quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Neurociência e Educação: 'Ensinar é muito mais que passar conteúdo'

Para pesquisadora, mais que instruir sobre fatos, escola deve atender às necessidades sociais e emocionais

Se a escola focar apenas o conteúdo, o processo de aprendizagem não tem a menor chance de ser bem-sucedido. Isso é o que defende a neurocientista Adele Diamond*. "Se as necessidades emocionais, sociais e físicas forem ignoradas, não há excelência acadêmica." Canadense, ela falará no seminário Educação Infantil: Evidências Científicas sobre as Melhores Práticas, promovido pelo Instituto Alfa e Beto, nesta sexta-feira, em São Paulo.

Como surgiu seu interesse pelo estudo da neurociência na educação?
Meus primeiros três anos de pesquisa foram no campo da sociologia e da antropologia. Quando estava terminando, vi que não era aquilo que eu queria. Então, me lembrei de um seminário em que a palestrante havia dito que crianças do mundo todo mostravam as mesmas alterações cognitivas - como ser capaz de descobrir um objeto escondido ou a angústia de uma separação - com aproximadamente a mesma idade, mesmo que suas experiências tenham sido muito diferentes. "Não podemos ser apenas fruto da experiência e da aprendizagem. Deve haver um componente de maturação cerebral", ela disse. Foi dessa inquietação que cheguei à neurociência.

E como foi sua pesquisa?
Foquei meus estudos no córtex pré-frontal do cérebro - espaço do qual dependem as habilidades cognitivas - e também nessas habilidades, sobretudo em crianças pequenas.

Chamadas de funções executivas, as habilidades cognitivas respondem por uma série de fatores, como o controle da atenção (o que nos permite amplificar nossa percepção ou raciocínio em determinada direção); o autocontrole; a memória de trabalho (relacionada à manipulação de informações com propósito e não à sua armazenagem passiva); o raciocínio; a capacidade de resolução de problemas e a nossa flexibilidade cognitiva, intimamente ligada à criatividade.

Inúmeros estudos demonstram que isso tudo está relacionado ao desempenho acadêmico. Mas não o conseguiremos da forma como as crianças são educadas na escola. Se queremos melhores resultados acadêmicos, a rota mais eficiente e de melhor custo-benefício é, ao contrário do que diz a intuição, não se concentrar na formação conteudista, mas abordar também o desenvolvimento social, emocional e físico das crianças.

Como tratar o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional?
Em primeiro lugar, não são necessários equipamentos caros ou de alta tecnologia. Nas salas infantis, os jogos e brincadeiras - longe de representarem perda de tempo - são elementos vitais para melhorar o desempenho acadêmico das crianças. No ensino médio, em vez de ensinar física em sala de aula, que tal levar a classe para restaurar um carro velho? Isso, ao mesmo tempo em que exige a aplicação dos princípios da disciplina, faz com que os alunos pratiquem uma atividade física. E mais: é uma experiência de trabalho colaborativo, em que todos participam da tomada de decisão com um propósito compartilhado. Uma experiência rica de formação de comunidade.

Esse modelo não corresponde ao que se pede nas avaliações atuais, focadas em conteúdo.
O que queremos para nossos filhos? Nosso desejo é que eles sejam preenchidos com um monte de fatos? Penso que a maioria quer filhos capazes de resolver problemas, de raciocinar, de ser um pensador criativo. Mas, se as avaliações medem o que é prioridade da escola, e o foco dos testes atuais são apenas conteúdos, logo se vê que a educação não tem valorizado o raciocínio de resolução de problemas e a lógica criativa.

Quais são os prejuízos quando a escola ignora essa contexto?
Em nenhum lugar a importância da saúde social, emocional e física é mais evidente do que no córtex pré-frontal. Quando há problemas físicos ou emocionais, as crianças ficam mais pobres de raciocínio, esquecem as coisas, diminuem a capacidade de exercer disciplina e autocontrole. Se a sociedade quer alunos bem preparados, precisa levar a sério que as diferentes partes do ser humano são inextricavelmente interligadas. Se as necessidades emocionais, sociais e físicas forem ignoradas, isso trabalhará contra a excelência acadêmica. Por isso, mesmo que o objetivo seja só melhorar os resultados acadêmicos, não dá para ser apenas conteudista. Isso afasta novas descobertas.

Como estimular os alunos a serem desafiadores?
Isso só é possível se a criança se sentir segura para errar. Sugiro um novo item para o relatório dos alunos, "aventurou-se em águas desconhecidas, tentou uma abordagem nova e diferente, foi criativo". Isso independentemente de sucesso ou fracasso em sua tentativa. Quando uma criança cai ao aprender a andar, não dizemos que ela recebe um "D" na caminhada, mas sim: "Não se preocupe, eu tenho certeza que você vai ser capaz de fazer isso". Precisamos tomar essa atitude para dominar habilidades na escola.

Qual conselho daria para os professores brasileiros?
Em primeiro lugar, as crianças precisam se sentir compreendidas. Por isso, a humanidade de um professor é mais importante do que seu conhecimento ou habilidade. Segundo: para superar o que já sabem, as crianças precisam sentir que se acredita nelas. Terceiro: criança não é estudante universitário para ficar sentada por longos períodos. Elas aprendem melhor em movimento. Quarto: não use punição ou reforço negativo. Isso não funciona e pode fazer com que o pequeno se retraia.

Em vez disso tudo, incentive que uma criança ajude a outra. Estudos mostram que, em algumas situações, essa troca produz mais resultados do que a aula do professor. A lista é grande, não é? Mas o último ponto vai ajudar: os professores devem relaxar - eles não vão ser perfeitos (ninguém é!) e cometerão erros. É normal. Só não podem se estressar, porque assim nunca serão os docentes que sonham ser.

*Professora na Universidade British Columbia, no Canadá, trabalha com Neurociência do Desenvolvimento Cognitivo, campo que estuda as mudanças que ocorrem na mente da criança à medida que cresce.



Petróleo e gás: Senai promove seminário sobre simulador e capacitação profissional na Oil & Gas


Participantes da principal feira de petróleo e gás da América Latina podem assistir nesta quinta (20/9/2012), às 15h, o seminário Simulador Dinâmico para Capacitação Profissional do Segmento Petróleo e Gás, com o engenheiro Athayde de Freitas. A promoção é do Senai do Rio de Janeiro, que ocorre no último dia da 16ª edição da Rio Oil & Gas 2012, no Riocentro. O Senai também apresenta dois equipamentos desenvolvidos com tecnologia de ponta para operações no segmento de petróleo e gás: Maquete Holográfica 3D e Planta de Processo de Realidade Aumentada.

O Senai-RJ, em parceria com a Petrobras, desenvolveu o mais moderno simulador de estabilidade e emergências em plataformas do mercado, que tem só dois modelos similares na Escócia. O equipamento usado na capacitação profissional e orçado em US$ 3 milhões, já preparou mais de 700 profissionais. Trata-se de um contêiner ligado a motores elétricos e computadores, que, por meio da tecnologia de realidade virtual, reproduz com exatidão uma cabine de controle de plataforma. “O simulador reproduz situações críticas para que o funcionário saiba como agir quando se deparar com elas”, explica Ricardo Curtys Dias, gerente Operacional do Centro de Tecnologia do Senai, em Benfica, no Rio.

(Foto Guarim de Lorena/Sistema Firjan)
O simulador de lastro foi desenvolvido no Brasil e reproduz o funcionamento de todos os modelos de plataformas em atividade no país.

Segundo o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, "os Centros de Tecnologia Senai (CTS) vêm se tornando referência para a Petrobras, em particular, e para todo o setor, em geral, oferecendo soluções antes disponíveis apenas no exterior". Para aprimorar a evolução da área de petróleo e gás, Gouvêa Vieira revelou novos investimentos no CTS Automação e Simulação: "serão desenvolvidos mais nove ambientes de simulação, em Benfica (na capital fluminense)".

Desenvolvida pelo CTS Automação e Simulação, a Maquete Holográfica 3D reproduz o funcionamento de uma plataforma, em formato miniatura. Por meio da realidade virtual, é possível ver as soluções desenvolvidas para procedimentos nas plataformas, a exemplo do Simulador de Lastro.

O equipamento utiliza diversos cenários para apresentar situações reais, rotineiras e de emergências nas plataformas de petróleo e gás, promovendo treinamento offshore, com padrão internacional, de gerentes e operadores em ambientes únicos na América Latina.

Por meio de aplicações de realidade virtual e aumentada, com uso em ambientes interativos e imersivos, empresas de diversos portes conseguem se tornar mais competitivas ao usar o simulador não só para capacitação profissional, mas também para testes, pesquisas e desenvolvimento de novos produtos.

O simulador está em operação no CTS Automação e Simulação, em Benfica, onde são ministrados cursos de capacitação profissional. O equipamento simula, por exemplo, o pouso de um helicóptero, em que o operador deve calcular os esforços, pesos e tensões que são necessários a serem equilibrados com os demais empregados na plataforma para a aterrissagem. Simula também um rebocador ao se aproximar de uma plataforma, o que pode gerar um choque (abalroamento) com a estrutura da embarcação e causar alguma avaria. Neste momento, o operador deve corrigir e compensar a estabilidade, mantendo a integridade e a segurança da plataforma até os devidos reparos.

Outra atração do estande do Senai na Oil & Gas é a Planta de Processos de Realidade Aumentada, que simula procedimentos de inspeção de equipamentos e manutenção industrial, em escala reduzida. A visualização da simulação é vista por um tablet, que, ao ser apontado para o equipamento, reconhece sua atividade.

O tablet pode interpretar, por exemplo, informações de banco de dados do equipamento, última manutenção efetuada, manual de alguma peça, além de permitir infinitas interações, como dar baixa em estoque.

Governo investe em projetos de P&D
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, anunciou na Oil & Gas 2012 o Inovapetro, edital com R$ 3 bilhões voltado à cadeia de fornecedores de óleo e gás no país. Podem participar apenas projetos desenvolvidos no Brasil. “Não serão criadas adaptações de projetos do exterior com esses recursos. Vamos apoiar projetos para tecnologias na superfície, instalação submarina e perfurações de poços”, disse Raupp.

A Petrobras também investe no Centro de Tecnologia Senai (CTS) Solda, no bairro da Tijuca, capital fluminense, para colocar o laboratório referência no país em tecnologia de soldagem. O projeto buscará atender às necessidades de pesquisa, desenvolvimento, qualificação de processos e ensaios.

Outro investimento da estatal brasileira será no CTS Ambiental, também localizado na Tijuca, fechou parceria com o Cenpes para implantar o Laboratório de Fluidos. Essa unidade será voltada para pesquisa e desenvolvimento, além de ensaios físico-químicos e de desempenho, em matérias primas usadas em fluidos.

Frase de Hoje


“Seja criativo. Pense de maneira não-convencional.
E tenha a coragem de permanecer assim.”
Lee Iacocca

terça-feira, 18 de setembro de 2012


Inovação e tecnologia: gerenciamento de obras e descarte de resíduos são gargalos da construção civil

A necessidade de adotar soluções inovadoras no gerenciamento dos canteiros de obras e de chamar a atenção dos profissionais do ramo da construção civil e dos empreendedores do setor para o descarte correto dos resíduos sólidos da obra foram temas tratados na recente feira Construir Bahia 2012, na última quinta (13/9/2012), no Centro de Convenções de Salvador. Os dois temas foram tratados durante o 10º Seminário Tecnológico e 9º Seminário de Inovação na Construção Civil, realizado pelo Senai, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) e o Sebrae.

A importância dos debates no evento, que completa dez anos, foram ressaltados pelo presidente do Sinduscon, Carlos Alberto Vieira Lima. “Não podemos ficar no estágio em que estamos, com canteiros e processos de construção que permanecem os mesmos de 40 anos atrás e pagando um preço elevado por isso”, destacou. Vieira Lima também ressaltou que é preciso humanizar os canteiros, bem como inserir o planejamento como elemento essencial da obra.

Clarice: experiências sustentáveis
(Foto João Alvarez/Sistema Fieb)


Durante o seminário, foram realizadas cinco palestras, entre elas as da engenheira Clarice Degani,  pesquisadora da Escola Politécnica da USP, e do professor José de Paula Barros Neto, doutor em Administração pela UFGRS e professor titular do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará. Clarice falou sobre canteiros de baixo impacto ambiental e Barros Neto tratou da adoção da filosofia de gestão Lear (tecnologia de produção enxuta).

Um canteiro com baixo impacto ambiental, segundo Clarice, é aquele que traz menos incômodo para a cidade, a vizinhança, em termos de poluição, ruído, consumo de insumos, gestão de resíduo, a formalização do trabalho.

Ela explica que, no Brasil, em razão da fiscalização mais efetiva pelo Ministério do Trabalho da Norma Regulamentadora 18, que trata das condições e meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção, há um maior cuidado por parte das empresas em relação à segurança e saúde do trabalhador. As ações de minimização de perdas também encontram bastante aderência por parte do meio empresarial, por reduzir custos.

A norma do Conama vai focar na questão dos resíduos, impondo um rigor maior na separação e encaminhamento dos resíduos para a reciclagem. Mas a ausência de fiscalização, fez com que a resolução do Conama não tivesse a mesma receptividade nos canteiros, apesar da sua importância. “A expectativa é que esta realidade mude a partir de agora com a exigência do Conama de que os municípios tenham um Plano de Gestão de Resíduos da Construção Civil”. A norma foi instituída há 10 anos, mas não foi adotada na prática porque os municípios não criaram áreas específicas para destinação destes resíduos.

Barros Neto, que também atua como consultor do Senai da Bahia, falou sobre a adoção da produção enxuta na construção civil (filosofia Lear) que está sendo adotada por várias construtoras do Ceará, apresentando bons resultados na redução de custos .da ordem de 15 a 20%. De acordo Barros Neto, o objetivo é a redução do desperdício nos diversos estágios da obra, promovendo economia de tempo e de dinheiro.

A ênfase da filosofia Lear é no planejamento da obra, a partir do mapeamento de fluxos que tornam a obra mais visual e permite a detecção dos problemas para atacá-los com soluções. De acordo com o professor, a Bahia ainda não adota a Lear na construção civil, mas na próxima semana, o Senai-BA vai levar um grupo de empresários a Fortaleza para conhecer de perto esta filosofia de gestão.


Eficiência energética: Senai apresenta projeto na Morar Mais por Menos

O Senai de Mato Grosso do Sul vai apresentar projeto de eficiência energética durante a Morar Mais por Menos, que ocorrerá de 2 de outubro a 11 de novembro, em Campo Grande. A mostra será composta por 53 ambientes cujas estruturas apresentam economia e eficiência. De acordo com a assessora de cooperação e projetos especiais do Senai-MS, Ilana Coutinho Alencar, a participação da organização no evento envolve alunos do curso de qualificação de eletricista predial realizado em parceria com a Scheneider.

“Nossos alunos vão instalar o projeto no restaurante que está sendo montado dentro do evento e é um dos 53 ambientes que serão apresentados durante o Mora Mais por Menos. As arquitetas Luciana Teixeira e Ana Paula Zahran são as responsáveis por esse ambiente e nós somos parceiros para que elas desenvolvam o projeto dentro do conceito de menor consumo de energia”, detalhou Ilana.

Segundo o supervisor da elétrica predial e industrial da FatecSenai Campo Grande, Antônio Tavares de França Júnior, os alunos terão duas semanas de trabalho, oportunidade vai funcionar como laboratório. “O projeto visa à eficiência energética, automação residencial e arquitetura. Nós vamos cuidar da parte elétrica e contribuir com a parte da iluminação, verificar o melhor tipo de tomada, melhor altura, melhor disposição de equipamento para melhor eficiência”, explicou.

O instrutor do curso de eletricista predial da FatecSenai Campo Grande, Edson Lima, e sua turma de 23 alunos fizeram a sondagem dos pontos existentes e já iniciaram a montagem do projeto.

Aluno do curso de eletricista predial, Júlio Cesar Martinez dos Santos, 56 anos, destaca que já fez o curso há quase 10 anos e agora retornou para atualização. “Ao longo desse tempo muita coisa mudou e nós precisamos nos atualizar sempre”.

Independência é a palavra de ordem para o aluno Carlos Ramão Gonçalves, 43 anos. “Tinha conhecimento razoável e vim fazer o curso para conseguir mais independência na hora de resolver situação que envolve a eletricidade.”



Educação e tecnologia: pesquisa inédita aponta necessidade de qualificação profissional para os próximos 3 anos


O Sistema Indústria vai divulgar nesta quinta (20/9/2012), na sede do Sistema Fiesp, os principais resultados alcançados pelo Mapa do Trabalho Industrial, pesquisa inédita com a projeção da necessidade de capacitação de profissionais de nível técnico e de média qualificação para os próximos três anos em todo o Brasil. No Foyer do teatro do Sesi-SP, anexo ao Espaço Fiesp, haverá exposição de equipamentos com tecnologias de última geração utilizadas na indústria.

Junto, também será lançada a 7ª Olimpíada do Conhecimento, principal competição de Educação profissional e tecnológica das Américas que o Senai e indústrias promovem a cada dois anos pares. O evento será promovido de 12 a 18 de novembro, em São Paulo, com a participação de mais de 600 estudantes do ensino profissional de todo o país. Os melhores colocados nas 52 profissões que estarão em disputa vão concorrer a vagas na equipe brasileira que participará do WorldSkills 2013, maior competição internacional que terá a participação de mais de 50 países em Liepzig, na Alemanha.

Mercado de trabalho: Senai divulga as profissões da indústria em Santa Catarina


O guia apresenta as principais áreas de atuação profissional na indústria de Santa Catarina, uma das mais modernas do Brasil. As características de cada indústria, o tipo de trabalho a ser exercido, as competências necessárias, os cursos certos para o mercado de trabalho e os salários pagos aos profissionais.

Clique aqui e faça suas escolhas.


Da Carta na Escola: O desafio do ensino técnico

Entre 2002 e 2010, a rede federal de ensino profissional cresceu 114% no país. O setor, em clara expansão no Brasil, ganhou combustível com o anúncio pela presidenta Dilma Rousseff, em outubro do ano passado (2011), do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que propõe o fortalecimento da rede atual e a ampliação da oferta de vagas nos próximos quatro anos.

É um incentivo positivo, analisa Maria Clara Schneider (foto), reitora do Instituto Federal de Educação de Santa Catarina (IF-SC), mas que impõe seus desafios, até pelos prazos relativamente exíguos.

Coordenadora-geral do II Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, que reuniu em Florianópolis, em junho, reitores, professores e especialistas de todo o mundo, Schneider vê na área potencial para fomentar e mudar economias locais. Contudo, diagnostica que ainda falta reconhecimento. “O mercado valoriza o bacharelado de forma até discriminatória, e há uma conjuntura cultural de achar que a formação acadêmica é mais importante, mais nobre. É preciso mudar essa lógica.”

Leia aqui a entrevista completa dada à Clarice Cardoso 



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Não à corrupção: desvio de verbas em Educação e saúde poderá ser crime hediondo

É o que estabelece o projeto de dei do Senado (PLS 676/11) do senador Lobão Filho (PMDB-MA), que obteve, nesta terça (11/9/2012), parecer favorável da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O projeto será ainda analisado, em decisão terminativa, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O projeto altera a Lei 8072/1990, que define os crimes considerados hediondos. Caso a proposição venha a converter-se em lei, passarão a ser considerados hediondos crimes de corrupção já previstos na Lei das Licitações (8666/1993), “quando a prática estiver relacionada a licitações, contratos, programas e ações nas áreas da saúde pública ou Educação pública”. Os crimes hediondos são insuscetíveis de anistia, graça, indulto ou fiança.

Durante a reunião, o relator da proposta, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), apresentou seu voto favorável. Ele observou que, além dos mecanismos de controle já existentes e da fiscalização para combater os desvios de recursos públicos, “cabe tornar a legislação ainda mais rígida, na tentativa de coibir essas práticas nefastas”.

Na exposição de motivos do projeto, Lobão Filho lembrou que, recentemente, o Departamento de Patrimônio e Probidade da Advocacia Geral da União (AGU) divulgou que cerca de 70% dos recursos públicos desviados no país são das áreas de Educação e saúde.

A Controladoria Geral da União (CGU), segundo o senador, informou ainda que, entre 2007 e 2010, foram desviados, por prefeitos ou ex-prefeitos, R$ 662,2 milhões nesses dois setores. Essas verbas, como comentou Lobão Filho, seriam destinadas para a reforma de escolas e hospitais, compra de merenda escolar e remédios, e procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao concluir a votação, o presidente da comissão, senador Roberto Requião (PMDB-PR), anunciou o envio do projeto à CCJ. Em sua opinião, a matéria deverá ser analisada no âmbito da comissão especial que discute a proposta de reforma do Código Penal.

IPI
Também recebeu parecer favorável da comissão o PLS 4/2007, do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a aquisição de veículos destinados ao transporte escolar, quando estes forem adquiridos por governos estaduais, prefeituras ou pelo governo do Distrito Federal.

O projeto, que tramitou em conjunto com 15 propostas semelhantes, será ainda examinado pelas Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Serviços de Infraestrutura (CI), Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Assuntos Sociais (CAS) e Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e, em decisão terminativa, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O texto aprovado pela CE é um substitutivo elaborado pelo relator da matéria, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), que isenta ainda do IPI diversos outros produtos, como máquinas e equipamentos destinados à produção de leite.

Professores
Outro projeto que recebeu parecer favorável foi o PLS 312/2009, de autoria do então senador Marcelo Crivella, que isenta do pagamento do Imposto de Renda, no caso de acúmulo de empregos, os professores com pós-graduação das escolas de ensino básico da rede pública. O projeto teve voto favorável do relator, Cristovam Buarque, para quem a isenção prevista pode ser considerada “mais uma forma de revalorizar os professores”.



Escola da construção civil: Unidade de Chapecó vai atender 90 alunos por dia


O Senai de Santa Catarina inaugura oficialmente na próxima terça (18/9/2012), às 14h30, a Escola da Construção Civil de Chapecó. Em 296 metros quadrados, a Escola tem capacidade de atendimento de cerca de 90 alunos por dia.

Esta é a nona unidade da organização focada na construção civil. São unidades fixas em Balneário Camboriú, Blumenau, Joinville e Criciúma, e quatro móveis, que entraram em operação no início do ano. Outras duas unidades fixas, em Itajaí e Palhoça, estão com obras em andamento.

As atividades na escola de Chapecó já se iniciaram ainda antes da inauguração oficial. Estão em andamento três turmas do curso de mestre de obras (área de gestão), com cerca de 25 alunos cada; duas turmas do curso de eletricista predial, com cerca de 15 alunos cada, e uma turma do curso de aprendizagem em Oficial da Construção Civil, com 30 alunos.

Estão programados para o próximo ano cursos de qualificação e aperfeiçoamento, como mestre de obras, pedreiro, instalador hidráulico, eletricista predial, desenhista da construção civil e mais duas turmas do curso de aprendizagem em oficial da construção civil. O Senai de Chapecó também está trabalhando no projeto do curso técnico em edificações. Além das novas instalações, os cursos voltados à construção civil ocupam os demais laboratórios da unidade, como os de eletricidade e de informática.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção e de Artefatos de Concreto Armado do Oeste de Santa Catarina (Sinduscon), Lenoir Broch, a escola civil beneficiará diretamente 5,5 mil trabalhadores, além daqueles que atuam na informalidade. A partir de conversas com funcionários de sua própria construtora, o empresário observa uma mudança no comportamento dos profissionais que realizam algum curso profissionalizante. "Eles debatem os temas relacionados ao trabalho com mais propriedade, adquirem segurança, inclusive para conversar".

Broch constata ainda uma mudança na visão dos funcionários no que diz respeito ao emprego. "Eles percebem que a relação de trabalho não apenas uma questão de tempo trabalhado versus salário, mas também de tarefas bem executadas, de entrega de produtos bem acabados. O profissional formado nos cursos valoriza mais o resultado do trabalho que faz". O Oeste catarinense tem cerca de 500 construtoras.

O empresário entende que a escola da construção civil atende as expectativas de qualificação e profissionalização do setor. "Nos cursos, eles utilizam equipamentos que ainda não chegaram a muitos canteiros de obras devido à falta de profissionais que saibam operá-los". O presidente do Sinduscon ressalta que a entidade está comprometida em sensibilizar as construtoras filiadas a mobilizar seus trabalhadores e outros interessados para a realização dos cursos.

Open house: Samaúma vai levar o Mundo Senai ao interior do Amazonas

O Senai vai promover nos dias 27 a 29 de setembro em todo o país a abertura de suas unidades à visitação pública. No Amazonas, o barco-escola Samaúma também participa da campanha Mundo Senai, cujo objetivo é divulgar cursos, serviços, tecnologias e a importância da Educação profissional e tecnológica para a competitividade da indústria do Brasil.

Os amazonenses poderão visitar as instalações e participar de atividades sobre as ações desenvolvidas em cinco unidades operacionais da organização em Manaus, três Agências de Treinamento no interior do estado e no Samaúma.

Foto Senai do Amazonas
O coordenador do barco-escola, Saulo Ramos (foto), será o anfitrião da unidade móvel fluvial no sábado (29/9/2012), em Maués, município distante 268 quilômetros de Manaus.

“Esperamos receber cerca de 300 maueenses para conhecer o Samaúma, unidade pioneira do Senai que dissemina a educação profissional pelos rios da Amazônia. Vamos apresentar nossas oficinas embarcadas e estamos planejando uma feira cultura com a exposição de trabalhos desenvolvidos pelos alunos, mostrando o que já aprenderam ao longo dos 16 cursos em andamento no município”.

O barco-escola conta com tripulação máxima de 14 multiprofissionais, sendo marinheiros, instrutores e administrativos, que contribuem com a formação profissional da população ribeirinha por onde chega, aporta e permanece por 45 dias.

Neste ano, o Samaúma certificou 1.648 alunos nos municípios de Novo Airão, São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e Manaquiri. As atividades realizadas pela unidade fluvial contam com a parceria da Petrobras, Prefeituras atendidas, Schneider, Amanco, Sebrae e SESI. Segundo o coordenador do barco-escola, a meta é atender mais de 400 maueenses até outubro.

O Mundo Senai no Amazonas chegará a às Agências de Treinamento de Itacoatiara, a 234 quilômetros da capital, e de Parintins, a 369 quilômetros distantes de Manaus, no dia 28. No dia 29, o evento ocorrerá na Agência de Iranduba, município próximo da capital, a 22 quilômetros.

Na agenda nesses municípios oficinas, palestras, distribuição de kits informativos de cursos nas modalidades de iniciação, aprendizagem, qualificação e aperfeiçoamento profissional nas áreas de informática, administrativo, mecânica, construção civil, alimentos, confecção do vestuário, refrigeração, madeira/móvel, transporte pesados, atendimento ao cliente, entre outros ações.

Educação e tecnologia: Brasil pode perder R$ 115 bilhões por falta de profissionais de tecnologia da informação


Se a escassez de profissionais qualificados no setor de tecnologia da informação (TI) persistir, o Brasil pode deixar de arrecadar R$ 115 bilhões em receitas, em 2020, por causa da falta de profissionais. O alerta é da gerente do Observatório Softex, Virginia Duarte, durante a abertura da recente Rio Info.

A estimativa se baseia na publicação Software e Serviços de TI – A indústria brasileira em perspectiva, em que o observatório faz uma análise do mercado de trabalho de TI, considerando faixa etária, o perfil do profissional, carreira, condições de contratação, modelo de negócio, nível de escolaridade e remuneração.

“É um apanhado do perfil do profissional e do mercado”, disse à Agência Brasil a gerente da Softex, associação gestora do Programa para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco no desenvolvimento de mercados e em aumentar a competitividade da indústria brasileira de software e TI. “O quadro mostra que vai existir uma escassez [de profissionais] e ela é tanto quantitativa como qualitativa. Tem a ver com as competências que se espera do profissional do futuro”.

Virginia Duarte acrescentou que já existe uma distância entre os profissionais esperados pelas empresas e o contingente formado nas instituições de ensino.

De acordo com a gerente, se o quadro não mudar, o déficit de receitas, em decorrência da falta de profissionais de TI, atingirá R$ 115 bilhões em 2020, levando em consideração valores de 2010.“Isso [déficit] é um mínimo, só se baseando na escassez do profissional de TI”.

Para evitar o colapso, é necessário dobrar a quantidade atual de profissionais na área até 2020, tanto de nível superior como de técnicos. Atualmente, existem um milhão de profissionais contratados formalmente (incluindo assalariados, sócios e cooperados), desconsiderando o mercado informal.

A receita média do setor tende a crescer 8,5% ao ano, excluindo uma possível falta de mão de obra, informou Virginia. Para acompanhar esse ritmo, estima-se ser necessário crescimento anual de 13% na quantidade de profissionais dedicados ao desenvolvimento de software e TI. Em bancos, no comércio e nas telecomunicações, segmentos que usam programas de computador e TI, a demanda por novos profissionais é da ordem de 5% ao ano.

Diante da dificuldade de captar alunos e interessados nos cursos profissionalizantes e de nível superior, uma alternativa para evitar a escassez de mão de obra é a qualificação dos atuais profissionais, aprimorando as competências do funcionário e os processos internos.

“O foco tem sido muito na tecla de formar gente, no sentido quantitativo. Essa é uma vertente importante, mas existe outra, que é a discussão de produtividade e qualidade”, apontou Virginia. Ela ponderou que melhorar da produtividade pode significar a demanda por menos profissionais. “É um plano B para você resolver a questão da necessidade de gente.”

Fonte Agência Brasil


Robótica: mostra nacional vai premiar trabalhos de estudantes de todos os níveis de escolaridade

A Mostra Nacional de Robótica está programada para o período de 17 a 21 de outubro, em Fortaleza, e ocorrerá simultaneamente às competições Brasileira e Latino-Americana de Robótica, voltadas para estudantes de nível superior; às finais da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que envolvem 50 mil alunos do ensino fundamental, médio e técnico de todo o país; ao Simpósio Latino-Americano de Robótica e ao 1º Simpósio Brasileiro de Robótica.

De acordo com o professor Alexandre Simões, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), um dos coordenadores da mostra, o objetivo é “que a gente divulgue ciência e tecnologia para os jovens, de uma forma geral, e promova o reconhecimento dos jovens talentos”. O evento pretende também estimular os jovens para a área da engenharia “que, sabidamente, não vai ter profissionais em número suficiente na próxima década, ante o crescimento do Brasil”.

Veja como foi a edição de 2011 da Mostra



O interesse demonstrado pelo público levou à prorrogação, até nesta sexta (14/9/2012), das inscrições para a mostra. As inscrições devem ser feitas pelo www.mnr.org.br. Esta é a segunda vez que o evento ocorre no país, ressaltou Simões.

As inscrições estão abertas a estudantes dos níveis fundamental, médio, técnico, superior, pós-graduandos ou pesquisadores de qualquer instituição do país com trabalhos na área da robótica. A ideia, acrescentou o professor, é que a mostra seja o mais inclusiva possível, funcionando como um fórum para professores e alunos. Podem ser inscritos trabalhos sob vários formatos, como vídeo, por exemplo, e também no modelo tradicional de artigos científicos, mais usado por estudantes do ensino superior e da pós-graduação, informou o coordenador.

Os prêmios para os melhores trabalhos englobam desde certificados de menção honrosa até a distribuição de 48 bolsas de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no valor de R$ 100 por mês, para estudantes do ensino fundamental e médio. São distribuídas também passagens para que grupos possam participar da mostra presencial. Simões esclareceu que os alunos que forem contemplados com as bolsas do CNPq terão um ano para aprimorarem seus trabalhos, para apresentá-los na mostra de 2013.

A Mostra Nacional de Robótica é promovida pelo CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica (SEB) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com apoio da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e da Sociedade Brasileira de Automática (SBA).

De acordo com o professor, a expectativa é que a edição deste ano supere o resultado registrado no ano passado, quando 200 instituições e mais de 300 estudantes participaram da mostra, realizada em São João del-Rei, em Minas Gerais.        

Fonte Agência Brasil
Economia: novo presidente do Ipea diz que qualidade da Educação é o maior desafio para a política pública

O economista Marcelo Neri (foto), empossado em 12/9/2012, em Brasília, como presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), quer aumentar a participação do órgão como formulador e assessor dos ministérios para concepção e monitoramento de políticas públicas, especialmente na área da Educação. “Essa é a política pública que mais gera efeito sobre as outras”.

Segundo Neri, a preocupação é fazer os “dois brasis” avançarem: o país que ainda tem um grande passivo (grande número de analfabetos, pessoas com baixa escolaridade e má qualidade do ensino); e o país que, para crescer, precisa de força de trabalho qualificada. “O Brasil velho e Brasil do futuro têm que andar juntos”.

O economista diz que o gargalo de profissionais capacitados ocorre em todos os setores, inclusive entre os segmentos menos qualificados (empregadas domésticas, operários da construção civil e trabalhadores da agricultura) – o que já pode ser sinal da elevação do padrão de vida e aspirações das camadas mais baixas na distribuição de renda. “É um bom apagão no sentido de que o Brasil vai ter que mudar suas tecnologias”.

Neri, que admite “não ter nascido no Ipea, mas ter sido criado no instituto”, avalia que o órgão tem “massa crítica” e “uma tradição impressionante” para reflexão sobre os problemas socioeconômicos e pretende orientar o Ipea para que ajude o país a “avançar mais na vertical”.

Segundo Neri, continua ocorrendo um movimento de ascensão social verificado nos últimos anos, mas que ainda não foi bem captado pela pesquisa social. “Há mais coisas acontecendo no Brasil do que os nossos olhos conseguiram enxergar até agora”, disse, após citar os impactos do Programa Brasil Carinhoso, da queda da mortalidade, o crescimento da renda dos analfabetos e a elevação do padrão de vida dos 20% mais pobres de forma mais acelerada do que ocorre na China, na Rússia e na Índia (os países que, com o Brasil, formam o Bric, bloco das economias emergentes).

O estudo desses fenômenos podem gerar surpresas entre os pesquisadores do Ipea. “Do ponto de vista do pesquisador, o Brasil é um país que oferece todas as surpresas. A gente acha aquilo que não esperava achar. Para o pesquisador, o grande momento não é quando você confirma o que esperava achar, mas quando descobre algo que não sabia”.

Fonte Agência Brasil


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