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sábado, 22 de março de 2014

Emprego e renda: brasileiros acreditam que qualificação profissional e técnica abrem portas para o trabalho

Os brasileiros acreditam que a Educação profissional oferece boas oportunidades para quem quer ingressar no mercado de trabalho. Recente pesquisa encomendada pelo Sistema Indústria ao Ibope mostra que, na avaliação da população, os cursos técnicos e profissionalizantes são um caminho rápido para conseguir emprego e ter bom salário.


De acordo com o levantamento, divulgado em fevereiro passado, 90% dos entrevistados concordam que quem faz ensino técnico tem mais oportunidades no mercado de trabalho do que quem não faz nenhum curso. Sobre salários, a percepção também é positiva: 82% concordam que os profissionais com certificado de qualificação profissional têm salários maiores do que os que não têm.


A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 143 municípios. Os resultados darão subsídios para definir a oferta de vagas pelo Senai. Maior rede de formação tecnológica para a indústria, a instituição já qualificou 61 milhões de trabalhadores desde sua criação em 1942.

“Os resultados ajudam a desconstruir a ideia de que o Brasil não valoriza as profissões técnicas”, avalia o diretor-geral do Senai Nacional, Rafael Lucchesi. Ele destaca que 74% dos entrevistados reconhecem que os alunos de cursos profissionalizantes são bem ou razoavelmente bem preparados para o mercado de trabalho. A percepção da população sobre os impactos da educação profissional se assemelha aos estudos sobre a empregabilidade de profissionais formados pelo Senai: mais de 70% dos ex-alunos de cursos técnicos de nível médio, por exemplo, conseguem emprego no primeiro ano depois do curso.

Mesmo assim, ainda é baixo o número de pessoas que busca a Educação profissional. Conforme a pesquisa, apenas um em cada quatro brasileiros já frequentou ou frequenta algum curso de Educação profissional. As principais razões para que 75% da população nunca tenham feito cursos de formação profissional é falta de tempo para estudar (40%), falta de recursos para pagar (26%), falta de interesse (22%).

Entre os que optaram pela formação profissional, 61% trabalham ou já trabalharam na área do curso, o que indica que os conhecimentos adquiridos têm aplicabilidade no mercado de trabalho. Quando questionados sobre as razões para optar pela Educação profissional, 53% dizem que ela permite ingresso mais rápido no mercado de trabalho; 47%, que têm o desejo de se qualificar em uma profissão específica; e 28%, que ela amplia as oportunidades de acesso ao mercado de trabalho.

São as instituições do sistema S (como o Senai, Senac, Senar e Sebrae) as principais ofertantes da formação profissional técnica no Brasil. De acordo com o estudo, 43% das pessoas que fazem ou já fizeram cursos profissionalizantes estudaram em uma dessas entidades. A rede privada vem em segundo lugar com 37% das respostas, seguida da rede pública com 20%.

Alerta para escolha
“O desafio do país agora é montar uma rede de informações sobre oportunidades de cursos e oferta de empregos, e assim auxiliar a população na hora de fazer suas escolhas para entrar no mercado de trabalho”, diz Lucchesi. Ele faz esse alerta porque ainda são poucos os brasileiros que optam pela Educação profissional. “Mudar esse quadro é responsabilidade de toda a sociedade, incluindo os governos, as instituições educacionais, as famílias. O Brasil registra um percentual muito baixo de pessoas na Educação profissional”, avalia Lucchesi. Ele se refere aos dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que mostram que, na média dos países mais ricos, o índice de pessoas que passam pela Educação profissional é de 46%, quase o dobro do registrado na pesquisa em relação ao Brasil.

Educação entre os jovens
A pesquisa realizada pelo Ibope apontou que 44% dos brasileiros entre 16 e 24 anos estudam atualmente. Trata-se da parcela da população com maior acesso à Educação no momento. Levando em conta todos os recortes de idade, apenas 16% da população estão estudando.

Entre os jovens de 16 a 24, a maioria está no ensino superior (18%), seguido do ensino médio (15%) e do ensino fundamental (5%). O ensino profissional é opção de apenas 3% deles, mesmo percentual dos que fazem ensino médio vinculado ao técnico.

Na comparação com os países mais ricos, o Brasil também está numa situação ruim quando se trata de opção pelo ensino técnico. Nas 34 nações mais desenvolvidas, a média dos jovens fazendo educação profissional é 35%, segundo a OCDE. No Brasil, a pesquisa do Ibope revelou que fica em 6%, se somarmos os que cursam o ensino médio integrado ao técnico e apenas o ensino profissional.

“Apesar de mais de 80% dos jovens brasileiros estarem fora do ensino superior, continuamos agindo como se o destino de todos eles fosse a universidade”, critica Lucchesi. Ele defende mudança na matriz educacional do país de modo a fortalecer o ensino técnico. “Um jovem que sai do ensino médio regular hoje não teve sequer uma hora de aula que o preparasse para o mundo do trabalho. O Brasil só perde com essa realidade. Por um lado, os jovens demoram mais tempo para se firmar no mercado de trabalho; por outro, o setor produtivo sofre com a escassez de trabalhadores qualificados”, diz.

A maioria dos entrevistados defende que se adotem medidas para a valorização do ensino profissional. Noventa e três por cento concordam - totalmente ou em parte - que o governo precisa oferecer mais cursos de ensino médio que também ensinem uma profissão. Outros 86% concordam (totalmente ou em parte) que o ensino profissionalizante deveria ser obrigatório no ensino médio.

Fonte Portal Indústria


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