influência no rendimento de um atleta de alto
padrão? De acordo com a Neurociência, podemos apostar que sim.
![]() |
Foto José Paulo Lacerda |
Sabe-se que durante a primeira infância
(faixa etária que vai do nascimento até os 6 anos), o cérebro está a todo
vapor. É durante este período que são formadas conexões neurais que serão
decisivas ao longo de toda a vida.
Em outras palavras, fornecer estímulos
adequados a uma criança de até seis anos é atitude que vai garantir um melhor
desenvolvimento cognitivo (intelectual), afetivo e social ao longo da vida
adulta.
Portanto, um atleta que teve uma infância
sadia e feliz – durante a qual contou com alimentação adequada, afeto e grande
oferta de brincadeiras – certamente estará melhor preparado para enfrentar
momentos de grande exigência física e emocional.
Não estranhe ter lido “brincadeiras” no
parágrafo acima. O ato de brincar é fundamental para a criança, pois ajuda na
formação do cérebro, no aprendizado para o convívio social e na consolidação
das emoções. Não à toa, os filhotes de inúmeras espécies de animais precisam
brincar para aprender a se virarem sozinhos.
A criança que não brinca, não se alimenta
e não recebe afeto terá muito mais dificuldades na juventude e na vida adulta.
Essa regra vale para os atletas, por que não? Talvez um “desperdício” neste
período tão decisivo da vida resulte na perda de uma medalha olímpica.
Já “gastamos” um ano inteiro do novo
ciclo olímpico, iniciado após os Jogos de Londres-2012. Mais uma vez, é
crescente a sensação de que muito pouco vem sendo feito no sentido de
transformar o Brasil em potência olímpica. A apenas três anos dos Jogos do Rio,
discutimos cada vez mais a respeito de infraestrutura (o que é necessário,
claro), mas esquecemos da formação humana.
Muito vem sendo dito a respeito da
necessidade de investimentos e de um programa consolidado para o esporte
olímpico nacional, mas já é hora de incluir os cuidados com a primeira infância
no pacote de discussões. Caso contrário, vamos consolidar cada vez mais a
hashtag #infelizmentenaodeu.
Fonte Esporte Fino