A proposta de federalização da educação
básica no Brasil voltou a ser defendida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
na última sexta (12/4/2013), em recente debate no Interlegis. O parlamentar
salientou que "a Educação desigual é a mãe de todas as
desigualdades", o que, em sua avaliação, demanda a substituição do atual
sistema educacional por uma rede de ensino federal com bons equipamentos e bons
salários.
Buarque classificou como vergonhosa e
imoral a Educação no Brasil, alertando que a situação prejudica a
competitividade do país e resulta em "importação de conhecimento".
Ele ressaltou que, diferentemente do que ocorre no futebol, as oportunidades na
Educação não são iguais para todos os brasileiros:
- O Brasil tem os melhores craques de
futebol do mundo e não tem um Prêmio Nobel - lamentou.
O senador citou melhorias na Educação
brasileira nas últimas décadas, como o aumento do número de estudantes, a
disseminação da merenda escolar e a criação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), mas considera os avanços lentos demais para as mudanças que
o país precisa. Ele acredita que em 20 ou 30 anos será possível trocar o
sistema escolar atual por um no qual o professor fará parte de uma carreira da
União capaz de "pagar bem e exigir muito".
Buarque também chamou a atenção para a
precariedade das escolas, opinando que a descentralização, por meio da
transferência de recursos da União aos estados e municípios, "tem mantido
pobres os pobres e ricos os ricos". O senador afirmou que “não dá para
ensinar num prédio feio, desconfortável e sem equipamento”.
Ainda segundo Buarque, com um salário de
R$ 9 mil – um valor que considera factível "na sexta maior economia do
mundo" – será possível atrair bons professores para as novas escolas. Ele
acrescentou que a reforma na Educação vai liberar dinheiro dos municípios, que
poderão usar os recursos para outros fins, observando, no entanto, que a gestão
das escolas deve ser independente das decisões de Brasília. Cristovam prevê que
uma proposta de Educação igualitária sofrerá oposição por aumentar a
concorrência intelectual contra a classe média, mas acredita que é possível um
convencimento a favor da matéria.
Participaram do debate, através de
videoconferência, representantes do setor educacional de vários estados.
Fonte Agência Senado