segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Cidadania: Educação profissional dá nova perspectiva a presidiários de Mossoró

De um lado da sala, um quadro para o professor escrever. Do outro, um quadro para os estudantes. É assim o ambiente onde são dadas as aulas do curso de auxiliar técnico em gestão na qualidade de serviços, combinado com o ensino fundamental – modalidade de Educação de jovens e adultos, na Penitenciária Federal de Mossoró, Rio Grande do Norte. Participam do programa 13 detentos, com média de 35 anos de idade e que cumprem penas na unidade federal.

O curso, que certifica a conclusão do ensino fundamental com qualificação profissional, chegou à penitenciária de Mossoró a partir de parceria entre o Campus Mossoró do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte, a Secretaria Estadual de Educação e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça, em 2011. A primeira turma concluiu o curso no início deste 2013, e a segunda começou as aulas em maio passado.

A coordenadora do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Jovens e Adultos (Proeja) no Campus Mossoró, Lúcia Lima, conta que sem as aulas, ela explica, os presidiários passam 22 horas nas celas individuais. Quando estão estudando, nas segundas, terças e sextas, eles têm aulas de manhã, banho de sol, e aulas de tarde. Além disso, os dias de aula contam para a diminuição da pena a ser cumprida – a cada 12 horas de aula a redução é de um dia. A primeira turma teve 12 alunos certificados.

A coordenadora do curso informa que não basta boa vontade dos estudantes para o sucesso da formação. No Campus Mossoró, os cinco professores da parte profissional tiveram que se preparar, se informar e vencer alguns medos relativos ao ambiente para dar as aulas na penitenciária de segurança máxima. Temas como ética e valorização da vida, ética e cidadania, por exemplo, chocam o tempo todo com a realidade deles, diz a coordenadora, e é preciso conduzir a discussão sem censurá-los.

Nos 2,5 anos da vigência da parceria, segundo Lúcia Lima, não ocorreram dificuldades, porque os internos apresentaram bom comportamento em todas as aulas e se mostraram envolvidos. Ao final de cada disciplina são feitas avaliações, com a participação de alunos e professores.

O curso de gestão em qualidade combina parte presencial e a distância. Ao final de cada aula, os detentos levam tarefas para serem cumpridas individualmente, na cela. No conjunto são 1,4 mil horas, sendo 1,2 mil do curso regular do ensino fundamental e 200 horas de formação profissional.

Fonte Portal MEC



Sisutec: resultado está disponível na internet

Se você busca uma vaga na segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada do Ensino Técnico e Profissional (Sisutec), pode consultar a internet. As matrículas vão até terça (27/8/2013), nas instituições de ensino. O Sisutec oferece vagas gratuitas em cursos técnicos, com seleção por meio da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012.

As vagas que não forem ocupadas após a segunda chamada serão ofertadas por meio de inscrições feitas exclusivamente pela página do Pronatec, entre os dias 29 de agosto e 16 de setembro. Nessa fase, será exigida apenas a conclusão do ensino médio, sem a obrigatoriedade de participação no Enem.

A primeira edição do Sisutec registrou inscrições de 383.080 candidatos, que concorreram a 239.792 vagas. Os candidatos que cursaram o ensino médio completo na rede pública ou na rede privada na condição de bolsista integral têm prioridade na ocupação de 85% das vagas oferecidas na seleção.

Os cursos mais procurados foram os de técnicos em segurança do trabalho, em informática e enfermagem. A preferência foi por aulas no período noturno.

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Fonte Agência Brasil


Prêmio Design: iF Product Design Award faz 60 anos

Desde 1953, o iF se sobressai como uma das principais instituições de design do mundo. Dentre suas atividades está o IF Product Design Awards, que se realiza anualmente. O prêmio é um dos dez maiores e mais importantes selos como sinônimo de qualidade.



A
s inscrições estão abertas até 25 de outubro deste ano. Clique aqui para saber tudo sobre 



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fotogtrafia e ciência: CNPq vai premiar melhores fotos relacionadas à CT&I

Alunos de graduação e pós-graduação, professores e cientistas brasileiros podem se inscrever até 30 de agosto no 3º Prêmio de Fotografia Ciência & Arte. A promoção é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Hirundichthys rondeleti: Foto de Viviane Bernardo de Sant Ana, da PUCRS:
vencedora da Categoria 2 da edição de 2012 do prêmio

O concurso permite apenas uma inscrição em uma das categorias. A imagem deverá estar correlacionada com a área de atuação do candidato e deve ter sido produzida para servir como base de pesquisa. Nesta edição, será permitida a inscrição de imagens efetuadas por meio de instrumentos científicos especiais, como microscópio, lupa ou raio X.

Segundo informações do CNPq, o grupo avaliador analisará o impacto visual, a inovação, a relevância da imagem para a pesquisa, a qualidade estética e contribuição para a popularização, a divulgação científica e tecnológica entre outros.

Os campeões de cada categoria serão reconhecidos com prêmio de R$ 8 mil e ganharão passagem área e hospedagem para participar da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em julho de 2014, em Rio Branco, no Acre. O segundo colocado levará R$ 5 mil e o terceiro R$ 2 mil. O resultado final será apresentado no dia 29 de novembro.

Clique aqui para saber tudo sobre o prêmio.

Fonte Agência Gestão CT&I


Tecnologia: Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia vai estimular a inovação em empresas

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou nesta segunda (19/9/2013) a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN), um conjunto de ações que vai criar, integrar e fortalecer atividades governamentais e agentes ancorados na nanociência e nanotecnologia, para promover o desenvolvimento científico e tecnológico do setor, com foco na inovação.

“Este é um programa de política pública composto de várias ações estratégias para que a nanotecnologia torne a indústria brasileira mais inovadora. E, portanto, mais forte e mais competitiva, de modo também a fortalecer e aumentar a competitividade da economia nacional”, disse o ministro Marco Antonio Raupp. Estão previstos investimentos de aproximadamente R$ 440 milhões em 2013 e 2014.

A IBN visa aproximar a infraestrutura acadêmica e as empresas, fortalecendo os laços entre pesquisa, conhecimento e setor privado. “A iniciativa está alinhada com a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação [Encti], de autoria do nosso ministério. O objetivo central da Encti é colocar ciência, tecnologia e inovação como eixo do desenvolvimento do país”, disse Raupp.

O ministro ressaltou que o MCTI dedica atenção especial a três áreas consideradas fundamentais para o fortalecimento da base científica brasileira, para o incremento do desenvolvimento tecnológico e para a geração de produtos, serviços e processos inovadores. São elas: tecnologias da informação, biotecnologia e nanotecnologia.

“Estamos colocando a inovação no centro da economia brasileira, de modo a termos uma produção majoritária de bens com alto valor agregado. Estamos também construindo um modelo de desenvolvimento que seja sustentado não só em termos econômicos, mas também em termos ambientais, sociais e culturais”, destacou o ministro.

SisNano
Durante o lançamento, também foram anunciadas as unidades que irão compor o Sistema de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), uma das principais ações da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN).

Clique aqui para saber mais sobre

Os laboratórios terão prioridade nas políticas públicas de apoio à infraestrutura e formação de recursos humanos. Das 50 propostas apresentadas por instituições e universidades de todo o país, 26 foram selecionadas para integrar o sistema.

Instituído pela Portaria 245, de 5 de abril de 2012, o SisNano é composto por unidades especializadas e multiusuárias de laboratórios, direcionadas a PD&I em nanociências e nanotecnologias. O sistema visa mobilizar as empresas instaladas no Brasil e apoiar suas atividades, além de reforçar a infraestrutura existente e universalizar esse acesso à comunidade científica do país.

O SisNano é formado por duas categorias. Os laboratórios estratégicos, ligados ao MCTI e aos órgãos públicos, nas quais 50% do tempo de uso dos equipamentos deverá ser disponibilizado a usuários externos. E os laboratórios associados, localizados em universidades e em institutos de pesquisa, deverão oferecer 15% do tempo a pesquisadores e empresas de fora da instituição.

Os laboratórios terão liberdade na operação do processo, mas as atividades seguirão diretrizes do Comitê Interministerial de Nanotecnologia (CIN). Criado pela portaria 510, de 10 de julho de 2012, o CIN é integrado por representantes dez ministérios e coordenado pelo MCTI. O grupo atua na assessoria de integração da gestão e no aprimoramento das políticas e ações voltadas ao desenvolvimento das nanotecnologias no Brasil.


Fonte MCTI


Tecnologia: Núcleo de Sustentabilidade traz inovações verdes para a indústria

Construir uma casa em seis vezes menos tempo e com redução de até 85% do desperdício de material é possível? Com o woodframe, a Tecverde, empresa curitibana, tem mostrado que sim. A tecnologia foi trazida ao Brasil em 2010, em parceria com o Senai do Paraná e o Ministério da Economia de Baden-Wurttemberg, da Alemanha.

O sistema construtivo foi tropicalizado, ou seja, adaptado para se ajustar às nossas normas, clima e cultura. “As paredes, por exemplo, receberam reforços estruturais para ficarem mais robustas e possibilitarem fixação de móveis em qualquer lugar da parede, costume do consumidor brasileiro”, explica Caio Bonatto, diretor da Tecverde. Outro ajuste foi o reforço nas estruturas contra umidade tanto no exterior quanto no interior da casa, pois no Brasil a umidade é mais agressiva do que na Europa.

A tecnologia woodframe é uma das soluções sustentáveis utilizadas para a construção do Núcleo Senai de Sustentabilidade, que a partir de setembro será referência em soluções verdes para a indústria. O núcleo, em Curitiba, servirá como showroom interativo para que indústrias e comunidade possam conhecer novas tecnologias sustentáveis aplicadas à construção civil, energia e meio ambiente.

O Núcleo de Sustentabilidade servirá como showroom interativo para que
indústrias e comunidade possam conhecer novas tecnologias sustentáveis
aplicadas à construção civil, energia e meio ambiente

Graças ao recurso de realidade aumentada, que cria a sobreposição de objetos virtuais tridimensionais em um ambiente real e que serão visíveis por meio de tablet, os visitantes poderão conhecer como foram produzidos os elementos sustentáveis da construção.

Todas as tecnologias presentes no núcleo foram desenvolvidas por empresas parceiras do Senai. Entre elas estão o telhado verde, para controle de temperatura; reaproveitamento da água da chuva; iluminação em LED, torneiras com controle de vazão e descargas econômicas.

A casa será autossustentável na questão de energia, que será captada em painéis solares. O excedente será distribuído pela rede de energia da unidade do Sistema Fiep localizada na Cidade Industrial de Curitiba, onde fica o Núcleo, utilizando o conceito de smart grids. A gestão das tecnologias será feita por um sistema de automação residencial (domótica), que proporcionará a análise e o monitoramento online da geração de energia renovável, via consultas interativas.

Oportunidades para a indústria
Hewerton Martins, CEO (Chief Executive Officer) da Solar Energy, fornecedora dos painéis fotovoltaicos, explica que a utilização de tecnologias sustentáveis na indústria é uma forma de agregar valor ao produto final. “Quando uma empresa implementa a energia solar, isso torna-se não só uma economia para ela, que passa a produzir energia limpa e renovável localmente, mas também um diferencial”, conta Martins. “O consumidor atual exige que as indústrias sejam sustentáveis e não agridam o meio ambiente. Comunicar a esse consumidor as atitudes em prol da sustentabilidade que a empresa tem faz com que ela se destaque no mercado e agregue valor ao seu produto. Imagine uma indústria de cosméticos produzindo protetores solares utilizando energia solar. É um diferencial como esse que pode ser a chave para o sucesso do negócio”, comenta o CEO.

Segundo o diretor do Senai no Paraná, Marco Secco, o Núcleo de Sustentabilidade será um meio da indústria perceber novas oportunidades de negócio. “Temos um espaço que será um ícone para a sustentabilidade industrial. Entendemos que para falar desse assunto precisamos analisar o ambiente como um todo, envolvendo também questões econômicas, culturais e sociais. O núcleo foi pensado dessa forma. Ali estarão disponíveis tecnologias e inovações que contemplam a sustentabilidade como um todo e que são aplicáveis à realidade da indústria brasileira”.


Pessoas com deficiência: Senai abre 13,7 mil vagas em cursos do Pronatec

O Senai está aceitando inscrições em 17 estados para 13,7 mil vagas em cursos de formação inicial e continuada ou em cursos técnicos de nível médio para pessoas com deficiência. Os cursos são gratuitos e integram o Pronatec, que também oferece aos estudantes transporte, alimentação e material didático.

Os interessados podem se inscrever pela internet na página pronatec.mec.gov.br, na qual encontram a lista das opções disponíveis, ou procurar instituições como os Centro de Referência de Assistência Social (Cras), as secretarias municipais de direitos humanos e as agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine), responsáveis por encaminhar os pedidos de matrículas. Quem for estudante do ensino médio de escolas públicas deve procurar a secretaria das escolas.

De janeiro até agora, foram realizadas cerca de 1,3 mil matrículas em cursos como costureiro industrial, padeiro/confeiteiro, operador de computador, eletricista industrial, entre outros. As aulas – em turmas inclusivas, das quais participam estudantes com deficiência e os outros alunos – contam com professores qualificados para lidar com diversos tipos de deficiência, além de material didático adequado à situação de cada estudante.

Confira abaixo o número de vagas nos estados e pelo Centro de Tecnologia da Indústrial Química e Têxtil (Cetiqt):

Alagoas: 639
Amapá: 145
Amazonas: 73
Bahia: 100
Espírito Santo: 2.300
Goiás: 1.200
Maranhão: 352
Mato Grosso: 3.640
Mato Grosso do Sul: 38
Paraíba: 100
Paraná: 1.619
Rio de Janeiro: 78
Rio Grande no Norte: 150
Rio Grande do Sul: 101
São Paulo: 394
Santa Catarina: 2.225
Tocantins: 88
Cetiqt (Rio de Janeiro): 697

Fonte Portal Indústria


Inovação: estudante sueco cria robô que faz demolição sustentável

O estudante sueco Omer Haciomeroglu desenvolveu uma tecnologia que promete reduzir significativamente os impactos ambientais das demolições. O robô criado por ele facilita este serviço e ainda permite que os resíduos sejam reaproveitados.

A criação, apelidada de Ero, foi vencedora de um concurso internacional (Foto Divulgação)


O setor de construção civil é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo. A fase de demolição tem uma parcela importante de culpa nisso. Além das nuvens de poeira, são geradas toneladas de entulhos e os maquinários usados para o serviço gastam muita energia.

Pensando em uma solução para isso, o jovem designer sueco projetou um robô que torna a demolição mais prática e limpa. A criação, apelidada de Ero, foi uma das vencedoras do concurso Internacional Design Excellence Award, na edição 2013.

Com design simples, mas altamente funcional, o robô é capaz de demolir diferentes estruturas sem poeira e ainda fazendo a separação dos resíduos. Para alcançar este objetivo, o equipamento utiliza uma técnica de pulverização e desconstrução inteligente. Usando um jato de água para quebrar a superfície do concreto, ele vai aos poucos desfazendo a estrutura.

A água em alta pressão permite que o cimento e outros resíduos sejam separados. Para que a opção fosse ainda mais eficiente, o estudante aplicou uma função em que a água usada para demolir volta para o sistema e é reutilizada. Os outros materiais podem ser descartados adequadamente e até mesmo reaproveitados. Com informações do Inhabitat.

Fonte CicloVivo


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Financiamento da Educação: dinheiro dos royalties não será suficiente para cumprir Plano Nacional, diz especialista

O dinheiro dos royalties não será suficiente para cumprir as metas do Plano Nacional da Educação (PNE), ainda em tramitação no Senado Federal. Pelos cálculos do consultor Paulo César Ribeiro Lima, da Consultoria de Recursos Minerais, Hídricos e Energéticos da Câmara dos Deputados, o setor deve receber nos próximos dez anos em torno de R$ 134 bilhões. O valor é insuficiente para atingir os 10% do Produto Interno Bruto (PIB), previstos no PNE como necessários para que as metas que abarcam desde a educação básica à superior, sejam cumpridas.


O projeto aprovado pelo Congresso aguarda sanção presidencial.
No programa semanal Café com a Presidenta, nesta segunda (19/8/2013),
Dilma informou que vai sancionar o texto nos próximos dias

A projeção de Paulo César Lima é mais otimista que os cálculos da presidenta Dilma Rousseff. Ela disse que os recursos do pré-sal para a educação e saúde chegarão a R$ 112 bilhões em dez anos. Lima calcula que, para os dois setores, serão destinados R$ 179 bilhões. "Considerando o PIB de R$ 4,4 trilhões [valor de 2012], 10% dariam R$ 440 bilhões. Não chegaremos nos 10%, nem pensar!", diz Lima.

Atualmente, o Brasil investe na educação pública cerca de R$ 233,4 bilhões, o que representa 5,3% do PIB - de acordo com os últimos dados do Ministério da Educação (MEC) referentes a 2011. Segundo o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, pelas contas da entidade, o adicional dos royalties deve garantir um acréscimo de 1% a 1,5% do PIB em dez anos, o que reservaria para o setor 6,8% do PIB mantido o Orçamento atual.

Cara diz que as entidades ligadas à educação vão lutar por outras fontes de financiamento. Uma delas é a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas, aprovado na Constituição de 1988, mas que não foi regulamentado até hoje. O movimento vai também analisar o Orçamento federal para que sejam identificadas formas de ampliar a parcela destinada às áreas sociais.

O projeto aprovado destina 75% dos recursos oriundos dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Em relação ao Fundo Social do Pré-Sal, ficou estabelecido que 50% do total dos recursos serão destinados à educação e saúde, na mesma proporção dos recursos dos royalties (75% e 25%).

Pretende-se que, em um horizonte de tempo mais largo, de cerca de 15 anos, os rendimentos obtidos pelo fundo sejam suficientes para cumprir as metas do PNE e da saúde.

Lima diz que ambos os setores perderão com a destinação apenas dos rendimentos do Fundo Social - como quer o governo -, e não do principal - como está no projeto aprovado. "O problema é que o Campo de Libra e outras áreas vão gerar recurso ao longo de 30 a 50 anos. Ao final desse período os recursos para educação [e saúde] serão gigantescos. Se voltar para os rendimentos [como era a redação do texto enviado ao Congresso por Dilma], a perda será enorme".


Fonte Agência Brasil


Educação: educadores cobram formação com 'rigor de medicina' para professor

Num país que debate melhorar preparação de médico, especialistas criticam baixa exigência na licenciatura para docentes

As recentes medidas do governo federal para a carreira médica, como os dois anos de residência obrigatória no Sistema Único de Saúde (SUS), reacenderam o debate sobre a formação de professores nas diversas áreas do conhecimento. Especialistas defendem que o mesmo rigor que há nas faculdades de Medicina seja cobrado nas licenciaturas para que os docentes se formem mais bem preparados. De outro lado, estudantes e recém-formados contam que experiências fora da universidade contribuem muito mais para a prática pedagógica.

Treino. Formando em Ciências Biológicas na Uerj, André Mendes dá
aulas no pré-vestibular comunitário InVest, no Colégio Santo Inácio
(Foto Agência O Globo)

No modelo do Stanford Teacher Education Program (Step), considerado um dos melhores cursos de formação de docentes do mundo, o ensino, por exemplo, tem rigor de uma residência. Com duração de até dois anos, o programa institui três momentos de trabalho de campo (clinical work) em escolas públicas. No estágio por semana, o aluno fica em média 16 horas nas escolas e participa de um seminário na Universidade de Stanford. Os futuros docentes são apoiados por professores experientes e supervisores.

— Nossos candidatos a professores vivenciam uma formação acadêmica rígida e fazem estágios com alto nível de exigência em escolas. O rigor do ensino acadêmico e da prática supervisionada é o mesmo encontrado no treinamento de médicos. Nossos alunos aprendem com a prática e na prática. Ensino, pesquisa, teoria e prática estão intimamente relacionados — explica Rachel Lotan, diretora do Step.

Licenciatura à Distância aumenta
Defensora da ideia de uma formação docente similar à médica, a doutora em Educação pela Universidade de Harvard Paula Louzano destaca que 30% dos estudantes de licenciatura no Brasil o fazem à distancia, e esta proporção está aumentando. Ela ressalta que a prática é o aspecto em que mesmo os cursos presenciais mais deixam a desejar.

— Quando presente, a prática se restringe, na maioria das vezes, à observação de aulas, sem muita supervisão e acompanhamento de profissionais mais experientes que ajudem o professor em formação a desenvolver seu julgamento profissional e a aprender na prática — diz Paula.

A especialista, que realizou um estudo comparando como diferentes nações orientam seus professores, faz um paralelo com o modelo finlandês, que tem um curso com sete anos de duração, sendo que um terço das nove mil horas corresponde a uma espécie de residência pedagógica: o futuro professor estagia em uma escola onde um professor tutor se responsabiliza junto com a universidade pela formação.

— Não digo que devemos formar professores em oito anos, mas que o cuidado com sua formação deve ser parecido com a do médico. O professor deve dominar os conhecimentos de sua disciplina de maneira profunda (como um médico especialista o faz); os componentes práticos da profissão, e deve desenvolver sua capacidade de julgamento profissional na prática assistida por professores experientes e modelares. Essa mudança de paradigma foi o que levou a Finlândia a ter a docência como uma profissão valorizada.

Especialista em formação de docentes, a pedagoga da USP e consultora da Unesco Bernardete Gatti diz que não é preciso buscar em exemplos externos o remédio para melhorar a qualificação dos professores. Para ela, se o que prevê a Lei de Diretrizes e Bases fosse cumprido com rigor, a prática pedagógica já teria grandes avanços.

— Não temos condições de instalar uma residência pedagógica. Podemos encontrar soluções que sejam mais ajustadas à nossa realidade. Temos um estágio curricular de 400 horas, e ninguém cumpre. Vamos cumprir e vamos fazer direito, com um planejamento para isso. Por que os cursos continuam sendo credenciados e reconhecidos, se não estão cumprindo, mesmo nas instituições públicas? — questiona Bernardete. — Ninguém faz uma avaliação decente das licenciaturas.

Para Bernardete, esse panorama pode mudar um pouco com iniciativas como Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), do governo federal. Os projetos devem promover a inserção dos estudantes nas escolas públicas desde o início da formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor do colégio. Para ela, isso pode ajudar a melhorar o perfil dos formadores de docentes.

— Houve no Brasil um esquecimento da investigação didática. Estamos num momento em que a preocupação com a formação dos professores está aparecendo. Os formadores estão sendo chamados a rever os conceitos. É preciso mudar a seleção dos professores quando vão ser docentes das licenciaturas. Ninguém verifica se eles conhecem alguma coisa sobre as questões pedagógicas da escola pública. Os editais deveriam incluir isso.

Taiany Braga, de 23 anos, vive isso na pele. Formada em Geografia na UFF há dois anos, hoje ela é professora dos ensinos fundamental e médio no Colégio Estadual Fidélis Medeiros, em Duque de Caxias. Taiany diz que os estágios supervisionados da faculdade não contribuíram para sua formação profissional.

— Não é eficaz. Geralmente, os professores são geógrafos que foram trabalhar na faculdade de Educação. Não são pedagogos. O grande problema é que a maioria é de acadêmicos, e distantes da realidade da escola pública. Quando você se depara com uma sala de aula da rede estadual ou municipal, é totalmente diferente. Tem que aprender a lidar por instinto, na marra, se adaptando aos poucos, ou não, pois tem muita gente que desiste — diz Taiany.

Mas ela não desistiu. Nem Daiana Lima, de 24 anos. Recém-formada em História, também pela UFF, ela optou pela rede particular e dá aulas no Colégio _A_Z, em Botafogo, onde já era monitora da disciplina. Ela conta que a experiência na escola lhe valeu muito mais do que os três estágios “supervisionados”: o primeiro foi só de observação; no segundo, a professora responsável faltou à sua prova-aula; e o terceiro não foi cobrado, devido a uma greve.

— Os estágios contribuíram zero para minha formação. Minhas experiências fora da faculdade, mesmo tendo sido em escolas particulares, foram fundamentais para conhecer o funcionamento da sala de aula — compara Daiana.

Experiência nos pré-vestibulares
Vice-diretor da Faculdade de Educação da UFF, Marcos Barreto reconhece as limitações, mas vê avanços no perfil dos formadores. Ele diz ainda que os cursos pré-vestibulares comunitários são um campo rico de experiência que merece ser estudado. Na UFF, há cerca de 15.

— O principal problema é a desqualificação histórica das licenciaturas face ao bacharelado. Estamos buscando um perfil de formador que conhece o chão da escola e as redes públicas. A ideia não é ter um acadêmico. O responsável por prática de ensino precisa conhecer muito bem as redes e seus limites.

Isso inclui os pré-vestibulares: quando o licenciando passa um ano letivo com a turma, é muito mais eficiente do que um estágio fragmentado.
André Mendes aprendeu isso na prática. Licenciando em Ciências Biológicas na Uerj, ele passou por seis semestres de estágio, três deles no CAp-Uerj e outros três em escolas públicas.

Prestes a se formar, André dá aulas no curso pré-vestibular comunitário InVest, no Colégio Santo Inácio. Ele diz que esta experiência prática lhe preparou mais do que a faculdade.

— Minha prática docente começou no InVest. A experiência foi muito importante para mim, tanto para desenvolver as aulas como para interagir com os alunos.


Fonte O Globo

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

MBA gratuito: Sesi-SP inicia aulas com novas turmas em Gestão Empreendedora para profissionais do ensino da rede pública

Sequência de projeto lançado no início de 2012, o Sesi de São Paulo promoveu ao longo desta segunda (19/8/2013), no Teatro do Sesi-SP, capital, aula inaugural das novas turmas do curso de pós-graduação de MBA em Gestão Empreendedora. O programa é oferecido gratuitamente em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), na modalidade semipresencial, com duração de 18 meses.

A iniciativa é resultado de parceria dos Sistemas Fiesp e Firjan (Rio de Janeiro), com os respectivos governos dos estados. A proposta é o aprimoramento de profissionais de Educação da rede pública dos dois estados.

Participaram alunos da quarta e quinta turmas com 400 novos alunos/gestores de Campinas e de São Paulo. A primeira turma do programa, com 219 inscritos, deve se formar em novembro próximo. A segunda e a terceira turma, ambas com 400 alunos, devem se formar em setembro e novembro de 2014, respectivamente.

A iniciativa contabiliza R$ 41,6 milhões em investimentos, sendo R$ 32 milhões aportados pela Fiesp, e R$ 9,6 milhões pela Firjan.

“Esse acordo é para ajudar e apoiar a rede pública. O objetivo do programa é que cada gestor possa transformar sua escola em única. Porque se ela for única em seu método de ensino vamos ter no Estado um nível de ensino de qualidade”, disse Walter Vicioni, superintendente do Sesi-SP e diretor regional do Senai-SP.

Novidades
Durante a aula inaugural, a coordenadora do projeto, professora doutora Sandra Mariano, da UFF, instituição certificadora do MBA, fez a apresentação das disciplinas e das novidades do curso.

“Esta será a primeira turma a ter uma disciplina especifica sobre avaliação e qualidade na Educação”, informou Sandra. “A ideia é a conseguir olhar para a qualidade da escola a partir dos indicadores. E fazer uma reflexão de como podemos melhorar a nossa escola, conhecendo o desempenho de cada turma”, acrescentou.

A professora doutora Cristine Barreto fez a apresentação da disciplina Ambientação de Novas Tecnologias. Em sua aula, ela destacou o uso das plataformas de mobile learning, flipped classroom e games, aplicados para o ensino. E deixou um conselho aos alunos: “O importante é focar nas pessoas e usar a tecnologia para criar com elas.”

Retorno
É a primeira vez que a vice-diretora Gislaine Zanini, 54 anos, faz um curso à distância. Com o MBA, ela pretende conquistar uma posição melhor dentro da rede pública.

“Apesar de estar quase finalizando, eu pretendo alcançar uma promoção. É o primeiro curso que vou fazer a distancia, talvez minha maior dificuldade seja tempo porque para quem trabalha numa escola não fácil retirar horas do seu dia a dia, mas eu vou dar conta”, afirmou.

Para Rosermi Bellotto Baratella, 55 anos, também vice-diretora de escola pública, a qualidade do ensino tanto em colégios estaduais quanto municipais também depende da disposição dos próprios professores. “Ultimamente tem tido mais curso, muita preparação, mas infelizmente não são todos que propõe a fazer”.


Fonte Agência Indusnet Fiesp


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