Na edição de 2012, a escola teve cinco
medalhas de ouro, duas de prata, três de bronze e 12 menções honrosas. “Coloco
os alunos para vivenciar a matemática”, resume Jonilda. A professora contou que
sofria quando chegava à sala de aula e via os estudantes repudiando a
disciplina. Foi quando decidiu que era preciso mostrar aos alunos que aprender
a matemática pode ser prazeroso. “Fazer com que os alunos gostassem da
disciplina era o meu maior desafio”, revelou.
Jonilda resolveu que iniciaria os
conteúdos de matemática pela parte prática. Assim, quando chegasse à teoria, já
teria despertado o interesse dos alunos. A feira, a pizzaria e a cozinha foram
locais escolhidos pela professora da Paraíba para ensinar.
Na cozinha da escola, os alunos medem
ingredientes para preparar receitas e aprendem conceitos de proporção. Na ida à
pizzaria, recebem a lição sobre fração ao dividir os pedaços da pizza que
depois vão comer. Uma feira livre também é cenário das aulas. A professora
conta que chegou a levar 35 alunos à feira para fazer compras com um valor em
dinheiro pré-determinado. Na aula de geometria, os estudantes tiram medidas da
escola para calcular área e perímetro.
A olimpíada foi mais um estímulo para
despertar o interesse pela disciplina. Desde a primeira edição, em 2005, a
escola de Paulista se inscreve, mas a primeira medalha só veio em 2009, de
bronze. Foi ai que estudantes e professores viram que seria possível conquistar
mais e chegar ao ouro. O primeiro ouro veio em 2010.
O filho da professora, Wanderson
Ferreira, que hoje tem 12 anos, já tem duas medalhas de ouro. Ele ganhou uma
bolsa para estudos, mas quer conquistar mais uma medalha antes de aceitar o
incentivo. Já inscrito na edição de 2013, o estudante pretende estudar em média
seis horas diárias.
“O que vale mais é o aprendizado. Quero
fazer arquitetura e engenharia, e saber matemática vai me ajudar muito”. O fato
de ter uma mãe professora que incentiva tantos alunos a aprender matemática é
fundamental, segundo ele. “É muito bom não ter a escola só de manhã, ter a
escola durante o dia inteiro”, diz.
Uma das medalhistas de ouro de 2012,
Daniele Mendes da Silva, de 13 anos, conta que o estudo é intensificado com a
proximidade da olimpíada, quando a professora dá aulas também na própria casa.
“Tínhamos aula normal de manhã na escola, à tarde estudávamos entre amigas e à
noite tínhamos aulão com a professora Jonilda na escola. Tivemos outras
preparações na casa da professora também. Com esse método dela, fica tudo mais
interessante”, diz, ao relatar a preparação para a edição de 2012.
Para a estudante do 8° ano do ensino
fundamental, o aprendizado irá fazer diferença no futuro. “Além de adquirir
conhecimento para a vida, isso influencia muito para adquirir emprego e para
toda a carreira profissional da gente”, diz Daniele.
A Olimpíada Brasileira de Matemática das
Escolas Públicas busca estimular o estudo da matemática e revelar talentos na
área. Em 2012, cerca de 19 milhões de alunos se inscreveram e 99,4% dos
municípios brasileiros estiveram representados. Além das medalhas de ouro,
prata e bronze, também há distribuição de bolsas de iniciação científica para
os alunos.
Este ano, as provas da primeira fase da
competição serão aplicadas no dia 4 de junho, em horário a ser definido pela
própria escola. Os alunos com melhor desempenho serão classificados para a
segunda etapa, que ocorrerá no dia 14 de setembro. A divulgação dos vencedores
da olimpíada será feita no dia 29 de novembro. A expectativa é que 20 milhões
alunos participem da competição este ano.
Fonte Agência Brasil