quinta-feira, 5 de junho de 2014

Plano Nacional de Educação: Câmara aprova PNE; texto segue para sanção

Por Gustavo Lima para a Agência Câmara Notícias

O Plenário da Câmara dos Deputados concluiu nesta terça-feira (3/6/2014) a votação do Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10). Foi aprovado o parecer do relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), para o texto do Senado. A matéria será enviada à sanção presidencial.

O PNE estipula novas metas para os próximos dez anos, com o objetivo de melhorar os índices educacionais brasileiros. A principal inovação da proposta em relação ao plano anterior, cuja execução acabou em 2010, é a aplicação de um mínimo de recursos públicos equivalentes a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em Educação.

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O plano prevê o alcance dessa meta em duas etapas: um mínimo de 7% do PIB no quinto ano de vigência da futura lei; e 10% do PIB ao fim do período de dez anos.

Esses recursos também serão utilizados para financiar a Educação infantil em creches conveniadas; a Educação especial; e programas como o de acesso nacional ao ensino técnico e emprego (Pronatec), o de bolsas em faculdades privadas (Universidade para Todos – ProUni), o de financiamento estudantil (Fies) e o de bolsas para estudo no exterior (Ciência sem Fronteiras).

O texto-base do relator foi aprovado no dia 28 de maio. Nesta terça, os deputados rejeitaram dois destaques apresentados ao texto. Na única votação nominal ocorrida nesta terça, o Plenário manteve no texto, por 269 votos a 118, a contagem dos recursos desses programas nos 10% do PIB que devem ser aplicados.

Para o relator, a aplicação de verbas públicas em programas em parceria com o setor privado não afeta a meta de aplicar um mínimo de 10% do PIB no setor público porque o cálculo foi feito com base no chamado Custo Aluno Qualidade (CAQ). “Esses valores são insignificantes se comparados ao que vamos investir em Educação pública em dez anos”, afirmou Vanhoni.

Complementação de verbas
O Plenário rejeitou também outro destaque, do PMDB, que pretendia retirar do texto a obrigatoriedade de a União complementar recursos insuficientes de estados e municípios para cumprir o CAQ. O próprio autor do destaque, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), desistiu de defender sua proposta.

Segundo Vieira, o CAQ define que, se uma escola tiver determinados insumos, ela será uma boa escola, mas não há previsão de recursos para essa finalidade. “Ao contrário do Fundeb, qualquer estado poderá questionar juridicamente a União para que ela pague o valor projetado por esse índice [CAQ]”, afirmou. Para Gastão Vieira, esse conceito precisa ser melhor definido.

De acordo com o texto, o CAQ e o Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi), a ser usado nos dois primeiros anos, deverão traduzir um conjunto de padrões mínimos de qualidade do ensino estabelecidos na legislação educacional. A ideia é que o financiamento seja calculado com base no atendimento desses padrões.

Recursos
Em relação às principais metas relacionadas no projeto, dados da comissão especial que analisou o PNE indicam que, nos dez anos, os investimentos deverão saltar dos atuais R$ 138,7 bilhões para R$ 228,35 bilhões nas principais áreas.

Esses recursos deverão ser direcionados para a ampliação de matrículas e melhoria da qualidade do ensino em creches; pré-escolas; ensinos fundamental, médio e superior; Educação especial; ensino em tempo integral; ensino de jovens e adultos; e Educação profissional.


Educação e cidadania: “Escola não está conseguindo responder desafios do século XXI”

Por Lilian Milena para o Brasilianas.org, em 4/6/2014

Um a cada quatro estudantes abandona a escola antes de chegar na última série do ensino fundamental. O dado foi destaque no Relatório de Desenvolvimento produzido pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), divulgado em 2013, que posicionou o Brasil como o terceiro país com a maior taxa de evasão escolar entre 100 países.

A gerente de projetos do movimento Todos Pela Educação, Andrea Bergamaschi, convidada para o debate do Brasilianas.org, na TV Brasil, destacou que, em boa parte dos casos, o aluno vem acumulando problemas de aprendizagem ao longo de sua vida escolar. “A evasão não acontece de uma hora para outra”, esclareceu.

Clique aqui para assistir ao debate completo, mediado pelo jornalista Luis Nassif

Segundo uma avaliação aplicada a 54 mil alunos pelo Todos Pela Educação, em 2012, em todos os estados brasileiros, metade das crianças entre oito e nove anos de idade já apresentava dificuldades de leitura, escrita e matemática para sua idade/série. Bergamaschi acrescentou ainda dados oficiais do Ministério da Educação que revelam que hoje 10% dos alunos do ensino médio mal sabem matemática. Logo, para evitar a evasão escolar mais tarde, é preciso focar na melhora da Educação do ensino básico.

A atualização do programa curricular das escolas também foi apontada no debate como um componente importante para evitar a evasão escolar. Para Jair Ribeiro da Silva Neto, fundador da Associação Parceiros da Educação, uma forma de resolver o problema estaria em melhorar a dinâmica do currículo escolar no ensino médio, voltado ao tempo integral e matérias eletivas, além das obrigatórias, para que o aluno tenha condições de se aprofundar mais nas áreas que lhe interessam.

Silva Neto também defendeu uma maior integração entre a Educação formal e profissionalizante. “O modelo alemão talvez seria o mais adequado para o nosso [sistema]. Hoje, na Alemanha cerca de 35% dos formandos do ensino médio não vão para a universidade mas para o ensino técnico que pode ser feito junto com o ensino médio, ou até dois anos após o término do ensino médio, para a colocação [desse estudante] no mercado de trabalho”, sugeriu.

Também convidada para o debate, Maria Alice Setúbal, Fundadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), destacou que as imensas desigualdades educacionais do país só poderão ser resolvidas quando o tema Educação for visto como prioritário na estratégia de desenvolvimento.

“A escola [no Brasil] não está conseguindo responder aos desafios do século XXI. Estamos passando por mudanças enormes tecnológicas, ao mesmo tempo, é preciso trazer para a escola debates do dia a dia, desde mobilidade urbana nas grandes cidades, violência, e meio ambiente (...). No ensino médio, por exemplo, o jovem quer discutir democracia, participação, valores da sociedade. E a escola está distante disso”, pontuou.

Progressão Continuada
Maria Alice é defensora da Progressão Continuada. “É uma unanimidade em pesquisas nacionais e internacionais que a repetência não traz mais aprendizagem ao aluno. Pelo contrário, interioriza na criança que ela não pode, não sabe, não acontece. E ela acaba sendo expulsa, entre aspas, da escola conforme o aumento da distorção idade e série, fazendo ela aumentar seu desinteresse nos estudos”.

Assim Maria Alice apontou que o problema não está no sistema de Progressão Continuada, mas na sua implementação. E isso ocorre pela falta de infraestrutura humana e física nas escolas para garantir reforço escolar aos alunos que apresentam deficiência na compreensão de matérias.

Recursos
Silva Neto, da Parceiros da Educação, afirmou que não adianta apenas reduzir a defasagem dos salários dos professores para atrair profissionais às escolas públicas. A melhora do ambiente de trabalho, segurança, acesso a equipamentos adequados para o ensino e bibliotecas também são componentes que incentivam os professores a aperfeiçoarem seus trabalhos. O piso salarial médio de um professor nas cidades do Sul do país varia entre R$ 1.700 a R$ 2.000, apenas.

Andrea Bergamaschi, da Todos Pela Educação, destacou ainda que a melhor maneira de reduzir também a defasagem de conhecimentos dos professores frente às novas tecnologias é a valorização do profissional. Ela lembrou de um estudo divulgado pela Fundação Victor Cívita, publicado em 2009, mostrando que apenas 2% dos alunos que terminaram o ensino médio tinham interesse em se tornar professores no Brasil.

“Estamos pegando alunos que não tem outra opção e acabam se tornando professores da rede pública. Alguns continuam estudando e vão dar aulas na rede privada. Mas o que temos é um aluno que teve dificuldades em sua formação se tornar professor por não ter perspectiva de carreira”, analisou.

Seria preciso, portanto, criar uma estratégia para atrair e reter os melhores talentos nas escolas, defendeu Silva Neto. “Sabemos que existe uma correlação enorme entre a qualidade do professor e a qualidade do aluno. Outro dado [que sabemos] é que quanto mais tempo o aluno passa em sala de aula, mas ele aprende”, disse.

Bergamaschi apontou que é positivo o retrato dos recursos mobilizados para a educação do país nos últimos quinze anos. “O Brasil conseguiu colocar [em andamento] vários instrumentos de financiamento, sistematizar processos de financiamento para a educação básica, com a redistribuição [de recursos] através do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]”.

Para ela, o país se encontra em um nível de maturidade importante no setor educacional, considerando que não devemos apenas olhar para o volume de recursos, mas para a aplicação deles na redução das desigualdades regionais, melhora dos currículos escolares, dos instrumentos de avaliação e qualidade da formação e carreira dos professores.

Já, segundo Maria Alice, a melhor maneira do Brasil acelerar o desenvolvimento geral do ensino, reduzindo as desigualdades, é cortando caminho através do uso das novas tecnologias, construindo uma escola que responda aos desafios do século XXI.

“Não temos outra opção. Se quisermos realmente criar um país onde a educação seja o eixo central [do desenvolvimento] temos que usar os dois movimentos, ou seja, melhorar os projetos pedagógicos ao lado do uso [das ferramentas] da tecnologia”, concluiu.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Plano Nacional de Educação: Câmara aprova texto-base do PNE, destaques serão votados na próxima semana

Por Agência Brasil


Com a galeria tomada por estudantes, professores e trabalhadores da Educação, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta (28/5/2014), por unanimidade, o texto-base do projeto que institui o Plano Nacional de Educação (PNE).

universalização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em
tempo integral 
para, pelo menos, 25% dos alunos da Educação básica são duas das 20 metas do PNE

O PNE estabelece 20 metas a serem cumpridas nos próximos dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo; o aumento de vagas em creches, no ensino médio, no profissionalizante e nas universidades públicas. O plano destina também 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação – atualmente são investidos menos de 6% do PIB.

De acordo com o relator, Ângelo Vanhoni (PT-PR), a educação integral é a meta mais revolucionária do PNE.  “Em países desenvolvidos, os pais levam os alunos à escola às 7h da manhã e pegam às 17h. Isso porque a grade curricular, os sistemas municipais de ensino, contam com os conteúdos básicos – matemática, português, história, etc – e aulas de reforço no período da tarde, com tempo de sobra ainda para aulas de música, dança”, comparou.

Os deputados votaram conforme o parecer de Vanhoni, que alterou o texto aprovado no Senado. A principal mudança foi a alteração no artigo que trata do financiamento da Educação.

A comissão especial da Câmara que debatia a proposta aprovou a meta de atingir a aplicação de 10% do PIB em Educação pública ao final dos dez anos, conforme versão aprovada pela Casa em 2012. O texto do Senado previa que os recursos também poderiam ser utilizados em isenção fiscal e em subsídios a programas de financiamento estudantil.

Nas galerias da Câmara, estudantes, professores e profissionais de Educação seguravam cartazes e pediam a aprovação do PNE. Os manifestantes foram autorizados a acompanhar a votação no plenário e comemoraram o resultado sob os gritos de “10% do PIB para Educação”.

A votação do texto-base foi uma maneira de ganhar tempo na negociação dos temas considerados polêmicos como o que trata do financiamento da Educação. O tema vai ser debatido novamente na próxima semana quando os deputados devem votar os destaques ao texto.

Outro ponto a ser debatido é a possibilidade de a União ter de complementar recursos de estados, Distrito Federal e municípios se estes não atingirem o montante necessário para cumprir padrões de qualidade na educação, conceituados como Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi) e Custo Aluno Qualidade (CAQ).

A votação dos destaques do PNE farão parte do esforço concentrado anunciado nessa quarta-feira, pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A intenção de realizar um esforço concentrado para votar matérias de maior apelo da sociedade.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Educação: novos paradigmas do ensino da língua portuguesa


Pesquisas realizadas na área da Educação apontam que, em geral, o desempenho dos alunos da rede pública de ensino na disciplina de língua portuguesa não tem atingido resultados positivos.

Segundo os dados do De Olho Nas Metas, realizado pelo Todos Pela Educação, o índice de alunos com aprendizado adequado em língua portuguesa no Ensino Médio se manteve estagnado em 29% nos últimos anos.

A vivência da sala de aula confirma as estatísticas nacionais: nas escolas da rede pública é comum encontrar adolescentes e jovens desinteressados pelas atividades voltadas somente ao aprendizado da gramática normativa, desestimulados para a prática de exercícios de leitura e escrita.

A professora de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), Neide Luzia de Rezende, destaca que para lidar com os desafios da atualidade os professores precisam reconhecer que os alunos estão totalmente conectados aos meios eletrônicos. “Nós temos um novo contexto social e de práticas sociais do jovem, isso tem a ver com outros suportes para os métodos de leitura e escrita. No polo da aprendizagem, podem surgir questionamentos se essas novas práticas são mais superficiais do que as de antigamente porque, hoje, existe um investimento na simultaneidade das informações e não na sequencialidade, como conhecemos tradicionalmente, mas os alunos estão imersos em outra realidade de desenvolvimento da linguagem”.

A formação profissional do professor muitas vezes não está de acordo com o processo de aprendizagem do aluno, com as metodologias e a didática dos conteúdos nas aulas. “Existe uma formação muito variada entre os professores e não é possível afirmar que todos não estão ensinando ou são antiquados. Uma parte dos professores, de fato, não acompanha essas novas práticas sociais que o aluno vivencia. Os profissionais com formação mais antiga acabam ficando vinculados às práticas e conteúdos mais cristalizados, não acompanhando a renovação, os novos paradigmas de ensino”, salienta Rezende.

No âmbito na língua, segundo Rezende, tem se tornado hegemônico o entendimento de que não se trabalha mais com um conteúdo exclusivo de gramática normativa. “O texto é o ponto de partida para o ensino da língua e devemos considerar seus aspectos linguísticos e discursivos. O que esse texto diz sobre o lugar em que ele aparece? A que ele se refere? Temos textos advindos de diferentes esferas e atividades. Os gêneros textuais são apresentados em sala de aula supondo que o aluno terá contato com o conteúdo e, ao mesmo tempo, será capaz de reconhecer os aspectos linguísticos e a gramática que o sustenta, levando em conta que o texto advém de uma parte da sociedade e traz elementos para serem estudados”.

Hoje, no ensino de língua portuguesa, há uma extensão para a aprendizagem e outra para o social. As duas estão intimamente ligadas, explica Rezende. “Se o professor trabalha com notícia ou editorial de jornal, que são textos recorrentes na sala de aula, ele não pode trazer aquilo como texto desvinculado de um contexto. No caso do texto jornalístico é interessante que o aluno tenha contato com o meio onde isso aparece, para que ele possa ler e também praticar. O professor pode trabalhar de uma forma que o aluno traga elementos do seu cotidiano, escreva e organize em texto os dados que ele possui. É preciso estabelecer uma relação entre o que está dentro e fora dos muros da escola, isso traria dinamicidade e riqueza para a aula”.

Partindo desta familiaridade que os alunos do ensino médio têm com as diversas mídias e tecnologias, a professora de língua portuguesa do Centro Territorial de Educação Profissional Recôncavo II – Alberto Tôrres e do Colégio Estadual Landulfo Alves de Almeida, Abigail dos Santos Fonseca, decidiu investigar e desenvolver, em 2010, uma metodologia com o uso de um blog como ferramenta de interação e aprendizagem no ambiente escolar.

O projeto levou em consideração os novos modos de aprender, bem como o papel do professor na formação de seres humanos capazes de exercer plenamente a sua cidadania.

Fonseca percebeu que seus alunos tinham dificuldade nas aulas de português – e reclamavam disso com frequência – pela falta de interesse e estímulo que eles sentiam em relação à leitura, compreensão e produção textual. “Não adianta a escola fazer algo que não seja parte da realidade do aluno, precisamos envolver, mediar e criar situações de aprendizagem. A leitura e a escrita, hoje, não são responsabilidade apenas do professor de português. 
Hoje, nós temos a mídia que pode ser nossa aliada ou inimiga, tudo depende da forma como se trabalha. Por exemplo, em um debate que fizemos na sala de aula, os alunos falaram sobre a morte das bibliotecas e questionaram por que as redes sociais não são utilizadas para fomentar a leitura. Eles sentem a dificuldade e têm consciência da realidade”.

Os textos e os assuntos abordados nas aulas eram estendidos nas postagens do blog. “Uma vez eles leram o romance Iracema, de José de Alencar, nós discutimos e eu lancei algumas questões sobre a cultura da personagem, o que eles fariam em determinadas situações, no blog. Isso foi uma forma deles emitirem opinião sobre o assunto, ainda que de forma desordenada inicialmente. Eu enfatizava para eles que cada situação exige uma linguagem diferente e a produção depende do lugar, do público e do momento que estamos vivendo”, explica Fonseca.

Fonseca também acredita que é preciso romper as barreiras do uso da tecnologia no contexto escolar. “Muitas vezes existe o comodismo, o medo do novo e o professor não consegue chegar até o aluno. O governo tem investido na tecnologia na escola, mas precisamos ter cuidado para não acharmos que a informatização irá mudar a Educação. Na verdade, tudo depende da forma como o professor encara, administra e forma objetivos com as novas ferramentas. Além disso, gestão educacional precisa ter uma visão ampla e não ficar presa ao tradicional e sistemático. Não adianta apenas nos preocuparmos com conteúdos específicos, temos que ajudar o aluno a produzir conhecimentos que vão servir para ele na sociedade e ensiná-lo para a cidadania”.

Para a professora de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa Feusp, Neide Luzia de Rezende, os profissionais da educação que conseguem realizar um trabalho mais autônomo, que aproxime os alunos, mesmo seguindo as orientações do material fornecido pelas secretarias de educação, tem mais chances se conseguir resultados positivos. “A ideia de trabalhar com projeto é rica porque permite a reorganização ao longo do tempo, mudanças de acordo com cada edição. O valor disso é o planejamento das ações e a integração com a comunidade escolar. É preciso ter uma concepção, mecanismos de avaliação constantes e elementos da vida social para entrosar o aluno. O movimento de dentro da escola para fora por meio da linguagem é fundamental. É preciso entender a prática e a crítica dos alunos em relação à escola, ouvi-los. Isso não quer dizer ficar no mundo deles, mas partir da colaboração e avançar junto com eles”.


domingo, 25 de maio de 2014

Universidade para todos: Negros ocupam metade das bolsas do ProUni



Por Agência Brasil

Metade dos beneficiados pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) é negra. A informação foi divulgada pelo secretário da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Paulo Speller, em seminário que comemorou os dez anos do programa, na Câmara dos Deputados. Desde que foi criado, o ProUni ofertou, no total, 1,27 milhão de bolsas e formou 400 mil estudantes.

No Brasil, juntos, pretos e pardos são 50,7% da população, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, o grupo é minoria no ensino superior. O Censo da Educação Superior de 2012 mostra que, dos 7 milhões de estudantes, 187 mil são pretos e 746 mil pardos, o que representa 13,3% do total. A maioria dos negros está em instituições particulares, 608 mil, 62,2% dos que cursam ensino superior.

Na análise do professor de história e integrante da UNEafro Brasil, Douglas Belchior, o dado é positivo e mostra uma ocupação cada vez maior da juventude negra em cursos superiores. No entanto, ele ressalta que a luta histórica do movimento negro é pela ocupação de vagas em instituições públicas de ensino.

“A reivindicação é por uma Educação pública de qualidade para que um dia esses programas compensatórios, como as cotas e o ProUni, possam deixar de existir", diz, acrescentando que “ainda que tenham as cotas, elas são metade do que reivindicamos historicamente, que é a ocupação das vagas na proporção da presença de negros em cada estado”.

O ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais em instituições particulares de ensino. As integrais são para estudantes com renda bruta familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. As bolsas parciais são para candidatos com renda bruta familiar igual ou inferior a três salários mínimos por pessoa. O bolsista parcial pode usar o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para custear o restante da mensalidade. Em 2014, foram ofertadas 191 mil bolsas, entre parciais e integrais. Atualmente, participam do programa 1,2 mil instituições e, no total, 500 mil bolsas estão ativas.

O programa busca ampliar o acesso à formação superior. Até 2011, aproximadamente 18% dos jovens de 18 a 24 anos tinham acesso a cursos de nível superior. Em 2012, o censo apontou que o número de matrículas era superior a 7 milhões. As instituições privadas concentram a maior parte desse total: 5,1 milhões.

O Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso Nacional, estabelece que, em dez anos, 33% da população entre 18 e 24 anos deve ter acesso ao ensino superior.

Para Paulo Speller, o programa está cumprindo o papel social.  "A conclusão que podemos tirar é que o ProUni é um programa efetivamente de inclusão social. Tem sido aperfeiçoado, mas esses dados são em relação ao total. Temos aqui uma plataforma que atesta o grande sucesso que tem sido esse programa", diz o secretário. 

Ele explica que os bolsistas integrais matriculados em cursos presenciais com, no mínimo, seis semestres e cuja carga horária média é igual ou superior a 6h diárias podem receber também uma bolsa permanência de R$ 400. Segundo Speller, 6,8 mil alunos estão aptos a receber o benefício.


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Enem 2014: Terminam hoje as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio

Por Agência Brasil

Esta sexta (23/5/2014) é o último dia para se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições são feitas no site do Enem, basta preencher os campos solicitados. Na noite de ontem, o número de inscritos chegou a 7.225.864, superando os 7.173.574 do ano passado. O sistema estará aberto até as 23h59.

Clique aqui e veja a importância da nota do Enem em seis programas 

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) espera que o número chegue a 8,2 milhões. Na reta final, a recomendação é que os candidatos usem os melhores horários para acessar o sistema e evitar lentidão. O acesso é facilitado até as 9h, entre as 14h e as 17h e após as 21h.

Feita a inscrição, o candidato deve ficar atento à data limite para pagar a taxa de R$ 35, em 28 de maio. Sem ela, a inscrição não é confirmada. Estudantes da rede pública e pessoas com renda familiar até 1,5 salário mínimo são isentos.

Depois de inscrito, o candidato pode acessar a página pessoal e gerar o boleto para o pagamento. Para isso, é preciso o CPF e a senha cadastrada. Caso tenha esquecido a senha, é possível recuperá-la no local indicado na própria página.

Este ano, travestis e transexuais poderão ser identificados pelo nome social. Para isso, é preciso fazer o pedido pelo telefone 0800-616161, também até esta sexta-feira.

As provas serão nos dias 8 e 9 de novembro. O exame será aplicado em 1,6 mil cidades.

Para se preparar, o aluno pode acessar o aplicativo Questões Enem, banco de questões da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que reúne as provas de 2009 a 2013. O acesso é gratuito.



sexta-feira, 16 de maio de 2014

Graduação e pós-graduação: Senai do Rio abre inscrições para 3 cursos

Você tem até 30 de maio para se inscrever no vestibular da Faculdade Senai Rio, que oferece cursos de graduação tecnológica em Automação Industrial , com 19 vagas, e Processos Metalúrgicos, 40 vagas, além de pós-graduação e cursos de extensão nas áreas de Petróleo & Gás e Biocombustível.

Alunos no curso de automação industrial, em foto de Antonio Batalha

Os cursos de graduação tecnológica são de nível superior, com duração de três anos. Para participar do processo seletivo, precisa ter concluído o ensino médio. O vestibular contará com redação e prova objetiva com questões de Português, Matemática e Física. As aulas serão nos campi da Tijuca, de Benfica e do Maracanã, de acordo com o curso.

O tecnólogo em Automação Industrial atua no planejamento, instalação e supervisão de sistemas de integração e automação. No mercado pode ser inserido em vários setores industriais, como petroquímico, alimentos e bebidas, papel e celulose, metalurgia, automobilístico e farmacêutico.

O tecnólogo em Processos Metalúrgicos utiliza os fenômenos envolvidos em processos como siderurgia, fundição, moldagem de ligas metálicas, tratamento térmico e superficial. Pode trabalhar em segmentos industriais como metalurgia, petroquímico, metalmecânico e automobilístico.

Com a graduação tecnológica, a atuação do Senai Rio oferece cursos desde as turmas de iniciação, passando pelos cursos de aperfeiçoamento, aprendizagem, qualificação, técnico, tecnólogo e extensão, até as turmas de especialização e pós-graduação.

Segundo pesquisa realizada pelo Senai, em áreas como petroquímica, energia, mineração, metalmecânica e eletromecânica, a média salarial dos técnicos passa as da carreira de nível superior como um todo: R$ 6.300 na petroquímica e R$ 5.700 na mineração, contra R$ 2.700 de um farmacêutico ou de um psicólogo, por exemplo.

Mais informações: 0800 0231 231, ou www.faculdadesenairio.edu.br


Pesquisa e inovação: banheiro químico para pessoas com deficiência ganha prêmio em feira internacional

Pipi Rodas, um banheiro químico adaptado para pessoas com deficiência, dotado de guincho de transporte do usuário de cadeira de rodas para o vaso sanitário e vice-versa, proporcionando acessibilidade a eventos culturais, entre outras atividades. Esse foi o projeto vencedor do Grand Prix Senai de Inovação, realizado durante a Business IT South America (BITS), no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre − feira que se encerrou nesta quinta (15/5/2014).

Como a vencedora, as equipes foram formadas por alunos e técnicos do Senai
e representantes de universidades e de empresas (foto Sistema Fiergs)

Em segundo lugar ficou o projeto Estacione Aqui, um aplicativo web que permite a verificação estacionamento livre em áreas controladas por parquímetros, direcionando o tráfego para locais com oferta de vagas, evitando a circulação desnecessária em locais onde não há disponibilidade. O terceiro colocado foi o Fidelidade ao Transporte Público, um estímulo ao uso dos coletivos, por meio de um programa de milhagem para os usuários mais assíduos, que pode ser convertido em cupons para acesso a atividades culturais.

O resultado veio depois de 48 horas ininterruptas de muito trabalho, troca de ideias e informações e reflexão na elaboração de projetos para solucionar problemas de mobilidade. Surgiram 134 propostas − 71 delas com protótipos. Os três primeiros colocados estão pré-qualificados para participar do Edital Sesi Senai de Inovação e estão mais próximos de chegar ao mercado.

Promovido pelo Senai e IEL do Rio Grande do Sul, o Grand Prix de Inovação consiste na geração de ideias inovadoras, a partir da união de equipes multidisciplinares, formadas por alunos e técnicos do Senai, representantes de universidades e de empresas, tudo para estimular a inovação dentro das indústrias.


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