Indústrias catarinenses estão investindo na qualificação de
trabalhadores vindos do Leste do Haiti, região que foi devastada por um
terremoto em 2010. Por meio do Sesi catarinense, a Metisa, de Timbó, está
capacitando haitianos que vieram em busca de melhores condições de vida. As
aulas, que ocorrem duas vezes por semana, ensinam a língua portuguesa.
Um dos alunos é Jocelyn Celiantus, de 27 anos, que morava em Gonaye. O
jovem fala francês e espanhol, além do crioulo, que é a língua oficial do país
de origem. "Antes de vir para o Brasil vivi por alguns anos na Republica
Dominicana e no Equador e trouxe muitos sonhos, como a esperança de reconstruir
minha vida e poder trazer meu filho e família para cá". Antes de atuar na
Metisa, Jocelyn era pedreiro. Ele conta que teve que se adaptar à nova função.
"Está sendo bom aprender outro ofício e, principalmente, outro idioma".
Adius Celiantus, de 28 anos, quer juntar as economias para trazer seus
dois filhos, a esposa e a mãe para o Brasil. "Aproveitei uma oportunidade
única e decidi vir trabalhar no Brasil. Quero reconstruir minha vida com minha
família aqui", declara o trabalhador da Metisa, lembrando o acordo de
cooperação firmado entre os dois países. De acordo com relatório emitido pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil destinou, em 2010, R$
92 milhões para auxiliar na reconstrução do Haiti.
Outra indústria que também investe na qualificação de haitianos é a
BRF, de Chapecó. A indústria cedeu sala de aula para a realização das aulas.
"Nosso atendimento inicial visava a nivelar o conhecimento em língua
portuguesa e matemática. A partir disso, vamos encaminhá-los à formação básica,
já que muitos não concluíram o ensino médio", explica a educadora Ivana
Santos, do Sesi de Chapecó. Os trabalhadores permanecerão em curso até outubro
próximo.
Fonte Sistema Fiesc