segunda-feira, 27 de maio de 2013

Inovação: estudantes brasileiros conquistam prêmio em feira internacional de ciência e engenharia nos Estados Unidos

Preocupadas com os alertas sobre o risco de escassez de água própria para o consumo, duas alunas de ensino médio resolveram unir ecologia e ciência e desenvolveram um projeto para dessalinizar água do mar por meio de uma bactéria. A intenção das estudantes é que, sem o sal, a água seja usada para a irrigação, por exemplo, e, no futuro, também para o consumo humano.

“A grande importância desse projeto é que o processo é simples e econômico e pode ser aplicado em vários lugares”, explica uma das autoras da pesquisa, Desireé de Böer Velho, que terminou no ano passado o ensino médio técnico de química na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Aluna da mesma escola, Ágatha Lottermann Selbach é a outra autora da pesquisa.

Alunos brasileiros premiados na Isef: destaques da delegação composta
por 32 estudantes, representando 21 projetos (Foto Divulgação)

Com o trabalho, as duas chegaram à Feira Internacional de Ciências e Engenharia, cuja sigla em inglês é Intel Isef, competiram com estudantes de outros países e conquistaram o quarto lugar na categoria gestão ambiental. Desireé conta que a experiência serviu de incentivo para seguir a carreira científica e as estudantes vão dar continuidade ao estudo para tornar a água dessalinizada adequada ao consumo humano. A partir daí, elas pretendem buscar apoio para aplicar o projeto no dia a dia e até em escala empresarial.

“Esse projeto me incentivou entrar na área científica, foi um grande passo. Viemos de escola pública onde não tínhamos tanto recurso. Agora entrei na faculdade e mudou toda minha vida. Olho o mundo de outro jeito, me agregou muito em relação ao conhecimento, o fato de ter viajado e conhecido novas culturas”, destacou Desireé.

O projeto das estudantes de Novo Hamburgo foi um dos nove premiados na feira que teve a participação de mais de 1,5 mil estudantes de 70 países, em maio, nos Estados Unidos. Os brasileiros ficaram com o primeiro lugar entre os países latino-americanos e com o 3º no geral, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá.

A coordenadora-geral da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), organização que selecionou parte dos estudantes para o evento internacional, Roseli Rodrigues Lopes, ressalta que o sucesso que os brasileiros alcançaram competindo com estudantes de tantos países mostra que é possível trabalhar o incentivo para a ciência e a engenharia ainda na educação básica. Ela avalia que esse trabalho deve ser ampliado. “Precisamos descobrir quem são os talentos, às vezes os jovens estão na escola e não têm ideia do que é engenharia. Ele não recebe o estímulo e às vezes é um grande talento”, diz.

Outra pesquisa premiada é a de Túlio Vinicius Andrade, aluno do 3º ano do ensino médio do Grupo Gênese de Ensino, do Recife. Ele ficou com o terceiro lugar na categoria ciências sociais e comportamentais. Por meio da leitura, Túlio percebeu que as doenças que mais matam no mundo estão ligadas a comportamentos sedentários. As informações indicavam que esses comportamentos começam ainda na infância e juventude, por isso, o estudante resolveu investigar a situação das aulas de Educação física em escolas no Recife e descobriu que os professores da área enfrentavam dificuldades.

“Identifiquei que há falta de espaço físico, de materiais e de interesse dos alunos. Adaptei a prática pedagógica do construtivismo e criei soluções com metodologia de ensino para as principais dificuldades”, explica. O estudante fez testes com os alunos e, comprovada a eficácia do trabalho, Túlio passou a dar palestras para professores de Educação física da rede pública. Após, elaborou um manual que será distribuído aos professores.

Diante dos desdobramentos das pesquisas, Roseli Rodrigues Lopes, avalia que a iniciação científica permite novas perspectivas aos jovens. "Eles acabam tendo uma trajetória acadêmica mais rápida que a de outros. Vão para a universidade sabendo o que querem e chegam com mais maturidade. Terminada graduação, muitos seguem para o mestrado", diz.


Fonte Agência Brasil


Barco-escola na Amazônia: continuação de parceria com Petrobras garante novos cursos a populações ribeirinhas da região

Pela décima vez consecutiva, a Unidade de Operação de Exploração da Amazônia (UO-AM) da Petrobras reafirma sua parceira com o Senai do Amazonas para viabilizar as ações do barco-escola Samaúma. Em 34 anos de atuação, a unidade já certificou mais de 46 mil novos profissionais em 57 municípios banhados por rios da Amazônia.

“O Samaúma não é apenas um barco-escola do Senai-AM é patrimônio do Norte que leva o ensino profissionalizante para a Amazônia, pois atendeu em mais de três décadas municípios de nosso estado e também do Pará, Acre e Rondônia”, ressalta o diretor regional da organização, Aldemurpe Barros.

Municípios que ainda receberão cursos até dezembro: Guajará, Eirunepé,
Maraã e Japurá (Foto Evelyn Lima)

Neste ano, o aporte financeiro evoluiu de R$ 230 mil para R$ 450 mil, valor que auxiliará nas despesas de combustível e manutenção da unidade fluvial, que tem um custo anual superior a R$ 2 milhões.

“É um privilégio participar da décima assinatura do convênio, no qual a Petrobras usa sua energia para levar a conhecimento profissional, gerando energia de mão de obra qualificada nas comunidades ribeirinhas do Estado e de estados de nossa Região”, destaca o gerente geral da UO-AM, Gilberto Hosokawa.

Natural do interior do Pará, Hosokawa revela que conhece as dificuldades dos municípios distantes da capital. Para ele, a parceria Petrobras e Senai é uma iniciativa de grande importância na mudança de perspectiva de emprego e renda para a população que depende de programas assistencialistas do governo.

Em sua primeira viagem deste ano, o Samaúma certificou 530 alunos, em Carauari, município a 700 quilômetros da capital amazonense. Aldemurpe Barros explica que o sucesso do barco-escola pioneiro e único da Rede Senai está prestes a ganhar reforço com a inauguração do barco verde da organização, o Samaúma II, previsto para entrar em pleno funcionamento no segundo semestre.


domingo, 26 de maio de 2013

Educação integral: deputado quer “revolução dos Cieps” nos 417 municípios baianos

O vice-líder do PDT na Câmara dos Deputados, deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) defende a implantação dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), idealizados pelos educadores Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, nos 417 municípios baianos.

Na opinião do parlamentar, “não é preciso inventar a ‘roda’, mas aplicar o modelo de Educação pública em tempo integral criado na Bahia por Anísio Teixeira como forma de reverter o abismo que existe ainda hoje entre a educação pública e a educação privada”, afirmou.

Exemplo de como funciona um Ciep




“Nos anos 1990, o então secretário de Educação do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, fez dos Cieps verdadeiros centros culturais que ofereciam Educação, alimentação, saúde e lazer para as populações mais carentes, funcionando também nos finais de semana com acesso a ginásios, campos de futebol, piscinas e bibliotecas. Precisamos efetivar essa revolução dos Cieps em cada um dos 417 municípios baianos”, assinalou.

Félix Júnior defende ainda a fixação de quadro com a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na porta das escolas (Projeto de Lei 5325/2013) e a expansão do ensino superior no estado, com a criação da Universidade Federal do Noroeste da Bahia (Projeto de Lei 2050/2011), com sede em Irecê e campi em Xique-Xique, Canarana e Uibaí.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Dica de cinema: Fale com elas

por Matheus Pichonelli

Crianças subestimadas e professores treinados para colorir a realidade: o assustador universo escolar retratado em O Que Traz Boas Novas

A curta sinopse no site do cinema me preparou para encarar um drama ao estilo esfola-alma: um professor da Argélia cai de paraquedas em uma turma do (equivalente ao) ensino fundamental em Montreal, no Canadá, para substituir uma professora que, dias antes, morrera de forma trágica. À primeira vista, O Que Traz Boas Novas, filme de Philippe Falardeau em cartaz em São Paulo, parecia mais uma história sobre superação de primeiras impressões, preconceitos, unificação de valores e conquistas que só a escola consegue desencadear.

Era também, mas não só.



A sala de aula, como se sabe, é um laboratório de conflitos humanos que, cedo ou tarde, desembocam no que equivocadamente costumamos chamar de vida real. Em 2008, Laurent Cantet conseguiu fazer de Entre os Muros da Escola uma radiografia social a partir dos desafios de um professor diante de uma geração assentada em uma nova dinâmica de interlocução, tecnologias e valores. Surpreendentemente, O Que Traz Boas Novas fez jus à tradição sem se apresentar apenas como um drama sobre alunos e professores – nem apenas sobre um suposto choque cultural entre Ocidente e Oriente no ambiente escolar.

O filme é, a bem dizer, um grande grito contra uma forma sistemática, invisível e não-assumida de encarceramento adulto e juvenil. Explico. Logo nas primeiras cenas, sabemos que a professora das crianças, por motivos misteriosos, se enforcou durante o intervalo na sala de aula. A sequência é um exercício desesperado dos adultos responsáveis pelas crianças – direção, corpo docente, pais e funcionários – de descaracterização da cena. Na impossibilidade de se trocar de sala, o local do crime recebe novas tintas, nova posição de cadeiras e um novo professor, Bachir Lazhar (Mohamed Fellag). A ele é dada a missão de evitar com que as crianças toquem no assunto. A única profissional autorizada a lidar com elas é uma psicóloga de métodos duvidosos que promete apagar as feridas do episódio. Aos demais, cabe agir mais ou menos como os pintores que mudaram as cores das paredes da sala: dourar a pílula e tentar seguir adiante.

Mas como, se naquela sala de aula alguém, aparentemente querida pelos alunos, acabava de cometer um ato de violência extrema?

Ao longo do filme, o novo professor terá como desafio driblar o luto da escola e firmar uma autoridade mambembe, frequentemente contestada pelo fato de não ser daquele país. Não demoramos para perceber que, como aqueles estudantes, ele também guarda traumas mal assimilados de seu passado na Argélia. E que mal consegue manifestar com palavras, gestos e expressões o que o levou a fugir do seu local de origem. É como se o silêncio, o rodeio, o disfarce e o autoengano fossem capazes de superar a tragédia humana. Não são, e quem dá o primeiro sinal de que é possível (e necessário) entrar no assunto com a seriedade que a realidade pede são as próprias crianças.

Ao longo das aulas, o episódio do suicídio começa a aparecer nas falas, redações e até nas brincadeiras infantis. É quando Bachir percebe que elas querem – e precisam – se comunicar de alguma forma. E que se comunicar sobre a violência vivenciada não era uma mera reprodução de uma realidade violenta. Para garantir que isso aconteça sem que ninguém exploda, é preciso ter uma habilidade cirúrgica. Não porque as crianças sejam incapazes de entender o que aconteceu, mas porque a realidade exige, e exigirá sempre, e em qualquer idade, a maestria de uma precisão cirúrgica: tudo é frágil, tudo é explosivo, tudo põe a qualquer momento tudo a perder. Ao mesmo tempo, nada tem resposta clara e única como em um teste de múltipla escolha.

Saber disso não é excitar a crueldade, mas agir com uma honestidade mínima, parece dizer o diretor. A redoma envolta das crianças que o professor Bachir tentará a todo custo destampar tem uma base anterior à tragédia. Por exemplo: a certa altura, o professor é repreendido pelos pares por apresentar textos de Honoré de Balzac em sala de aula. Parece um detalhe, mas não é: a todo instante há alguma autoridade sentada sobre o manual de conduta a dizer o que pode e o que não pode ser absorvido pelas crianças.

O fosso artificial cavado entre elas e o suposto mundo real é uma construção social, cuidadosa e fadada ao fracasso. E tem entre suas normas, no caso do filme, uma regra draconiana: nenhum professor ou funcionário da escola tem autorização para tocar no estudante. A regra que vale para um tapa como vale para um abraço – e a certa altura um professor de educação física, proibido de passar protetor solar em um aluno com queimadura de segundo grau, confessa ter a impressão de lidar com elementos radioativos, e não com estudantes.

Na sala de Bachir, onde a professora anterior se matou e todos tentam fingir que nada aconteceu, um estudante passa boa parte das aulas estirado na carteira porque tem enxaqueca e sangramentos. O professor em nada pode ajudar porque, em tese, deve evitar um vínculo de proximidade acima do aceitável. (Qualquer semelhança não é mera coincidência: aqui em São Paulo, policiais são proibidos de prestar socorro a vítimas da violência urbana em nome da qualidade da investigação; o ato de jogar a água suja com o bebê dentro, como se vê, é uma praga universal).

Essa impessoalidade forçada é consequência, não causa, de uma incompetência mal disfarçada. Quando, no ambiente escolar, criam-se regras inexistentes fora de seus domínios, a escola passa a ser uma mera réplica artificial (portanto, descolada) da realidade, e não parte englobada por uma realidade de bordas indefinidas. Tão indefinidas que, entre quatro paredes, consegue agregar o drama de dois estágios civilizatórios: entre a guerra fratricida na Argélia e o vazio em meio à (aparente) plenitude material do Canadá, a banalização da vida opera em uma estrutura elementar.

Tanto na História como nos pequenos relatos de tragédias diárias, há duas formas de enfrentamento: o silêncio ou a compreensão. O problema é que essas duas palavras não se combinam. Cabe à escola, e muitas vezes a um único professor, a decisão de optar por um ou por outro (nesse sentido, o professor Bachir faz do filme uma versão ao avesso de A Vida é Bela, de Roberto Benigni).

Não é preciso ir longe, para compreender o silêncio (na imprensa, nas escolas, nas grandes discussões) sobre o drama do suicídio retratado pelo filme. Oficialmente, o medo é que uma simples notícia funcione como um incentivo a novas decisões. Como no filme, o ato é relatado com rodeios, um assunto-tabu sobre o qual ninguém ousa tocar, como se fosse possível ignorar que toda semana há uma multidão de gente tomando suas últimas decisões à beira de uma janela, sem que tenhamos coragem suficiente para identificar uma suposta anomalia social desencadeada em um período de paz aparente.


É parte da cultura do verniz, das soluções para baixo do tapete, que o filme busca suscitar: ao esconder a realidade, legamos ao mundo uma covardia institucionalizada, como se as crianças – de 5, 10, 40 ou 80 anos – fossem eternamente incapazes de digerir uma realidade não combinada nos contos de fada.



Ciência e inovação: portal vai reunir pesquisas científicas na área de saúde

Pesquisas brasileiras na área de saúde acabam de ganhar o portal Lógicos para reforçar a divulgação dos trabalhos. O objetivo é dar mais visibilidade à produção científica relacionada à saúde a partir de uma proposta multimídia, com a publicação de matérias e entrevistas em diversos formatos – áudio, vídeo e textos – que poderão ser compartilhados de forma gratuita. O portal será lançado às 15h, no auditório interno da Fiocruz Brasília.

Mais de 3 mil projetos de pesquisa, financiados pelo Ministério da Saúde, estarão disponíveis para consulta no Pesquisa Saúde, ferramenta eletrônica desenvolvida pela pasta, que permite ao usuário encontrar informações relacionadas aos trabalhos científicos ou temas de interesse, a partir de diversos critérios de busca: número de projetos e recursos investidos por ano, região, modalidade de fomento, edital, instituição, entre outros.

O Lógicos tem informações sobre projetos de pesquisa apoiados pelo Ministério da Saúde desde 2002, com a colaboração do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Agência Brasileira de Inovação (Finep), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), de fundações de Amparo à Pesquisa, secretarias estaduais de Saúde e de Ciência e Tecnologia.




quarta-feira, 22 de maio de 2013

Cultura e Educação: escolas receberão R$ 100 milhões para investir em difusão cultural

A partir do segundo semestre deste ano, escolas públicas de ensino integral terão dinheiro para promover atividades culturais pelo Programa Mais Cultura nas Escolas, lançado nesta terça (21/5/2013) pelos ministérios da Educação e da Cultura. "Estaremos potencializando a difusão cultural. Muitos professores querem, mas não sabem como fazer", diz a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

Serão selecionados 5 mil projetos. Cada escola contemplada receberá entre R$ 20 mil e R$ 22 mil, que serão usados em apresentações de teatro, música, dança, circo, artes visuais, cultura indígena, cultura afrobrasileira, além de atividades externas, como visitas a museus.

Estão aptas a se inscrever 34 mil escolas de Educação básica, que participam dos programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador. "A jornada maior é o que permite desenvolver as atividades com mais qualidade", explica o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

De acordo com a ministra, o projeto é uma demanda tanto dos professores quanto dos artistas e agentes culturais. Eles poderão criar um plano de atividade cultural, envolvendo linguagens artísticas e manifestações da cultura. Como a inscrição será feita apenas pelos diretores das escolas, os grupos de cultura que quiserem participar devem procurar as secretarias de Educação municipais e estaduais.

As escolas serão escolhidas por um grupo de representantes dos ministérios da Educação, da Cultura e por professores de universidades federais. Os projetos serão selecionados de acordo com o histórico de atuação dos grupos culturais e de acordo com a qualidade do projeto apresentado. Será levado em consideração o equilíbrio regional e o equilíbrio temático.

Segundo o ministro Mercadante, todos os estados e o Distrito Federal serão contemplados. Os projetos serão desenvolvidos pelas escolas e será exigida prestação de contas da utilização dos recursos. As escolas deverão enviar também fotografias e vídeos que provem a execução das atividades. "Aquela que não enviar o registro pode não participar do próximo edital", explica Mercadante.

As inscrições poderão ser feitas até 30 de junho no portal do Simec. O resultado será divulgado no começo de agosto. Os recursos serão encaminhados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) pelo Programa Dinheiro Direto da Escola (PDDE).

Ciência e inovação: produção científica brasileira é a que mais cresce no mundo, diz presidente do CNPq


“Na década de 1950, tínhamos pouquíssimos cientistas e pesquisadores no Brasil. Em 2010, formamos 40 mil mestres e 12 mil doutores – 2,7% da produção científica do mundo nascem no Brasil. É a que mais cresce no mundo”. As informações são do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, prestadas durante recente reunião (17/5/2013) do Conselho Superior de Inovação e Competitividade do Sistema Fiesp. Oliva falou no encontro sobre inovação, conhecimento e o programa Ciência Sem Fronteiras.

Professor – titular do Instituto de Física de São Carlos e com doutorado pela Universidade de Londres –, Oliva abordou ainda os desafios e oportunidades para a inovação no país e a atual situação da produção científica nacional. Segundo ele, o país conta com recursos humanos qualificados em todas as áreas de conhecimento e em todas as regiões brasileiras. O docente também apontou a inovação como principal caminho para o Brasil ser um país cada vez menos pobre.

“Nós já temos no Brasil os exemplos de sucesso de como transformar inovação e conhecimento em riqueza”, disse Oliva, lembrando a Petrobras, líder mundial em prospecção de óleo e gás em águas profundas, e a Embraer, que, segundo destacou, “desde que investiu em inovação, tornou-se uma das maiores fabricantes de aeronaves”.

Para o presidente do CNPq, ciência, tecnologia e inovação são os eixos estruturantes do desenvolvimento nacional. “Desde que a Embrapa criou parcerias com grandes escolas de agronomia, o Brasil é líder mundial em pesquisa e desenvolvimento em agropecuária tropical.”

O executivo também abordou os principais desafios da área: “avançar em direção à economia do conhecimento e também transitar para a economia de baixo carbono e sustentável são os atuais obstáculos que enfrentamos”.

Durante sua apresentação no Conselho, Oliva destacou ainda o Ciência Sem Fronteiras, que deverá oferecer 100 mil bolsas para estudantes brasileiros no exterior. “Com o programa queremos aumentar a presença de estudantes e pesquisadores brasileiros em instituições de excelência no exterior e fortalecer a internacionalização das nossas universidades”. Como referência, citou “empresas como a Petrobras e a Vale, que já estão aderindo ao programa, o que mostra sua importância”.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Design de superfície: Senai-PR ministra oficina no Museu Oscar Niemeyer

Durante três dias (11 a 13/6/2013), das 18h às 21h, o Senai do Paraná ministra a oficina Design de Superfície, que consiste na criação de imagens ou desenhos aplicados de maneira contínua sobre diferentes tipos de superfície. Dentre elas papel e tecido, que serão exploradas nesse workshop, no Museu Oscar Niemeyer, em intervenções teóricas e práticas.

O público-alvo é formado por empresários e funcionários de empresas de confecção de vestuário; estudantes de cursos na área de moda; autônomos da área de confecção de vestuário e interessados a ingressar neste setor.                                                                                          



Design de moda: grandes marcas alavancam o Paraná Business Collection Summer 2013/14


Renomadas marcas da indústria da confecção brasileira estão com suas presenças confirmadas no Salão de Negócios do 8º Paraná Business Collection, que ocorrerá de 4 a 7 de junho, no Centro de Eventos do Sistema Fiep, em Curitiba. Rogério Lima, Apartamento 03, Lafort, Cyntia Fontanella, Dark Dragon, D&J, All Purpose, Camaleoa, Última Hora, Ligia Nogueira, Docthos, Engenharia da Roupa, Korpus Nu e Bijoux Heliana Lages são algumas das marcas que já deram o seu ok.


Acesse www.eventopbc.com.br para acompanhar as novidades do melhor da moda brasileira 

“Os lojistas devem participar deste 8º Paraná Business Collection. Trata-se de uma excelente oportunidade para conferir o que há de melhor na moda do Brasil e antecipar as compras da próxima coleção”, destaca Marcelo Surek, coordenador do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário, um dos realizadores do evento.

Segundo Surek, as mudanças implementadas a partir desta edição, com a abertura para a participação de marcas nacionais no Salão de Negócios, busca ampliar a visibilidade ao evento, oferecer mais opções para o lojista e inserir o evento no calendário nacional da moda. “Estamos trabalhando para transformar o Paraná Business Collection no terceiro maior evento do setor no Brasil”.

A área de negócios está a cargo da EBE Eventos, empresa com vasta experiência no setor de business. Ao mesmo tempo em que está trazendo grandes marcas para expor suas coleções no salão, a EBE está atraindo lojistas para efetivarem negócios. Além de 160 compradores selecionados e confirmados, de vários pontos do país, um grande número de compradores espontâneos é esperado.

Quem está à frente da direção criativa dos desfiles é Carlos Pazetto. Ele atua há mais de 17 anos no mercado de moda e luxo, tendo em seu portfolio clientes como Cartier, Marc Jacobs, Chanel, Louis Vuitton, além de eventos como Minas Trend, Claro Rio Summer, cenografia do Amni Hot Spot e outros.

Mercado promissor
A indústria da moda no Paraná é representada por 6,5 mil empresas dos setores têxtil, couro e vestuário. Emprega perto de 100 mil trabalhadores, e é o segundo setor industrial em geração de emprego, ficando atrás apenas da indústria de alimentos.

“O Paraná Business Collection é um evento para o empresário do setor mostrar a qualidade do seu trabalho, mostrar que mais que roupa,  produz moda e investe a cada ano em inovação e qualidade”, destaca o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, também empresário do setor.


Inovação e competitividade: produtos de indústrias são atração em feira catarinense

 (Foto Marcus Quint)

Motor elétrico para automóveis (foto), modelo do avião monomotor Wega 180 e lancha do estaleiro Schaefer Yachts são alguns dos produtos catarinenses que estão expostos nesta semana, na Feira da Indústria, em Florianópolis.

O evento vai até sexta (24/5/2013), na sede do Sistema Fiec, em Florianópolis, durante a Jornada Inovação e Competitividade, na qual serão discutidos temas vitais à indústria. Ainda em exposição um veículo da BMW, que instalará uma unidade fabril em Santa Catarina nos próximos anos.

A Feira da Indústria, que é aberta ao público, reúne produtos dos setores de alimentos, têxtil e metalmecânico, além de serviços das áreas portuária, de energia e financeira. Entre os atrativos estão o avião monomotor desenvolvido pela Wega Aircraft, de Palhoça, destaque na feira especializada Sun'n Fun, em Lakeland, nos Estados Unidos. O sistema de motorização veicular desenvolvido em parceria entre o Senai e a Weg, em Jaraguá do Sul, também está em exposição. A Schaefer Yachts, que possui unidades em Biguaçu e Palhoça, e a BMW, que se instalará em Araquari, também apresentam sua linha de produtos.

A segunda edição da jornada conta promove debates sobre qualidade de vida, Educação, inovação, tecnologia e ambiente para negócios.

Tecnologia e inovação serão temas abordados nesta quarta (22/5/2013), com cases indústria local. As palestras serão apresentadas pelo empresário Marcio Schaefer, da Schaefer Yachts; Marcos Marques, sobre incentivos fiscais à inovação; Sérgio Roberto Arruda, sobre institutos de inovação e o Senai; e Marco Aurélio Lobo, da Apex Brasil, sobre a promoção internacional da criatividade brasileira.

Interessados em participar podem se inscrever no www.fiescnet.com.br/jornada. A TV Indústria SC está com cobertura diária do evento, via http://www.tvindustriasc.com.br. A rodada de palestras não tem custo e pode ser feita separadamente para cada dia, de acordo com o interesse de cada participante. Mais informações pelo telefone 0800 48 1212.



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Pesquisa e inovação: parte dos recursos em tecnologia ainda vai para difusão e não para inovação, diz diretor do BNDES


O diretor das Áreas Industrial e de Mercado de Capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Julio Ramundo, disse nesta terça (14/5/2012) que 49,2% dos recursos aplicados em tecnologia no país vão para difusão e não para a inovação tecnológica, como arma de competição, liderança e diferenciação.

“Normalmente, a gente está falando de incorporação de base técnica e tecnológica por meio de máquinas e equipamentos”, disse o diretor, ao participar do 25º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na sede do banco.

Em relação aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento por parte das empresas privadas, dados da Pesquisa de Inovação, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008, apontam nível de 0,53% no Brasil, contra 1,08% na China e 0,76%, em Portugal, por exemplo. “O Brasil está no escanteio do seu campo de defesa”, comparou Ramundo.

Recentemente, o governo federal lançou o Programa Inova Empresa, que tem por meta induzir o investimento empresarial em inovação tecnológica. A ideia é contribuir para aumentar da produtividade e da competitividade da economia. O Inova Empresa vai priorizar projetos com maior risco tecnológico e buscar uma coordenação entre todos os agentes de financiamento e os instrumentos de apoio. O BNDES integra a iniciativa.

”Investir em pesquisa e desenvolvimento e em inovação é o desafio das empresas brasileiras no momento”, disse o diretor.

De acordo com Ramundo, os financiamentos concedidos pelo BNDES para projetos de inovação passaram de R$ 33 milhões, em 2003, para cerca de R$ 2,23 bilhões, no ano passado. Um levantamento do banco mostra que para cada R$ 1 do banco, outros R$ 4 são aplicados por coinvestidores. 

Desde 2007, a instituição ampliou a participação nos projetos inovadores de empresas nacionais por meio da criação de fundos de capital de risco. “Hoje, o BNDES tem participação indireta em cerca de 204 empresas, sendo que a maioria inova em seu modelo de negócio. São empresas inovadoras”. Em 2007, eram 70 empresas.



A Educação que funciona: escola pública do interior da Paraíba é destaque na Olimpíada Brasileira de Matemática

Ensinar matemática com atividades do cotidiano, como fazer compras na feira e medir ingredientes para uma receita, é a chave do sucesso da professora de matemática Jonilda Alves Ferreira para despertar o interesse dos alunos pela disciplina. Com esse método, a professora tornou a Escola Municipal Cândido de Assis Queiroga, da cidade de Paulista, na Paraíba, com cerca de 12 mil habitantes, um destaque nas últimas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.

Na edição de 2012, a escola teve cinco medalhas de ouro, duas de prata, três de bronze e 12 menções honrosas. “Coloco os alunos para vivenciar a matemática”, resume Jonilda. A professora contou que sofria quando chegava à sala de aula e via os estudantes repudiando a disciplina. Foi quando decidiu que era preciso mostrar aos alunos que aprender a matemática pode ser prazeroso. “Fazer com que os alunos gostassem da disciplina era o meu maior desafio”, revelou.

Jonilda resolveu que iniciaria os conteúdos de matemática pela parte prática. Assim, quando chegasse à teoria, já teria despertado o interesse dos alunos. A feira, a pizzaria e a cozinha foram locais escolhidos pela professora da Paraíba para ensinar.

Na cozinha da escola, os alunos medem ingredientes para preparar receitas e aprendem conceitos de proporção. Na ida à pizzaria, recebem a lição sobre fração ao dividir os pedaços da pizza que depois vão comer. Uma feira livre também é cenário das aulas. A professora conta que chegou a levar 35 alunos à feira para fazer compras com um valor em dinheiro pré-determinado. Na aula de geometria, os estudantes tiram medidas da escola para calcular área e perímetro.

A olimpíada foi mais um estímulo para despertar o interesse pela disciplina. Desde a primeira edição, em 2005, a escola de Paulista se inscreve, mas a primeira medalha só veio em 2009, de bronze. Foi ai que estudantes e professores viram que seria possível conquistar mais e chegar ao ouro. O primeiro ouro veio em 2010.

O filho da professora, Wanderson Ferreira, que hoje tem 12 anos, já tem duas medalhas de ouro. Ele ganhou uma bolsa para estudos, mas quer conquistar mais uma medalha antes de aceitar o incentivo. Já inscrito na edição de 2013, o estudante pretende estudar em média seis horas diárias.

“O que vale mais é o aprendizado. Quero fazer arquitetura e engenharia, e saber matemática vai me ajudar muito”. O fato de ter uma mãe professora que incentiva tantos alunos a aprender matemática é fundamental, segundo ele. “É muito bom não ter a escola só de manhã, ter a escola durante o dia inteiro”, diz.

Uma das medalhistas de ouro de 2012, Daniele Mendes da Silva, de 13 anos, conta que o estudo é intensificado com a proximidade da olimpíada, quando a professora dá aulas também na própria casa. “Tínhamos aula normal de manhã na escola, à tarde estudávamos entre amigas e à noite tínhamos aulão com a professora Jonilda na escola. Tivemos outras preparações na casa da professora também. Com esse método dela, fica tudo mais interessante”, diz, ao relatar a preparação para a edição de 2012.

Para a estudante do 8° ano do ensino fundamental, o aprendizado irá fazer diferença no futuro. “Além de adquirir conhecimento para a vida, isso influencia muito para adquirir emprego e para toda a carreira profissional da gente”, diz Daniele.

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas busca estimular o estudo da matemática e revelar talentos na área. Em 2012, cerca de 19 milhões de alunos se inscreveram e 99,4% dos municípios brasileiros estiveram representados. Além das medalhas de ouro, prata e bronze, também há distribuição de bolsas de iniciação científica para os alunos.

Este ano, as provas da primeira fase da competição serão aplicadas no dia 4 de junho, em horário a ser definido pela própria escola. Os alunos com melhor desempenho serão classificados para a segunda etapa, que ocorrerá no dia 14 de setembro. A divulgação dos vencedores da olimpíada será feita no dia 29 de novembro. A expectativa é que 20 milhões alunos participem da competição este ano.



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