Os desafios da Educação científica e a democratização da informação
foram os tópicos mais abordados nesta segunda (25/11/2013) no primeiro dia de
palestras da sexta edição do Fórum Mundial de Ciência, reunido no Rio. Em maior
ou menor grau, países ricos e pobres são afetados pela dificuldade em atrair
jovens para a iniciação científica por meio da Educação formal.
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O evento, que reúne cerca de 600 cientistas de todo o mundo, termina nesta quarta (27/11/2013), com o temas Desigualdades como barreiras para a sustentabilidade, Políticas para a ciência e governança, Integridade científica e ética na ciência, bioenergia, Academia e empresas, entre outros. Clique aqui para assistir as sessões do fórum |
De acordo com o presidente do Conselho de Ciências do Japão, Takashi
Onishi, os investimentos em Educação científica em seu país são significativos,
mas as escolas enfrentam concorrência desleal com a internet, quando o assunto
é a atenção e dedicação do estudante. No Brasil, segundo o diretor da Academia
Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, os problemas são mais complexos,
porque incluem os baixos salários dos professores e a pouca valorização da Educação
pela sociedade como um todo.
“É um tema extremamente importante que tem sido negligenciado há
séculos na história do Brasil. A valorização significa aumentar os salários e
promover a Educação continuada dos professores”, disse ele. “Sendo cientista,
conheço o fascínio da ciência. Acho muito importante o processo pelo qual a
fascinação da ciência chega às crianças. Os professores devem transmitir a
magia da ciência”.
Um dos participantes do fórum, o professor de física Jorge Flores, da
Universidade Nacional Autônoma de México, defendeu investimentos na Educação
informal, para que o conhecimento seja repassado de maneira eficaz. “Pelo menos
na América Latina, os sistemas educativos são incapazes de produzir um ensino
correto das ciências”, disse ele. O professor acredita que “o uso de centros
pequenos e interativos de ciência podem ajudar os estudantes a fazer
experimentos”.
Para a assessora científica da União Europeia, Anne Glover, Educação e
democratização da informação científica são parceiras na diminuição das
desigualdades e na prosperidade das nações. “Não há futuro sem Educação. O
mundo está mudando tanto que e a ciência, engenharia e tecnologia são o nosso
futuro. Para permitir que o futuro chegue a todos os cidadãos, eles precisam
entender a ciência, como ela funciona e o que ela tem a oferecer para escolher
o que querem e o que não querem”, comentou ela.
A cientista ressaltou que a ciência traz enormes possibilidades aos
seres humanos que vão além da conquista de um emprego ou avanços tecnológicos.
“A ciência é parte da nossa cultura assim como a música, as artes plásticas, e
pode proporcionar verdadeira alegria e muita diversão”, disse Glover.
A diretora do Centro de Políticas de Agricultura para Crianças da
China, Linxiu Zhang, defendeu mais investimento em Educação e acesso à
informação. Ela explicou que, embora ninguém passe fome em seu país, a dieta em
alguns lugares é pobre devido à falta de informação. “Na China, a falta de uma
dieta balanceada tem prejudicado a performance acadêmica de alguns alunos. Por
isso, é importante Educar os pais para que eles saibam qual tipo de comida é
boa para o filho”, explicou Zhang.
Para o subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos
Estratégicos, Ricardo Paes de Barros, o acesso universal ao conhecimento é
sucesso inegável para a redução das desigualdades, bem como o livre fluxo
mundial de conhecimento. “É muito importante o trabalho conjunto para problemas
globais e o compartilhamento de tecnologias sociais. Está clara a necessidade
de documentar-se melhor as tecnologias e torná-las mundialmente conhecidas”,
declarou Barros.
Fonte Agência Brasil