Esta foi uma das mensagens deixadas pela economista chinesa Ann Lee em sua participação no recente 1º Fórum de Inovação do Sistema Fiergs, em Novo Hamburgo.
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Ann Lee é autora do livro O que os Estados Unidos têm a aprender com a China (Foto Sistema Fiergs) |
Ela citou o exemplo de alguns bancos que têm como um dos pré-requisitos para a concessão de empréstimos a empreendedores é que eles já tenham falhado. "Faz parte desse processo", afirmou.
Para a economista, a riqueza de uma nação não pode ser medida apenas
pelo PIB, pois esse valor não
leva em consideração questões como lucro, distribuição de renda, níveis de
felicidade e de Educação. Ressaltou que inovar é uma questão de sobrevivência
no mercado atual e lembrou que a América Latina, especialmente o Brasil, tem
alto potencial para inovar, com sua população numerosa e elevado índice de
biodiversidade.
Ann informou ainda que a China está abrindo as portas para que pessoas
de outros países se instalem em seu território, com o objetivo de estimular a
troca de conhecimentos e ideias diferentes. Em 2012, pela primeira vez, o país
asiático ultrapassou os Estados Unidos em número de imigrantes.
"A China
está recrutando ativamente estrangeiros para seus centros de inovação e
universidades. Professores qualificados são estimulados a trabalhar por lá, com
salários elevados, por exemplo, algo que não acontece na América Latina",
lamentou.
A burocracia foi apontada por ela como um dos grandes vilões contra a
inovação. "A maioria das normas limitam a concorrência e bloqueiam o
processo criativo", avaliou Ann, ao citar o caso do início da internet nos
Estados Unidos, que gerou uma onda gigante de inovação e crescimento, entre
outros fatores, por conta da falta de leis que a regulamentassem.
O presidente do Sistema Fiergs, Heitor José Müller, destacou no Fórum que
as empresas precisam se preparar diante desse novo mundo. "Não buscamos
mão de obra, mas sim cérebros criativos e construtivos". Segundo o
industrial, o processo de globalização, acelerado pela tecnologia da
informação, foi tão significativo que hoje o Sistema Fiergs já trabalha com o
conceito de "economia planetária".
"Nesse contexto, tal como a órbita dos planetas, as nações têm
laços tão fortes que se tornam dependentes entre si. Por isto, o tema deste
Fórum é Inovação e a Interdependência na Economia. E o equilíbrio entre os
países passa a ser a palavra de ordem mundial. A inovação está em todos os lugares,
sem limites físicos ou de territórios, pois as fronteiras são digitais",
salientou Müller, destacando que o desafio agora é saber como inovar nesse
ambiente coletivo, respeitando e entendendo as assimetrias, a diversidade
cultural, e ao mesmo tempo promovendo a integração econômica entre os países e
os blocos regionais.
Os artistas e a inovação
Na palestra Conexões Improváveis gerando Inovação, o espanhol Roberto
Gomes de La Iglesia defendeu a participação de artistas nas empresas como forma
de gerar inovação. "Os artistas são criativos e catalisadores de criatividade
entre os colegas".
Iglesias explicou que o contexto atual ainda é confuso e ninguém sabe
para onde vai e que o momento é de mudanças. "Primeiro era preciso
independência, competitividade e competência para inovar", destacou.
Conforme ele, este cenário mudou com a cooperação e mais ainda com a
multidisciplinariedade. "Temos que ser competentes competidores e
cooperativos, sem barreiras entre setores como economia e arte", assegurou.
"Aí estão grandes oportunidades de inovação".
Fonte Sistema Fiergs