Com investimentos de cerca de R$ 36 bilhões no setor mineral e metalúrgico – com base nos
principais protocolos firmados pelo governo de Minas Gerais e anunciados pela iniciativa privada para os próximos cinco anos –, a demanda por técnicos no estado vai aumentar no Estado.
(Foto Divulgação) |
Preparando-se para esta nova realidade, o Consórcio Mínero-Metalúrgico, junto com o Sesi e o Senai de Minas Gerais, vai percorrer as escolas públicas do estado para incentivar os jovens a ingressarem na carreira técnica. “O Brasil precisa de técnicos para sustentar seu crescimento”, enfatiza a gerente de Recursos Humanos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e coordenadora do Consórcio, Alba Valéria Santos.
O profissional de nível técnico é mais valorizado nos setores industriais em função das capacidades desenvolvidas nos dois âmbitos: o teórico e o prático. Como referência, as empresas do consórcio devem necessitar de 2.890 profissionais de nível superior, 5.582 de nível técnico e 10.382 de nível básico. A remuneração também é atrativa: estima-se que um técnico sem experiência pode ter salário de R$ 1.650 e os com mais de 10 anos de experiência, cerca de R$ 5 mil. Alba Valéria também lembrou que nos processos seletivos das empresas, os engenheiros que também têm o curso técnico têm vagas garantidas. “É preciso vencer o preconceito, especialmente entre a classe média, que costuma incentivar o ingresso no curso superior”, afirma.
Segundo o gerente do Centro de Tecnologia (Cetef) de Itaúna, Pedro Paulo Drumond, o projeto será apresentado por meio de palestras e material de divulgação. “Os jovens vão poder conhecer os cursos disponíveis e as possibilidades de ascensão profissional”. Profissionais que optaram em iniciar sua carreira profissional pelo nível técnico vão dar depoimentos e trocar experiências com os alunos. “Vamos fomentar o ingresso dos jovens nos cursos de formação técnica, que comprovadamente depois de formados, são rapidamente absorvidos pelo mercado”, explica o analista de projetos educacionais do Senai Wellington Martins. As palestras serão direcionadas principalmente para as turmas do nono ano e do ensino médio, matriculados preferencialmente na rede pública de Educação.
Segundo Alba Valéria, cerca de 70% das vagas das grandes empresas de siderurgia e mineração são direcionadas para os técnicos. “Nosso foco é investir em formação. É uma ação inteligente para transformação do contexto atual, gerando profissionais qualificados para atender a demanda por pessoas devidamente capacitadas para as empresas”.
O Projeto de Incentivo aos Cursos Técnicos teve início em Itaúna, mas deve alcançar as regiões de Conceição do Mato Dentro, Quadrilátero Ferrífero, Vale do Aço e Norte de Minas Gerais, regiões onde há grande demanda de profissionais.
Em Itaúna, o Senai oferece os cursos técnicos de Administração, Mecânica, Eletroeletrônica, Metalurgia, Mineração e Fundição. Os cursos são concluídos em três semestres, com exceção de Administração, que é concluído em dois semestres. Para ingressar nos cursos técnicos é necessário estar cursando ou concluído o ensino médio. Os interessados podem participar do Processo Seletivo Unificado (PSU) do Senai ou de algum dos programas governamentais como o PEP ou o Pronatec.
Segundo Pedro Paulo Drumond, a unidade de Itaúna deverá ampliar o número de vagas no segundo semestre deste ano. “Cerca de 140 novas vagas deverão ser abertas, formando quatro novas turmas, para atender à demanda da indústria”. Hoje o Centro Tecnológico de Fundição de Itaúna tem 17 turmas de cursos técnicos em andamento.
O Consórcio Mínero-metalúrgico é fruto da parceria entre companhias do setor mineral e metalúrgico de Minas Gerais, Senai-MG e Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra), para garantir a inserção de novos trabalhadores e suprir a carência de profissionais qualificados no setor.
Fazem parte do consórcio: Sindiextra, Sistema Fiemg (Senai, Ciemg, Sesi e IEL) e as empresas Companhia Siderúrgica Nacional, Mineração Usiminas, Ferrous Resources do Brasil, Gerdau, Anglo American, Anglogold Ashanti, Namisa Nacional Minérios, Samarco Mineração, Usiminas, Vale, AcelorMittal, MRS Logística, MMX, Kinross e MSOL Jaguar Mining.
Fonte Sistema Fiemg