Industriários e profissionais de recursos humanos
de empresas da Grande Florianópolis participam nesta terça (4/12/2012), a partir das 19h, em São
José, do último encontro da série de eventos que divulgam o Movimento A
indústria pela Educação no Estado. A iniciativa, promovida pelo Sistema Fiesc, busca o apoio das indústrias da região para ações relacionadas à qualificação e à formação escolar de seus trabalhadores.
A forma como a Educação pode contribuir para o
aumento da competitividade é o tema abordado por Mozart Neves, membro da Câmara de Educação
Básica do Conselho Nacional de Educação. O Movimento também quer elevar fortemente a oferta de serviços educacionais das entidades do Sistema
Fiesc - Senai, Sesi e IEL -, que planejam registrar mais de 800 mil matrículas até 2014.
A indústria pode apoiar, por exemplo, oferecendo
infraestrutura para a formação dentro da empresa,
promovendo o acesso a cursos e premiando trabalhadores que continuam seus
estudos, entre outras ações (veja mais dicas abaixo). A adesão também pode ser
realizada por meio do site fiescnet.com.br/aindustriapelaeducacao.
Na Portobello, iniciativas voltadas à Educação
repercutem nos resultados da empresa de revestimentos cerâmicos. "A Educação
é uma necessidade atual e o investimento é importante para a melhoria da
produtividade e para uma maior sustentabilidade da comunidade", defende
Gladys Prado, coordenadora de Desenvolvimento Organizacional da Portobello.
"Estamos estudando novas ações para ampliar a oferta de Educação aos
nossos trabalhadores, mas já existem algumas estratégias como a facilitação do
acesso às aulas e o reconhecimento dos melhores alunos", conta.
A importância da Educação
Para que a indústria catarinense possa crescer no
ritmo esperado até 2015, será preciso contar com um contingente de 461,5 mil
trabalhadores com formação profissional adequada. A estimativa é do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e consta na pesquisa Mapa do
Trabalho Industrial 2012. Essa necessidade produzirá oportunidades em 177
ocupações.
O déficit educacional, além de um problema social,
também é um entrave às empresas brasileiras. Pesquisa realizada em 2011 pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que quase 70% das indústrias
têm dificuldade de encontrar trabalhadores com a formação desejada - seja por Educação
básica ou por formação profissional.
No Brasil, apenas 6,6% dos brasileiros com
idade entre 15 e 19 anos estão em cursos de Educação profissional, enquanto na
Alemanha esse índice é de 53%. Em Santa Catarina, cerca de 400 mil
trabalhadores das indústrias não têm escolaridade básica completa.
Esse quadro faz com que o país ocupe a 77ª posição
no ranking elaborado pela Organização Internacional do Trabalho sobre
produtividade dos trabalhadores. Além disso, prejudica a capacidade das
empresas de inserir novas tecnologias, aumentar sua produtividade e inovar.
O último encontro da série de eventos regionais
promovidos pelo Sistema Fiesc será realizado nesta terça-feira (4), em São
José, na Grande Florianópolis. Mais informações sobre o Movimento podem ser
conferidas em www.fiescnet.com.br/aindustriapelaeducacao.
Como a indústria pode apoiar:
- Promovendo o acesso a cursos de Educação profissional à Educação básica (contratação de cursos);
- Liberar colaboradores para que frequentem ações educativas;
- Oferecer meio de transporte para os trabalhadores alunos que realizam curso no período noturno;
- Reconhecer o esforço dos trabalhadores-alunos (por meio de homenagens e meios de comunicação das empresas);
- Reconhecer o bom desempenho com prêmios;
- Incluir nos planos de cargos e salários itens sobre realização de cursos e aumento da escolaridade;
- Priorizar a permanência dos trabalhadores alunos nos quadros-funcionais;
- Oferecer infraestrutura necessária para a realização de formações dentro da empresa e/ou lanche para os trabalhadores que se dispõem a estudar depois do expediente;
- Promover o acesso às novas tecnologias da comunicação e informação (com acesso à internet) para que os alunos possam utilizá-las em cursos a distância;
- Incluir as ações educativas no Plano de Desenvolvimento de Pessoas da empresa.