A partir do segundo semestre deste ano,
escolas públicas de ensino integral terão dinheiro para promover atividades
culturais pelo Programa Mais Cultura nas Escolas, lançado nesta terça (21/5/2013)
pelos ministérios da Educação e da Cultura. "Estaremos potencializando a
difusão cultural. Muitos professores querem, mas não sabem como fazer",
diz a ministra da Cultura, Marta Suplicy.
Serão selecionados 5 mil projetos. Cada
escola contemplada receberá entre R$ 20 mil e R$ 22 mil, que serão usados em
apresentações de teatro, música, dança, circo, artes visuais, cultura indígena,
cultura afrobrasileira, além de atividades externas, como visitas a museus.
Estão aptas a se inscrever 34 mil escolas
de Educação básica, que participam dos programas Mais Educação e Ensino Médio
Inovador. "A jornada maior é o que permite desenvolver as atividades com
mais qualidade", explica o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
De acordo com a ministra, o projeto é uma
demanda tanto dos professores quanto dos artistas e agentes culturais. Eles
poderão criar um plano de atividade cultural, envolvendo linguagens artísticas
e manifestações da cultura. Como a inscrição será feita apenas pelos diretores
das escolas, os grupos de cultura que quiserem participar devem procurar as
secretarias de Educação municipais e estaduais.
As escolas serão escolhidas por um grupo
de representantes dos ministérios da Educação, da Cultura e por professores de
universidades federais. Os projetos serão selecionados de acordo com o
histórico de atuação dos grupos culturais e de acordo com a qualidade do
projeto apresentado. Será levado em consideração o equilíbrio regional e o
equilíbrio temático.
Segundo o ministro Mercadante, todos os
estados e o Distrito Federal serão contemplados. Os projetos serão
desenvolvidos pelas escolas e será exigida prestação de contas da utilização
dos recursos. As escolas deverão enviar também fotografias e vídeos que provem
a execução das atividades. "Aquela que não enviar o registro pode não
participar do próximo edital", explica Mercadante.
As inscrições poderão ser feitas até 30
de junho no portal do Simec. O resultado será divulgado no começo de agosto. Os
recursos serão encaminhados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) pelo Programa Dinheiro Direto da Escola (PDDE).
“Na década de 1950, tínhamos pouquíssimos
cientistas e pesquisadores no Brasil. Em 2010, formamos 40 mil mestres e 12 mil
doutores – 2,7% da produção científica do mundo nascem no Brasil. É a que mais
cresce no mundo”. As informações são do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, prestadas
durante recente reunião (17/5/2013) do Conselho Superior de Inovação e
Competitividade do Sistema Fiesp. Oliva falou no encontro sobre inovação,
conhecimento e o programa Ciência Sem Fronteiras.
Professor – titular do Instituto de
Física de São Carlos e com doutorado pela Universidade de Londres –, Oliva abordou
ainda os desafios e oportunidades para a inovação no país e a atual situação da
produção científica nacional. Segundo ele, o país conta com recursos humanos
qualificados em todas as áreas de conhecimento e em todas as regiões
brasileiras. O docente também apontou a inovação como principal caminho para o
Brasil ser um país cada vez menos pobre.
“Nós já temos no Brasil os exemplos de
sucesso de como transformar inovação e conhecimento em riqueza”, disse Oliva,
lembrando a Petrobras, líder mundial em prospecção de óleo e gás em águas
profundas, e a Embraer, que, segundo destacou, “desde que investiu em inovação,
tornou-se uma das maiores fabricantes de aeronaves”.
Para o presidente do CNPq, ciência,
tecnologia e inovação são os eixos estruturantes do desenvolvimento nacional.
“Desde que a Embrapa criou parcerias com grandes escolas de agronomia, o Brasil
é líder mundial em pesquisa e desenvolvimento em agropecuária tropical.”
O executivo também abordou os principais
desafios da área: “avançar em direção à economia do conhecimento e também
transitar para a economia de baixo carbono e sustentável são os atuais obstáculos
que enfrentamos”.
Durante sua apresentação no Conselho, Oliva
destacou ainda o Ciência Sem Fronteiras, que deverá oferecer 100 mil bolsas
para estudantes brasileiros no exterior. “Com o programa queremos aumentar a
presença de estudantes e pesquisadores brasileiros em instituições de
excelência no exterior e fortalecer a internacionalização das nossas universidades”.
Como referência, citou “empresas como a Petrobras e a Vale, que já estão
aderindo ao programa, o que mostra sua importância”.
Durante três dias (11 a 13/6/2013), das 18h
às 21h, o Senai do Paraná ministra a oficina Design de Superfície, que consiste
na criação de imagens ou desenhos aplicados de maneira contínua sobre diferentes
tipos de superfície. Dentre elas papel e tecido, que serão exploradas nesse
workshop, no Museu Oscar Niemeyer, em intervenções teóricas e práticas.
O público-alvo é formado por empresários e
funcionários de empresas de confecção de vestuário; estudantes de cursos na
área de moda; autônomos da área de confecção de vestuário e interessados a
ingressar neste setor.
Renomadas marcas da indústria da
confecção brasileira estão com suas presenças confirmadas no Salão de Negócios
do 8º Paraná Business Collection, que ocorrerá de 4 a 7 de junho, no Centro de
Eventos do Sistema Fiep, em Curitiba. Rogério Lima, Apartamento 03, Lafort,
Cyntia Fontanella, Dark Dragon, D&J, All Purpose, Camaleoa, Última Hora,
Ligia Nogueira, Docthos, Engenharia da Roupa, Korpus Nu e Bijoux Heliana Lages
são algumas das marcas que já deram o seu ok.
Acesse www.eventopbc.com.br para acompanhar as novidades do melhor da moda brasileira
“Os lojistas devem participar deste 8º Paraná
Business Collection. Trata-se de uma excelente oportunidade para conferir o que
há de melhor na moda do Brasil e antecipar as compras da próxima coleção”,
destaca Marcelo Surek, coordenador do Conselho Setorial da Indústria do
Vestuário, um dos realizadores do evento.
Segundo Surek, as mudanças implementadas
a partir desta edição, com a abertura para a participação de marcas nacionais
no Salão de Negócios, busca ampliar a visibilidade ao evento, oferecer mais
opções para o lojista e inserir o evento no calendário nacional da moda.
“Estamos trabalhando para transformar o Paraná Business Collection no terceiro
maior evento do setor no Brasil”.
A área de negócios está a cargo da EBE
Eventos, empresa com vasta experiência no setor de business. Ao mesmo tempo em
que está trazendo grandes marcas para expor suas coleções no salão, a EBE está
atraindo lojistas para efetivarem negócios. Além de 160 compradores
selecionados e confirmados, de vários pontos do país, um grande número de
compradores espontâneos é esperado.
Quem está à frente da direção criativa
dos desfiles é Carlos Pazetto. Ele atua há mais de 17 anos no mercado de moda e
luxo, tendo em seu portfolio clientes como Cartier, Marc Jacobs, Chanel, Louis
Vuitton, além de eventos como Minas Trend, Claro Rio Summer, cenografia do Amni
Hot Spot e outros.
Mercado promissor
A indústria da moda no Paraná é
representada por 6,5 mil empresas dos setores têxtil, couro e vestuário.
Emprega perto de 100 mil trabalhadores, e é o segundo setor industrial em geração
de emprego, ficando atrás apenas da indústria de alimentos.
“O Paraná Business
Collection é um evento para o empresário do setor mostrar a qualidade do seu
trabalho, mostrar que mais que roupa,
produz moda e investe a cada ano em inovação e qualidade”, destaca o
presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, também empresário do setor.
Motor elétrico para automóveis (foto), modelo do
avião monomotor Wega 180 e lancha do estaleiro Schaefer Yachts são alguns dos
produtos catarinenses que estão expostos nesta semana, na Feira da Indústria,
em Florianópolis.
O evento vai até sexta (24/5/2013), na sede do Sistema Fiec, em
Florianópolis, durante a Jornada Inovação e Competitividade, na qual serão
discutidos temas vitais à indústria. Ainda em exposição um veículo da BMW, que
instalará uma unidade fabril em Santa Catarina nos próximos anos.
A Feira da Indústria, que é aberta ao
público, reúne produtos dos setores de alimentos, têxtil e metalmecânico, além
de serviços das áreas portuária, de energia e financeira. Entre os atrativos
estão o avião monomotor desenvolvido pela Wega Aircraft, de Palhoça, destaque
na feira especializada Sun'n Fun, em Lakeland, nos Estados Unidos. O sistema de
motorização veicular desenvolvido em parceria entre o Senai e a Weg, em Jaraguá
do Sul, também está em exposição. A Schaefer Yachts, que possui unidades em
Biguaçu e Palhoça, e a BMW, que se instalará em Araquari, também apresentam sua
linha de produtos.
A segunda edição da jornada conta promove
debates sobre qualidade de vida, Educação, inovação, tecnologia e ambiente para
negócios.
Tecnologia e inovação serão temas abordados
nesta quarta (22/5/2013), com cases indústria local. As palestras serão
apresentadas pelo empresário Marcio Schaefer, da Schaefer Yachts; Marcos
Marques, sobre incentivos fiscais à inovação; Sérgio Roberto Arruda, sobre
institutos de inovação e o Senai; e Marco Aurélio Lobo, da Apex Brasil, sobre a
promoção internacional da criatividade brasileira.
Interessados em participar podem se inscrever
no www.fiescnet.com.br/jornada. A TV Indústria SC está com cobertura diária do
evento, via http://www.tvindustriasc.com.br.
A rodada de palestras não tem custo e pode ser feita separadamente para cada
dia, de acordo com o interesse de cada participante. Mais informações pelo
telefone 0800 48 1212.
O diretor das Áreas Industrial e de
Mercado de Capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Julio Ramundo, disse nesta terça (14/5/2012) que 49,2% dos recursos
aplicados em tecnologia no país vão para difusão e não para a inovação
tecnológica, como arma de competição, liderança e diferenciação.
“Normalmente, a gente está falando de
incorporação de base técnica e tecnológica por meio de máquinas e
equipamentos”, disse o diretor, ao participar do 25º Fórum Nacional, promovido
pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na sede do banco.
Em relação aos investimentos em pesquisa
e desenvolvimento por parte das empresas privadas, dados da Pesquisa de
Inovação, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008,
apontam nível de 0,53% no Brasil, contra 1,08% na China e 0,76%, em Portugal,
por exemplo. “O Brasil está no escanteio do seu campo de defesa”, comparou
Ramundo.
Recentemente, o governo federal lançou o
Programa Inova Empresa, que tem por meta induzir o investimento empresarial em
inovação tecnológica. A ideia é contribuir para aumentar da produtividade e da
competitividade da economia. O Inova Empresa vai priorizar projetos com maior
risco tecnológico e buscar uma coordenação entre todos os agentes de
financiamento e os instrumentos de apoio. O BNDES integra a iniciativa.
”Investir em pesquisa e desenvolvimento e
em inovação é o desafio das empresas brasileiras no momento”, disse o diretor.
De acordo com Ramundo, os financiamentos
concedidos pelo BNDES para projetos de inovação passaram de R$ 33 milhões, em
2003, para cerca de R$ 2,23 bilhões, no ano passado. Um levantamento do banco
mostra que para cada R$ 1 do banco, outros R$ 4 são aplicados por
coinvestidores.
Desde 2007, a instituição ampliou a
participação nos projetos inovadores de empresas nacionais por meio da criação
de fundos de capital de risco. “Hoje, o BNDES tem participação indireta em
cerca de 204 empresas, sendo que a maioria inova em seu modelo de negócio. São
empresas inovadoras”. Em 2007, eram 70 empresas.
Ensinar matemática com atividades do
cotidiano, como fazer compras na feira e medir ingredientes para uma receita, é
a chave do sucesso da professora de matemática Jonilda Alves Ferreira para
despertar o interesse dos alunos pela disciplina. Com esse método, a professora
tornou a Escola Municipal Cândido de Assis Queiroga, da cidade de Paulista, na
Paraíba, com cerca de 12 mil habitantes, um destaque nas últimas edições da
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
Na edição de 2012, a escola teve cinco
medalhas de ouro, duas de prata, três de bronze e 12 menções honrosas. “Coloco
os alunos para vivenciar a matemática”, resume Jonilda. A professora contou que
sofria quando chegava à sala de aula e via os estudantes repudiando a
disciplina. Foi quando decidiu que era preciso mostrar aos alunos que aprender
a matemática pode ser prazeroso. “Fazer com que os alunos gostassem da
disciplina era o meu maior desafio”, revelou.
Jonilda resolveu que iniciaria os
conteúdos de matemática pela parte prática. Assim, quando chegasse à teoria, já
teria despertado o interesse dos alunos. A feira, a pizzaria e a cozinha foram
locais escolhidos pela professora da Paraíba para ensinar.
Na cozinha da escola, os alunos medem
ingredientes para preparar receitas e aprendem conceitos de proporção. Na ida à
pizzaria, recebem a lição sobre fração ao dividir os pedaços da pizza que
depois vão comer. Uma feira livre também é cenário das aulas. A professora
conta que chegou a levar 35 alunos à feira para fazer compras com um valor em
dinheiro pré-determinado. Na aula de geometria, os estudantes tiram medidas da
escola para calcular área e perímetro.
A olimpíada foi mais um estímulo para
despertar o interesse pela disciplina. Desde a primeira edição, em 2005, a
escola de Paulista se inscreve, mas a primeira medalha só veio em 2009, de
bronze. Foi ai que estudantes e professores viram que seria possível conquistar
mais e chegar ao ouro. O primeiro ouro veio em 2010.
O filho da professora, Wanderson
Ferreira, que hoje tem 12 anos, já tem duas medalhas de ouro. Ele ganhou uma
bolsa para estudos, mas quer conquistar mais uma medalha antes de aceitar o
incentivo. Já inscrito na edição de 2013, o estudante pretende estudar em média
seis horas diárias.
“O que vale mais é o aprendizado. Quero
fazer arquitetura e engenharia, e saber matemática vai me ajudar muito”. O fato
de ter uma mãe professora que incentiva tantos alunos a aprender matemática é
fundamental, segundo ele. “É muito bom não ter a escola só de manhã, ter a
escola durante o dia inteiro”, diz.
Uma das medalhistas de ouro de 2012,
Daniele Mendes da Silva, de 13 anos, conta que o estudo é intensificado com a
proximidade da olimpíada, quando a professora dá aulas também na própria casa.
“Tínhamos aula normal de manhã na escola, à tarde estudávamos entre amigas e à
noite tínhamos aulão com a professora Jonilda na escola. Tivemos outras
preparações na casa da professora também. Com esse método dela, fica tudo mais
interessante”, diz, ao relatar a preparação para a edição de 2012.
Para a estudante do 8° ano do ensino
fundamental, o aprendizado irá fazer diferença no futuro. “Além de adquirir
conhecimento para a vida, isso influencia muito para adquirir emprego e para
toda a carreira profissional da gente”, diz Daniele.
A Olimpíada Brasileira de Matemática das
Escolas Públicas busca estimular o estudo da matemática e revelar talentos na
área. Em 2012, cerca de 19 milhões de alunos se inscreveram e 99,4% dos
municípios brasileiros estiveram representados. Além das medalhas de ouro,
prata e bronze, também há distribuição de bolsas de iniciação científica para
os alunos.
Este ano, as provas da primeira fase da
competição serão aplicadas no dia 4 de junho, em horário a ser definido pela
própria escola. Os alunos com melhor desempenho serão classificados para a
segunda etapa, que ocorrerá no dia 14 de setembro. A divulgação dos vencedores
da olimpíada será feita no dia 29 de novembro. A expectativa é que 20 milhões
alunos participem da competição este ano.
Dirigentes municipais defenderam mudanças
no Plano Nacional de Educação (PNE), em ato realizado durante evento na Costa
do Sauípe, na Bahia. Com cartazes com a frase “Cadê PNE? PNE pra Valer”, os
mais de mil participantes do 14º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)
pediram uma revisão das alterações apresentadas pelo relator da proposta no
Senado Federal, senador José Pimentel (PT-CE).
A Undime e outras entidades
assinaram uma carta de posicionamento e pedem que o investimento público seja
feito no ensino público. O parecer altera a redação aprovada na Câmara e registra
“investimento público em Educação”, não especificando assim que a aplicação dos
recursos ocorra apenas na Educação pública.
Segundo o documento, o novo texto amplia
iniciativas como os programas ProUni e o Pronatec e prevê que “a expansão de vagas se dará por
eles, ou por iniciativas similares de parcerias público-privadas ainda não
discutidas, o que é ainda mais preocupante e temerário, haja vista que o PNE é
um instrumento do Estado brasileiro, com abrangência superior e anterior aos
mandatos dos governos”.
“Queremos que seja delimitado o que
significam esses programas. Delimitar o número de matrículas que temos hoje e
qual deve ser a expansão. O que não pode ser feito é deixar a porta aberta”,
explicou o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel
Cara. A rede reúne mais de 200 grupos e entidades de todo o país e também
assina a carta de posicionamento. Segundo Daniel Cara, está agendada para a
próxima semana uma reunião com o ministro da Educação para discutir alterações
no PNE.
Outro ponto defendido na carta é a
alteração feita no prazo para a implementação do Custo Aluno-Qualidade Inicial
(CAQi). O texto aprovado pela Câmara dos Deputados exigia a implementação do
CAQi após dois anos de vigência do PNE. O relatório entregue por Pimentel
estabelece que o Ministério da Educação (MEC) terá de definir o CAQi no mesmo
período.
O CAQi é um mecanismo aprovado em
Conferência Nacional de Educação e pelo Conselho Nacional de Educação. Pela
tabela de 2009 – ano-base do PNE –, deveriam ser investidos em um aluno na
creche R$ 6.450,70. O valor supera o montante de R$ 1,8 mil investido no
Nordeste por criança que cursava a etapa no período, segundo dados da Undime
apresentados por Daniel Cara.
O coordenador da Campanha Nacional pelo
Direito à Educação diz que a redação faz toda a diferença. “Não podemos abrir
mão do CAQi. Não vale só ter o recurso, tem que ter a forma certa de aplicar
esse recurso e o CAQi garante isso”. Além disso, o mecanismo é uma forma de
garantir o investimento dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação.
Seguida a tabela de investimento por aluno, o montante a ser investido no setor
alcançará a porcentagem, segundo Daniel Cara. “Mesmo supondo que sejam
retirados os 10%, o CAQi é uma forma de garanti-lo.”
Ao contrário dos meninos ricos que na
maioria das vezes se perdem dentro de suas próprias mansões pela falta de
limites e excesso de riqueza, os meninos pobres do Brasil se perdem nas ruas à
míngua e ignorados muitas vezes por aqueles que têm o dever de acolhê-lo, com
ele se envolver, se importar e cuidar, afinal, é para isso que recebem dos
cofres públicos.
Completamente abandonados e à mercê da
sorte são despojados de todos seus direitos diante de uma sociedade
preconceituosa, egoísta e nada solidária. A imagem de menino que não tem valor
muitas vezes é reforçada pela mídia populista e, o mais grave, com a permissão
do Poder Público é achincalhado com palavras de ordens do tipo: “monstros,
irrecuperáveis, prisão perpétua ou morte é o mínimo”.
Vulneráveis, essas crianças e
adolescentes são levados e colocados à disposição do Poder Público e, ao invés
de serem acolhidos, lhes subtraem a essência do ser humano. É por essa razão
que às vezes olhamos para uma criança que cronologicamente ou biologicamente é
uma criança e já não vemos nela um menino ou uma menina, pois tudo que
conseguimos enxergar é um ser repulsivo ao convivo social e rejeitado.
Para que se possa olhar e enxergar uma
criança em alguém que já foi mutilado na sua dignidade é necessário que tenhamos
a responsabilidade e a sensibilidade de identificar na sua alma as feridas
causadas pela indiferença de uma sociedade egoísta e posteriormente destroçada
por um Poder Público deliberadamente fraco e inoperante no cumprimento de sua
obrigação de acolher e tratar meninos e meninas, tendo em vista a falta de
compromisso com a dignidade humana das pessoas de baixa renda que são a maioria
das crianças e adolescentes presos desse imenso país pobre.
O documentário denominado “Meninos de
Rua” (veja o vídeo abaixo) demonstra a trajetória das crianças que viviam nas ruas de Belo Horizonte
(MG) nos anos de 1980. Já se passaram 23 anos dos episódios retratados nesse
documentário e apenas recentemente as autoridades brasileiras admitiram a
epidemia de drogas no Brasil, fazendo alguma mobilização para combater essa
situação e cujos resultados, na prática, ainda são ínfimos em relação a grande
demanda de dependentes.
Portanto, é forçoso reconhecer que o mais
provável é que o número de crianças mortas durante essas décadas de indiferença
do Governo esteja além do que se possa imaginar. Além disso, o elevado número
de meninos e meninas em tenra idade dependentes de drogas continua sendo uma
realidade apesar dos esforços do poder público para suprimir deliberadamente as
estatísticas que comprovam esta situação que persiste em acontecer porque pouca
coisa ou quase nada foi construído para acolher essas crianças e adolescentes
além de mais unidades de cumprimento de medidas socioeducativas.
O Colégio Salesiano, de Minas Gerais, já
entendia naquela época que esse assunto requer a solidariedade de todos para
que possamos salvar nossas crianças, o futuro do Brasil. Contudo, a situação de
Minas Gerais é apenas um fragmento do descaso, da desumanidade com as crianças
e adolescentes brasileiros de baixa renda em todos os Estados da nossa
Federação. Essa situação vem sendo denunciada por mim como “O Holocausto
Brasileiro”, onde crianças, adolescentes e jovens são mortos todos os dias sem
que nenhuma providência seja tomada para evitar esse morticínio.
É dever salientar que temos grandes
dificuldades para levantar estatisticamente o número desses desvalidos menores
de 15 anos, que se iniciam nas ruas como dependentes químicos e posteriormente
se envolvem com a criminalidade para custear sua dependência. Por essa razão,
esse documentário produzido por pessoas idôneas, como é o caso da direção dos
Salesianos e da pessoa de Dom Bosco, é de extrema relevância para que possamos
tomar como base concreta para defender esses meninos que vivem à margem de
todos os seus direitos.
Nas estatísticas oficiais constam apenas
menores, a partir de 15 anos de idade. Porém salta aos olhos, que apesar das
mortes precoces virem acontecendo a décadas é grande em todos os Estados da
Federação o números de crianças comprometidas como o uso de drogas e
trabalhando para o tráfico de drogas, que podemos até dizer que no mundo contemporâneo,
se tratar da modalidade mais perversa do trabalho escravo, como tão claramente
nos elucida outro documentário igualmente relevante denominado ” Falcão,
meninos do tráfico”, produzido por iniciativa (privada) e com a participação do
Rapper MV Bill.
Para combatermos e dominarmos uma endemia
necessitamos de um diagnóstico real, transparente, para podermos utilizar todas
as estratégias necessárias e adequadas à situação a fim de atingirmos o
controle da realidade e só assim ter condições reais de combater com eficiência
e obter sucesso.
Portanto, ao sonegar informações a
respeito da real situação do comprometimento de crianças entre seis e dez anos
de idade em situação e risco iminente de mortes violentas em razão das drogas
não é apenas vergonhoso para o país, mas se constitui um crime grave contra
essa parcela indefesa da população, o que torna necessária uma investigação por
parte do CNJ e demais organizações, inclusive internacionais, para que cesse o
horror do que venho denominando de “O Holocausto Brasileiro”.
Das ruas, esses meninos e meninas de
baixa renda, dependentes químicos e já em confronto com a lei, e sobre os quais
o Poder Público não mantém deliberadamente um rígido controle sobre quantos são
de fato, têm seus destinos traçados nessas instituições públicas em total
vulnerabilidade e à disposição do Poder Público, ao invés de serem acolhidos e
recuperados.
* Advogada e educadora. Precursora da
Educação Restaurativa. Especialista em Tratamento de Dependentes em Substâncias
Psicoativas e Delinquência Juvenil, com experiência de mais de três décadas.
Palestrante e autora do www.educacaorestaurativa.org.
A capital do Paraná, Curitiba, é pioneira
no país na produção de ônibus elétricos para transporte coletivo. Estão em
operação no município 30 veículos hibribus, ônibus movidos por dois motores, um
deles abastecido por energia elétrica e outro, por biodiesel. Esse é o primeiro
ônibus híbrido produzido pela Volvo no Brasil, por encomenda da prefeitura de
Curitiba. O investimento, porém, foi feito pelas empresas privadas do setor de
transporte urbano.
A operação desses veículos começou em
setembro do ano passado em linhas alimentadoras, que têm muitas paradas.
Segundo informou à Agência Brasil a assessoria da empresa Urbs-Urbanização de
Curitiba, responsável pelas ações estratégicas de planejamento, operação e
fiscalização que envolvem o serviço de transporte público na capital
paranaense, o ônibus híbrido é mais eficiente quanto maior for o número de
paradas, porque a cada frenagem ele recarrega a bateria.
Além de ser menos poluente, o ônibus
elétrico é silencioso, porque o motor elétrico é usado no arranque, etapa que
provoca mais barulho nos ônibus convencionais. O silêncio é uma das vantagens
que o ônibus elétrico apresenta em relação aos veículos convencionais, além do conforto
que oferece ao motorista e aos passageiros, ressaltou o condutor José Osnir, da
Auto Viação Marechal, que dirige um desses ônibus. “É bem melhor que os outros
ônibus (convencionais) porque o sistema de câmbio é automatizado. É silencioso
e confortável. Cansa menos. E o pessoal (passageiros) está gostando”, disse à
Agência Brasil.
O motor a biodiesel entra em
funcionamento em velocidades superiores a 20 quilômetros por hora, e é
desligado quando o veículo está parado. O ônibus consome 35% menos combustível
e mostra redução de 35% na emissão de gás carbônico, em relação a veículos com
motores Euro 3 (norma europeia para controle da poluição emitida por veículos
motores). Oferece também redução de 80% de óxido de nitrogênio (NOx) e de 89%
de material particulado (fumaça).
O hibribus foi lançado durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em
junho de 2012 no Rio. Atualmente, os 30 ônibus híbridos percorrem cinco linhas,
uma circular e quatro convencionais, bairro a bairro, que cortam toda a cidade.
Essas linhas juntas transportam cerca de 20 mil passageiros/dia. Os ônibus
elétricos têm capacidade para 85 passageiros cada.
No Rio de Janeiro, foi publicado no
Diário Oficial do dia 16 de abril decreto criando o GT Veículos Elétricos.
Trata-se de um grupo de trabalho que irá avaliar a implantação de uma fábrica
de veículos elétricos no estado. O GT será coordenado pelo Programa Rio Capital
da Energia, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedeis). A próxima
reunião do grupo está programada para a primeira semana de maio.
Várias secretarias estaduais terão
representantes nesse grupo, além empresas Nissan do Brasil, Petrobras, Light,
Ampla e a Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro (Rio Negócios).
A Coordenadora do Programa Rio Capital da
Energia, Maria Paula Martins, informou à Agência Brasil que a ideia do grupo de
trabalho é estudar a infraestrutura necessária para viabilizar o uso de carros
elétricos no Rio. “A partir desse estudo é que seria viabilizada conjuntamente
uma fábrica da Nissan, que vai produzir carros elétricos. A Nissan é pioneira
nesse tipo de veículos no mundo. O governo do estado não teria participação
nessa fábrica. O investimento é privado”, disse ela.
Os investimentos se aproximam de R$ 400
milhões. Maria Paula destacou que ainda não há uma localização ideal prevista
para a construir a fábrica. ”Essa localização só será identificada a partir dos
estudos que demonstrarem a infraestrutura necessária a ser implementada”.
Poderão ser concedidos incentivos pelo governo fluminense nos mesmos moldes dos
que foram dados a outras montadoras, como o financiamento de parte do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) durante o período do investimento.
Para a coordenadora do Programa Rio
Capital da Energia, a principal vantagem que o veículo elétrico apresenta é que
não é poluente, não consome um combustível fóssil, não emite gases, é
silencioso e pode ter um custo competitivo.
O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) financia de forma diferenciada a aquisição de ônibus
híbridos e elétricos produzidos no país, dentro da linha Finame, voltada para a
compra de máquinas e equipamentos nacionais. Esse tipo de veículo começou a ser
financiado pelo banco em 2012. De lá para cá, as operações aprovadas somam
empréstimos no valor de R$ 140 milhões. Não há limite estabelecido para os
financiamentos à compra desses veículos pelas empresas, informou a assessoria
de imprensa do BNDES.
A cadeia produtiva do leite tem
características peculiares, que fazem com que seja importante sua manutenção e
crescimento no Rio Grande do Sul. A necessidade de grande número de
profissionais e familiar faz com que sua produção esteja presente em mais de
120 mil estabelecimentos familiares no estado. Sua produção também exige
proximidade e aumenta a integração da cadeia, concentrando todos os elos da
produção na mesma região.
Produção de leite e derivados exige trabalho 365 dias por ano (Foto Expointer 2012 Divulgação)
“A cadeia produtiva do leite é muito
exigente em mão de obra, 365 dias por ano. Não é adequada para o meio patronal.
É mais adequada à agricultura familiar. E a agricultura familiar é muito
importante onde tem estrutura fundiária mais democrática”, explica o economista
da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Carlos Paiva.
Produção de leite e derivados exige trabalho
365 dias por ano (Foto Expointer 2012 Divulgação)
A participação da cadeia produtiva do
leite no Produto Interno Bruto do estado está em cerca de 3%, “bastante
expressiva”, segundo Paiva. De acordo com o IBGE, o Rio Grande do Sul é o
segundo estado em produção de leite no país. Em 2011, foram produzidos 4
bilhões de litros – 12,5% da produção nacional – que geraram R$ 6 bilhões.
Em 2012, de acordo com João Milton Cunha,
coordenador da câmara setorial do leite da Secretaria Estadual de Agricultura,
a cadeia do leite respondeu por 2,13% do PIB gaúcho. Ele também destaca que
está comprovada ser a atividade que mais fixa o homem no campo. Além disto,
está presente em 90% dos municípios do Rio Grande do Sul.
Cadeia leiteira precisa de qualificação
Apesar dos números positivos, Paiva
acredita que é preciso mais estímulos. Do contrário, há a opção cada vez maior
pela produção da soja, em detrimento do leite, além de se manter uma produção
de baixa qualidade. “A soja está explodindo em demanda, o preço é muito
elevado, mas ela vai à granel para a China. Os chineses não querem comprar a
soja já beneficiada, eles fazem óleo de soja e tofu melhor que nós. Ao menos
parte da cadeia leiteira precisa ser beneficiada no local. Ela fomenta a
indústria local, a soja não. Tem que ter ação do Estado para a cadeia leiteira”,
afirma.
Segundo Paiva, é preciso qualificar a
questão da sanidade e de formação profissional. Também é preciso melhorar a
qualidade dos produtos derivados do leite. “A gente não produz queijos finos”,
exemplifica. Ele afirma que não há uma política para a qualificação da
indústria de lácteos, apenas isenções fiscais, e afirma que atividades que são
a vocação natural do estado precisam ser priorizadas. “Atividades como as do
Polo Naval são importantes, mas é incerto por quanto tempo serão competitivas.
O leite é uma vocação natural do estado”, compara.
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