quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Plano Nacional de Educação: Comissão da Câmara aprova redação final do PNE destinando 10% do PIB para a área

A Câmara concluiu, nesta terça (16/10/2012), a votação do novo Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10), que destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para políticas de Wducação. A proposta segue agora para o Senado.


A conclusão da votação ocorreu com a aprovação da redação final do projeto pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). A proposta, que tramitava em caráter conclusivo, foi aprovada por uma comissão especial no dia 26 de junho.

O índice de 10% vinha sendo reivindicado por deputados da oposição, parte da base aliada do governo e entidades da sociedade civil. Hoje, a União, os estados e os municípios aplicam juntos cerca de 5% do PIB na área. Na proposta original do Executivo, a previsão era de investimento de 7% do PIB em Educação. O índice foi sendo ampliado gradualmente pelo relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que chegou a sugerir a aplicação de 8% em seu último parecer.

Um acordo entre governo e oposição, no entanto, garantiu o apoio do relator aos 10%. Pelo texto aprovado, o governo se compromete a investir pelo menos 7% do PIB na área nos primeiros cinco anos de vigência do plano e 10% ao final de dez anos.

Outro destaque do novo PNE foi a antecipação da meta de equiparação do salário dos Professores ao rendimento dos profissionais de escolaridade equivalente. O relatório de Vanhoni previa o cumprimento dessa meta até o final da vigência do plano. Um destaque aprovado, por sua vez, estabelece a equiparação até o final do sexto ano do PNE.

A comissão especial aprovou ainda o prazo de um ano após a sanção do PNE para a aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional. O projeto, que já está em tramitação na Câmara (7420/06), estabelece responsabilidades de gestores públicos na melhoria da qualidade do ensino. Ambos os destaques aprovados receberam o apoio de Vanhoni.

Íntegra da proposta: PL-7420/2006 e PL-8035/2010



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mercado de trabalho: falta de qualificação entre jovens é causa de desemprego, mostra Unesco


não investir nas habilidades de jovens
tem efeitos de longo prazo visíveis em
todos os países (Foto José Paulo Lacerda)
Duzentos milhões de jovens, com idade entre 15 e 24 anos, de países em desenvolvimento não 
completaram o ensino primário, equivalente ao ensino fundamental no Brasil, e precisam de caminhos alternativos para adquirir habilidades básicas para o emprego.

O número representa 20% da população desses países nessa faixa etária. Essa realidade foi apontada pelo 10º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, publicado nesta terça (16/10/2012) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O relatório mostra que a população jovem do mundo é a maior que já existiu e que um em cada oito jovens está desempregado. Além disso, mais de 25% estão em trabalhos que os deixam na linha da pobreza ou abaixo dela, equivalente a um rendimento inferior a US$ 1,25 por dia.

O documento ressalta que “a profunda falta de qualificação da juventude é mais nociva do que nunca”, neste momento de crise econômica que continua afetando sociedades de todo o mundo. 

A publicação avalia que houve progresso significativo em algumas regiões, mas poucas estão no caminho para atingir as seis metas previstas no Acordo de Dacar (Senegal), assinado por 164 países durante a Conferência Mundial de Educação de 2000. Pelo acordo, até 2015 devem ser cumpridas as seguintes metas:
  • expandir cuidados na primeira infância e Educação;
  • universalizar o ensino primário;
  • promover as competências de aprendizagem e de vida para jovens e adultos;
  • reduzir o analfabetismo em 50%; alcançar a paridade e igualdade de gênero;
  • melhorar a qualidade da Educação.

Em todo o mundo, 250 milhões de crianças em idade escolar primária não sabem ler ou escrever, frequentando ou não a escola. Entre os adolescentes, 71 milhões estão fora da escola secundária, perdendo, segundo a pesquisa, a oportunidade de adquirir habilidades vitais para um emprego digno no futuro. 

As populações jovens pobres são as que mais precisam de capacitação, principalmente das áreas rurais. “Muitos jovens fazendeiros, com problemas de escassez de terras e efeitos da mudança climática, não têm sequer as habilidades básicas necessárias para se proteger e se sustentar”, conclui o estudo. No Brasil, aqueles que moram na zona rural têm o dobro de chance de ser pobres e 45% não completaram o ensino fundamental.

Segundo a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, o mundo está testemunhando uma geração jovem frustrada pela disparidade crônica entre habilidade e emprego. “A melhor resposta à crise econômica e ao desemprego de jovens é assegurar a capacitação básica e relevante de que precisam para entrar no universo do trabalho com confiança”, disse. Para ela, esses jovens precisam ter caminhos alternativos para a Educação, para conseguir as habilidades necessárias à sobrevivência, a viver com dignidade e contribuir com suas comunidades.

O relatório mostra ainda que não investir nas habilidades de jovens tem efeitos de longo prazo visíveis em todos os países. Mesmo nas nações desenvolvidas, a estimativa é que 160 milhões de adultos, ou 20% deles, não tenham requisitos mínimos para se candidatar a um emprego, como ler um jornal, escrever ou fazer cálculos. Por isso, a Unesco defende que investir no desenvolvimento das habilidades de jovens é uma estratégia inteligente para países que querem impulsionar seu desenvolvimento econômico.

A partir dos dados, a entidade alerta que apesar de a área econômica ser a primeira a se beneficiar com profissionais mais qualificados, o setor privado contribui muito pouco na Educação dos jovens, com apenas 5% dos fundos oficiais. Além disso, recomenda que governos e países doadores de fundos globais para a Educação se empenhem para garantir o investimento necessário.



Cerâmica vermelha: fórum mineiro abordará produção e consumo sustentável



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Economia criativa: congresso internacional de inovação debaterá consumo colaborativo


A diretora do Collaborative Lab, Lauren Anderson (foto), defende que as novas relações comerciais da sociedade trarão mudanças profundas. A australiana, que estará no 5º Congresso Internacional de Inovação, diz que essas relações já foram "buy" (comprar), passaram a "rent" (alugar) e agora estão fortemente inclinadas ao "share" (compartilhar).

O encontro é uma promoção do Sistema Fiergs, por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), Sesi-RS e Senai-RS, e ocorrerá nos dias 30 e 31/10/2012, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre.

Lauren, que trabalha com o fornecimento de soluções sociais e rentáveis no espaço do consumo colaborativo, destaca que o sistema de acesso se sobrepõe ao de posse. Sua empresa foi considerada pela revista Time como uma das "10 ideias que vão mudar o mundo". A diretora foca suas palestras na maneira como a colaboração tecnológica irá influenciar a maneira como vivemos, criamos e consumimos. Conforme ela, tudo, ao que parece, está se tornando colaborativo, e esta mudança pode ser tão profunda como a revolução industrial.

Com o tema Economia Criativa: Ideias e Ideais Gerando Riquezas, o Congresso vai abordar, além do consumo colaborativo, assuntos como Educação e tecnologia na construção do futuro, economia verde e indústria do entretenimento, com especialistas de todo o mundo. Entre os convidados, o Professor da New York University e crítico cultural, Steven Johnson, fará a palestra De onde vem as boas ideias?.

Jonhson, que é colunista dos jornais The New York Times e do The Wall Street Journal e autor do livro que tem o mesmo nome da palestra, defende que as grandes inovações contemporâneas não surgiram da necessidade dos consumidores, mas da capacidade de sermos criativos com recursos que estão disponíveis. Com sua experiência em neurobiologia, explica de modo simples, como a criatividade pode melhorar radicalmente o desempenho pessoal e organizacional, e como as novas formas de conexão influenciam os negócios e a economia.

Também estará no congresso Gerd Leonhard, considerado um pensador líder e um dos principais futuristas de mídia do mundo, abordará a indústria do entretenimento. Leonhard pensa que as plataformas tecnológicas serão cada vez mais complementares.

Com o tema Educação e tecnologia na construção do futuro, a Khan Academy − uma escola totalmente virtual será apresentada pelo responsável por implementar e difundir seus métodos, Sundar Kabbarayan. O fundador da Physon Eletronics, empresa que produziu a primeira unidade flash USB com a tecnologia system on chip do mundo, K. S. Pua, também vai contar sua história. A Physon, da Malásia, valia mais de US$ 1 bilhão antes de completar 10 anos.

Outros nomes como o americano Marc Weiss, que destacará a economia verde e as estratégias para o desenvolvimento econômico sustentável, e a diretora da Digital Media Zone (DMZ), Valerie Fox, que contará sua experiência de criar soluções digitais inovadoras para a indústria, também estarão no congresso. Do Brasil, a sócia-diretora da Garimpo de Soluções, Ana Carla Reis, o presidente da Porto Digital, Francisco Saboya, o educador Rubem Alves (foto) e o empresário Ricardo Felizzola darão seus depoimentos.

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Da Folha: para escolher a carreira certa, vestibulando precisa pesquisar*


É como um jogo de videogame. A primeira fase da escolha da profissão costuma ser a mais tranquila para a maioria dos vestibulandos.

Se você detesta matemática no colégio, fugirá facilmente de engenharia. Se não é atraído pela leitura, desviará de letras ou filosofia.

Ao vencer essa primeira etapa, o passo seguinte costuma ser o dos gostos e afinidades do estudante – quem gosta de escrever pensa em jornalismo; quem adora bichos quer veterinária.

Peneirados esses cursos, chega-se à fase mais complexa: como escolher entre carreiras que têm área de atuação semelhante ou nomes tão parecidos que é difícil até entender a diferença entre eles?

Para ajudar a buscar essa resposta, a Folha ouviu profissionais, coordenadores de graduações e também universitários para explicar as singularidades de cada carreira.

Clique aqui para ver a reportagem completa do Guia de Profissões da Folha de S.Paulo.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Ideias para a Educação 3: Professora usa CD de Maria Bethânia para ensinar história

A música está presente na vida de todos. Na adolescência, ela passa a ter uma importância maior ainda. Com essas observações, a Professora Vânia Aparecida Silva Corrêa Pinto resolveu fisgar seus alunos pelo ouvido. A tarefa não foi simples, mas rendeu bons frutos, como o Prêmio Professores do Brasil.

O projeto Brasileirinho começou em 2005, quando a Professora de história e filosofia no Colégio Estadual Vicente Jannuzzi, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, propôs estudar na escola as raízes populares da cultura brasileira. “Percebi no aluno um desinteresse muito grande com relação ao universo da leitura, à cultura popular brasileira. Eu sentia que o aluno não percebia a cultura, a escola, a Educação, a leitura como um valor.”

Então, Vânia propôs criar uma estratégia que pudesse agregar o valor da leitura à família e à escola como um todo. O repertório escolhido foi o de Maria Bethânia. “No CD Brasileirinho, que ela estava lançando em 2005, era um convite para você conhecer o Brasil multicultural. É o Brasil do índio, do negro, do mulato, do branco. E ali eu tinha tudo pra trabalhar desde o descobrimento do Brasil, o espanto que o índio sente ao encontrar os portugueses, depois ela passa pelo povo africano, navio negreiro, Castro Alves e tudo mais, até chegar aos dias atuais.”

Apesar de produção da cantora baiana não ter como foco o público adolescente, a professora afirma que só o fato de chegar com um aparelho de som e dizer que vai ter música na aula o aluno já se interessa. A partir daí, o projeto ganhou desdobramentos que passaram pela produção teatral, de dança, pintura, música e literatura. “Cada ano tem uma nuance, no ano passado teve um enfoque muito grande na literatura, fizemos um sarau musical na escola. Esse ano homenageamos Jorge Amado, que faria 100 anos, e Caetano Veloso, que fez 70. O trabalho deles dialoga entre si. Fizemos [também] mostra de cultura africana.”

O projeto de Vânia ocorre na sala de aula, em paralelo aos conteúdos da disciplina e, esporadicamente, ocorrem atividades no turno contrário, como passeios, shows e eventos. “Levamos um livro com a nossa produção para a Academia Brasileira de Letras e fizemos uma visita guiada com o presidente”, lembra a professora.

De acordo com ela, é preciso trabalhar da melhor forma possível para fazer a diferença na vida do aluno. “O que me motiva é justamente o movimento, a ação, porque senão a gente fica naquela coisa de samba de uma nota só. Particularmente, [como] estou na escola todos os dias, tenho que estar em um lugar que me traga emoção, que me traga alegria, que me traga felicidade.”

E a música foi um instrumento que canalizou a mudança. “Consegui quebrar com isso a rigidez dos currículos, porque os currículos são rígidos, os livros estão ali, a gente tem que cumprir aquele currículo, então porque não cumprir de uma forma mais lúdica, mais prazerosa? Então eu pensei nisso aí. E o aluno gosta.”

Para a professora Vânia, a educação é um investimento de longo prazo. “O que desanima são as políticas públicas, que ainda não perceberam a educação como a grande base para o Brasil melhorar, o Brasil prosperar. Acho que isso é cultural”, explicou.



Ideias para a Educação 2: com criatividade e tecnologia, Professor desperta interesse de alunos pela física e matemática


Jogos eletrônicos, filmes em 3D e realidade aumentada, tecnologias que ainda são desconhecidas por parte dos jovens brasileiros. Ao perceber que seus alunos, de Petrópolis, no Rio de Janeiro, não entendiam o que é um filme em 3D por nunca terem assistido a uma produção com essa tecnologia, o Professor de matemática Guilherme Erwin Hartung decidiu mostrar a eles O Fantástico Mundo 3D.

O projeto deu tão certo que Hartung recebeu, no ano passado, o Prêmio Professores do Brasil, concedido pelo Ministério da Educação (MEC). Durante as atividades oferecidas fora do horário das aulas, sem valer nota, 15 estudantes montaram um site com imagens em 3D produzidas por eles mesmos.

Hartung usa lousa digital e o software canadense iME (math education) criado
pelo doutor Georges Touma, da Universidade de Ottawa (Foto Divulgação)

Antes tiveram oficinas de biologia, para saber como funciona o olho humano, de física, sobre polarização da luz, e, claro, de matemática, para entender e calcular a geometria envolvida na produção das imagens com a sensação de profundidade. Também foram feitas visitas a institutos de pesquisa e a laboratório de computação, além de participarem de videoconferência com especialista em 3D de Hollywood, nos Estados Unidos. Tudo graças ao empenho do Professor, que também é orientador tecnológico no Colégio Estadual Embaixador José Bonifácio, de ensino médio.

“Os alunos gostaram, alguns disseram que a questão da física mudou, tem muito aluno que diz que odeia física, mas, quando vê a física aplicada, uma coisa interessante, palpável, passa a ver a física com outros olhos. A Professora de biologia também comentou que os alunos realmente aprenderam o sistema de visão. Em matemática, os 15 que frequentaram o projeto todo realmente aprenderam as razões trigonométricas”, contou Hartung.

Para ele, o incentivo de um Professor é suficiente para mudar o destino de um aluno. “Com certeza, [entre] os alunos que participaram do [projeto] 3D, muitos falam em fazer faculdade na área de TI [tecnologia da informação], já estão correndo atrás, escolheram faculdade, Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], vestibular. Fiquei feliz. Não sei se o projeto contribuiu para isso, mas com certeza abriu um pouco a cabeça deles nesse sentido.”

Outro projeto desenvolvido por ele no colégio de Petrópolis envolve uma atração irresistível para praticamente todo adolescente: os jogos eletrônicos. O Professor observou o quanto é diferente o comportamento do aluno enquanto joga e quando está na escola.

“Quando joga, ele 'morre' na mesma fase cem vezes e continua tentando. Quando ensino matemática e o aluno erra o exercício, fica frustrado e não quer mais fazer. Outra coisa é a concentração, quando o adolescente joga está muito focado, o que não acontece na aula. Tem também o desafio, a próxima fase precisa ser mais difícil do que a anterior. Na aula, se você dá primeiro um exemplo fácil para entender a mecânica e depois dá exemplos mais difíceis, dizem 'está complicando a nossa vida'."

A ideia do Professor, que tem formação técnica em TI, foi estimular os alunos a produzirem seus próprios jogos. “A única regra que tinha era: esse jogo que você vai criar tem que ensinar alguma coisa para alguém”. O Professor usou softwares livres e fáceis de trabalhar, em que é possível montar a estrutura de um jogo. Nesse caso, também foram dadas oficinas sobre matemática aplicada, indústria de games, programação, desenho e linguagem visual de um jogo.

Com isso, no primeiro ano do projeto foram produzido cerca de 30 joguinhos. “Percebi a melhora de alguns alunos em matemática depois do projeto. O interessante é que muitos dos jogos foram aproveitados pelos Professores em sala de aula e alguns foram demandados. Isso é bem inovador, o aluno participar da prática do Professor, e também a visão inovadora de usar jogos em sala de aula”.

A motivação para Hartung vem do próprio exercício da profissão. “Com o cargo de orientador tecnológico, eu tinha 12 horas e um laboratório de informática, não podia deixar os alunos jogando e entrando no Facebook, então comecei a inventar coisas. Eu tinha que ajudar de alguma forma a melhorar esses índices horrorosos que o Brasil amarga nessas avaliações externas.”

Segundo ele, o seu maior incentivo é conseguir despertar no aluno o prazer de aprender. “Eu costumo dizer que eu jogo iscas – tecnologia 3D, jogos, realidade aumentada – para trazer o aluno, para ele pelo menos tentar se envolver com aquilo, com os conteúdos que estão ali por trás. A partir do momento em que ele começa a experimentar, começa a ter essa sensação boa de 'agora eu sei um pouco mais do que eu sabia antes', aí você vê uma transformação interessante.”

O Professor acredita que a Educação no Brasil tem melhorado, mas de uma forma muito lenta. “O ensino médio passou a ser obrigatório, a falta de Professor que havia cinco anos atrás já não acontece tanto, as escolas estão com uma estrutura melhor. Mas a motivação dos alunos eu acho que não é grande coisa, pelo contrário, eu acho até que na minha época a gente não era tão desmotivado”.

O trabalho do Professor Guilherme Erwin Hartung com os alunos do Colégio Estadual Embaixador José Bonifácio podem ser conferidos nos sites http://www.guilhermeeh.blogspot.com.br/, http://petropolis3d.webnode.com.br/ e http://www.fractalmultimidia.blogspot.com.br/, que oferece os jogos desenvolvidos para download.



Lei de Cotas: publicado decreto que regulamenta obrigatoriedade para universidades e escolas técnicas


Estudantes de baixa renda e os que se declaram pretos, pardos ou indígenas terão prioridade no caso de não preenchimento das vagas reservadas às escolas públicas em instituições de ensino superior e técnico. A determinação é da nova Lei de Cotas, regulamentada pelo Decreto nº 7.824 publicado hoje (15/10/2012) no Diário Oficial da União. Há, ainda, portaria do Ministério da Educação de número 18, que detalha o decreto.

Os textos informam que 50% das vagas disponíveis nas instituições de ensino superior devem ser destinadas a quem cursou integralmente o ensino médio em escolas públicas. Metade das vagas das escolas técnicas será reservada a quem cursou o ensino fundamental.

As cotas serão preenchidas de acordo com as notas dos alunos. As vagas remanescentes estarão disponíveis aos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, seguindo a ordem de menor renda. Em seguida, terão prioridade os demais estudantes de baixa renda.

A renda será calculada com base nos três meses anteriores ao da inscrição no processo seletivo. A portaria estabelece exclusão do cálculo os programas sociais, como o Bolsa Família, Pró-Jovem e demais programas de transferência de condicionada de renda implementada por estados ou municípios.

As instituições de ensino terão, a partir de hoje, prazo de 30 dias para iniciar a implementação das disposições. As reservas serão graduais, 25% das cotas por ano, ou seja 12,5% das vagas totais. O prazo final é 30 de agosto de 2016.



Ideias para a Educação 1: educadores vencem dificuldades e transformam processo de ensino

De calça vermelha, tênis preto de cadarços também vermelhos e camisa xadrez, o Professor Wagner Júnior chama a atenção pelo visual despojado. Ele dava aulas de história geral em escolas públicas do Distrito Federal (DF) e ajudou a mudar a história de seus alunos. Com muitas ideias, conseguiu uma câmera e passou a desenvolver projetos de educação usando ferramentas da comunicação.



Um deles é o Programa Parabólica, que funciona no Centro de Ensino Médio 1 (CEM 1) de Sobradinho, cidade do DF. As produções, que abordam temas ligados à juventude, como Educação, drogas, saúde e sistema de cotas em universidades, são exibidas na internet ou transmitidas pela TV Cidade Livre, de Brasília, parceira do projeto. As pautas são discutidas semanalmente por um grupo de alunos e ex-alunos da escola, que se reúne no local onde antes funcionava um depósito da unidade. Hoje, o pequeno cômodo, chamado de QG, sigla de quartel-general, tem porta grafitada, pufes coloridos e o entra e sai de quem está sempre em atividade.

São histórias assim, de educadores que vencem as dificuldades do dia a dia e transformam o processo de ensino em uma experiência democrática, criativa e bem-sucedida que a Agência Brasil conta hoje (15/10/2012), no Dia do Professor.

Com o entusiasmo típico dos jovens, Wagner Júnior diz que decidiu trocar as salas de aula tradicionais, com mesas, cadeiras e quadro-negro, por ambientes menos formais e mais coloridos após perceber que o conteúdo de suas lições não despertava o interesse dos alunos. A inquietação diante do que via levou o Professor a projetar nova prática pedagógica.

“Me angustiava muito ver que os alunos não se interessavam tanto pelo conteúdo das minhas aulas. Por outro lado, percebia que eles queriam estar conectados, estavam muito ligados às redes e mídias digitais. Decidi, então, fazer delas minhas aliadas”.

Ele acredita que o educador precisa renovar o fôlego para superar a falta de estrutura e os salários que “não estão à altura da importância da atividade”. Com mais de 20 anos de profissão, Wagner Júnior diz que a maior recompensa é ver os jovens tomando consciência de quem são e posicionando-se de forma intelectualmente autônoma diante de sua realidade.

“O educador é pouco valorizado pela lógica capitalista, do ponto de vista do rendimento financeiro, mas é muito valorizado pela lógica humana. A escola é lugar de se fazer amigos e é isso que mais ganho aqui”, acrescenta.

Ângelo Palhano, 19 anos, fugia das aulas de história do Professor Wagner Júnior. Hoje, mesmo depois de ter concluído o ensino médio, volta ao CEM 1 de Sobradinho, pelo menos uma vez por semana para participar das reuniões de pauta do Parabólica.

“Com ele, aprendemos a nos conscientizar historicamente, a perceber quem somos. Nas aulas tradicionais, muitas vezes, o aluno fica angustiado porque o saber dele é ignorado. Aqui não, a gente pensa, a gente produz”, diz o jovem, aluno de filosofia na Universidade de Brasília e que, em poucos anos, deve seguir a mesma profissão de Júnior.

A paixão pelo ensino e a vontade de mudar a vida dos alunos também são as características mais evidentes na equipe pedagógica da Escola Classe Córrego das Corujas, na zona rural de Ceilândia, outra cidade do DF. Rosemar Barbosa, 48 anos, é uma das três professoras que trabalham na unidade. Para chegar à escola, ela leva, diariamente, 40 minutos e enfrenta 6 quilômetros de estrada de terra, mas diz que não “quer sair dali por nada”.

“Já trabalhei em escolas que ficavam a dez minutos da minha casa, mas sou apaixonada pelo trabalho que a gente faz aqui, com impacto direto não apenas no processo de aprendizagem do aluno, mas também na vida das famílias da comunidade”, diz. Para ela, a estrutura simples e os recursos limitados não desestimulam o trabalho de quem quer fazer a diferença.

“Não temos muitos recursos aqui, mas aproveitamos o que está disponível e provamos que é possível mudar. Ver o crescimento dessas crianças e o sorriso no rosto delas renova o nosso ânimo”, acrescenta.

De acordo com a diretora da escola, Suélia Gomes, foi essa dedicação à arte de ensinar, somada à integração entre as profissionais que levaram a escola a ser reconhecida como exemplo de sustentabilidade. Este ano, o projeto Saber Viver: Uma Escola Sustentável foi premiado durante o Circuito de Ciências de Taguatinga, promovido pela Secretaria de Educação do DF.



“Por meio do projeto, incentivamos os alunos a trazer material reciclável que virava lixo e acabava sujando a própria comunidade. Com isso, construímos vários objetos de lazer aqui na escola e conscientizamos as famílias sobre a importância do descarte responsável e do reaproveitamento de materiais”, explica.

Como resultado do projeto, os alunos construíram, com a ajuda dos professores, uma casinha de bonecas usando caixas de leite, além de mesas e cadeiras feitas com madeira de caixotes reaproveitada. As brincadeiras também foram incrementadas com castelos de princesas construídas com latas de leite em pó, flores de rolo de papel higiênico e super-heróis de garrafas PET.

Rakeu Santos, 9 anos, é aluna do terceiro ano do ensino médio e percebe a paixão das professoras pelo que fazem. Com sorriso no rosto, diz que tem orgulho de estudar em uma escola “tão legal”.

“Eu gosto muito de estudar aqui, sempre digo em casa que nunca quero sair desta escola. Aqui a gente aprende muitas coisas, como cuidar da natureza e reciclar”, diz a menina.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Educação e planejamento: Fundação afirma que sistema educacional contribui para aumento do trabalho infantil


A pedagoga Inês Kisil Misdalo (foto), que coordena a área de Educação Formal do Instituto Ayrton Sena, afirmou que o sistema educacional brasileiro contribui para o crescimento do trabalho infantil.

"À medida que a qualidade da educação deixa a desejar, colocamos na sociedade a possibilidade da exploração infantil", alertou durante apresentação no painel Experiências de inclusão social de crianças e adolescentes pela Educação. A questão foi debatida durante o Seminário Trabalho Infantil, Aprendizagem e Justiça do Trabalho.

O evento, realizado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho e pelo Tribunal Superior do Trabalho, reúne nesta semana (9 a 11/10/2012), em Brasília, autoridades do executivo, legislativo e judiciário, acadêmicos e organizações não governamentais  para propor novos rumos na luta contra a exploração de milhares de crianças e adolescentes brasileiros.

Inês Kisil destacou que, embora 98% das crianças estejam na escola, cerca de 3,5 milhões são reprovadas anualmente. O problema não seria de oferta, mas da qualidade que não mantém as crianças na escola. Mostrou-se preocupada com a evasão no ensino médio, que chega a 40%, em uma faixa etária onde ocorre o começo da vida profissional para muitos desses adolescentes.

Ela relatou experiências do Instituto Ayrton Senna no treinamento dos adultos que têm contato direito com as crianças. Ela criticou a falta de planejamento na Educação do país e a qualidade das nossas escolas públicas, ainda voltadas para o século XX e XIX, pouco atraentes para os jovens de hoje.

Erradicação do trabalho infantil pela educação
A cientista social Patrícia Mara Santin, gerente da área da infância e da adolescência da Fundação Telefônica, ligada à Vivo, disse hoje no Seminário que a sociedade não tem o entendimento de que o trabalho infantil "é um problema da nossa conta", que precisa e pode ser resolvido pela Educação ampla, com o auxílio de parcerias.

A própria falta de consenso sobre o que é trabalho infantil tem levado as pessoas que trabalham na área a identificar equivocadamente quais crianças realmente necessitam de atendimento, manifestou a palestrante. Preocupada com essa questão, ela informou que a sua organização utiliza um modelo de diagnóstico rápido desenvolvido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que possibilita, inclusive, a identificação de trabalho infantil doméstico, que é invisível na sociedade.

Para Patrícia Santin, os alarmantes números oficiais que dimensionam o trabalho infantil no Brasil são apenas a ponta do iceberg, porque a experiência tem demonstrado que os problemas são muito maiores. Na sua opinião, os municípios não veem conseguindo articular adequadamente o papel dos conselhos de direitos, como o tutelar, compreendidos no Sistema Único de Assistência Social, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. "A fundação trabalha no sentido de que esse sistema funcione na prática", disse Patrícia Santin.

Fundação Gol de Letra propõe educação articulada e integral
O representante da Fundação Gol de Letra, Felipe Pitaro, defendeu, em sua participação no painel, o desenvolvimento de ações articuladas voltadas para a formação integral de crianças e jovens. "O fracasso do sistema educacional reside, em parte, na expectativa de que o Estado e a iniciativa privada façam toda a ação de transformação", afirmou.

A fundação, criada em 1998 pelos jogadores de futebol Raí e Leonardo, desenvolve diversos programas voltados para a transformação social por meio da educação, com ênfase no desenvolvimento de valores como dignidade, solidariedade, perseverança e fraternidade, e, por meio de parcerias com empresas, promove a inserção de jovens no mercado de trabalho. Os programas atendem cerca de 1.600 crianças diretamente, além de suas famílias.

Pitaro, que é professor da rede estadual do Rio de Janeiro, afirma que a articulação com o Estado, ainda frágil, precisa ser fortalecida para que a Educação mude de um processo de disciplina e rendimento para um de construção de cultura e ação social legítima. "Educação é um ato voluntário, e a estrutura física e a grade curricular não garantem a Educação", defende. O processo, conclui, precisa fazer sentido para o educando, gerar modelos e criar um cenário de envolvimento.

Inovação disruptiva: seminário discutirá modelos inovadores e lucrativos que criam soluções para novos consumidores


Mais de 40 milhões de brasileiros ingressaram na classe C nos últimos sete anos. O crescimento, de quase 65%, fez essa camada social passar a representar 54% da população, ou 103 milhões de pessoas. As classes D e E, por sua vez, somam 95 milhões de habitantes, também ansiosos por tomar parte no processo que tem permitido a inclusão de novos segmentos sociais no mercado de consumo.

O mercado da base da pirâmide oferece um contexto promissor para o desenvolvimento de modelos de negócios inovadores – que podem ser replicados em outros mercados ou mesmo levados ao topo da pirâmide. A inovação disruptiva permite, ainda, atender à camada do público que hoje simplesmente não tem acesso ao consumo, por não encontrar opções no mercado. Para capitalizar estas oportunidades, entretanto, é preciso adotar um pensamento ampliado, que permita levar ao novo público não só produtos e serviços, mas também o acesso a demandas novas de infraestrutura, informação e serviços básicos.

Com o evento Inovação: Novas Forças do Mercado Brasileiro, em 26 de outubro, em São Paulo, a revista Brasileiros, por meio de sua divisão Seminários Brasileiros, e a consultoria de inteligência sobre a base da pirâmide Plano CDE vão mostrar modelos inovadores e lucrativos que criam soluções para atender a estes mercados. As alternativas encontradas pelo setor privado e pelos governos contribuem para o crescimento sustentável e de longo prazo do país – mas exigem um olhar atento à inovação e ao uso democrático do conhecimento como agente de transformação nacional.

Entre os palestrantes já confirmados no evento, estão o gerente de Oportunidades para a Maioria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luiz Ros, e o presidente do banco Gerador, Paulo Dalla Nora, que irá contar sua experiência na concessão de empréstimos a pequenos e médios empreendedores, com o apoio do BID, para fomentar negócios que tenham condições de melhorar as condições de vida de populações de baixa renda.

Entre as soluções criativas e viáveis a serem apresentadas no seminário, encontram-se também cases internacionais que apontam caminhos e abrem oportunidades junto ao mercado da base da pirâmide. Somam-se exemplos nacionais de grandes empresas que promovem a capacitação e educação financeira de jovens e microempreendedores informais, além de novas plataformas e modelos de negócios que viabilizam o acesso a informação, serviços de saúde, instrumentos financeiros e educação.

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Da Radioagência NP: Educação é um dos setores mais deficientes na gestão municipal

Se as condições de ensino são desfavoráveis para quem já ingressou na rede educacional, certamente estão piores para quem ainda não conseguiu uma vaga. Aproximadamente 145 mil crianças paulistanas estão na fila da creche.

As escolas de 1ª a 4ª séries mantidas pela Prefeitura de São Paulo atingiram 4,8 pontos, ficando abaixo da média nacional (5,0) no último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Se as condições de ensino são desfavoráveis para quem já ingressou na rede educacional, certamente estão piores para quem ainda não conseguiu uma vaga.

Esta é a avaliação da integrante do grupo de oposição na diretoria do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Laura Cymbalista.

“Tem duas pontas do atendimento que estão sendo excluídas da escola, inclusive pela política pública da Prefeitura: as crianças pequenas de zero a três anos e os jovens e adultos que não puderam estar na escola na idade adequada.”

Entre as crianças menores de três anos e onze meses, apenas 50% são atendidas atualmente na cidade. Ou seja, 145 mil ainda aguardam uma vaga na creche.

Na tentativa de reduzir o déficit a qualquer custo, a Prefeitura criou convênios com instituições privadas. Cymbalista ressalta que em algumas regiões da cidade, como Guaianazes, na Zona Leste, o número de creches conveniadas é cinco vezes maior que o da rede direta.

“As entidades conveniadas muitas vezes não têm profissionais qualificados. São profissionais que têm uma jornada super extensa, recebem muito mal, não têm estrutura. E as casas que abrigam as unidades não têm condições de receber as crianças”.

O sucessor do prefeito Gilberto Kassab (PSD) será escolhido em segundo turno, no dia 28. Recentemente, ele encaminhou à Câmara dos Vereadores o Plano Municipal de Educação, que prevê para 2020 o fim da fila nas creches. Enquanto isso, o Plano Nacional de Educação está parado no Congresso, devido à recusa do governo em investir 10% do PIB no setor.

Clique aqui para ouvir a reportagem da Radioagência NP


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Escravo, nem pensar!: programa lança concurso para renovar logotipo


Designers e agências de publicidade podem enviar propostas de trabalho até 30 de novembro de 2012 pelo correio. O profissional vencedor desenvolverá toda a identidade visual do programa Escravo, nem pensar! – da ONG Repórter Brasil – a partir do desenho proposto para este concurso. Esse trabalho será remunerado com o pagamento do valor bruto de R$ 6.500.

Clique aqui para ler o edital do concurso e saiba como participar!


Educação infantil: crianças aprendem e pensam como cientistas, diz estudo


Crianças em idade pré-escolar são capazes de tirar conclusões com base em análises estatísticas. Elas também aprendem por experimentos individuais e observação dos colegas. Essas são as características que levaram a pesquisadora Alison Gopnik, do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, a concluir que os pequenos têm uma maneira de pensar e aprender muito similar à dos cientistas.

Segundo a pesquisa, as crianças, mais do que os adultos, são capazes
de propor teorias incomuns para resolver problemas (Foto: Shutterstock)

A constatação, que enfatiza a importância das experiências vividas pelas crianças de até 6 anos, pode ter implicações na maneira como se estrutura o ensino infantil. Para se chegar a esse resultado, publicado na última edição da revista Science, Alison fez uma revisão de dezenas de pesquisas anteriores que avaliaram os mecanismos de pensamento das crianças pequenas.

Ela defende que as crianças, mais do que os adultos, são capazes de propor teorias incomuns para resolver problemas. "Esse tipo de pensamento hipotético reflete sobre o que poderia acontecer, e não sobre o que realmente aconteceu. E esse é um tipo de pensamento muito poderoso que usamos na ciência", diz Alison. Ela completa que a própria brincadeira de faz de conta, aquela atividade espontânea em que as crianças costumam se engajar, é "uma reflexão sobre esse raciocínio e compreensão profundos".

Clique aqui para ler a reportagem completa da revista Época


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Mercado de trabalho: como escolher uma profissão

O especialista em desenvolvimento profissional, autor do best-seller A estratégia do olho de tigre e diretor geral da Trabalhando.com Brasil, Renato Grinberg, participou do programa Hoje em Dia, da TV Record, dando dicas para escolher a profissão ideal.





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