Para um dos nomes mais importantes da atualidade
em teorias para a inovação, Steven Johnson, professor na New York University e
autor do livro "De onde surgem as boas ideias", não é possível
motivar inovações sem atividades coletivas. "O gênio isolado é um mito. As
boas ideias surgem da interação entre grupos, entre pessoas de áreas diferentes
e, às vezes, de ambientes onde mais misturadas estão estas pessoas. Há padrões
históricos que comprovam que o coletivo trabalha com mais eficiência do que o
individual.”
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Somente em sua abertura, 5º Congresso Internacional reuniu mais de 2 mil pessoas (Foto Divulgação) |
No sentido de adequar sistemáticas de incentivo à
inovação, Johnson sugere que as empresas criem espaços de convivência capazes
de aproximar o mais simples operador de máquina ao mais intelectual gestor
administrativo, por exemplo. “Algumas empresas bem sucedidas por um tempo
interrompem esse ciclo por medo. Elas têm um bom produto, e um modelo de
negócios que funciona, então imaginam que não devem interferir nesse sucesso.
Elas ignoram as mudanças no mundo exterior, acabam saindo de contexto e aí pode
ser tarde demais", alertou.
Johnson apresentou suas propostas no 5º Congresso
Internacional de Inovação, encerrado no final de outubro, em Porto Alegre. A
realização foi do Sistema Fiergs, por meio do IEL-RS, Sesi-RS e Senai-RS e que
reuniu em seu primeiro dia cerca de 2 mil pessoas. "Quando este Congresso
chega à sua quinta edição, mantendo o expressivo número de participantes que
vemos reunidos aqui, temos a certeza de que o Sistema Fiergs adotou o caminho
correto nessa iniciativa de provocar a sociedade do Rio Grande do Sul a se
reinventar sistematicamente", afirmou o presidente do Sistema, Heitor José
Müller.
Ainda segundo Müller, a educação criativa é o
fator essencial para que o fenômeno da inovação aconteça. "Torna-se
imperativo criar uma rede de eficiência desde o ensino fundamental até o
superior, passando pelos cursos de formação técnica”, destacou. “Hoje, da nossa
população na faixa dos 18 aos 24 anos de idade, apenas 12% estão no ensino
superior. Enquanto isso, na Argentina são 40%, no Chile 61%, e nos Estados
Unidos, 90%.”
O evento, cujo tema foi Economia Criativa: Ideias
e Ideais Gerando Riquezas, também teve como parceiro o Reino Unido, representado
por seu embaixador no Brasil, Alan Charlton. Ele destacou a relevância de se abrir
caminhos para a interatividade, a interdisciplinaridade e as relações
internacionais como caminho para aprofundar pesquisas e novas descobertas.
"Desde que o Brasil anunciou o programa Ciência sem Fronteiras, há alguns
meses, mais de dez mil jovens estudantes deste país estão matriculados em
universidades britânicas. Isso gerou grande interesse de meu país em aumentar
os laços com o Brasil por meio da Educação. Este Congresso é uma oportunidade
de integração e informação com riqueza de conhecimento", afirmou.
Também participaram do Congresso o secretário estadual
da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov, a diretora
executiva da Digital Media Zone (DMZ), Valerie Fox, que desenvolveu o site oficial
das Olimpíadas de Sydney, diretor de inovação do Sistema Indústria, Paulo Mol,
e representante da empresa Boo-Box, que está entre as 50 mais inovadoras no
ranking da revista Fast Company.