A capital do Paraná, Curitiba, é pioneira
no país na produção de ônibus elétricos para transporte coletivo. Estão em
operação no município 30 veículos hibribus, ônibus movidos por dois motores, um
deles abastecido por energia elétrica e outro, por biodiesel. Esse é o primeiro
ônibus híbrido produzido pela Volvo no Brasil, por encomenda da prefeitura de
Curitiba. O investimento, porém, foi feito pelas empresas privadas do setor de
transporte urbano.
A operação desses veículos começou em
setembro do ano passado em linhas alimentadoras, que têm muitas paradas.
Segundo informou à Agência Brasil a assessoria da empresa Urbs-Urbanização de
Curitiba, responsável pelas ações estratégicas de planejamento, operação e
fiscalização que envolvem o serviço de transporte público na capital
paranaense, o ônibus híbrido é mais eficiente quanto maior for o número de
paradas, porque a cada frenagem ele recarrega a bateria.
Além de ser menos poluente, o ônibus
elétrico é silencioso, porque o motor elétrico é usado no arranque, etapa que
provoca mais barulho nos ônibus convencionais. O silêncio é uma das vantagens
que o ônibus elétrico apresenta em relação aos veículos convencionais, além do conforto
que oferece ao motorista e aos passageiros, ressaltou o condutor José Osnir, da
Auto Viação Marechal, que dirige um desses ônibus. “É bem melhor que os outros
ônibus (convencionais) porque o sistema de câmbio é automatizado. É silencioso
e confortável. Cansa menos. E o pessoal (passageiros) está gostando”, disse à
Agência Brasil.
O motor a biodiesel entra em
funcionamento em velocidades superiores a 20 quilômetros por hora, e é
desligado quando o veículo está parado. O ônibus consome 35% menos combustível
e mostra redução de 35% na emissão de gás carbônico, em relação a veículos com
motores Euro 3 (norma europeia para controle da poluição emitida por veículos
motores). Oferece também redução de 80% de óxido de nitrogênio (NOx) e de 89%
de material particulado (fumaça).
O hibribus foi lançado durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em
junho de 2012 no Rio. Atualmente, os 30 ônibus híbridos percorrem cinco linhas,
uma circular e quatro convencionais, bairro a bairro, que cortam toda a cidade.
Essas linhas juntas transportam cerca de 20 mil passageiros/dia. Os ônibus
elétricos têm capacidade para 85 passageiros cada.
No Rio de Janeiro, foi publicado no
Diário Oficial do dia 16 de abril decreto criando o GT Veículos Elétricos.
Trata-se de um grupo de trabalho que irá avaliar a implantação de uma fábrica
de veículos elétricos no estado. O GT será coordenado pelo Programa Rio Capital
da Energia, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedeis). A próxima
reunião do grupo está programada para a primeira semana de maio.
Várias secretarias estaduais terão
representantes nesse grupo, além empresas Nissan do Brasil, Petrobras, Light,
Ampla e a Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro (Rio Negócios).
A Coordenadora do Programa Rio Capital da
Energia, Maria Paula Martins, informou à Agência Brasil que a ideia do grupo de
trabalho é estudar a infraestrutura necessária para viabilizar o uso de carros
elétricos no Rio. “A partir desse estudo é que seria viabilizada conjuntamente
uma fábrica da Nissan, que vai produzir carros elétricos. A Nissan é pioneira
nesse tipo de veículos no mundo. O governo do estado não teria participação
nessa fábrica. O investimento é privado”, disse ela.
Os investimentos se aproximam de R$ 400
milhões. Maria Paula destacou que ainda não há uma localização ideal prevista
para a construir a fábrica. ”Essa localização só será identificada a partir dos
estudos que demonstrarem a infraestrutura necessária a ser implementada”.
Poderão ser concedidos incentivos pelo governo fluminense nos mesmos moldes dos
que foram dados a outras montadoras, como o financiamento de parte do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) durante o período do investimento.
Para a coordenadora do Programa Rio
Capital da Energia, a principal vantagem que o veículo elétrico apresenta é que
não é poluente, não consome um combustível fóssil, não emite gases, é
silencioso e pode ter um custo competitivo.
O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) financia de forma diferenciada a aquisição de ônibus
híbridos e elétricos produzidos no país, dentro da linha Finame, voltada para a
compra de máquinas e equipamentos nacionais. Esse tipo de veículo começou a ser
financiado pelo banco em 2012. De lá para cá, as operações aprovadas somam
empréstimos no valor de R$ 140 milhões. Não há limite estabelecido para os
financiamentos à compra desses veículos pelas empresas, informou a assessoria
de imprensa do BNDES.
Fonte Agência Brasil