Mostrando postagens com marcador propriedade intelectual. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador propriedade intelectual. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pesquisa e inovação: lei, Estado e empresas protegem mal o design industrial, avaliam especialistas

O Brasil é bastante vulnerável à prática de cópias ilegais de desenhos industriais. Além de as empresas nacionais não terem o hábito de registrar os designs criados, a imitação ilegal é tolerada no mercado interno, não há fiscalização efetiva das fraudes, a Justiça não tem estrutura para apurar processos, há muita burocracia nos registros e a lei é branda com quem a infringe, conforme análise de designers, técnicos em propriedade industrial, advogados e juíza federal ouvidos pela Agência Brasil.

“Há uma falha na abordagem desses assuntos, para que a sociedade como um todo compreenda todo o complexo de situações que está por trás de um caso de pirataria industrial e como isso pode afetar o nosso dia a dia”, avalia Liliane Roriz de Almeida, desembargadora da 21ª Vara da Justiça Federal.

Liliane de Almeida dirige a única vara federal especializada em litígios de propriedade industrial. Além de juízes, faltam peritos judiciais. “São raríssimos. Há menos de uma dezena em todo o país”, disse Susana Serrão, coordenadora geral de Indicações Geográficas e Registros do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A situação do Judiciário não é melhor que a das delegacias. Conforme o Ministério da Justiça, em todo o país há apenas três delegacias especializadas em crimes contra a propriedade imaterial (Rio de Janeiro, Recife e Brasília). Existem também quatro divisões que tratam de propriedade intelectual em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Espírito Santo e na Bahia. O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), ligado ao ministério, estuda a criação de novas delegacias.

Além da falta de estrutura judicial e de fiscalização, os especialistas se queixam da Lei de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96), que tem 27 artigos sobre desenho industrial. “No aspecto das penas, a lei atual é muito branda, variando de três meses a um ano as penas mínima e máxima a serem aplicadas. Isso não é suficiente para inibir ou punir a prática de um delito”, avalia a desembargadora Liliane de Almeida.

O advogado Fabiano de Bem da Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial (Abapi), discorda da juíza. Para ele, a lei “está entre as mais avançadas no mundo. O problema está na morosidade do Judiciário em compelir e punir os contrafatores [falsificadores] de forma mais efetiva, como também no pequeno valor de indenização, que é usualmente fixado nos tribunais e acaba servindo de estímulo à contrafação”.

Apesar da Lei de Propriedade Industrial, há outras regras que deveriam ser unificadas em um código próprio, opinam os especialistas. “Parece uma colcha de retalhos. Não existe ainda um código de propriedade intelectual que condense toda a legislação relativa a direito autoral, patente, marca e desenho industrial”, explica o advogado José Henrique Werner.

“Há uma lei de direitos autorais, outra de softwares e a de propriedade industrial [que engloba marca, patente, desenho industrial, concorrência desleal, franquia, transferência de tecnologia], mas não há um código de propriedade intelectual que condense tudo isso e ainda inclua a parte criminal”, acrescenta Werner.

A burocracia do registro dos desenhos industriais também é criticada. “Produz-se muito, mas registra-se pouco. Primeiro por uma questão burocrática. O celular que temos no bolso provavelmente daqui a um ano não existirá mais. Se fosse inventado por um brasileiro, não existiria ainda”, critica o designer Freddy Van Camp, professor da Escola de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

“Tenho relatos de pessoas que procuraram as instâncias de registro, mas não conseguiram proteger o direito porque os caras não acreditam que aquilo seja feito no Brasil, ou seja, inédito e até colocam obstáculos ao registro, quando deveria ser o contrário”, disse Van Camp. Para ele, “nossas instâncias de registro são mal aparelhadas, não têm pessoal; têm centralização extrema. Os métodos de proteção intelectual são praticamente desconhecidos das pessoas”.

Susana Serrão concorda que “por falta de informação” ainda é baixo o número de pedidos de registros de desenhos industriais – 7.012 em 2011 e 6.127 em 2010. “Não temos ainda cultura de design” reclama.


terça-feira, 5 de junho de 2012

Propriedade intelectual estratégica: Conferência Anpei vai mostrar como inovar usando tecnologias não patenteadas

Usar tecnologia não patenteada é um caminho para acelerar o aprendizado das empresas quando se trata de inovar. Essa estratégia é o foco da apresentação do presidente da Intellectual Assets Inc., de Paul Germeraad, na XII Conferência Anpei, que ocorrerá na próxima semana (11 a 13/6/2012), em Joinville, Santa Catarina. A Intellectual Assets presta consultoria especializada em integrar negócios, pesquisa e desenvolvimento e propriedade intelectual.

Clique aqui para saber mais sobre

Germeraad fará sua apresentação no segundo dia do evento, das 9h às 10h, no espaço aberto para discussão dos assuntos relacionados aos comitês temáticos Anpei. A coordenadora do Comitê Temático de Gestão da Propriedade Intelectual, Letícia Socal da Silva, explica que “Germeraad sempre trata do assunto propriedade intelectual do ponto de vista estratégico, olhando patentes como estratégia de negócio, que é a nossa visão no comitê temático.”

Para Germeraad, o Brasil tem uma oportunidade excepcional para acelerar o processo de tornar suas empresas mais inovadoras. "Esta oportunidade é oferecida por uma lacuna existente entre o grande desenvolvimento econômico do Brasil e sua ainda discreta proteção da propriedade intelectual.”

"O Brasil tem uma base econômica sólida para absorver novos produtos e serviços. As empresas brasileiras têm a oportunidade de utilizar documentos em domínio público para aprender exatamente como implementar, em seus negócios, as mais recentes inovações do mundo", prossegue.

Segundo ele, as empresas são livres para utilizar a literatura internacional porque muitas companhias estrangeiras ainda não depositaram suas patentes no Brasil e seus produtos e processos, portanto, não estão protegidos no mercado brasileiro.

"Na medida em que as empresas brasileiras explorem tecnologia de ponta para satisfazer as necessidades dos consumidores brasileiros, elas vão naturalmente fazer suas próprias melhorias na tecnologia de base, permitindo-lhes, posteriormente, comercializar os seus produtos em todo o mundo", diz.

Ele lembra que países considerados hoje avançados tecnologicamente já passaram por esse processo de aprendizado, como Estados Unidos, nos anos 1800, Japão, nos anos 1900, Coreia, nos anos 2000. "O Brasil é o próximo país que pode seguir este caminho para a prosperidade", destaca.

Depois de Germeraad, o empreendedor brasileiro Eduardo de Mello e Souza, hoje atuando em um dos maiores escritórios de propriedade intelectual do Brasil, o Dannemann Siemsen, falará sobre como patentes ajudaram um grupo de empreendedores brasileiros a por um pé em um mercado de US$ 3.4 bilhões.

Souza vai contar como um grupo de cinco empreendedores brasileiros - quatro engenheiros e um cirurgião dentista - conseguiu usar patentes para atrair a atenção de grandes multinacionais do ramo protético.


sábado, 19 de maio de 2012

Propriedade intelectual: curso intermediário do INPI começa na segunda

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) vai ministrar a partir desta segunda (21/5/2012), no prédio da Reitoria da UFRJ, no Rio de Janeiro, o curso de Capacitação em Propriedade Intelectual. Será apresentada uma visão sobre a classificação de documento de patente de acordo com a Classificação Internacional de Patentes, além de aprofundar os conhecimentos relativos aos temas Marcas e Patentes e sobre o uso e a busca de informação tecnológica em documentos de patentes.

Para participar da fase intermediária, é necessário ter feito o Curso Básico de Capacitação em Propriedade Intelectual (realizado em novembro de 2011) ou o curso geral de Propriedade Intelectual à Distância (ocorrido em abril). Mais informações com Liliana Mendes, liliana@inpi.gov.br, ou acesse a página do Calendário 2012 do INPI.



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Visualizações