Testes preliminares de uma possível vacina brasileira contra o HIV,
feitos com macacos Rhesus no Instituto Butantan, apresentaram resultados
melhores do que o esperado. A resposta imunológica dos primatas foi de 5 a 10
vezes mais intensa do que a registrada em camundongos, segundo o médico Edecio
Cunha Neto, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e
coordenador do estudo.
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Macaco Rhesus: vacina aumenta resposta imunológica no primata (foto Instituto Butantan) |
A vacina desenvolvida pelo grupo de Cunha Neto contém 18 fragmentos do
vírus da Aids. A intenção dos pesquisadores é usar esses fragmentos para
despertar o sistema imunológico contra o HIV. “É como se estivéssemos ajudando
o sistema imune a conseguir identificar o vírus logo que ele entra no
organismo”, explica.
Os pesquisadores aplicaram nos macacos três doses da vacina – uma a
cada 15 dias – e viram que o sistema de defesa dos animais, mais semelhante ao
humano, apresentou forte resposta. “Fizemos testes para calcular o número de
células ativadas em resposta à vacina”, conta.
Já no primeiro experimento com
os macacos 3,2 mil células de defesa em cada milhão se tornaram ativas contra o
HIV. Em 40 testes feitos com camundongos, o melhor resultado foi a ativação de
330 células em cada milhão.
Os resultados animadores reacendem a esperança de
que, após várias tentativas internacionais frustradas, que consumiram bilhões
de dólares, se consiga um imunizante eficaz e seguro contra o HIV.
Fonte Revista
Pesquisa, da Fapesp