A crise econômica internacional
não tirou da inovação o status de prioridade entre os países desenvolvidos e
parte dos emergentes, avaliou hoje (1º) o presidente do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ele acredita que
essa insistência elevará essas nações a um patamar diferenciado
"Está nascendo um processo de transformação, que ainda não é
evidente e que vai diferenciar um conjunto de países que têm perseverado no
apoio e no avanço da inovação", destacou ele no lançamento da pesquisa
Barômetro da Inovação, feita pela multinacional General Eletric (GE).
Coutinho disse que o Brasil é um caso de país atrasado na inovação,
por ter uma estabilização da economia recente. "Foram 30 anos de uma
altíssima instabilidade em que era impossível para o setor privado enxergar
além de um ou dois anos".
Atualmente, na visão dele, o Brasil organizou o sistema de ciência e
tecnologia, com a Lei do Bem e a Lei da Inovação, e dispõe dos mesmos
instrumentos de apoio à inovação que os países desenvolvidos. Apesar disso, ele
destacou que é preciso "dobrar o esforço de inovação do setor privado, que
em outros países corresponde de dois terços a 80% dos investimentos".
"O sistema brasileiro está muito encapsulado. Ele precisa disponibilizar
mais recursos diretos que façam o papel catalisador da energia privada. É
insubstituível a liderança do setor privado".
Apesar da redução da participação da indústria no Produto Interno
Bruto de muitos países, entre eles o Brasil, o presidente do BNDES destacou o
papel do setor na inovação: "Se olharmos por dentro, vamos ver que o papel
da indústria não se modificou. Ela contribui com mais de 70% dos investimentos
em inovação".
De acordo com a pesquisa realizada pela GE com 3,1 mil executivos das
maiores empresas de 25 países, 95% dos entrevistados brasileiros disseram que a
inovação é uma prioridade estratégica para suas empresas.
O Brasil foi apontado como ambiente positivo para a inovação por 30%
dos entrevistados, o 17º melhor resultado. Quando os entrevistados foram os
próprios brasileiros, 43% avaliaram que o cenário nacional favorece a inovação.
Os dez países mais bem avaliados globalmente foram: Alemanha (85%),
Estados Unidos (84%), Japão (81%), Coreia do Sul (70%), Reino Unido (69%), Suécia
(66%), China (66%), China (66%), Cingapura (63%) e Suíça (60%). A Índia aparece
na lista em 12º, com (55%), a Rússia, em 18º, com 29%, e a África do Sul, em
23º, com 20%. A Nigéria, com 5%, foi a última colocada.
Fonte Agência Brasil