O desafio do Brasil: Educação para a Ciência, a Inovação, a Tecnologia e a Sustentabilidade. Fale com a gente: robertoford@hotmail.com
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Mercado de trabalho: acordo reforça apoio do Sine no Nordeste a beneficiários do Brasil Sem Miséria
Os ministérios do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS) e do Trabalho e Emprego (MTE) fecharam acordo visando priorizar
os inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal,
especialmente os beneficiários do Bolsa Família, nas vagas de emprego
oferecidas pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine) na Região Nordeste. A
inclusão dos beneficiários do programa no mercado de trabalho é um dos eixos do
Plano Brasil Sem Miséria.
Por meio do Pronatec, o governo federal,
os estados e municípios articulam a oferta de cursos de qualificação
profissional, a demanda de vagas de emprego no mercado e o encaminhamento do
público do Brasil Sem Miséria aos empregos disponíveis.
“O Nordeste tem, proporcionalmente, o
maior número de pobres e quantidade de carteiras assinadas. Quando fechamos o
acordo com o MTE, possibilitamos que os beneficiários atendidos pela assistência
social sejam encaminhados ao mercado de trabalho por meio do Sine”, diz o
diretor de Inclusão Produtiva Urbana do MDS, Luiz Müller.
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Clique aqui para saber mais sobre o Pronatec Brasil sem Miséria |
A articulação com o Sine nos estados do
Nordeste está ocorrendo durante reuniões de pactuação de vagas do Pronatec
Brasil Sem Miséria. Na semana passada, o MDS participou de reunião em Fortaleza
para definir o número de vagas que serão oferecidas no Ceará. Dos 150
municípios cearenses que aderiram ao programa, 115 já fecharam mais de 49 mil
de vagas nos cursos de qualificação profissional para este ano.
As reuniões envolvem as secretarias de
Trabalho e as de Assistência Social do estado e dos municípios, além dos
ofertantes dos cursos, como as entidades do Sistema S (Senai, Senac, Senar,
Senat) e Institutos Federais de Educação. Os cursos são gratuitos, e os alunos
recebem alimentação, transporte e material escolar.
De acordo com Müller, essas reuniões e
articulações permitem que a população extremamente pobre seja atendida pelo programa
de transferência de renda e depois inserida no mercado de trabalho. “Isso
possibilita ao cidadão ser encaminhado a todos os direitos constitucionais,
incluindo o direito ao trabalho.”
Já foram feitas reuniões de articulação
na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Em junho ocorrerão nos demais estados do
Nordeste.
Fonte Portal Brasil sem Miséria
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Cursos técnicos: Senai-DF está com inscrições abertas em diversas áreas de trabalho
O Senai do Distrito Federal vai selecionar interessados para 155 vagas abertas em seus cursos técnicos. Eles serão ministrados no segundo semestre nos centros de formação profissional do Gama e de Taguatinga.
As áreas privilegiadas são as de eletrotécnica e eletromecânica, no Gama; e edificações, segurança no trabalho, eletrotécnica e mecânica automotiva, em Taguatinga. Os cursos técnicos do Senai são elaborados dentro das exigências do mercado de trabalho, com as participações das classes empresárias, dos trabalhadores e de acordo com as orientações dos órgãos de Educação.
Podem participar dos programas jovens com idade mínima de 16 anos e que estejam cursando a segunda série do ensino médio, ou matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA). As inscrições podem ser feitas até 14 de junho, e custam 20 reais.
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Nova engenharia: Sistema Fiemg lança programa que alia competências técnicas e o dia a dia na indústria
O Sistema Fiemg apresentou ontem
(28/5/2013) o Programa Futuros Engenheiros, para 35 empresas de diversos
setores da economia, como construção civil, mineração e siderurgia. O programa tem
as parcerias do IEL, Senai e Sesi, organizações que compõem o Sistema junto com
a Fiemg. A intenção é oferecer a estudantes de engenharia a oportunidade de
desenvolvimento de competências técnicas e habilidades comportamentais para
atuar na indústria.
A ideia, segundo o superintendente do
IEL-MG, Maurício Tibúrcio, é aliar conhecimento teórico e prático com uma
vivência de mercado. “O programa também vai ajudar a indústria a reter os novos
profissionais de engenharia, além de diminuir a evasão nos cursos”.
O programa beneficiará estudantes mineiros
das áreas elétrica, mecânica, civil e afins, que estejam cursando a partir do sétimo
período. Segundo Tibúrcio, a iniciativa abrange a preparação universitária,
aliando principalmente a prática à vivência industrial. “A parceria com as
universidades vai resultar em profissionais mais completos, que passarão a
fazer parte do quadro das empresas já com uma base sólida e uma percepção do dia
a dia da indústria”.
Inicialmente, o programa vai abrir 200
vagas: “este é um piloto do projeto, mas a intenção é estender o programa para
cidades polo no interior do estado”, diz o analista de projetos educacionais do
Senai-MG, Welington Martins.
As inscrições estão abertas até 9 de
junho, para estudantes, e até 21 de junho, para empresas que queiram receber os
universitários. As aulas teóricas serão ministradas em unidades do Senai-MG e
as práticas nas indústrias. A previsão de início dos cursos é 5 de agosto.
Mais informações: 31 3213-1231/1278.
Design e vestuário: um olhar feminino sobre a África
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Ciência sem Fronteiras: portais devem aumentar eficiência e integração com empresas
Os novos portais de Estágios &
Empregos e de Acompanhamento do Ciência sem Fronteiras devem dar maior
transparência e dinâmica ao programa do governo federal. O primeiro, de acesso
ao público em geral, busca promover a integração dos bolsistas e ex-bolsistas
com o setor privado. O segundo apresenta as principais informações consolidadas
sobre as bolsas já implementadas e dados complementares sobre o programa.
No recém-lançamento dos portais, o
ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, destacou os
desafios a serem enfrentados para fazer o conhecimento gerado nas universidades
resultar em modernização para o país. “Depois de construir a base – que
pretendemos qualificar cada vez mais –, é preciso que esse conhecimento chegue
ao setor produtivo e às atividades da sociedade como um todo”.
Para o titular do MCTI, o novo portal de
estágios e empregos facilita o processo de interligação entre academia e empresa.
“É o caminho em direção do nosso desafio de aproximação com as empresas, para
que elas possam absorver essa mão de obra que está sendo altamente capacitada
pelo Ciência sem Fronteiras”, afirmou.
“O CNPq ajudou a montar o sistema de
ciência e tecnologia do país e agora vai ajudar a montar o sistema de
inovação”, comentou Raupp, ao lembrar a trajetória da instituição e a sua
contribuição ao desenvolvimento do país. O ministro também exaltou o portal de
acompanhamento como um instrumento em sintonia com a expectativa do governo de
ampliar a transparência às ações da administração pública.
As novidades
No portal Estágios & Empregos estão
listadas as vagas destinadas aos perfis de mão de obra selecionados pelo
programa. O espaço permite tanto ao bolsista quanto às empresas cadastradas
obter informações sobre as oportunidades existentes e sobre os profissionais
disponíveis e, inclusive, realizar contatos e entrevistas numa espécie de sala
de situação.
“O programa tinha como foco trazer
tecnologia para a indústria e para o país, com foco na inovação, e hoje damos
um passo nesta direção”, afirmou o presidente do CNPq, Glaucius Oliva. Ele
lembrou, ainda, a possibilidade de oportunidades de estágios serem oferecidas
tanto no Brasil como no exterior.
O
Portal de Acompanhamento divulga os dados de execução do programa. Além das
principais informações sobre as bolsas já concedidas pelo CNPq e pela Capes,
como quantidade por modalidade e por área do conhecimento, a ferramenta
consolida dados complementares como as instituições e regiões de origem dos
estudantes, a distribuição por gênero e os países de destino dos bolsistas.
Fonte MCTI
Inovação: estudantes brasileiros conquistam prêmio em feira internacional de ciência e engenharia nos Estados Unidos
Preocupadas com os alertas sobre o risco
de escassez de água própria para o consumo, duas alunas de ensino médio
resolveram unir ecologia e ciência e desenvolveram um projeto para dessalinizar
água do mar por meio de uma bactéria. A intenção das estudantes é que, sem o
sal, a água seja usada para a irrigação, por exemplo, e, no futuro, também para
o consumo humano.
“A grande importância desse projeto é que
o processo é simples e econômico e pode ser aplicado em vários lugares”,
explica uma das autoras da pesquisa, Desireé de Böer Velho, que terminou no ano
passado o ensino médio técnico de química na Fundação Escola Técnica Liberato
Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul. Aluna da mesma
escola, Ágatha Lottermann Selbach é a outra autora da pesquisa.
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Alunos brasileiros premiados na Isef: destaques da delegação composta por 32 estudantes, representando 21 projetos (Foto Divulgação) |
Com o trabalho, as duas chegaram à Feira
Internacional de Ciências e Engenharia, cuja sigla em inglês é Intel Isef,
competiram com estudantes de outros países e conquistaram o quarto lugar na
categoria gestão ambiental. Desireé conta que a experiência serviu de incentivo
para seguir a carreira científica e as estudantes vão dar continuidade ao
estudo para tornar a água dessalinizada adequada ao consumo humano. A partir
daí, elas pretendem buscar apoio para aplicar o projeto no dia a dia e até em
escala empresarial.
“Esse projeto me incentivou entrar na
área científica, foi um grande passo. Viemos de escola pública onde não
tínhamos tanto recurso. Agora entrei na faculdade e mudou toda minha vida. Olho
o mundo de outro jeito, me agregou muito em relação ao conhecimento, o fato de
ter viajado e conhecido novas culturas”, destacou Desireé.
O projeto das estudantes de Novo Hamburgo
foi um dos nove premiados na feira que teve a participação de mais de 1,5 mil
estudantes de 70 países, em maio, nos Estados Unidos. Os brasileiros ficaram
com o primeiro lugar entre os países latino-americanos e com o 3º no geral,
atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá.
A coordenadora-geral da Feira Brasileira
de Ciências e Engenharia (Febrace), organização que selecionou parte dos
estudantes para o evento internacional, Roseli Rodrigues Lopes, ressalta que o
sucesso que os brasileiros alcançaram competindo com estudantes de tantos
países mostra que é possível trabalhar o incentivo para a ciência e a
engenharia ainda na educação básica. Ela avalia que esse trabalho deve ser ampliado.
“Precisamos descobrir quem são os talentos, às vezes os jovens estão na escola
e não têm ideia do que é engenharia. Ele não recebe o estímulo e às vezes é um
grande talento”, diz.
Outra pesquisa premiada é a de Túlio
Vinicius Andrade, aluno do 3º ano do ensino médio do Grupo Gênese de Ensino, do
Recife. Ele ficou com o terceiro lugar na categoria ciências sociais e
comportamentais. Por meio da leitura, Túlio percebeu que as doenças que mais
matam no mundo estão ligadas a comportamentos sedentários. As informações
indicavam que esses comportamentos começam ainda na infância e juventude, por
isso, o estudante resolveu investigar a situação das aulas de Educação física
em escolas no Recife e descobriu que os professores da área enfrentavam
dificuldades.
“Identifiquei que há falta de espaço
físico, de materiais e de interesse dos alunos. Adaptei a prática pedagógica do
construtivismo e criei soluções com metodologia de ensino para as principais
dificuldades”, explica. O estudante fez testes com os alunos e, comprovada a
eficácia do trabalho, Túlio passou a dar palestras para professores de Educação
física da rede pública. Após, elaborou um manual que será distribuído aos
professores.
Diante dos desdobramentos das pesquisas,
Roseli Rodrigues Lopes, avalia que a iniciação científica permite novas
perspectivas aos jovens. "Eles acabam tendo uma trajetória acadêmica mais
rápida que a de outros. Vão para a universidade sabendo o que querem e chegam
com mais maturidade. Terminada graduação, muitos seguem para o mestrado",
diz.
Fonte Agência Brasil
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Barco-escola na Amazônia: continuação de parceria com Petrobras garante novos cursos a populações ribeirinhas da região
Pela décima vez consecutiva, a Unidade de Operação de Exploração da Amazônia (UO-AM) da Petrobras reafirma sua parceira com o Senai do Amazonas para viabilizar as ações do barco-escola Samaúma. Em 34 anos de atuação, a unidade já certificou mais de 46 mil novos profissionais em 57 municípios banhados por rios da Amazônia.
“O Samaúma não é apenas um barco-escola do Senai-AM é patrimônio do Norte que leva o ensino profissionalizante para a Amazônia, pois atendeu em mais de três décadas municípios de nosso estado e também do Pará, Acre e Rondônia”, ressalta o diretor regional da organização, Aldemurpe Barros.
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Municípios que ainda receberão cursos até dezembro: Guajará, Eirunepé, Maraã e Japurá (Foto Evelyn Lima) |
Neste ano, o aporte financeiro evoluiu de R$ 230 mil para R$ 450 mil, valor que auxiliará nas despesas de combustível e manutenção da unidade fluvial, que tem um custo anual superior a R$ 2 milhões.
“É um privilégio participar da décima assinatura do convênio, no qual a Petrobras usa sua energia para levar a conhecimento profissional, gerando energia de mão de obra qualificada nas comunidades ribeirinhas do Estado e de estados de nossa Região”, destaca o gerente geral da UO-AM, Gilberto Hosokawa.
Natural do interior do Pará, Hosokawa revela que conhece as dificuldades dos municípios distantes da capital. Para ele, a parceria Petrobras e Senai é uma iniciativa de grande importância na mudança de perspectiva de emprego e renda para a população que depende de programas assistencialistas do governo.
Em sua primeira viagem deste ano, o Samaúma certificou 530 alunos, em Carauari, município a 700 quilômetros da capital amazonense. Aldemurpe Barros explica que o sucesso do barco-escola pioneiro e único da Rede Senai está prestes a ganhar reforço com a inauguração do barco verde da organização, o Samaúma II, previsto para entrar em pleno funcionamento no segundo semestre.
domingo, 26 de maio de 2013
Educação integral: deputado quer “revolução dos Cieps” nos 417 municípios baianos
O vice-líder do PDT na Câmara dos
Deputados, deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) defende a
implantação dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), idealizados
pelos educadores Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, nos 417 municípios baianos.
Na opinião do parlamentar, “não é preciso
inventar a ‘roda’, mas aplicar o modelo de Educação pública em tempo integral
criado na Bahia por Anísio Teixeira como forma de reverter o abismo que existe
ainda hoje entre a educação pública e a educação privada”, afirmou.
Exemplo de como funciona um Ciep
“Nos anos 1990, o então secretário de Educação
do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, fez dos Cieps verdadeiros centros culturais
que ofereciam Educação, alimentação, saúde e lazer para as populações mais
carentes, funcionando também nos finais de semana com acesso a ginásios, campos
de futebol, piscinas e bibliotecas. Precisamos efetivar essa revolução dos Cieps
em cada um dos 417 municípios baianos”, assinalou.
Félix Júnior defende ainda a fixação de
quadro com a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na
porta das escolas (Projeto de Lei 5325/2013) e a expansão do ensino superior no
estado, com a criação da Universidade Federal do Noroeste da Bahia (Projeto de
Lei 2050/2011), com sede em Irecê e campi em Xique-Xique, Canarana e Uibaí.
sábado, 25 de maio de 2013
Frase de sempre: voo e pouso
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Dica de cinema: Fale com elas
por Matheus Pichonelli
Crianças subestimadas e professores
treinados para colorir a realidade: o assustador universo escolar retratado em O
Que Traz Boas Novas
A curta sinopse no site do cinema me preparou
para encarar um drama ao estilo esfola-alma: um professor da Argélia cai de
paraquedas em uma turma do (equivalente ao) ensino fundamental em Montreal, no
Canadá, para substituir uma professora que, dias antes, morrera de forma
trágica. À primeira vista, O Que Traz Boas Novas, filme de Philippe Falardeau
em cartaz em São Paulo, parecia mais uma história sobre superação de primeiras
impressões, preconceitos, unificação de valores e conquistas que só a escola
consegue desencadear.
Era também, mas não só.
A sala de aula, como se sabe, é um
laboratório de conflitos humanos que, cedo ou tarde, desembocam no que
equivocadamente costumamos chamar de vida real. Em 2008, Laurent Cantet
conseguiu fazer de Entre os Muros da Escola uma radiografia social a partir dos
desafios de um professor diante de uma geração assentada em uma nova dinâmica
de interlocução, tecnologias e valores. Surpreendentemente, O Que Traz Boas
Novas fez jus à tradição sem se apresentar apenas como um drama sobre alunos e
professores – nem apenas sobre um suposto choque cultural entre Ocidente e
Oriente no ambiente escolar.
O filme é, a bem dizer, um grande grito
contra uma forma sistemática, invisível e não-assumida de encarceramento adulto
e juvenil. Explico. Logo nas primeiras cenas, sabemos que a professora das
crianças, por motivos misteriosos, se enforcou durante o intervalo na sala de
aula. A sequência é um exercício desesperado dos adultos responsáveis pelas
crianças – direção, corpo docente, pais e funcionários – de descaracterização
da cena. Na impossibilidade de se trocar de sala, o local do crime recebe novas
tintas, nova posição de cadeiras e um novo professor, Bachir Lazhar (Mohamed
Fellag). A ele é dada a missão de evitar com que as crianças toquem no assunto.
A única profissional autorizada a lidar com elas é uma psicóloga de métodos
duvidosos que promete apagar as feridas do episódio. Aos demais, cabe agir mais
ou menos como os pintores que mudaram as cores das paredes da sala: dourar a
pílula e tentar seguir adiante.
Mas como, se naquela sala de aula alguém,
aparentemente querida pelos alunos, acabava de cometer um ato de violência
extrema?
Ao longo do filme, o novo professor terá
como desafio driblar o luto da escola e firmar uma autoridade mambembe,
frequentemente contestada pelo fato de não ser daquele país. Não demoramos para
perceber que, como aqueles estudantes, ele também guarda traumas mal
assimilados de seu passado na Argélia. E que mal consegue manifestar com
palavras, gestos e expressões o que o levou a fugir do seu local de origem. É
como se o silêncio, o rodeio, o disfarce e o autoengano fossem capazes de
superar a tragédia humana. Não são, e quem dá o primeiro sinal de que é
possível (e necessário) entrar no assunto com a seriedade que a realidade pede
são as próprias crianças.
Ao longo das aulas, o episódio do suicídio começa a
aparecer nas falas, redações e até nas brincadeiras infantis. É quando Bachir
percebe que elas querem – e precisam – se comunicar de alguma forma. E que se
comunicar sobre a violência vivenciada não era uma mera reprodução de uma
realidade violenta. Para garantir que isso aconteça sem que ninguém exploda, é
preciso ter uma habilidade cirúrgica. Não porque as crianças sejam incapazes de
entender o que aconteceu, mas porque a realidade exige, e exigirá sempre, e em
qualquer idade, a maestria de uma precisão cirúrgica: tudo é frágil, tudo é
explosivo, tudo põe a qualquer momento tudo a perder. Ao mesmo tempo, nada tem
resposta clara e única como em um teste de múltipla escolha.
Saber disso não é excitar a crueldade,
mas agir com uma honestidade mínima, parece dizer o diretor. A redoma envolta
das crianças que o professor Bachir tentará a todo custo destampar tem uma base
anterior à tragédia. Por exemplo: a certa altura, o professor é repreendido
pelos pares por apresentar textos de Honoré de Balzac em sala de aula. Parece
um detalhe, mas não é: a todo instante há alguma autoridade sentada sobre o
manual de conduta a dizer o que pode e o que não pode ser absorvido pelas
crianças.
O fosso artificial cavado entre elas e o suposto mundo real é uma
construção social, cuidadosa e fadada ao fracasso. E tem entre suas normas, no
caso do filme, uma regra draconiana: nenhum professor ou funcionário da escola
tem autorização para tocar no estudante. A regra que vale para um tapa como
vale para um abraço – e a certa altura um professor de educação física,
proibido de passar protetor solar em um aluno com queimadura de segundo grau,
confessa ter a impressão de lidar com elementos radioativos, e não com estudantes.
Na sala de Bachir, onde a professora
anterior se matou e todos tentam fingir que nada aconteceu, um estudante passa
boa parte das aulas estirado na carteira porque tem enxaqueca e sangramentos. O
professor em nada pode ajudar porque, em tese, deve evitar um vínculo de
proximidade acima do aceitável. (Qualquer semelhança não é mera coincidência:
aqui em São Paulo, policiais são proibidos de prestar socorro a vítimas da
violência urbana em nome da qualidade da investigação; o ato de jogar a água
suja com o bebê dentro, como se vê, é uma praga universal).
Essa impessoalidade forçada é
consequência, não causa, de uma incompetência mal disfarçada. Quando, no
ambiente escolar, criam-se regras inexistentes fora de seus domínios, a escola
passa a ser uma mera réplica artificial (portanto, descolada) da realidade, e
não parte englobada por uma realidade de bordas indefinidas. Tão indefinidas
que, entre quatro paredes, consegue agregar o drama de dois estágios
civilizatórios: entre a guerra fratricida na Argélia e o vazio em meio à
(aparente) plenitude material do Canadá, a banalização da vida opera em uma
estrutura elementar.
Tanto na História como nos pequenos relatos de tragédias
diárias, há duas formas de enfrentamento: o silêncio ou a compreensão. O problema
é que essas duas palavras não se combinam. Cabe à escola, e muitas vezes a um
único professor, a decisão de optar por um ou por outro (nesse sentido, o
professor Bachir faz do filme uma versão ao avesso de A Vida é Bela, de Roberto
Benigni).
Não é preciso ir longe, para compreender
o silêncio (na imprensa, nas escolas, nas grandes discussões) sobre o drama do
suicídio retratado pelo filme. Oficialmente, o medo é que uma simples notícia
funcione como um incentivo a novas decisões. Como no filme, o ato é relatado
com rodeios, um assunto-tabu sobre o qual ninguém ousa tocar, como se fosse
possível ignorar que toda semana há uma multidão de gente tomando suas últimas
decisões à beira de uma janela, sem que tenhamos coragem suficiente para
identificar uma suposta anomalia social desencadeada em um período de paz
aparente.
É parte da cultura do verniz, das
soluções para baixo do tapete, que o filme busca suscitar: ao esconder a
realidade, legamos ao mundo uma covardia institucionalizada, como se as
crianças – de 5, 10, 40 ou 80 anos – fossem eternamente incapazes de digerir uma
realidade não combinada nos contos de fada.
Fonte Carta Capital
Ciência e inovação: portal vai reunir pesquisas científicas na área de saúde
Pesquisas brasileiras na área de saúde acabam
de ganhar o portal Lógicos para reforçar a divulgação dos trabalhos. O objetivo
é dar mais visibilidade à produção científica relacionada à saúde a partir de
uma proposta multimídia, com a publicação de matérias e entrevistas em diversos
formatos – áudio, vídeo e textos – que poderão ser compartilhados de forma
gratuita. O portal será lançado às 15h, no auditório interno da Fiocruz
Brasília.
Mais de 3 mil projetos de pesquisa,
financiados pelo Ministério da Saúde, estarão disponíveis para consulta no
Pesquisa Saúde, ferramenta eletrônica desenvolvida pela pasta, que permite ao
usuário encontrar informações relacionadas aos trabalhos científicos ou temas
de interesse, a partir de diversos critérios de busca: número de projetos e
recursos investidos por ano, região, modalidade de fomento, edital,
instituição, entre outros.
O Lógicos tem informações sobre projetos
de pesquisa apoiados pelo Ministério da Saúde desde 2002, com a colaboração do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da
Agência Brasileira de Inovação (Finep), Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), de fundações de Amparo à Pesquisa, secretarias estaduais de Saúde e de
Ciência e Tecnologia.
Fonte Agência Brasil
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Cultura e Educação: escolas receberão R$ 100 milhões para investir em difusão cultural
A partir do segundo semestre deste ano,
escolas públicas de ensino integral terão dinheiro para promover atividades
culturais pelo Programa Mais Cultura nas Escolas, lançado nesta terça (21/5/2013)
pelos ministérios da Educação e da Cultura. "Estaremos potencializando a
difusão cultural. Muitos professores querem, mas não sabem como fazer",
diz a ministra da Cultura, Marta Suplicy.
Serão selecionados 5 mil projetos. Cada
escola contemplada receberá entre R$ 20 mil e R$ 22 mil, que serão usados em
apresentações de teatro, música, dança, circo, artes visuais, cultura indígena,
cultura afrobrasileira, além de atividades externas, como visitas a museus.
Estão aptas a se inscrever 34 mil escolas
de Educação básica, que participam dos programas Mais Educação e Ensino Médio
Inovador. "A jornada maior é o que permite desenvolver as atividades com
mais qualidade", explica o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
De acordo com a ministra, o projeto é uma
demanda tanto dos professores quanto dos artistas e agentes culturais. Eles
poderão criar um plano de atividade cultural, envolvendo linguagens artísticas
e manifestações da cultura. Como a inscrição será feita apenas pelos diretores
das escolas, os grupos de cultura que quiserem participar devem procurar as
secretarias de Educação municipais e estaduais.
As escolas serão escolhidas por um grupo
de representantes dos ministérios da Educação, da Cultura e por professores de
universidades federais. Os projetos serão selecionados de acordo com o
histórico de atuação dos grupos culturais e de acordo com a qualidade do
projeto apresentado. Será levado em consideração o equilíbrio regional e o
equilíbrio temático.
Segundo o ministro Mercadante, todos os
estados e o Distrito Federal serão contemplados. Os projetos serão
desenvolvidos pelas escolas e será exigida prestação de contas da utilização
dos recursos. As escolas deverão enviar também fotografias e vídeos que provem
a execução das atividades. "Aquela que não enviar o registro pode não
participar do próximo edital", explica Mercadante.
As inscrições poderão ser feitas até 30
de junho no portal do Simec. O resultado será divulgado no começo de agosto. Os
recursos serão encaminhados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) pelo Programa Dinheiro Direto da Escola (PDDE).
Ciência e inovação: produção científica brasileira é a que mais cresce no mundo, diz presidente do CNPq
“Na década de 1950, tínhamos pouquíssimos
cientistas e pesquisadores no Brasil. Em 2010, formamos 40 mil mestres e 12 mil
doutores – 2,7% da produção científica do mundo nascem no Brasil. É a que mais
cresce no mundo”. As informações são do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, prestadas
durante recente reunião (17/5/2013) do Conselho Superior de Inovação e
Competitividade do Sistema Fiesp. Oliva falou no encontro sobre inovação,
conhecimento e o programa Ciência Sem Fronteiras.
Professor – titular do Instituto de
Física de São Carlos e com doutorado pela Universidade de Londres –, Oliva abordou
ainda os desafios e oportunidades para a inovação no país e a atual situação da
produção científica nacional. Segundo ele, o país conta com recursos humanos
qualificados em todas as áreas de conhecimento e em todas as regiões
brasileiras. O docente também apontou a inovação como principal caminho para o
Brasil ser um país cada vez menos pobre.
“Nós já temos no Brasil os exemplos de
sucesso de como transformar inovação e conhecimento em riqueza”, disse Oliva,
lembrando a Petrobras, líder mundial em prospecção de óleo e gás em águas
profundas, e a Embraer, que, segundo destacou, “desde que investiu em inovação,
tornou-se uma das maiores fabricantes de aeronaves”.
Para o presidente do CNPq, ciência,
tecnologia e inovação são os eixos estruturantes do desenvolvimento nacional.
“Desde que a Embrapa criou parcerias com grandes escolas de agronomia, o Brasil
é líder mundial em pesquisa e desenvolvimento em agropecuária tropical.”
O executivo também abordou os principais
desafios da área: “avançar em direção à economia do conhecimento e também
transitar para a economia de baixo carbono e sustentável são os atuais obstáculos
que enfrentamos”.
Durante sua apresentação no Conselho, Oliva
destacou ainda o Ciência Sem Fronteiras, que deverá oferecer 100 mil bolsas
para estudantes brasileiros no exterior. “Com o programa queremos aumentar a
presença de estudantes e pesquisadores brasileiros em instituições de
excelência no exterior e fortalecer a internacionalização das nossas universidades”.
Como referência, citou “empresas como a Petrobras e a Vale, que já estão
aderindo ao programa, o que mostra sua importância”.
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terça-feira, 21 de maio de 2013
Design de superfície: Senai-PR ministra oficina no Museu Oscar Niemeyer
Durante três dias (11 a 13/6/2013), das 18h
às 21h, o Senai do Paraná ministra a oficina Design de Superfície, que consiste
na criação de imagens ou desenhos aplicados de maneira contínua sobre diferentes
tipos de superfície. Dentre elas papel e tecido, que serão exploradas nesse
workshop, no Museu Oscar Niemeyer, em intervenções teóricas e práticas.
O público-alvo é formado por empresários e
funcionários de empresas de confecção de vestuário; estudantes de cursos na
área de moda; autônomos da área de confecção de vestuário e interessados a
ingressar neste setor.
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