O crescimento da produção econômica, vale dizer,
de bens e serviços, só vale realmente a pena se a ele corresponder o
desenvolvimento social e cultural do país e a promoção do bem estar da
sociedade. Assim, com um aumento da participação da Educação pública no PIB
(Produto Interno Bruto), o que deverá ocorrer, pelo menos em grande parte, por
um aumento da arrecadação pública, podemos ganhar de vários lados.
Se esse aumento for bem dirigido, as fábricas de
móveis produzirão menos mesas de bar e mais carteiras escolares; nossas
crianças e jovens passarão mais tempo participativos e atentos às atividades
propostas por um professor do que a joguinhos em celular, em computador ou a
programas pouco instrutivos da televisão; construtoras, pedreiros e engenheiros
se ocuparão mais com construções escolares do que com shopping centers; as
confecções produzirão mais uniformes escolares do que roupas de grife. E, o que
é o melhor, haverá boas universidades e licenciandos bem preparados para educar
as próximas gerações e garantir um futuro melhor para o país.
Enfim, poderemos trocar más práticas por práticas
melhores e todos ganharíamos. Muitos países fizeram isso e deu certo. Por que
não fazer aqui também? Mas, claro, essa é uma opção ideológica e dependente de
classe e de quem a toma.
*Clique aqui para ler, na íntegra, o artigo de Otaviano
Helene, professor do Instituto de Física da USP, foi presidente da Associação
dos Docentes da USP (Adusp) e do Inep/MEC, e de Lighia B.
Horodynski-Matsushigue, professora do Instituto de Física da USP, membro dos
Gripo de Trabalho de Política Educacional da Adusp e do Andes-SN.