quarta-feira, 25 de abril de 2012

Energia renovável: projetos são premiados em concurso patrocinado pela Petrobras


A apresentação dos sete vencedores do concurso Mercosul de Monografias em Energias Renováveis e Eficiência Energética, selecionados entre mais de 50 trabalhos da América do Sul, é um dos destaques do Seminário Energia+Limpa, que vem sendo realizado nesta semana (24 e 25/4/2012), em Florianópolis, Santa Catarina.

O projeto, que tem a Petrobras entre seus patrocinadores, envolveu instituições de ensino superior do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, com o propósito de incentivar soluções inovadoras na área de energias alternativas.

Com temas que vão da produção de biodiesel a partir de microalgas à geração de energia a partir de resíduos, as monografias ganharão visibilidade em sessões diárias para o público do seminário. E, além da possibilidade de troca entre o meio acadêmico e a prática das empresas, os trabalhos serão publicados em livro e cd-rom e receberão prêmios equivalentes a US$ 5 mil, para graduação, e US$ 10 mil, para pós-graduação.



Economia criativa: os erros são inspirações para a geração de ideias, diz John Howkins


“Os erros são uma fonte de inspiração para o desenvolvimento de novas ideias e precisamos ter isso em mente. A criatividade não oferece garantias de sucesso”. O conselho foi dado pelo especialista em economia criativa, Jonh Howkins, ao participar do recente Seminário Internacional de Economia Criativa, Cultura e Negócios, realizado no Teatro do Sesi São Paulo, na capital.

Outra questão levantada por Howkins: a internet pode ser uma excelente oportunidade de negócios para o setor produtivo. Considerado o “pai” da economia criativa, Howkins acredita que a rede mundial de computadores é uma das grandes invenções do século 20. Para ele, a troca de informações entre os mais variados públicos propicia o surgimento de ideias inovadoras e a criação de negócios. “A internet é uma ferramenta fascinante. Permite o armazenamento dos grandes dados, com informações especificas sobre o seu cliente.”





Howkins alertou, porém, que a falta de conhecimento sobre a legislação pode ser um grande empecilho para o sucesso do negócio. “Os jovens empreendedores não sabem nada sobre as leis de direitos autorais, uso de patentes e marcas registradas”. Para reverter esse quadro, o economista sugeriu a criação de uma consultoria gratuita. “Em Londres, os novos empresários podem esclarecer dúvidas sobre a gestão do seu negócio com um grupo de advogados voluntários. Esse tipo de iniciativa é muito bem-vinda.”

O mediador da palestra, o jornalista Gilberto Dimenstein, lembrou que o excesso de burocracia inibe o empreendedorismo no Brasil e impede o surgimento de ideias criativas. Howkins concordou e incentivou os convidados a colocar seus projetos em prática.

Para ele, os erros cometidos durante o processo são uma importante ferramenta de gestão. “Criatividade precisa de liberdade. Sempre que temos uma ideia nova, colocamos o nosso status em risco", destacou Howkis.

Reportagem de Flávia Dias/Sesi/SP.


Design estratégico: Senai e IEL vão captar tecnologia italiana em gestão de negócios

Novas técnicas de gestão e planejamento de negócios estão no centro da parceria que o Senai e o IEL firmaram com a universidade pública Politecnico di Milano, de Milão, Itália. O acordo, que deve durar 30 meses, permitirá a troca de conhecimentos e tecnologias na área de design estratégico.

A Politecnico vai capacitar docentes, pesquisadores e executivos brasileiros e estudantes e técnicos do IEL e do Senai. Os italianos também irão transferir conhecimento para os centros de alta tecnologia do Senai e prestar consultorias a empresas interessadas em inovar em produtos e processos.

Para o presidente do Politecnico di Milano, Giulliano Simonelli, “o acordo também pode trazer novas colaborações culturais, científicas e econômicas para ambos os países”.

Clique aqui para conhecer mais sobre o design no Senai

Segundo a gerente-executiva adjunta de Relações Internacionais do Senai e do IEL, Francy Guimarães, as empresas que participaram das consultorias e dos programas desenvolvidos durante o primeiro acordo do Senai com o Politecnico di Milano, entre 2008 e 2011, expandiram a participação no mercado.

Inicialmente será executado o programa Senai para a Inovação Empresarial, que deve começar no segundo semestre deste ano. “Também podem surgir MBAs e missões à Itália com representantes de empresas para identificar as melhores práticas que sejam úteis para as indústrias. Isso pode ser associado a uma agenda que combine cursos, visitas e participações em feiras específicas para cada setor”, adianta o superintendente do IEL, Carlos Cavalcante.


De olho na competitividade: Senai-PR vai orientar empresas sobre pesquisa e inovação


O Sistema Fiep e suas organizações – Fiep, Sesi, Senai e IEL – estão desenvolvendo o projeto Bússola da Inovação. A proposta, por meio de várias ações, é orientar empresários e executivos do Paraná sobre as variáveis que compõem a inovação e a sua importância para a competitividade.

O projeto teve início com um amplo processo de investigação, ainda em 2009, com o interesse de analisar e impulsionar as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) na indústria paranaense, parra tornar o estado mais competitivo no cenário nacional e internacional.

Clique aqui para saber mais ou ligue 41 3271-7558

Para o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, a economia brasileira precisa se apoiar em P&D&I para que as empresas se desenvolvam de forma sustentável e cada vez mais competitiva frente ao mercado externo. “Ainda que alguns importantes mercados, como Europa e Estados Unidos, apresentem fragilidade econômica, o Brasil se mostra forte em diversos setores da economia. É um bom momento para que empresários e instituições como a Fiep se unam para gerar valor aos seus negócios e produtos.”

A pesquisa, a concepção e a aplicação da Bússola da Inovação contam com a cooperação das Universidades Federal (UFPR) e de Tecnológica Federal (UTFPR), ambas do estado, e o apoio financeiro do CNPq.

Segundo o diretor regional do Senai-PR, Marco Antonio Secco, o momento agora é de divulgar a iniciativa para atrair o maior número de empresários. “Foram consultados os principais estudos sobre inovação realizados no Brasil e no mundo, acompanhado pelo desenvolvimento da plataforma tecnológica, chamada de coleta-aprendizagem, para sensibilizar as indústrias participantes sobre o processo de inovação. Agora precisamos envolver as empresas”.
  
A Bússola da Inovação também vai construir retratos setoriais e regionais do processo de inovação, elaborar uma base de dados que permita outros estudos, diagnosticar temas e dimensões da inovação e informar oportunidades de produtos e serviços alinhados às necessidades da indústria.


Emprego em Roraima: Sesi contrata médico, professores e supervisor

O Sesi-RR está com as inscrições abertas para contratar médico, supervisor pedagógico e professores de inglês, matemática e educação especial.

Os interessados devem preencher currículo disponível no www.sesirr.org.br e entregar no prédio da FIER, na Av. Benjamim Constant, 876, Centro, até sexta (27/4/2012).




segunda-feira, 23 de abril de 2012

Do Facebook: Nova Batalha de Conceitos

Senai e Brasil Foods desafiam professores e estudantes para nova Batalha de Conceitos. Clique aqui para saber mais.







Tecnologia na escola: Senai-RS ganha estação de mecatrônica da Festo


A Festo Didactic, empresa considerada uma das maiores empresas na área da pneumática, com sede na Alemanha, acaba de entregar ao Centro Tecnológico de Mecatrônica do Senai de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, uma estação didática que compõe um Sistema Modular de Produção.

O equipamento foi usado pela dupla Christian Alessi e Maicon Carlos Pasin, alunos do Senai-RS, na conquista da medalha de ouro no WorldSkills London 2011. Esta é a maior competição de educação profissional e tecnológica promovida a cada dois anos ímpares, com a participação de jovens de cerca de 50 países. Na capital inglesa, o Brasil conquistou o segundo lugar, ficando atrás da Coreia do Sul (clique aqui para saber mais).

O Senai-RS recebeu a estação didática porque o Brasil vencer, com 49% dos votos, o desafio lançado pela Festo, via Facebook, para os 32 países participantes na ocupação de mecatrônica no WorldSkills London. O conjunto de equipamentos está avaliado em R$ 200 mil.

Clique aqui e veja os cursos que o Centro de Mecatrônica do Senai oferece




Inovação e competitividade: IEL-SC abordará o tema no Academy America Latina


O IEL de Santa Catarina realizará na sexta (27/4/2012), em Florianópolis, a palestra "O papel das BSOs (Business Support Organisation) para promover a inovação – Fator de competitividade", durante encontro Academy America Latina. O evento, que ocorrerá de amanhã até domingo (24 a 29/2012) reunirá cerca de 70 gestores de câmaras de comércio e indústria – equivalente às federações de indústria no Brasil – de países da Europa e da América Latina. A proposta é promover a formação de networking e identificar oportunidades de prestação de serviço para a internacionalização de empresas de pequeno e médio portes.

Promovido pelo Sistema Fiesc em conjunto com a Associação das Câmaras de Comércio e Indústria Europeias (Eurochambres), o encontro ocorre anualmente em duas edições, sendo uma na Europa e outra na América Latina.

Ao longo do Academy America Latina serão realizados 15 cursos de capacitação, cujos temas centrais serão: estratégias frente às tendências de serviços de internacionalização e a União Europeia na atualidade.

Diversidade e igualdade racial na escola: 6º Prêmio Educar vai destacar melhores práticas pedagógicas e de gestão


Estão abertas até 31 de maio as inscrições para o 6º Prêmio Educar para a Igualdade Racial. Podem participar professores e instituições públicas e privadas da Educação infantil ao ensino médio que apliquem práticas pedagógicas ou de gestão escolar com o objetivo de promover a igualdade racial. As inscrições devem ser feitas pelo site do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).



A premiação é dividida em duas categorias: professor e gestão escolar. A primeira mapeia e dá visibilidade às boas práticas escolares desenvolvidas por professores. A segunda incentiva iniciativas planejadas e executadas diretamente pela gestão escolar. As escolas premiadas são beneficiadas com plano de acompanhamento para estimular e potencializar a institucionalização das práticas.

Desde a primeira edição, em 2002, a iniciativa já catalogou quase 2 mil práticas pedagógicas de todos os estados e níveis educacionais, exceto o superior. O objetivo é continuar valorizando o protagonismo dos educadores, fortalecendo a institucionalização das ações educacionais e contribuindo para a efetiva implementação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e das diretrizes curriculares que se ocupam do tema. O prêmio é uma iniciativa do CEERT, em parceria com o Banco Santander no Brasil e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.


Cursos em Roraima: Senai abre 250 vagas gratuitas para aprendizagem de jovens


O Senai-RR está com 250 vagas para capacitar jovens de 14 a 21 anos para a indústria local. As inscrições para a seleção dos futuros alunos vão começar na próxima semana (3/5/2012). As vagas são destinadas àqueles que tenham concluído ou estejam cursando o ensino fundamental ou médio, porém 20% dessas vagas serão para os cadastrados e participantes do ProJovem Adolescente (programa que atende pessoas de 14 a 17 anos de famílias beneficiárias do Bolsa Família ou em situação de risco social).

Gratuitos, os cursos vão formar auxiliares administrativos, auxiliares em edificações, costureiros industriais, eletricistas industriais, marceneiros, mecânicos de manutenção de automóvel e padeiros/confeiteiros.

A prova de seleção, com questões de português e matemática, será aplicada em 3 de junho. O resultado está previsto para ser divulgado em 22 de junho, e as aulas, ministradas nos turnos manhã e tarde, terão início em 16 de julho. Mais informações: www.rr.senai.br ou pelo 95 2121 5050.



A Educação que funciona 2 – A Casa Meio Norte abre o futuro

Crônica de Ignáciode Loyola Brandão para o Estado de São Paulo

A cada passo, o espanto. Por fora me parecia uma escola normal, o muro alto vedando a visão. Transposto o portão, o inesperado, a absoluta limpeza. Logo, outro assombro, não há uma só grade. Antes de ser apresentado à diretora, fui ao banheiro. Imaculado. Não estava entendendo. Não é uma escola pública em um dos bairros mais afastados da capital do Piauí? Um dos bairros mais violentos, abandonados? Não me disseram que é uma escola para alunos carentes, aqueles a quem a vida pouco dá, ao contrário, com o correr dos anos vai tirando? Nenhuma grade para proteger do mundo exterior, nenhum grafite nas paredes e nem uma janela quebrada.

Veja no vídeo abaixo a prática das ideias da Casa Meio Norte 

A admiração cresceria a cada passo, revelando-me a diversidade brasileira, nossas incoerências e contradições. O absurdo tornado realidade, felizmente. Percorri classes, recebido por alunos sorridentes, de alto astral, orgulhosos, que me cantaram canções alegres. Já fui a muita escola de periferia em São Paulo e pelo Brasil. Alunos tristes, sem auto estima, professores desiludidos, agredidos, desrespeitados, humilhados. Instalações precárias, banheiros sujos, falta de carteiras, de material, paredes repletas de inscrições ininteligíveis, grades para evitar roubos e depredações, cozinhas precárias, merendas destinadas a fomentar a subnutrição.

Retrato do ensino brasileiro. Mas aqui, nesta escola chamada Casa Meio Norte, não! Tudo é diferente, e como! Por que decidi vir, abandonando outros compromissos? Racém-chegado de Berlim, ainda no aeroporto, me disseram: nessa escola, cada aluno lê entre 20 e 30 livros por mês. Vamos lá, eu disse!

Não acreditei, até chegar e descobrir que é verdade. Na Casa Meio Norte, na Cidade Leste, as crianças têm paixão por livros e pela escrita. Cada sala de aula tem uma sacola com 40 livros. As crianças descobriram que, por meio da literatura, podem escapar da dura realidade em que estão envolvidos e à qual fatalmente seriam levados. Um futuro não futuro, tornado futuro pela leitura e pela escrita. Cidade Leste vive sob o domínio da violência, há todo tipo de foras da lei, do traficante ao ladrão, ao ladrãozinho, ao futuro ladrão.

Esses meninos da Casa estariam destinados a se tornarem “mulas”, levando drogas, ou estariam nas ruas pedindo esmolas. Estariam soltos, abandonados, fadados a morte prematura. Há pais aqui que são do tráfico, da delinquência. Há quem não conheça o pai, há quem não saiba quem é sua mãe.

Todavia, quando entramos e vemos aqueles rostos, sabemos, tudo indica, estão salvos. Nessa Casa comem quatro refeições por dia, quando o normal, fora dessas paredes, seria não comerem nenhuma. Para ajudar a manter a Casa, o Jornal Meio Norte, do Grupo de Comunicação Meio Norte, um dos principais de Teresina, entra com apoio, patrocina uma série de coisas, alicerça realizações. Responsabilidade social pode gerar mudanças.

Quando entrei, uma menina de 10 anos, Mariana Garcês, disse que gostaria de ler um poema para mim. Se você do vicio consegue sair fecha a porta para eu não entrar. Se você na escola conseguir entrar deixe a porta aberta para eu passar. Contei minha história, a do Menino que Vendia Palavras, meu livro infantil. Disse que também fui pobre, lia muito, escrevia. Isso nos igualou. Em parte, claro.

A cada passo, um aluno queria me mostrar um texto. Numa das classes, Anderson, tido como dos mais tímidos da escola, teve coragem, veio à frente, me disse também um poema. Não conseguiu terminar, chorou de emoção. Todos queriam falar do livro que leram, e foram tantos. Vi a relação dos titulos retirados e devolvidos a cada dia. A turma — são 680 alunos — lê mais do que muito universitário da USP ou da PUC, do que muito menino de classe média e média alta do ensino privado.

Eles gostam de ouvir e de contar histórias. Muitos não sabem se verão o pai no dia seguinte, habituados ao cotidiano de violência que permeia lá fora. Muitos desses pais são aqueles que garantem a “segurança” da Casa Meio Norte. Certo dia, uma gangue de outro bairro roubou equipamentos. Dois dias depois os equipamentos “estavam de volta”, foram resgatados. Há um conceito que corre: Não mexa com a escola!



Muitas vezes, na reunião de pais e mestres, professores deparam com sujeitos vestidos corretamente, camisas de mangas compridas para esconder tatuagens ou cicatrizes, participando, dando opinião, perguntando. Eles não querem que os filhos sejam como eles. E os filhos não querem ser. Essa escola de ensino aplicado, que existe há dez anos, está realizando aquilo que todos desejam, e responde a pergunta que ouvimos pelo Brasil inteiro: como fazer a criança ler? Como tirá-las das ruas, dar identidade, ensinar cidadania? Aquela meninada sabe mais de cidadania do que milhares de parlamentares federais, estaduais, municipais, envolvidos em maracutaias sem fim.

Seminários, convenções, simpósios, debates de “alto nível”, comissões de governo. Nada tem adiantado ao longo de décadas. Basta vir a Teresina e conversar com os 28 professores da Casa, um grupo de abnegados apaixonados. Os olhos daqueles professores são iluminados. Aqui entra o paradoxo, a estranha maneira pela qual tudo funciona no Brasil e que nenhum ministro, secretário, educador, técnico, profissional consegue alcançar, entender. Há um Brasil aparente e um Brasil oculto com pessoas admiráveis sobre as quais não cai um foco de luz e elas não precisam, são alimentadas por sonhos e ideais. É o Brasil que caminha.

Saiba mais sobre a Casa Meio Norte no 7 idéias para melhorar a escola, no site Educar para Crescer.



domingo, 22 de abril de 2012

Frase Educa

"As convicções são mais inimigas
da verdade que as mentiras."

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Educação que funciona 1: Saudade do Ciep

Dioclécio Campos Júnior*
Saudade não é nostalgia. Supõe emoção da perda. Evoca seres, fatos e feitos que a memória registra nos arquivos mais valiosos da mente. Embora findos na realidade circunstante, sobrevivem na essência do pensamento de quem lhes testemunhou o valor. Não é a lembrança fria do passado, mas a referência que anima o presente, ainda que de forma imperceptível.
O Centro Integrado de Educação Pública, Ciep, é marco na história recente do país. Inclui-se entre as poucas ousadias do Estado brasileiro destinadas à superação do atraso, pré-requisito para o fim da desigualdade social que macula a cidadania.
Gerado no Rio de Janeiro durante o governo de Leonel Brizola, nasceu para expandir-se por todo o território nacional. Primava pelo princípio inegociável da qualidade, sem o qual a sociedade igualitária nunca deixará de ser sonho ingênuo da população, acalentado pelos embustes das elites que lhe roubam a cena.
Concebido pelo talento de Darcy Ribeiro, tinha o propósito de garantir à criança pobre o direito à educação plena, instrumento libertador que lhe tem sido negado em nome de interesses mesquinhos que mantêm a ordem dominante.
Valendo-se de projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, cada Ciep acolhia mil alunos em espaços compatíveis com a dignidade ambiental que a educação requer. Além de salas de aula, biblioteca, quadra esportiva, era dotado de atendimento médico e odontológico, cozinha e refeitório.
O conteúdo pedagógico enfatizava a escrita, a leitura e a aritmética, sem prejuízo das demais matérias. Buscava qualificar o aprendizado da linguagem a fim de que a comunicação erudita fosse também assimilada pelas classes pobres, nivelando por cima a inadiável progressão social dos excluídos.
Implantada no coração de uma comunidade de despossuídos, despontava como avanço para a elevação da autoestima dos moradores, propiciando-lhes acesso a um direito que sempre privilegiou as classes ricas. As famílias orgulhavam-se da escola pública que as tratava com distinção. Crianças e adolescentes tinham no Ciep a chance real para aprendizado lúdico, prazeroso, interativo. Trabalhavam a cognição em ambiente seguro, dignificante.
Anteviam a realização de originalidades potenciais, crescendo-lhes a expectativa de vencer a humilhante segregação que os estigmatizava. Desenvolviam atividades educativas, artísticas, desportivas e culturais em tempo integral, das oito horas da manhã às cinco da tarde.
Permaneciam sob os cuidados da equipe de educadores durante o período em que a maioria dos pais saía de casa para trabalhar. Recebiam alimentação, assistência à saúde, além do amparo ao organismo em fase de crescimento físico e desenvolvimento neuropsicomotor.
A educação oferecida não se restringia aos limites medíocres da escolaridade em vigor. Ia muito além. Reproduzia a visão de Winnicot, para quem educar é garantir a estimulação favorável em ambiente seguro e afetivo. Darcy Ribeiro definiu bem o projeto: “Sem essa base, a criança estará condenada à marginalidade e ao risco de cair em delinquência”.
E completou: “Isso é verdade, sobretudo para a criança das áreas metropolitanas, que tem mais a escola do lixo e da criminalidade do que a escolaridade mínima indispensável para se realizar pessoalmente através do trabalho e para exercer conscientemente a cidadania”.
O compromisso social era abrangente. Atraía crianças moradoras de rua que, motivadas, mudavam de vida. Passavam a residir na escola, onde ficavam sob os cuidados de “pais sociais” — funcionários preparados para a preciosa missão.
A construção das unidades era rápida; o custo, reduzido. Fundava-se na lógica do pré-moldado, ganhando celeridade na execução. Quinhentas delas chegaram a enriquecer o cenário educacional do Rio de Janeiro.
Com o Centro Integrado de Educação Popular disseminado país afora, a sociedade já teria dado o salto para a dimensão igualitária sonhada. Infelizmente, obras que visam à igualdade social serão sempre desmontadas pelo poder econômico.
O modelo Ciep foi desfeito há mais de vinte anos. Restaram os prédios precários, convertidos em escolas desqualificadas, coerentes na perpetuação da pobreza. Desativado, abriu caminho para a UPP – Unidade de Polícia Pacificadora. A desigualdade social foi assim preservada. Para os ricos, a política; para os pobres, a polícia.
O Ciep desperta saudade. É o PAC que transformaria o país. O projeto foi encerrado, mas a ideia não morreu. Os dirigentes deveriam repensar a educação nacional, sem preconceito. Experiência não falta.


*Dioclécio Campos Júnior é médico, professor titular aposentado da UnB, secretário de Estado da Criança do DF, foi presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Transcrição da Tribuna da Internet

Da revista Brasileiros: o desenvolvimento de cidades criativas marca o encerramento de seminário do Sesi


O segundo dia do Seminário Internacional Sesi-SP de Economia Criativa, Cultura e Negócios  teve como tema principal os espaços urbanos e a exploração de ações criativas como ferramenta para a inovação e melhoria da qualidade de vida nas cidades. “Amo este lugar. A localização, a arquitetura e, principalmente, o fato de ser um espaço 

oltado para manifestações criativas. Por outro lado, tenho a impressão de que nada acontece. Sei que coisas acontecem lá, é claro. Mas penso que uma estrutura como aquela deveria pulsar arte ininterruptamente. É um desperdício não ficar disponível 24 horas por dia”, disse Charles Landry durante a palestra que abriu a maratona de palestras de quarta (18/4).

o centro cultural do Sesc Pompeia,
na capital paulista (Foto Divulgação)
Autoridade internacional no uso da imaginação e criatividade em espaços urbanos, o britânico se referia ao prédio do Sesc Pompéia. Autor de The Art of City Making e Creative City – A Toolkit For Urban Innovators, Landry é o pai do termo Cidade Criativa. 

Para ele, São Paulo possui uma riqueza invejável de criadores agindo de forma isolada, com pouca ou nenhuma colaboração entre si. “Esta cidade tem tudo para ser uma das principais capitais criativas do mundo. Percebo uma explosão de talentos e realizações sempre que passeio por suas ruas e bairros. Mas elas acontecem de forma fragmentária. Vocês precisam colocá-las juntas” completou.

Quase como um complemento à ótima exposição de Landry, o assunto também pautou as falas de Jordi Pardo e Avrill Joffe. Tendo em vista os megaeventos que acontecem no país nos próximos anos, os convidados da Espanha e África do Sul falaram sobre as experiências de seus países. Pardo apontou os saldos positivos que a realização das Olimpíadas de Barcelona em 1992 trouxe para a cidade, enquanto Joffe explorou a importância do planejamento de atrações paralelas ao evento como forma de divulgar artistas locais e gerar lucro.

Entretenimento banal para alguns, mídia moderna de possibilidades infinitas cuja história sequer começou a ser contada para outros, os vídeogames fascinam e despertam discussões. Especialistas no segmento, os canadenses Ian Kelso e Jason Della Rocca fizeram um apanhado histórico de como a criação e desenvolvimento de jogos eletrônicos se tornaram uma das parcelas mais importantes na economia de seu país.

A indústria, que começa a superar o cinema em lucros, ainda está em defasagem no Brasil. “O País está perdendo uma grande oportunidade quando não trata a área com a atenção que ela merece”, lembrou o mediador, Emiliano de Castro.

Encerrando o seminário, Leonardo Brant mediou o papo de cinema com o inglês Martin Smith e a indiana Sharada Ramanatan. Simpática, Ramanatan é expoente da indústria de Tollywood – especializada em filmes na língua Tamil – que, ao lado da famosa Bollywood, promove o atual boom cinematográfico indiano.

Sua apresentação trouxe trechos de filmes, clipes de músicas e chamou a atenção para o interesse dos jovens de seu país por filmes e músicas tradicionais indianas produzidos na década de 60. Segundo ela, os novos realizadores têm adaptado tais referencias e modernizado a tradição sem influência estrangeira. “É como se a Índia estivesse reinventando seu passado”, disse.

Representante da Ingenious Media, especializada no investimento em intangíveis culturais, Smith comentou o universo de possibilidades disponível para os criadores de hoje fornecido pelas novas ferramentas. Celebrou o fim das barreiras entre realizadores e consumidores na internet, mas demonstrou preocupação em relação à pirataria.

Sobre o mesmo tema, Brant provocou: “o que acontece é que os atravessadores da indústria ainda não aprenderam a controlar a internet. Embora já bem difundida, a internet ainda é uma mídia nova e causa estranhamento na voracidade do mercado”.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Design gráfico: Senai vai ministrar cursos no novo laboratório de Palmas


O Senai do Tocantins acaba de inaugurar seu Laboratório de Design Gráfico em Palmas, demanda apontada pelo Sindicato das Indústrias Gráficas do estado (SIG/TO). A unidade absorveu R$ 147 mil, com aquisições de softwares e computadores e impressoras de última geração.

Foto Sistema Fieto

O Senai vai ministrar no laboratório cursos como Corel Draw Pré-impressão, Ilustração Digital, Indesign para Pré-impressão, Orçamento de Serviços Gráficos, Photoshop para Pré-impressão, Diagramação e Ilustração Digital, Fechamento de Arquivo Gráfico, Gerenciamento de Cores, Planejamento e Controle da Produção Gráfica e Design Gráfico.
Fonte Unidade de Comunicação/Sistema Fieto Palmas



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