Estudantes de pós-graduação entregaram na noite de
ontem (20/1/2013) ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, uma carta de
reivindicações. A principal demanda é o reajuste em 30% das bolsas de mestrado
e doutorado oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq).
Em 2012, houve um acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia para
um aumento de 40% no valor das bolsas. No segundo semestre do ano passado,
houve um reajuste de 10%. Os estudantes pedem a complementação do percentual.
O diretor de Políticas Educacionais da Associação
Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e mestrando em História Social na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lucas Machado, afirma que “sem
que o pesquisador seja valorizado não tem como o Brasil projetar e organizar o
seu desenvolvimento.” Segundo ele, “a valorização do pesquisador é questão
fundamental para pensar estrategicamente a situação brasileira”.
O valor da bolsa de estudos é R$ 1.350, para
mestrado, e R$ 2 mil, para estudantes de doutorado. “Qualquer pessoa em início
de carreira pode ganhar mais do que o valor da bolsa, o que nos estimula a
continuar na universidade? Tem que gostar muito mesmo de pesquisar”, afirma
Tamara Naiz da Silva, tesoureira da ANPG.
A entrega foi feita durante o 2º Encontro Nacional
de Grêmios da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), evento
sediado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) simultaneamente ao 14º
Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes
(UNE). Na manhã de ontem (20), o
ministro conversou com os estudantes da UNE.
Com os secundaristas, na parte da tarde, o tema do
debate foi a Lei de Cotas. “Se mais de 80% dos estudantes do Brasil são de
escola pública, por que não 50% das vagas nas universidades serem destinadas a
eles?”, questionou Mercadante arrancando aplausos dos cerca de 1,5 mil alunos
presentes.
A estudante Isadora Faber, autora da página Diário
de Classe, também participou do debate. Ela ficou conhecida por manter uma
página na internet em que mostra os problemas e cobra melhorias na escola
pública onde estuda, em Florianópolis.
Fonte Agência Brasil