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(Foto OIT/Kemal Jufri) |
No Dia dos Direitos Humanos, em 10/12/2013, agências das Nações Unidas
fizeram um apelo, entre outros, pelo fim da exclusão social.
O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Guy
Ryder, lembrou que a Declaração de Viena, que completa 20 anos, pede o fim da
pobreza extrema e coloca a justiça social no centro dos compromissos pelos
direitos humanos.
Mas duas décadas depois, o mundo ainda tem 870 milhões de
trabalhadores e suas famílias sobrevivendo, cada um, com US$ 2 por dia. Ryder
destacou que deste total, 400 milhões vivem na pobreza extrema.
O chefe da OIT lamentou ainda que 20,9 milhões de pessoas estejam no
trabalho forçado e que 168 milhões de crianças sejam obrigadas a trabalhar.
Ryder explicou que a promoção do trabalho decente é reconhecida como um direito
humano e precisa continuar sendo uma das prioridades globais.
Emprego e recuperação econômica
É provável que a persistente fraqueza da recuperação econômica aumente
ainda mais a pressão sobre a situação mundial do emprego, advertiu o Diretor
Geral da OIT, Guy Ryder.
Em discurso perante o Conselho de Administração da OIT, Ryder
referiu-se aos dados publicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em
outubro, que revisou para baixo os números relativos ao crescimento mundial, de
3,2% previstos para 2013 para 2,9%, a taxa mais baixa desde 2010. As
estimativas para 2014 também foram rebaixadas de 3,8% para 3,6%.
“Esta revisão das projeções reflete as dificuldades enfrentadas pelos
principais componentes das economias avançadas, emergentes e em
desenvolvimento. Além disso, reflete a difícil situação enfrentada pelas
empresas e pelos trabalhadores na economia real”, acrescentou.
Ryder mencionou os níveis sem precedentes de desemprego, a estagnação
dos salários em muitos países, um investimento privado abaixo dos níveis
anteriores à crise e um setor público sob pressão para reduzir os gastos. “Estas
tendências agravarão ainda mais a situação mundial do emprego”, assinalou.
A previsão é de que o desemprego juvenil, disse Ryder, permaneça alto em
muitas regiões e que o trabalho informal continue aumentando, contribuindo para
o aumento das desigualdades em muitos países.
Vários países adotaram uma estratégia de estímulo às exportações para
compensar a fraqueza do consumo e dos investimentos internos, mas isto, assinalou
o diretor geral da OIT, somente pode funcionar com um crescimento sustentado.
“Necessitamos que a demanda cresça e também toda a economia, não de uma
competição entre mercados cada vez menores”, disse.
No entanto, Ryder assinalou alguns progressos. Diversos países
emergentes ou em desenvolvimento demonstraram maior resistência em relação a
crises anteriores. Alguns dos países europeus que foram mais afetados pela
crise econômica podem começar a crescer novamente, acrescentou. “Mas, fundamentalmente, existe uma compreensão crescente no mundo
sobre a importância de conceder maior prioridade às estratégias centradas no
emprego”, indicou.
A discussão sobre a economia mundial e a situação do emprego foi
realizada durante recente reunião do Conselho de Administração da OIT. Os
delegados discutiram a contribuição que as políticas sociais e de emprego podem
dar à recuperação econômica e ao crescimento sustentável.
Fonte OIT, com informações da Rádio ONU