sábado, 26 de outubro de 2013

Inovação: Rede Nacional Pesquisa terá tecnologia baseada na computação em nuvem

Tecnologia de computação em nuvem (conhecida também pelo termo em inglês cloud computing) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) vai permitir que a Biblioteca Nacional e a Cinemateca ofereçam acervos digitalizados para consulta ao público a partir de fevereiro de 2014. O centro de dados compartilhados (CDC) que permitirá o armazenamento dessas informações será lançado em fase experimental. O conteúdo oferecido ainda será definido pelas instituições.

Na primeira etapa de construção, o CDC atenderá de forma mais restrita à comunidade acadêmica do país. A infraestrutura no início terá capacidade limitada, para que os usuários experimentem a plataforma. Entre os objetivos estão abrigar grandes volumes de informações e colaborar para a manutenção e a preservação de dados.
 
Leia também:
 
De acordo com o diretor de serviços e soluções da RNP, José Luiz Ribeiro, a tecnologia permite a redução de custos de instalação, infraestrutura, equipamentos e recursos humanos, porque toda estrutura se concentra em um ou vários centros de informações (data centers), em geral à distância.
 
“A nuvem é um grande repositório onde são colocadas informações de todo tipo, como áudio, vídeo, dados e textuais. É um espaço onde se permite o processamento de informações. As informações que estão no computador são transferidas para a nuvem, onde uma empresa ou instituição é que vai armazenar os dados ou mesmo fornecer esse serviço de processamento de dados”, explicou Ribeiro à Agência Brasil.
 
Ribeiro destaca que a tecnologia de computação em nuvem necessita de conexão com internet, já que a infraestrutura, em geral, está localizada à distância. “Ela depende essencialmente da internet porque as informações estarão em outro lugar fisicamente, que pode estar na sua própria cidade como em um outro país, e a conexão com esse data center é feita por meio da internet”.
 
Apesar das facilidades oferecidas pela tecnologia, pode haver fragilidades na segurança das informações. Sobre a computação em nuvem no cotidiano no cidadão, Ribeiro ressalta que o usuário deve ter atenção ao contratar a plataforma de computação em nuvem. Informações sigilosas devem ser criptografadas para serem preservadas.
 
“O indivíduo precisa estar atento com a questão da privacidade das informações. Em uma nuvem pública, como é o caso da [oferecida pela] Google, Amazon e Microsoft, o usuário confia as suas informações a um terceiro, e não necessariamente essas informações estão seguras. Em alguns casos, pode estar previsto no contrato a divulgação das informações para o governo ou para um conjunto de empresas que vão querer, por exemplo, saber o seu perfil de consumo”, destaca.
 
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) também já trabalha com a tecnologia de computação em nuvem. Em iniciativa inédita, a empresa lançou no início deste mês a primeira nuvem do governo federal. O ambiente abriga sistemas para o Programa Cidades Digitais. A tecnologia oferece soluções de educação, atendimento médico hospitalar, gestão e comunicações para cerca de 80 municípios brasileiros.
 
De acordo com o superintendente de Produtos e Serviços do Serpro, José Gomes Júnior, a tecnologia permitirá que prefeituras brasileiras tenham estrutura para montar seus sites.
 
“Para cada prefeitura ter seu site e todos os sistemas, em um primeiro momento elas precisariam ter uma infraestrutura de processamento local, um minicentro de processamento de dados, servidores e licenciamento dos softwares. O que o Serpro está fazendo é levar toda essa tecnologia às prefeituras, elas não precisam mais se preocupar em ter essa infraestrutura do outro lado”, disse o superintendente à Agência Brasil.
 
O gerenciamento da tecnologia ficará sob a responsabilidade do Serpro em um centro de dados da própria instituição. O espaço para armazenamento e processamento de dados será dado de acordo com a necessidade do usuário. Gomes Júnior explica que a ferramenta de computação em nuvem do Serpro está disponível apenas para entes governamentais.
 
Fonte Agência Brasil

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Financial Times destaca Petrobras, Embraer e Embrapa por inovação


Petrobras criou fluidos sintéticos que facilitam extração de petróleo (Foto Agência Brasil)

Dois dias depois do leilão do Campo de Libra, que deve requerer US$ 180 bilhões de investimentos – boa parte dedicada ao desenvolvimento de tecnologia para a exploração de petróleo a 7 mil metros de profundidade no mar –, o Financial Times (FT) traz nesta quarta, (23/10/2013), suplemento de quatro páginas sobre inovação e pesquisa no Brasil.

 
 

Design: estampas e paisagens

Já reparou como algumas paisagens dariam belas estampas? O inglês Joseph Ford já. O fotógrafo é responsável pela série Aerial fashion & aerial landscapes, onde compara vistas aéreas com detalhes de estampas variadas.


Clique aqui para ver o trabalha de Ford

Entre os aspectos mais interessantes do trabalho de Ford, está a preferência por paisagens não necessariamente deslumbrantes, mas com aspectos visuais fortes que possam ser postas lado a lado com peças comuns ao nosso dia a dia.

Cidadania: “Ajudei minha família a romper o ciclo de pobreza”

Por Paula Adamo Idoeta, da BBC Brasil

Lucineide do Nascimento, 44, nasceu nos arredores de Natal, trabalhou na roça desde cedo e, se tudo tivesse corrido como o planejado pelo seu pai, teria casado cedo e continuado com a vida humilde no campo.

Lucineide é uma das entrevistadas da BBC na série 100 Mulheres – Vozes de Meio Mundo,
que aborda os anseios e as conquistas das mulheres atuais
 
"Mas eu era atrevida e bati de frente com meus pais", diz ela. Aos 17 anos, decidiu ir para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como empregada doméstica e depois, já em São Paulo, como representante comercial, vendendo utensílios domésticos.

Em 2007, em busca de mais autonomia, decidiu abrir um negócio próprio, de sacolas reutilizáveis de algodão cru – justamente a matéria-prima que plantava e colhia em sua juventude no Rio Grande do Norte.

Sua história retrata algumas das transformações do Brasil na última década, da ascensão de milhões de pessoas à classe média às mudanças que isso desencadeia na dinâmica das famílias e do mercado de trabalho – sobretudo entre o sexo feminino.

Hoje, a potiguar é a dona da empresa que sustenta sua família e emprega seu marido e um dos dois filhos (de 15 e 17 anos), produzindo 10 mil sacolas por mês, na zona sul de São Paulo. Ela diz que aprendeu a delegar tarefas da casa para poder dar conta do crescimento da empresa e "para poder ter tempo de encontrar as amigas".

E ajudou a mudar a realidade de seus parentes no Nordeste.

"Somos uma família enorme, de sete filhos, muito humilde. A gente não tinha nem energia elétrica. Meu pai tinha medo que fôssemos para a cidade grande, queria que eu casasse (enquanto) nova e ficasse na roça, tendo uma vidinha pacata.

Eu fui a ovelha negra, mas hoje sou o orgulho da família. Todos moram na cidade, decidiram estudar, muitos estão se formando na faculdade. Ajudei eles a sair do ciclo de pobreza."

BBC Brasil - Você veio de um ambiente rural e de outro em mutação, que é o do trabalho doméstico. Viveu machismo ou preconceito?
Lucineide do Nascimento - Cheguei a ser humilhada por patrões por ser nordestina e, como representante comercial, sofria com cantadas. Mas hoje me sinto respeitada. Brinco que, quando subo no salto, não há quem me enfrente!

Aqui no Brasil ainda existe preconceito, (muitos) acham que a mulher veio ao mundo para cuidar do lar, e mesmo em empregos iguais, ganha menos que o homem. Isso está mudando aos poucos, nós mesmas somos as maiores responsáveis por quebrar isso. O que pensei é: se tenho capacidade, por que não abrir meu próprio negócio?

Tive uma trajetória muito difícil, de muito sofrimento. Vim (do RN) muito ingênua. Mas meu pai diz que eu sempre fui atrevida. Enquanto era profissional autônoma, comecei a buscar informações sobre o que era ecologicamente correto, liguei para (a ONG ambiental) Greenpeace. Aprendi que, para substituir as sacolas de plástico, o melhor eram sacolas de algodão cru, (tecido) que se decompõe.

Comecei comprando no atacado e vendendo as minhas sacolas para escolas ou para empresas de brindes, que eram intermediários. Agora vendo direto para o consumidor final e quero triplicar minha produção. O negócio cresceu no boca a boca.

Que papel a Educação, formal ou informal, teve na sua formação?
Só estudei até o terceiro colegial, mas fiz um curso de capacitação no Sebrae.

Meus pais sempre me disseram que confiavam em mim. Isso me fez enxergar que era uma pessoa de muito potencial. Então sempre me cobrei muito, me achei no direito de crescer.

Para os meus filhos, a lição que eu quero passar é de superação e integridade. Eles são motivo de orgulho para mim porque têm a cabeça boa, são preocupados com o futuro. Eles me dizem, "mãe, te admiro. Você é uma mulher forte". Um deles vai cursar engenharia na faculdade.

Na roça, (minha família) antes só queria ter filhos, havia muita ignorância. (Falava para eles) que a educação e o conhecimento são importantes. Ajudei a minha irmã em Santa Cruz do Rio Grande do Norte, que fazia marmitas, a fazer o negócio dela crescer. Comprei um terreno para ela, que montou uma cozinha e um salão. Agora, eles têm planos de abrir uma churrascaria.

E quais seus principais desafios como mulher hoje?
No profissional, acho que é fazer a minha empresa (Edilu Sacolas Ecológicas) se tornar uma marca (conhecida), porque está ficando sólida nesse mercado sustentável.

No pessoal, tento delegar bastante as funções entre a família, porque eu dedico boa parte do meu tempo à Edilu. Eles passaram a me ajudar a lavar louça, fazer comida e administrar suas próprias responsabilidades, como ir no dentista, no inglês, estudar para prova.

Porque teve uma época muito difícil, em que eu tocava a empresa de noite enquanto ainda era representante comercial de dia. Fiquei doente de estresse, tinha tremedeira, cansaço. Achei que era problema do coração, mas o médico falou que eu tinha sintomas de depressão. Eu queria fazer tudo ao mesmo tempo, não tinha descanso.
 
Daí eu me tratei, passei a delegar. Hoje (meu desafio) é que sobre tempo para as minhas coisas de mulher, sair para bater papo com as amigas. Aprendi com o tempo que a vida não é só trabalho e família.


Semana Design Rio: ‘O design social cria soluções para a pobreza’, afirma curadora de museu em Nova York

Designer de formação, e ativista de direitos humanos e justiça social de longa data, a americana Cynthia Smith encontrou em um museu de Nova York o lugar ideal para conjugar sua dupla atuação.
 

Cynthia apresentará palestra na Semana Design Rio,
na sexta (25/10/2013) Foto Agência O Globo

No Smithsonian Cooper-Hewitt, National Design Museum, único nos Estados Unidos dedicado ao design contemporâneo e à história da atividade, Cynthia se tornou curadora de design socialmente responsável em 2009, dois anos depois de ter realizado lá a exposição 'Design para os outros 90%', uma referência à parcela da população que não costuma ser atendida por esse tipo de projeto.

Antes de chegar ao Cooper-Hewitt, ela passou mais de dez anos fazendo projetos de design e planejamento multidisciplinar para instituições culturais. Em seu engajamento político, chegou a disputar uma eleição para líder distrital.
 
Decidida a integrar seus interesses, a designer voltou a estudar e se formou na Harvard University’s Kennedy School of Government. Hoje, Cynthia é uma referência para quem busca uma visão e uma atuação engajadas no universo do design.

Clique aqui para continuar lendo a reportagem completa no O Globo, e aqui para saber mais sobre a Semana Design Rio.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Educação: as agruras de ser menina

Por Carol Nunes

Campanha chama a atenção para a exclusão de gênero que atinge meninas do mundo inteiro

No mundo, há 34 milhões de meninas de 6 a 14 anos fora da escola, sendo que dessas, 17 milhões não têm sequer expectativas de estudar. Uma das concorrentes ao Nobel da Paz de 2013 era Malala Yousafzai, paquistanesa que sobreviveu ao ataque de um grupo Talibã em ofensiva à sua luta pelo acesso à Educação das meninas de seu país.

O Brasil, apesar de ter uma carta de leis exclusiva para assegurar os direitos de crianças e adolescentes e um número crescente de crianças na escola, enfrenta dificuldades em quebrar o ciclo da pobreza associado ao gênero feminino.

Para chamar a atenção sobre a fragilidade social de garotas entre 6 e 14 anos, a Plan International Brasil lançou o vídeo da campanha Por Ser Menina, como parte da celebração do Dia Internacional da Menina, estabelecido pela ONU em 2012.


A peça mostra de forma lúdica as diferenças entre os anseios de desenvolvimento de uma garota pobre e as dificuldades encontradas por ela ao ter seus direitos negados.

Promover a Educação de mulheres é um dos investimentos mais poderosos para desenvolvimento social, de acordo com a Plan International. Segundo Anette Trompeter, gerente geral da organização, cada ano a mais na escola representa de 15 a 20% a mais na renda da mulher. Esse aumento da renda se reflete automaticamente no bem-estar familiar: “enquanto os homens investem cerca de 30% da renda na família e na comunidade, as mulheres colocam 90%, acabando com o ciclo da pobreza, inclusive dos seus próprios filhos”.

Trabalho doméstico e estagnação social
A frequência escolar, no entanto, não tem tanto poder de transformação se não há qualidade de ensino nem foco no estudo. Anette destaca que essa é a principal consequência do trabalho infantil doméstico, que retira boa parte do tempo que deveria ser dedicado ao estudo e à brincadeira.

Em muitos casos, o trabalho infantil doméstico evolui como forma de renda, mas por não ter conseguido se qualificar, a garota tem menos perspectivas de evolução no mercado de trabalho. A não-priorização da escolaridade por conta do trabalho doméstico gira a engrenagem da pobreza intergeracional: “as filhas das mulheres provavelmente vão estudar menos porque a mãe que sempre foi trabalhadora doméstica entende que isso não é tão importante assim”, explica Anette.

Pesquisa divulgada pela Plan International, com mais de mil meninas em 5 estados brasileiros, aponta que 76,8% das meninas entrevistadas lavam a louça em casa, enquanto apenas 12,5% dos meninos fazem a mesma tarefa. No cuidado com a família, o desequilíbrio se mantém: as mães são o ente familiar que mais cuida da família (76%). Essa desigualdade perpetua a percepção de que o cuidado com o lar é uma responsabilidade essencialmente feminina que deve, portanto, ser retransmitida às meninas desde cedo. “Enquanto o menino chega da escola e vai brincar, a menina vai cuidar da casa” – exemplifica Anette – “esse ciclo não deve ser culturalmente aceito”.

Educação de qualidade
A Educação de qualidade é outro turning point para o desenvolvimento social desse grupo. Os principais motivos de evasão escolar de garotas são o casamento ou união informal e a gravidez na adolescência. Para quebrar esse ciclo, é necessário investir no acesso a informações sobre direitos sexuais e reprodutivos. “O que conseguimos ver claramente em nossos projetos é que os jovens, quando expostos a essas informações, passam a ter consciência, por exemplo, de que a gravidez pode ser uma grande ruptura no crescimento pessoal”, declara Anette.

Meninas com acesso à Educação de qualidade têm não só mais chances de alcançar os objetivos pessoais e profissionais, mas também confiança para lutar por seus próprios direitos. Esse empoderamento é essencial para o combate à violência doméstica.

Entre as entrevistadas pela pesquisa, 57,3% acreditam que “meninas sofram mais violência por serem meninas” e 20% conhecem alguma menina que já sofreu violência. “Esses dados confirmam que as violências de gênero são agravadas pelo desconhecimento de seus direitos. Para compreender, por exemplo, uma violência verbal ou entender que o trabalha doméstico não é tarefa só de meninas, mas de ambos os sexos, as meninas primeiro precisam entender que aquilo não é uma condição natural apenas por elas serem meninas”, afirma Célia Bonilha, assessora de Gênero e Segurança Econômica da Plan.

Fonte Página 22

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Educação: valorize o saber, segure seu petróleo

Por Thomas Friedman, colunista do The New York Times, com tradução de Anna Capovilla para o Estadão

Frequentemente alguém me pergunta: "Que país você admira, além do seu?" Minha resposta é sempre a mesma: Taiwan. "Taiwan? Por que Taiwan?", as pessoas perguntam. É muito simples: porque Taiwan é uma rocha nua em um mar repleto de tufões sem recursos naturais que lhe permitam sobreviver - ela precisa importar até areia e cascalho da China para construção -, mas tem a quarta maior reserva financeira do mundo.

Porque em vez de escavar a terra e minerar o que quer que encontre em baixo dela, Taiwan cultiva seus 23 milhões de habitantes, seu talento, energia e inteligência - homens e mulheres indistintamente. Sempre digo a meus amigos em Taiwan: "Vocês são as pessoas mais privilegiadas do mundo.

Como foi que conseguiram ter tanta sorte? Vocês não têm petróleo, não têm minério de ferro, florestas, diamantes, ouro, apenas alguns pequenos depósitos de carvão e gás natural - e por causa disso desenvolveram hábitos e uma cultura que lhes permitiram aprimorar os talentos do seu povo, e os converteram no recurso mais valioso e mais autenticamente renovável do mundo hoje. Como foi que conseguiram tanta sorte assim?" Pelo menos, era o que eu achava instintivamente. Agora, aí estão as provas.

Uma equipe da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de apresentar um pequeno, mas fascinante, estudo que estabelece a correlação entre o desempenho no exame do Programa de Avaliação Internacional de Alunos (o Pisa), que a cada dois anos aplica testes de matemática, ciências e compreensão de leitura para alunos de 15 anos de 65 países, e os ganhos totais obtidos com seus recursos naturais como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país participante.

Em resumo, como se saem os alunos do ensino médio dos EUA em matemática em comparação com a quantidade de petróleo que bombeamos ou de diamantes que exploramos? Os resultados indicaram uma "significativa relação negativa entre o dinheiro que os países obtêm dos recursos naturais e o conhecimento e a capacidade de sua população de ensino médio", disse Andreas Schleicher, que supervisiona os exames do Pisa para a OCDE. "Trata-se de uma avaliação global de 65 países que participaram do mais recente exame do Pisa". Petróleo e Pisa não se misturam.

Clique aqui para ler na íntegra a reportagem no Estadão Blogs.


Tecnologia social: Finep premia Portal de apoio ao combate à fome e à miséria no municípios

O Sesi do Paraná recebeu neste domingo (13/10/2013), no Rio de Janeiro, o Prêmio Finep de Inovação 2013, na categoria Tecnologia Social Região Sul com o Portal ODM. Lá estão informações e indicadores sociais, ambientais e econômicos sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), para acabar com a fome e a miséria no mundo.

Clique aqui para saber tudo sobre

O Portal tem abrangência nacional, reunindo informações e indicadores de 5.565 municípios, praticamente todos os municípios brasileiros. Agora, o Sesi-PR concorre à grande final nacional que ocorrerá em novembro, em Brasília.

“O grande objetivo do Portal ODM é orientar a definição de políticas públicas e a elaboração de projetos de responsabilidade social corporativa e de organizações não governamentais em sintonia com a realidade dos municípios”, destaca o superintendente do Sesi-PR, José Antônio Fares. Segundo ele, muitas vezes empresas e entidades desenvolvem projetos desta natureza, mas, por falta de informações sobre os indicadores sociais, estes projetos acabam sendo dissociados das reais e mais urgentes demandas das comunidades.

“Todos os municípios já acessaram o Portal e tiveram a possibilidade de conhecer alguns dos principais indicadores relacionados ao desenvolvimento e à qualidade de vida”, explica Diva da Paz Vieira, coordenadora do Portal ODM. Os municípios paranaenses já puderam contar com alguma ação de mobilização proporcionada pelo Sesi. “São os três setores da sociedade propondo ações e iniciativas para o alcance dos objetivos do milênio tomando como base os indicadores fornecidos pelo Portal”, explica Maria Aparecida Zago Udenal, coordenadora do Movimento Nós Podemos Paraná.

O presidente da Finep, Glauco Arbix,  explicou que a entidade tem se empenhado para atender a demanda dos setores público e privado, o que levou a agência a multiplicar por sete os recursos disponíveis para a inovação.

“Em 2013, vamos injetar na economia R$ 10 bilhões porque há demanda e o Brasil precisa disso”, afirmou. Arbix também destacou a importância de parceiros como Federações das Indústrias, Sebraes e Bancos de Desenvolvimento que contribuíram para o sucesso da iniciativa.

Com a premiação, o Sesi-PR recebeu o Troféu Ouro e R$ 200 mil.

Fonte Agência Fiep

Inovação: estudantes são premiados com projeto na área de petróleo

Os estudantes Lucas Assunção e Manoel Monteiro desenvolveram um sistema de alinhamento de sonda para poços de petróleo terrestres que reduz o tempo de serviço de 30 minutos para menos de 2 minutos. A iniciativa venceu o Prêmio Theopraz, na modalidade ensino técnico, e já foi comprada e está sendo aplicada pela empresa Perbras, que também contratou os dois estudantes do curso técnico de mecânica do Cimatec, unidade do Senai da Bahia.

“Ganhar este prêmio só reforça a sensação de dever cumprido. Foi um projeto trabalhoso, que envolveu várias áreas de conhecimento, mas o resultado recompensou tudo”, comemorou Assunção. O Prêmio envolve alunos e ex-alunos do Senai da Bahia e docentes orientadores. Os participantes conceberam e desenvolveram projetos voltados para o atendimento de situações reais da indústria utilizando a Metodologia TheoPrax.

Entre os projetos de graduação, o vencedor foi o estudante Gessé Justiniano, que produziu uma fresadora Router – máquina com sistema computadorizado de corte e gravação de alta precisão, voltada para a área de mecatrônica.

Os três primeiros colocados das duas categorias ganharam medalha, certificado e prêmio em dinheiro – R$3 mil para o primeiro colocado, R$2 mil para o segundo e R$1 mil, para o terceiro.


Modalidade de ensino de origem alemã adotada pelo Senai-BA, o Theoprax incrementa a aprendizagem por meio do desenvolvimento de soluções para problemas encontrados por empresas. Seu funcionamento é simples: a empresa apresenta um problema real, da sua rotina, para uma equipe Theoprax resolver. Estas criam soluções e levantam recursos e custos e se responsabilizam pela sua execução.
 
Os estudantes de todos os cursos técnicos e graduações do Senai-BA fazem o Theoprax no último ano do curso, com um semestre dedicado a análise do problema e sua solução e outro voltado à parte prática, de realização – que é feita com acompanhamento do Senai.
 
Representando a Moinho Canuelas, fabricante de farinha de trigo, Oscar Garavaglia já contratou estudantes por meio do Theoprax e foi um dos jurados da premiação. “Para nós, das empresas, o Theoprax apresenta muitas vantagens. A principal é a possibilidade de conhecer e selecionar novos talentos, que nos trazem ideias inovadoras”.
 
O coordenador do núcleo Theoprax do Senai Cimatec, Augusto Araújo, explica que a modalidade propõe um grande desafio para o estudante. “A empresa que contrata o Theoprax já percebe os integrantes da turma como solução, e não como estagiários, por exemplo”.
 
O gerente do Cimatec, Daniel Motta, acrescenta que trata-se de “um processo que envolve muitas habilidades, pois, além de desenvolver e gerenciar o projeto, os estudantes precisam apresentar uma proposta aplicável para um cliente e vender a ideia”.
 
A metodologia criada pelo Instituto Fraunhofer, da Alemanha, é aplicada no Brasil somente pelo Senai-BA. “Acredito que o Senai-BA terá muito sucesso com o desenvolvimento desta metodologia. Os jovens que estão aqui apresentando se mostram muito seguros, desenvoltos, já entenderam o objetivo do Theoprax”, destaca um dos representantes do instituto, Peter Eyerer. Na Bahia são executados aproximadamente 300 projetos por semestre, envolvendo 25 empresas, como Pirelli, Xerox, Fortlev, Nestlé, Moinho Canuelas e Mileniium.
 
Clique aqui e conheça todos os contemplados com o Prêmio TheoPrax 2013.
 
Fonte Sistema Fieb

 

Educação profissional: Senai abre unidades para divulgar ações e serviços em todo o país

 

Em sua quinta edição, o programa Mundo Senai vai promover desta quinta até sábado (17 a 19/10/2013), a divulgação de ações educacionais e de serviços prestados pela organização em todo o país.

Serão diversas ações de interação com estudantes, professores e empresários, entre outros interessados, via palestras, mostras tecnológicas, minicursos, orientação profissional, visitas a laboratórios que simulam o dia a dia da indústria.
Barco-escola estará aberto para visitação no município de Japurá, no Amazonas

“É uma oportunidade para os jovens conhecerem as opções de carreira e a importância da Educação profissional para conquistar uma vaga no mercado de trabalho”, explica o diretor de Operações do Senai Nacional, Gustavo Leal.

As unidades do Senai devem receber 400 mil visitantes, em mais de 400 unidades. No ano passado, 365 mil pessoas participaram do programa, sendo que mais de 4 mil conheceram o que o Senai do Amazonas, por exemplo, oferece em educação profissional para jovens e adultos e serviços técnicos e tecnológicos para a indústria.

Uma das atrações será o barco-escola Samaúma, que nesta quinta (17/10/2013), abrirá seus três conveses para visitação no município de Japurá, a 919 quilômetros de Manaus. A unidade fluvial é pioneira no Senai, com 34 anos de atuação em 59 municípios do Amazonas, Pará, Acre, Roraima e Rondônia. Forma mais de 47 mil pessoas qualificadas para o mercado de trabalho.


Clique aqui para saber tudo sobre
 

Educação: professora de núcleo rural desenvolve material didático adaptado

Elieth e seus alunos
No quadro-negro da sala de aula da professora Elieth Portilho estão fotos de pássaros e frutas do Cerrado. As cartilhas falam de temas rurais e práticas do campo e foram elaboradas pela professora e os alunos.

É com esse material que ela alfabetiza as crianças no Centro de Ensino Fundamental Pipiripau 2, localizada em um núcleo rural em Brasília.

Neta e filha de professoras de Educação no campo, Elieth Portilho não teve dúvidas em seguir a mesma profissão. Apesar da certeza, ao longo da carreira foi questionada sobre a opção. Fazer um mestrado e estudar tanto para dar aula no campo?, foi a pergunta que ela ouviu algumas vezes. Mesmo com as indagações, o ânimo da professora só aumentou.

“São problemas diferenciados dos da zona urbana. Aqui há questões culturais, sociais, ambientais diferentes. Então, é preciso um estudo muito grande e comecei mergulhar e a buscar por que essa inquietação não tem fim. Comecei a estudar o material, a pesquisar, buscar pessoas que escrevem sobre o Cerrado, fui aos assentamentos visitar as famílias e conhecer a realidade deles”, contou.

“São problemas diferenciados dos da zona urbana. Aqui há questões culturais, sociais, ambientais diferentes. Então, é preciso um estudo muito grande e comecei mergulhar e a buscar por que essa inquietação não tem fim. Comecei a estudar o material, a pesquisar, buscar pessoas que escrevem sobre o Cerrado, fui aos assentamentos visitar as famílias e conhecer a realidade deles”, contou.

Essa “inquietação” por falar a mesma língua dos alunos e conquistar o interesse deles para o estudo fez a professora desenvolver o material didático adaptado. “Como trabalhar tão apegada ao livro didático com uma realidade tão complexa?”, perguntava.

Parte dos 15 alunos da professora Eliete mora em assentamentos e as famílias vivem da agricultura. Entraram em cena, então, visitas de campo com os alunos para conhecer de perto aquilo que se estuda em sala de aula. Para a leitura, poesias com nomes de pássaros e plantas do Cerrado e receitas com frutas que nascem no quintal de casa.

“O que sinto é que meus alunos conseguiram compreender muito mais quando larguei um pouco o livro didático e passei a ir para o campo. Eles têm mais entusiasmo, mais alegria”, conta.

Além das indagações sobre a escolha de ensinar no meio rural, a professora Elieth também enfrentou críticas ao método de ensino que adota. Há quem considere que ela está preparando os alunos para continuar no campo quando deveria formá-los para viver na cidade. “Alguns dizem que é uma perpetuação da pobreza, que a pessoa tem que ir para a cidade. Mas e se ela quiser continuar no campo? Se meu aluno aprender a ler e interpretar dentro desse contexto, em qualquer lugar ele vai ter sucesso”, conclui.

Ela lembra que está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação a possibilidade de fazer ajustes ao material de ensino para atender à realidade social e cultural do meio onde o professor atua.

Além dos desafios de didática, a professora conta que a educação no meio rural enfrenta outras dificuldades e uma delas é o deslocamento. Durante um tempo, os estudantes iam para a aula de carroça e a pé, enfrentando chuva e sol, e já chegavam à escola cansados e suados, o que dificultava o aprendizado. Após um período de reivindicações, eles passaram a ter ônibus escolar para o deslocamento, acrescenta Elieth.

Em mais de 20 anos de magistério, a professora chegou a atuar em escola da área urbana, mas percebeu que seu caminho estava mesmo no campo. “As pessoas têm um preconceito: você vai fazer mestrado para continuar em uma escolinha do campo?, perguntam Aí é que temos que estudar para recuperar essa perda histórica de exclusão da escola do campo, que sempre foi relegada”.

Fonte Agência Brasil

Dica de livro: publicação de ex-secretária de Educação norte-americana aborda a falência da meritocracia

Testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a Educação. É o que aponta a ex-secretária-assistente de Educação nos governos Bush (pai) e Clinton Diane Ravitch  no livro Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano, lançado em 2011 no Brasil pela Editora Sulina.

A professora também liderou movimento para a criação de um currículo nacional – ela era uma defensora da meritocracia e dos testes padronizados (os provões) nas escolas de seu país, mas após trabalhar no governo, reviu radicalmente sua visão.

Segundo o release da escritora, o livro é “um apelo passional pela preservação e renovação da Educação pública; uma mudança radical de perspectiva”.

Diane examina em sua obra a carreira na reforma educacional e repudia posições que ela anteriormente defendeu. Baseando-se em 40 anos de pesquisa e experiência, a ex-secretária critica as ideias mais populares de hoje para reestruturar as escolas, incluindo privatização, testes padronizados, responsabilização punitiva e multiplicação irresponsável de escolas autônomas.

Ela demonstra conclusivamente por que o modelo empresarial não é uma forma apropriada de melhorar as escolas. Usando exemplos de grandes cidades como Nova York, Philadelphia, Chicago, Denver e San Diego, Ravitch evidencia que a educação de hoje está em perigo.

Diane inclui propostas claras para melhorar as escolas americanas:
  • deixe as decisões sobre as escolas para os educadores, não para os políticos ou empresários;
  • construa um currículo verdadeiramente nacional que estabeleça o que as crianças em cada série deveriam estar aprendendo;
  • espere que as escolas autônomas eduquem as crianças que precisam de mais ajuda, não que concorram com as escolas públicas;
  • pague um salário justo aos professores pelo seu trabalho, não um “salário por mérito” baseado em pontuações de testes profundamente falhos e não confiáveis;
  • encoraje o envolvimento familiar na Educação logo a partir dos primeiros anos.

 
Diane Ravitch é professora e pesquisadora de Educação na Universidade de Nova York e membro associado do Instituto Brookings. De 1991 a 1993, foi secretária-assistente de Educação e conselheira do secretário de Educação Lamar Alexander na administração do presidente George H. W. Bush.

O presidente Clinton indicou Daiane para a Junta Nacional de Assessoramento Governamental, que supervisiona as testagens federais. Ela é autora e editora de mais de 20 livros, incluindo The Language Police e Left Back, e seus artigos apareceram em revistas e jornais. Nativa de Houston, Daiane é graduada pelas escolas públicas de Houston, Wellesley College e Universidade de Colúmbia.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Visualizações