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As crianças finlandesas são “preparadas para a vida”: cena de uma escola num subúrbio de Helsinque |
Esta é a primeira
parte do Projeto Escandinávia, bancado por nossos leitores. O foco não poderia
ser mais oportuno: Educação num país que se tornou uma referência mundial no
assunto, a Finlândia.
O texto é de
Claudia Wallin, que se deslocou para Helsinque para investigar o caso de
sucesso finlandês na Educação. Claudia é uma especialista em Escandinávia.
Moradora de Estocolmo e casada com um sueco, é autora de um livro fundamental
para quem deseja conhecer o espírito escandinavo: Um País sem Excelências e
Mordomias.
Nos próximos
dias, publicaremos as demais partes do Projeto — e um vídeo feito por Claudia
em Helsinque.
Soltaram as bestas do Apocalipse, dirão os arautos do fim do mundo:
nas escolas finlandesas, o filho do empresário e o filho do lixeiro estudam
lado a lado, em um eficiente e igualitário sistema educacional que tornou-se um
dos mais celebrados modelos de excelência em educação pública do mundo atual.
É o chamado milagre finlandês, iniciado na década de 70 e produzido em
sua maior exuberância a partir dos anos 90. Em um espaço de 30 anos, a Finlândia
transformou um sistema educacional medíocre, elitista e ineficaz, que amargava
resultados escolares comparáveis a países como o Peru e a Malásia, em uma
incubadora de talentos que alçou o país para o topo dos rankings mundiais de
desempenho estudantil, e alavancou o nascimento de uma economia sofisticada e
altamente industrializada onde antes jazia uma sociedade substancialmente
agrária.
Trata-se, à primeira vista, de um enigma digno da Esfinge de Tebas: os
finlandeses estão fazendo exatamente o contrário do que o resto do mundo faz na
eterna busca por melhores resultados escolares – e está dando certo. O
aparentemente ensandecido receituário finlandês inclui reduzir o número de
horas de aula, e limitar testes e provas escolares a um mínimo tolerável.
Atônitas delegações de educadores internacionais vasculham o paradoxal
modelo finlandês em busca da fórmula do milagre insondável. E ouvem, dos
finlandeses, uma constatação capaz de produzir mais batimentos cardíacos do que
o medonho encontro com um tubarão no mar: a Educação de alta qualidade na
Finlândia não é resultado apenas de políticas educacionais, eles dizem, mas
também sociais.
“O Estado de Bem-Estar social
finlandês desempenha um papel crucial para o sucesso do modelo, ao garantir a
todas as crianças oportunidades e condições iguais para um bom aprendizado”,
diz o educador Pasi Sahlberg, um dos idealizadores da reforma das políticas
educativas da Finlândia nos anos 90.
Sahlberg fala do que vejo nas instalações da Escola Viikki, um dos
centros educacionais de ensino médio e fundamental da capital finlandesa. No
amplo refeitório, refeições fartas e saudáveis são servidas diariamente aos
estudantes. Serviços de atendimento médico e odontológico cuidam,
gratuitamente, da saúde dos 940 estudantes. Todo o material escolar é também
gratuito. Equipes de pedagogos e psicólogos acompanham cuidadosamente o
desenvolvimento de cada criança, identificando na primeira hora problemas como
a dislexia de um aluno e fornecendo apoio imediato. Saudáveis e bem alimentadas,
as crianças estão mais preparadas para aprender neste país singular, onde
mensalidades escolares não existem.
Pasi Sahlberg fala ainda do impacto fundamental do modelo de igualdade
e justiça social criado gradualmente pelos finlandeses a partir do pós-guerra,
a exemplo dos vizinhos escandinavos: saúde, Educação e moradia para todos, e
uma vasta e solidária rede de proteção aos cidadãos.
“A desigualdade social, a pobreza infantil e ausência de serviços
básicos têm um forte impacto negativo no desempenho do sistema educacional de
um país”, pontua Sahlberg no livro “Finnish Lessons” (“Lições Finlandesas”),
publicado pelo Teachers College da Columbia University.
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Pasi Sahlberg, um dos renovadores da educação finlandesa: “O Estado de Bem-Estar social finlandês desempenha um papel crucial para o sucesso do modelo, ao garantir a todas as crianças oportunidades e condições iguais para um bom aprendizado” |
O princípio da igualdade e da inclusão social marcou o desenvolvimento
nos anos 70 da nova peruskoulu, a Educação obrigatória finlandesa que abrange o
ensino fundamental e médio. Em uma decisão histórica do Parlamento finlandês,
todas as crianças, independentemente de background sócio-econômico ou região de
domicílio, passaram a ter acesso igualitário e gratuito a escolas de qualidade
para cumprir os nove anos da Educação básica.
Nem todos, porém, concordavam com a ideia na época. Seguiu-se então um
acalorado debate, neste país que acomoda 5,4 milhões de habitantes e mais de
dois milhões de saunas.
Como que tomados pelo espírito dos mais destemperados analistas
econômicos do Brasil, os críticos do novo sistema previram o caos: disseram que
não seria possível ter as mesmas expectativas em relação a crianças de
diferentes circunstâncias sociais. Argumentaram que o futuro da Finlândia como
nação industrial estaria sob risco, uma vez que o nível educacional teria que
ser ajustado para baixo a fim de acomodar os alunos menos favorecidos. Erraram,
evidentemente.
O vital passo seguinte foi uma valorização sem precedentes do
professor. A Finlândia lançou programas de formação de excelência para o
magistério nas universidades do país, criou notáveis condições de trabalho e
ampla autonomia decisória nas escolas, e paga bem seus professores. Mas o mais
fundamental, diz Pasi Sahlberg, foi a criação de uma nova noção de dignidade
profissional:
“Os professores adquiriram um alto grau de respeito e confiança em
nossa sociedade. E os finlandeses continuam a considerar o magistério como uma
carreira nobre, orientada principalmente por propósitos morais”, destaca Pasi
Sahlberg, ex-diretor-geral no ministério finlandês de Educação e Cultura e
atual professor visitante de Práticas Educacionais na Universidade de Harvard.
O terceiro ingrediente da fórmula finlandesa foi a elaboração de uma
tresloucada teoria dos paradoxos. Talvez formulada em um estado coletivo de
delirium tremens, a ideia provaria ser visionária.
Paradoxo 1: Os alunos aprendem
mais quando os professores ensinam menos
A experiência finlandesa desafia a lógica convencional, que prescreve
mais horas de aula e maior quantidade de lições de casa como fórmula para
turbinar o desempenho estudantil. Os dias são mais curtos nas escolas da
Finlândia: são menos horas de aula do que em todas as demais nações
industrializadas, segundo estatísticas da OECD.
“É importante que crianças tenham tempo de ser crianças”, diz a
professora Erja Schunk na Escola Viikki, que também funciona como um centro de
treinamento de professores da Universidade de Helsinque. “O mais importante é a
qualidade do tempo em sala de aula, e não a quantidade”.
Nos Estados Unidos, um professor gasta aproximadamente o dobro do tempo
ensinando na sala de aula por semana, em comparação com um professor finlandês.
“Dar seis horas de aula por dia é uma tarefa árdua, que deixa os
professores cansados demais para se dedicar a outras tarefas importantes no
trabalho de um educador, como planejar, reciclar-se e dar assistência cuidadosa
ao aluno”, diz Pasi Sahlberg. Em uma típica escola finlandesa, os professores
dão cerca de quatro aulas por dia.
Na lógica do modelo finlandês, o papel central da Educação pública não
é criar indivíduos robotizados, e sim educar cidadãos dotados de espírito
crítico e capazes de pensar de forma independente.
“Procuramos não dar respostas prontas aos alunos, na medida do
possível, e sim orientá-los a pensar e refletir”, observa a diretora da Escola
Viikki, Marja Martikainen.
“A preocupação central da escola finlandesa não é atingir recordes de
desempenho escolar, e sim ajudar a desenvolver as aptidões de uma criança a fim
de formar indivíduos capazes de viver vidas felizes, dentro e fora do
trabalho”.
Professores finlandeses também não acreditam que aumentar a carga de
trabalho de casa dos estudantes leva necessariamente a um melhor aprendizado –
especialmente se as lições forem entediantes exercícios que não desafiam a
capacidade criativa do aluno. Pelas estatísticas da OECD, os estudantes
finlandeses gastam menos tempo fazendo trabalho de casa do que os colegas de
todos os outros países: cerca de meia hora por dia.
“Os alunos aprendem o que necessitam saber na sala de aula, e muitos
fazem o dever de casa aqui mesmo, na própria escola. Assim, eles têm tempo para
conviver com os amigos e se dedicar às coisas que gostam de fazer fora da
escola, o que também é importante”, diz o professor Martti Mery na Escola
Viikki, que está situada em um campus da Universidade de Helsinque.
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Diretor e aluno numa escola: diversão também é fundamental |
Como no centro escolar de Viikki, as escolas finlandesas são
tipicamente pequenas, e o tamanho das classes é em média de 20 alunos.
Na fase pré-escolar, a prioridade é desenvolver a auto-confiança das
crianças: os dias na escola são preenchidos com tarefas como aprender a se orientar
desacompanhadas em uma floresta, ou amarrar sozinhas seus patins de gelo.
Paradoxo 2: Os alunos aprendem mais quando têm menos provas e testes
Estudantes finlandeses só suam demais nas infernais saunas do país:
seu sistema educacional não acredita na eficácia de uma alta frequência de
provas e testes, que por isso são aplicados com pouca regularidade. Apesar
disso, a Finlândia brilha nos rankings globais de Educação, ao lado dos países
com melhor desempenho escolar do mundo.
Milagre? A filosofia finlandesa é de que o foco principal dos
professores deve ser ajudar os alunos a aprender sem ansiedade, a criar e a
desenvolver a curiosidade natural, e não simplesmente a passar em provas.
“A pressão do modelo tradicional de ensino traz consequências dramáticas
para os alunos, como o medo, o tédio e o receio de assumir riscos”, ensina o
educador Pasi Sahlberg.
Relatórios do PISA indicam que apenas 7% dos alunos finlandeses
sentem-se ansiosos ao estudar matemática. Já no rígido sistema de ensino do
Japão, que ostenta altos níveis de desempenho escolar enquanto registra
recordes de suicídio entre estudantes, esse índice chega a 52%.
À minha volta, nas salas de aula da escola Viikki, o ambiente é
tranquilo e descontraído. Não há uniformes escolares, e muitos estudam
descalços – refletindo o clima doméstico das casas escandinavas, onde ninguém
usa sapatos.
As crianças finlandesas iniciam sua educação formal aos sete anos de
idade, e a escola primária é praticamente uma zona livre de testes. A fim de
evitar que as crianças sejam categorizadas de acordo com sua performance, o
sistema finlandês virtualmente aboliu a avaliação por notas escolares nos cinco
primeiros anos da peruskoulu.
Nos anos seguintes, a avaliação é feita com base em testes elaborados
pelo professor e no desempenho do aluno em sala de aula, além de uma ampla
avaliação de cada estudante realizada coletivamente pelos professores ao fim de
cada semestre. Os que precisam de maior assistência no ensino, recebem atenção
particular: a filosofia finlandesa preza a crença de que todas as crianças têm
o potencial de aprender, se tiverem apoio e oportunidades adequadas.
O único exame padronizado de avaliação escolar na Finlândia é o
concurso nacional prestado pelos estudantes ao final dos nove anos do ensino
obrigatório, em que o conhecimento é testado através de dissertações
desenvolvidas pelo aluno nas diferentes disciplinas como exigência para o
acesso à educação superior.
E repetir de ano, na forma convencional, é algo que também não existe
na Finlândia. Em vez de uma avaliação geral dos alunos ao fim de cada ano, as
escolas finlandesas utilizam módulos curriculares em diferentes áreas do
conhecimento. Assim, um aluno repete apenas os cursos nos quais seu desempenho
não foi satisfatório.
Todos os aspectos por trás do sucesso finlandês parecem ser, assim, o
oposto do que se faz na maior parte do mundo, onde a competição, a carga de
provas e aulas, a uniformização do ensino e a privatização são via de regra os
princípios dominantes.
“Exercer controles rígidos sobre as escolas e os alunos, pagar os
professores com base no desempenho dos estudantes, entregar a liderança das
escolas a especialistas em gerenciamento ou converter escolas públicas em
privadas, são ideias que não têm lugar no repertório finlandês de
desenvolvimento da educação em um país”, diz o educador Pasi Sahlberg.
Dizem ainda os finlandeses que o dinheiro não é “a” única solução para
melhorar o desempenho de um sistema educacional.
“Os gastos da Finlândia com educação, da ordem de 6,3% do PIB, são na
verdade bastante próximos à média registrada nos países da OECD em todos os
níveis - com exceção da Educação superior, em que estamos em oitavo lugar na
lista dos que mais investem”, diz Niklas Nikanorov, do Ministério da Educação e
Cultura finlandês.
“A eficiência do sistema é portanto mais importante para uma boa
performance educacional do que o nível de gastos”, deduz o educador Pasi
Sahlberg.
A História
Até o fim dos anos 60, a Finlândia parecia acreditar mais no Papai
Noel da sua Lapônia do que no poder transformador da Educação. Apenas 10 por
cento dos adultos completavam o ensino secundário. A maior parte dos jovens
abandonava os estudos após completar seis ou sete anos do ensino fundamental e
médio.
As oportunidades eram limitadas, e o acesso desigual: apenas as
crianças que viviam nas maiores cidades e municípios tinham acesso a escolas
públicas, ou a instituições privadas que muitas famílias não tinham condições
de pagar.
Um diploma universitário era considerado, na época, um troféu
excepcional – apenas 7% da população tinham Educação superior. Em todas as
faixas de aprendizado, a Finlândia era um símbolo de atraso em relação aos
vizinhos escandinavos.
Mas a história da Finlândia sempre foi marcada pela resiliência do seu
povo, que só conquistou a independência em 1917 – depois de seis séculos sob o
domínio do Reino da Suécia, e mais de cem anos como Grão-Ducado do Império
Russo e seus cinco czares.
Na década de 70, a nação foi convocada a mudar. Uma Educação pública
estelar passou a ser percebida como a base fundamental para a criação de um
futuro menos medíocre: desenvolver o capital humano do país tornou-se a missão
primordial do Estado finlandês. A reforma levou o país, enfim, aos patamares do
mundo desenvolvido.
Nos anos 90, o país anunciou uma revolução ainda mais radical:
“Estamos criando uma nova cultura de Educação, e este é um caminho sem
volta”, declarou o então diretor-geral do Conselho Nacional de Educação
finlandês, Vilho Hirvi, chamando a sociedade a participar da discussão sobre os
rumos da reforma:
“Não se pode educar uma nação à força”, completou o sábio Hirvi.
Associações de professores, políticos, pais, membros da academia e
diferentes setores da sociedade contribuíram para a criação dos novos e
revolucionários paradigmas da Educação no país, que rejeitavam a fórmula
convencional aplicada na maior parte do mundo como receita para melhorar o
desempenho escolar.
“Particularmente significativo foi o papel desempenhado por variadas
organizações da sociedade civil”, destaca Pasi Sahlberg, que foi um dos
conselheiros do Ministério da Educação finlandês nos anos 90.
A transformação do sistema foi profunda, e rápida. Como resultado da
nova política de Educação, já no fim dos anos 90 a peruskoulu finlandesa
tornou-se líder mundial em matemática, ciências e interpretação.
Os primeiros resultados do PISA publicados em 2001 surpreenderam os
próprios finlandeses: em todos os domínios acadêmicos, a Finlândia despontou no
topo do ranking mundial. E permanece, até hoje, entre os mais destacados
membros do clube.
“Atualmente, 99,4% dos alunos completam com êxito o peruskoulu
compulsório”, diz Niklas Nikanorov, do Ministério da Educação e Cultura
finlandês.
Com o acesso gratuito às universidades e instituições de ensino
técnico e profissionalizante, a Educação de nível superior também passou a ser
uma oportunidade igual para todos: a Educação na Finlândia é livre de
mensalidades para todos, do pré-escolar ao PhD.
Mais: a partir dos 17 anos de idade, todos os estudantes finlandeses
contam com generosos benefícios do governo, que chegam a 337 euros mensais
(cerca de 1,230 reais). Além disso, têm acesso a benefícios extras como ajuda
de custo de até 200 euros por mês para pagar o aluguel de moradia, e recursos
para complementar as despesas com transporte. Além disso, todos têm direito a
um empréstimo especial para se manter durante o período de estudos, que chega a
400 euros mensais e só precisa ser quitado em sua totalidade quando o estudante
completa 60 anos de idade.
A Lição da Finlândia
A Finlândia diz ter aprendido
uma lição: políticas de Educação efetivas devem estar necessariamente
interligadas às demais políticas sociais, afirma o educador Pasi Sahlberg:
“As pessoas na Finlândia têm um profundo senso de responsabilidade
compartilhada, e importam-se não apenas com as próprias vidas, mas também com o
bem-estar dos outros”, ele observa.
“Os cuidados com o bem-estar da criança começam antes mesmo de ela
nascer, e se estendem até a idade adulta. As creches públicas são um direito
garantido para todas as crianças, que também têm acesso igualitário a todo tipo
de serviço básico. A Educação em nosso país é considerada um bem público. É
portanto protegida, na Constituição do país, como um direito humano básico.”
As estatísticas apontam o caminho, ele diz:
“As sociedades igualitárias têm cidadãos com grau de instrução mais
elevado, raros casos de evasão escolar, menores taxas de obesidade, melhores
indicadores de saúde mental e índices mais reduzidos de ocorrência de gravidez
entre adolescentes, em relação aos países nos quais que a distância entre ricos
e pobres é maior”, enfatiza Sahlberg.
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Filhos de imigrantes se beneficiam também da Educação finlandesa |
Diz-se que o modelo nórdico do Estado de Bem-Estar Social teve como
base três ideias políticas centrais: o legado dos camponeses livres, o espírito
do capitalismo e a utopia do socialismo.
“Igualdade, eficiência e solidariedade, os princípios essenciais
destas três ideias políticas, formam a raiz do terreno sólido no qual a
política de Educação finlandesa foi criada”, resume Erkki Aho, diretor-geral do
Conselho Nacional de Educação da Finlândia entre 1973 e 1991.
Os gastos realizados para concretizar o ideal de um Estado de
Bem-Estar social foram considerados não como um custo necessário – e sim como
um investimento lúcido para alavancar a produtividade do país.
“É interessante ainda notar que a expansão do setor educacional na
Finlândia coincidiu com uma impressionante transformação do país, que em um
período relativamente curto deixou de ser uma sociedade agrária e atrasada para
se tornar uma economia altamente industrializada, baseada no conhecimento”, diz
Pasi Sahlberg.
Sahlberg resume assim o pensamento finlandês sobre a educação pública
de qualidade:
“É uma obrigação moral, pois o bem-estar e em última análise a
felicidade de um indivíduo depende do conhecimento, das aptidões e das visões
de mundo que são proporcionadas por uma Educação de qualidade.”
É também um imperativo econômico, uma vez que a riqueza das nações
depende cada vez mais de know-how e conhecimento”.