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Sir Charles Spencer "Charlie" Chaplin (Foto Internet) |
Enquanto o rendimento mensal médio do trabalhador
brasileiro é de R$ 1.733, o dos profissionais criativos chega a R$ 4.693. Os
dados estão na terceira edição do estudo Mapeamento
da Indústria Criativa no Brasil, produzido pelo Sistema Firjan.
Lançado com pioneirismo em 2008, o estudo traz um
levantamento completo, com dados de 2011, sobre os 14 segmentos que integram a
Indústria Criativa nos 26 estados e no Distrito Federal, revelando as 10
maiores profissões criativas em âmbito nacional, as 10 melhores remunerações,
salário médio dos trabalhadores criativos por estado, quantidade de empregados
por segmento, além da participação do PIB Criativo no país, com um comparativo
internacional.
O mercado formal de trabalho do núcleo criativo é
composto por 810 mil profissionais (1,7% do total de trabalhadores
brasileiros). Há 243 mil empresas no núcleo da Indústria Criativa do Brasil,
com um PIB equivalente a R$ 110 bilhões, 2,7% do total produzido no país. Isso
revela que o Brasil está entre os maiores produtores de criatividade do mundo,
na frente de países como Itália (PIB Criativo de R$ 102 bilhões) e Espanha (R$
70 bilhões).
As 10
maiores profissões criativas do país
Arquitetos e engenheiros estão no topo da lista
como os profissionais mais numerosos da Indústria Criativa, com 229.877
empregados formais. Em seguida, com 50.440 trabalhadores, aparece o programador
de sistemas de informação.
Entre as dez profissões criativas mais numerosas
do Brasil, quatro integram o segmento de publicidade: analista de negócios (3°,
com 45.324 funcionários); Analista de pesquisa e mercado (4°, com 25.141); gerente
de marketing (5º, 20.382) e agente publicitário (8°, com 14.032).
Completam o Top 10 os profissionais de designer
gráfico (6°, com 17.806 funcionários); biólogo (7°, 15.182); gerente de
pesquisa e desenvolvimento (9º, 13.414) e designer de calçados sob medida (10°,
13.068), que atuam no segmento Moda.
Os dez
maiores salários
Compostas por profissionais com elevado grau de
formação, as atividades criativas, em sua maioria, contribuem para a geração de
produtos de alto valor agregado, o que justifica os salários acima da média
nacional. Geólogos e Geofísicos têm a maior remuneração entre as profissões
criativas do país, com remuneração média de R$ 11.385, quase sete vezes
superior ao patamar nacional (R$ 1.733).
Na segunda e na terceira colocações estão,
respectivamente, Diretor de programas de televisão (R$ 10.753) e Ator (R$
10.348). Depois, surgem, entre o quarto e o décimo lugares, em ordem de
colocação: biotecnologista (R$ 8.701); diretor de redação (R$ 7.774); editor de
revista (R$ 7.594); arquitetos e engenheiros (7.524); engenheiros eletroeletrônicos
e computação (R$ 7.431); autor roteirista (R$ 7.347) e pesquisadores em geral
(R$ 7.102).
Dos 14 segmentos criativos analisados pelo estudo,
a média salarial é acima da média nacional em 11 casos. Apenas as áreas de filme
& vídeo (R$ 1.661); moda (R$ 1.193) e expressões culturais (R$ 939)
apresentam remunerações menores.
Pesquisa & desenvolvimento está no topo da
lista como o segmento de maior salário médio, R$ 8.885, seguido por arquitetura
& engenharia (R$ 7.518); Software, computação & telecom (R$ 4.536); publicidade
(R$ 4.462); biotecnologia (R$ 4.258); mercado editorial (R$ 3.324); artes cênicas
(R$ 2.767); design (R$ 2.363); artes (R$ 2.195); televisão & rádio (R$
2.015) e música (R$ 1.944).
Os segmentos de pesquisa & desenvolvimento e biotecnologia
integram pela primeira vez o estudo, como uma forma de alinhar a pesquisa
brasileira aos estudos internacionais sobre o tema.
Rio de
Janeiro: melhor remuneração para o profissional criativo
O salário médio dos trabalhadores criativos no Rio
de Janeiro é de R$ 7.275, mais de quatro vezes superior à média nacional, o que
consolida o estado como o que tem a melhor remuneração da Indústria Criativa do
país.
Em 8 dos 14 segmentos analisados, os profissionais
fluminenses ganham mais: pesquisa & desenvolvimento (R$ 12.036); arquitetura
& engenharia (R$ 10.809); artes cênicas (R$ 7.015); software, computação e telecom
(R$ 5.820), televisão & rádio (R$ 4.709), filme & vídeo (R$ 3.671), design
(R$ 3.023) e artes (R$ 2.954).
Entre as dez profissões mais bem remuneradas do
Rio, destacam-se o diretor de programas de televisão (R$ 24.495), autores
roteiristas (R$ 16.019) e atores (R$ 15.923), além de geólogos e geofísicos (R$
14.471). Outras duas profissões de destaque estão ligadas ao Mercado Editorial:
diretor de redação (R$ 11.497) e editor de revista (R$ 10.003), refletindo a
valorização dos profissionais de mídia no estado.
Na segunda posição entre as unidades federativas
brasileiras com melhor remuneração entre as profissões criativas está o
Distrito Federal, onde o salário médio de mercado editorial é o mais elevado do
país: R$ 5.832. Em arquitetura & engenharia, vocação tradicional do estado,
a remuneração média é de R$ 9.084, só perdendo para o estado do Rio.
Em terceiro lugar entre os estados com maior
salário criativo, São Paulo se destaca em publicidade, cuja remuneração média é
a maior do país: R$ 5.266 contra R$ 4.462 da média brasileira. As áreas de pesquisa
& desenvolvimento (R$ 8.912) e arquitetura & engenharia (R$ 7.313)
também têm salário muito valorizado no estado, ocupando o primeiro e o segundo
lugares, respectivamente, como os segmentos com melhores salários.
A profissão criativa mais bem remunerada em São
Paulo é diretor de redação, com salário médio de R$ 14.508. Também chamam
atenção os salários de diretor teatral (R$ 8.998) e Diretor de programas de
televisão (R$ 8.383).
No Amazonas, região de maior biodiversidade do
planeta, a área de biotecnologia é a mais bem paga do país, com salário de R$
9.009, mais que o dobro da média nacional para o segmento (R$ 4.258). No
estado, a área de música também tem o maior salário do Brasil R$: 4.241 frente
a R$ 1.944 da média nacional, com destaque para músicos intérpretes.