terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Educação que funciona: Sem tecnologia, escola do ES é a primeira do estado no Ideb

Sem o auxílio de equipamentos tecnológicos, e com criatividade de sobra, a escola pública municipal Ana Araújo, do no município de Alfredo Chaves, no Espírito Santo, foi a que apresentou a nota mais alta entre as instituições do estado, segundo a avaliação feita pelo Ministério da Educação (Mec), por meio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2011.

A nota da escola ficou acima da média nacional, com 7,1 pontos até a 4ª série e 5,2 pontos até a 8ª série.

De acordo com a instituição, 100% dos alunos até 8 anos de idade sabem ler, escrever e interpretar. O resultado satisfatório vem de ideias simples, como a "Maleta Viajante".

"No caso da maleta, os alunos são sorteados e todos os dias alguém leva a maleta para casa, junto com um livro de história e o caderno de registros. Eles fazem esse registro e apresentam na aula no dia seguinte", explicou a professora Cibele Destefani.

Nessa escola, a matemática não é um bicho-papão. Segundo os educadores, a média das notas é acima de 8,0 pontos.

"A minha aula não é forçada, dou aula em um clima de amizade. Primeiro escuto as dúvidas dos alunos para depois desenvolver a aula em cima disso", explicou a professora Priscila Costa, frisando que o clima das aulas ficou melhor depois que a barreira aluno/professor foi quebrada.

"A gente consegue, em uma escola de 500 alunos, conseguir chamar todos pelo nome. Conhecemos nossos alunos, conhecemos as famílias, aqui todo mundo trabalha, de fato, muito junto", afirma a diretora Shirlei Nascimento frisando o bom relacionamento escolar.


Ciência e tecnologia: falta de profissionais qualificados é o "calcanhar de aquiles" do Brasil

O déficit de profissionais brasileiros com conhecimento na área de ciência e tecnologia é o “calcanhar de aquiles” do desenvolvimento do país, na avaliação de especialistas ouvidos no recente Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, cujo tema foi A Crise e os Desafios para um Novo Ciclo do Desenvolvimento.

De acordo com a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tânia Bacelar, a falta de profissionais qualificados no mercado desafia a transição do Brasil para a sociedade do conhecimento. Principalmente, porque a migração implica mudanças no atual modelo industrial e de Educação. "Essa mudança desafia, sobretudo, a fragilidade e a insuficiência do sistema de Educação, ciência tecnologia".

Convidado para a palestra inaugural, o economista e professor da Universidade Jawaharlal Nehru, de Nova Deli, na Índia, Deepak Nayyar, destacou que a grande diferença entre o desenvolvimento das nações asiáticas e as da América Latina é o investimento em tecnologia.

Para o indiano, porém, além de investir nessa área, o Brasil precisa enfrentar a desigualdades de renda e a pobreza. Diante da crise econômica, a população (o mercado interno), na avaliação de Nayyar, é o grande ativo dos países em desenvolvimento. "Se estes alcançarem um o estado de bem-estar social, o céu é o limite. Do contrário, o mundo será mais do mesmo".

O diretor-presidente do Centro Celso Furtado e professor da Universidade de Brasília (UnB), Marcos Formiga, reforçou que a tecnologia é a aposta da humanidade para alavancar o desenvolvimento, calcado em avanços sociais, como a qualidade educacional. "Conhecimento é a chave. Não há dúvida, é a tecnologia que molda o futuro".
Fonte Agência Brasil

Pesquisa e inovação: governo vai aplicar R$ 500 milhões para estimular produção de softwares no Brasil


O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lançou nesta segunda (20/8/2012), em São Paulo, o Programa TI Maior para estimular o desenvolvimento de softwares no Brasil. Com investimento de R$ 500 milhões até 2015, o programa terá como meta desenvolver a tecnologia da informação no país.

“Queremos que a produção de software cresça no Brasil a uma taxa muito alta. Queremos que esse crescimento represente divisas para o Brasil, geração de renda para as empresas e criação de postos de trabalho qualificados para os brasileiros”, disse o ministro, Marco Antonio Raupp.

Para estimular a produção de softwares em território nacional, o governo utilizará legislações já existentes como a que trata da margem de preferência em licitações, que oferece adicional de preferência de até 25% para produtos com tecnologia desenvolvida no país, e o Decreto 7.174 que regulamenta a contratação de bens e serviços de informática pela administração pública federal.

As empresas beneficiárias dessas leis não precisarão ser necessariamente brasileiras. Basta que os softwares desenvolvidos por elas sejam considerados nacionais, mesmo que parte da criação tenha ocorrido no exterior. Os casos serão analisados pelo Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), de Campinas (SP), que oferecerá o Certificado de Tecnologia Nacional em Softwares e Serviços aos produtos.

De acordo com o ministro, o CTI partilhará sua atividade com outras autoridades certificadoras pelo país, de modo a evitar o surgimento de gargalos burocráticos. “Será uma rede”, definiu. Os critérios dessa certificação passarão ainda por consulta pública durante 30 dias.

Outro ponto do Programa TI Maior é a criação de quatro empresas aceleradoras, que ainda serão selecionadas a partir de editais públicos. Segundo Virgílio Almeida, secretário de Políticas de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação as aceleradoras se diferem das incubadoras por terem funções adicionais que agilizam a comercialização das tecnologias. Cada uma dessas empresas trabalhará com oito a dez startups, núcleos criados em parcerias com universidades. O programa das startups terá investimento de R$ 40 milhões e deve ter início dentro de 60 dias.

O modelo de startups é usado nos Estados Unidos, em Israel, no Chile e em Cingapura. Países como a Índia e Coreia do Sul também adotam programas de estímulo à tecnologia da informação. “A análise das políticas públicas desses países nos inspirou a formular as políticas que aqui fazem parte desse programa estratégico”, disse Virgílio Almeida.

O plano brasileiro levou 15 meses para ficar pronto e recebeu sugestões de consultores do mercado, entidades setoriais, do setor privado e da academia. De acordo com Almeida, o Programa TI Maior está em consonância com outros planos do governo federal. “Esse programa nada mais é do que uma agenda de tópicos para o futuro, em que o governo atua como um maestro tentando orquestrar as várias ações”.

Um desses setores é o da educação, já que haverá estímulo da capacitação de novos profissionais de TI no Brasil. Segundo o ministro Raupp, um portal feito em colaboração com a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologias da Informação de Comunicação estará no ar em breve, trazendo informações sobre capacitação no segmento. O objetivo é formar 10 mil estudantes em cursos com duração de seis meses a um ano.

Além disso, serão criados no país novos centros globais de pesquisa, desenvolvimento e inovação, tanto públicos quanto privados. Já existem no Brasil centros de empresas internacionais como a International Business Machines (IBM), General Electric (GE), Google e Hewlett-Packard (HP). E o país buscará ainda se relacionar com centros de localidades avançadas no segmento de TI. O Vale do Silício, nos Estados Unidos, será o primeiro deles.

Outra meta do ministério é incentivar as empresas a aumentar a participação na balança comercial de modo a reverter os déficits anuais crescentes do setor. “Temos a expectativa de que as empresas estrangeiras instaladas no Brasil também passem a exportar o software que elas desenvolverem aqui”, destacou o ministro. Em 2011, segundo Raupp, o saldo negativo chegou a US$ 3 bilhões. “Para um país com a nossa capacidade intelectual, criativa e empreendedora, a reversão desse déficit deve ser apenas uma questão de tempo”.
Fonte Agência Brasil

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mais Escola: em todo o país, 32 mil unidades públicas praticam o ensino integral

A presidenta Dilma Rousseff destacou nesta segunda (20/8/2012) que o Programa de Ensino Integral Mais Escola oferece Educação em dois turnos em 32 mil escolas públicas de todo o país, sendo que em quase 18 mil delas a maioria dos alunos é beneficiário do Bolsa Família.

Dilma: objetivo é ampliar o tempo de estudo da criança e do jovem na escola, com maior acompanhamento dos professores e, ao mesmo tempo, assegurar acesso à alimentação de qualidade e ao esporte (Foto Divulgação)

No programa semanal de rádio Café com a Presidenta, ela explicou que, no turno complementar às aulas, os alunos têm acompanhamento pedagógico, sobretudo em áreas como português e matemática. A escola oferece ainda atividades como música e esportes, que ajudam na concentração e na disciplina dos estudantes.

Dilma comentou também os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), apresentados na semana passada. Segundo ela, os números mostram que o aprendizado no país melhorou em escolas com ensino integral.

“Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Brasil teve nota 5 no Ideb, superando a meta de 2011 e também a de 2013. Nós tivemos bons resultados também nos anos finais do ensino fundamental – o Ideb atingiu 4,1, também acima da meta para 2011”, destacou.

A presidenta avaliou, entretanto, que é preciso fazer “um grande esforço” em relação ao ensino médio brasileiro. A estratégia, segundo ela, deve ser baseada na implementação do ensino integral nas escolas e na melhoria dos currículos.
Fonte Agência Brasil


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Marcas e design: o mais importante para as empresas é ter identidade, diz especialista


Momentos antes do lançamento de dois volumes do livro Aspectos do Design, o Senai de São Paulo promoveu em seu estande na Bienal do Livro, na noite de quarta (15/8/2012), a mesa-redonda A importância do design, debatendo a relação entre os designers e o empresariado e de conceitos de inovação e criatividade.

O presidente da agência Seragini/Farne Desgin de Ideias, Lincoln Seragini, ressaltou que o design tem papel importante na sociedade por ser capaz de transformar conceitos e até pessoas, como o design thinking, ou seja, a inovação do pensamento. “O design é capaz de resolver os problemas da humanidade.”
Na visão de Seragini, as empresas precisam aprender duas coisas: a criar marcas e o design criativo, pois “o mais importante para elas é ter identidade”.

O consultor disse que a economia criativa – aquela em que a riqueza provém do talento individual – é um nicho que tem muito a ser explorado no Brasil. “A economia criativa representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mas pode chegar a 30%. O grande problema é que o Brasil é desorganizado e indisciplinado. Precisa modernizar a visão”, afirmou.

Para a designer titular do Stedesign Projetos, Silvia Grilli, o empresariado contrata um designer com o intuito de vender mais, mas a maioria desconhece o que esse profissional realmente faz. “De todas as dificuldades da nossa profissão, o fato de o empresariado não entendê-la é a maior delas”.

Grilli assegurou que é fundamental um trabalho para ensinar a importância do desenho industrial. “Faz parte do trabalho do Senai, não só formar o profissional, mas também educar o empresariado para saber como brifar o produto desejado.” Ela alertou ainda que não basta limitar-se a copiar e fazer o que os outros já fazem. “A contribuição do Senai, ao lançar esses livros e colocar esse assunto em pauta, é essencial para atingir o empresariado, público mais interessado no assunto.”

O gerente do Departamento de Ação Regional (Depar) do Sistema Fiesp, Fausto Guilherme Longo, disse que o designer deve se adequar às necessidades da indústria, pois o empresário não pode mudar o processo de produção para favorecer a criatividade do designer. “Ele (o empresário) quer algo que atenda às expectativas da sua indústria”, explicou, lembrando a falta de competitividade da indústria brasileira.

Segundo Longo, formam-se no Brasil, a cada ano, 31 mil designers em todas as categorias. Mas 84% das indústrias brasileiras são de pequeno porte, com menos de sete funcionários, o que não dá espaço para contratação de especialistas em desenho industrial.

“É preciso criar alternativas para o mercado de trabalho em diversos modelos de atuação, como consultoria de estilo, direção artística etc.”, explicou, aproveitando para elogiar os lançamentos da Senai-SP Editora. “Essas publicações são fantásticas e preenchem uma lacuna na área.”

O professor nas Belas Artes, na Oswaldo Cruz e na Faculdade Bandeirantes, Luis Emiliano Avendaño, disse que os cursos de design no Brasil são carentes em matérias como sociologia, filosofia e poesia. “A capacidade de observar para gerar inovação tem a ver com talento, alma e, principalmente, paixão”, explicou.

Os livros Aspectos do design I e Aspectos do design II, ambos da Senai-SP Editora, trazem uma coletânea de artigos de diversos autores, incluindo os debatedores.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Educação profissional: Senai inaugura unidade do setor de plástico e polímeros em São José dos Pinhais



Tecnologia e inovação: Bahia vai sediar 7 institutos e centors de apoio à indústria


Nos próximos cinco anos, o Senai da Bahia terá R$ 200 milhões para, pelo menos, estruturar sete institutos de tecnologia e inovação, que vão funcionar em unidades na capital e no interior do estado. Os investimentos serão aplicados na ampliação da agência de Camaçari e na instalação de duas unidades no oeste da Bahia (Barreiras e em Luís Eduardo Magalhães); uma no sul, entre Ilhéus e Itabuna; uma no sudoeste; e uma em Juazeiro. Também estão sendo projetadas uma 8unidade para atender ao polo naval e outra, ainda em estudo, para o Extremo Sul.

Centro de referência, o Cimatec será o primeiro instituto de inovação
da organização (Foto José Paulo Lacerda)

O anúncio foi feito em recente encontro de presidentes de 19 federações de indústria realizado no Senai Cimatec, centro de excelência em Salvador, para discutir a criação de 43 institutos de tecnologia e 23 de inovação em todo o país. Dos R$ 1,2 bilhões que o Senai irá aportar nos centros, R$ 120 milhões ocorrerão na Bahia.

Os outros R$ 80 milhões serão investimentos próprios. "Do total, são R$ 80 milhões só na planta do Cimatec, que vai concentrar as competências tecnológicas do Senai na Bahia, e o outro foco é o interior, visando a descentralização do desenvolvimento industrial", revelou o diretor regional da organização, Leone Peter Andrade.

Parte do programa do Senai de apoio à competitividade industrial, os institutos de inovação e tecnologia vão atender às demandas oferecendo serviços de alto valor agregado e desenvolvendo pesquisa aplicada de produtos e processos em áreas de conhecimentos transversais. “Os centros vão atuar em rede com as empresas, universidades e outros institutos tecnológicos criando zonas de inovação e incentivando a retenção de talentos na indústria", disse o diretor-geral do Senai Nacional, Rafael Lucchesi.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Barco-escola: Samaúma II entra na água para fase final de construção

Depois de 16 meses em construção no Estaleiro Alumínio Aplicado, em Manaus, o barco-escola Samaúma II, do Senai do Amazonas, finalmente foi lançado às águas do rio Amazonas. O barco, pesando 250 toneladas, deve passar nos próximos quatro meses pela fase de acabamento e entrar em operação em 2013.
Samaúma II: projetado para ser modelo de “barco verde” (Foto Senai-AM)

Segundo o presidente do Sistema Fieam, Antonio Silva, a grande diferença em relação ao pioneiro Samaúma, em atividade desde 1979, é que o novo barco será uma referência em sustentabilidade ecológica. “O Samaúma II reforçará a ação iniciada pela primeira unidade fluvial do Senai. Além da Educação profissional, temos o compromisso de disseminar a consciência de preservação e responsabilidade ambiental à população que vive à margem dos rios de nossa Região”.

Dede seu lançamento, o Samaúma já visitou 57 municípios ribeirinhos do Amazonas, Pará, Roraima e Acre. Com a oferta de 16 cursos de qualificação nas áreas de informática, eletricidade, mecânica, construção civil, marcenaria, alimentos, confecção do vestuário, empreendedorismo e outros. Foram mais de 44 mil profissionais preparados para o mercado de trabalho e para o empreendedorismo.

A meta agora é certificar, nos próximos cinco anos, 14 mil alunos de idades distantes dos centros econômicos das capitais do Norte do país. Essa política de incrementar a Educação profissional está em plena sintonia com as diretrizes do Senai Nacional que prevê a ampliação da capacitação profissional contabilizando 4 milhões de matrículas até 2014.

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Prova Brasil: com nota 5 no Ideb, Brasil supera meta de 2011 na educação básica


Desde 2005, o sistema de ensino brasileiro tem um indicador criado para medir a qualidade da Educação básica no país. Se o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) fosse uma prova, poderia se dizer que finalmente o país ficou “na média”. É o que apontam os números de 2011: em uma escala de 0 a 10, a nota atribuída aos anos iniciais do ensino fundamental é 5. O resultado supera a meta estabelecida para 2011, 4,6 pontos. Também é 0,4 ponto superior ao verificado em 2009. Os dados da última edição do Ideb foram divulgados nesta terça (14/8/2012), pelo Ministério da Educação (MEC).

O Ideb é calculado a partir da taxa de aprovação e do desempenho dos alunos na Prova Brasil, avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) a cada dois anos. Com base nessas informações, são atribuídas notas para cada escola pública do país, assim como para as redes de ensino e para os municípios e os estados. Cada escola, prefeitura e governo estadual tem uma meta que deve ser atingida de dois em dois anos.

O indicador atribui uma nota diferente para três etapas da educação básica: anos iniciais do ensino fundamental (1° ao 5º ano), anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e ensino médio. Se nos anos iniciais houve crescimento de 0,4 ponto, nos anos finais a melhora é mais lenta – a nota passou de 4 pontos em 2009 para 4,1 em 2011. No caso do ensino médio, a situação é mais grave: na média nacional, a meta de 3,7 pontos foi atingida, mas nove estados pioraram seu desempenho em relação a 2009.

Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, os resultados dos anos iniciais do ensino fundamental devem ser comemorados. “A gente está acertando a mão. Já sabemos o que fazer (para melhorar a aprendizagem), o que precisamos é intensificar as ações. Já (a fase final do) ensino fundamental é o nó invisível, existem poucas políticas voltadas para essa etapa. E no ensino médio está a crise, não conseguimos evoluir”, aponta.

O objetivo do Ideb é fomentar a melhoria da qualidade do ensino para que o país atinja a nota 6 para as séries iniciais do ensino fundamental até 2022, bicentenário da Independência. Em 2005, o Ideb aferido para os anos iniciais foi 3,8. Em 2007, subiu para 4,2, em 2009, para 4,6, e agora chegou aos 5 pontos. Em todas as edições, as médias nacionais superaram as metas estabelecidas para o período.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Márcio Costa avalia que os resultados devem ser analisados com cautela. “Eu não asseguraria que esse resultado quer dizer necessariamente que há uma melhoria na qualidade da Educação”, diz. O pesquisador aponta que os resultados em Educação muitas vezes estão conectados a fatores externos à escola, como a condição social dos alunos.

“Um dos fatores mais associados ao desempenho escolar é o nível socioeconômico da população. Com a melhoria de renda que o país vive, é esperado que isso tenha um reflexo na Educação, portanto o resultado não necessariamente é fruto da política educacional. Em educação, tudo é um conjunto complexo de fatores”, destaca.

Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os resultados precisam ser comemorados. “Quero parabenizar os professores do Brasil que permitiram no seu trabalho cotidiano que o Brasil alcançasse esse resultado”, disse.

O ministro citou três fatores como explicação para a melhoria do Ideb nos anos iniciais. O primeiro seria o ensino fundamental de nove anos, modelo que começou a ser implantado em 2007 e antecipou a entrada das crianças no ensino fundamental dos 7 para os 6 anos de idade. Os outros seriam o aumento dos investimentos em educação e das matrículas na educação infantil. “Outro fator importante é o fortalecimento da cultura da avaliação. Quando você mede e estabelece metas o sistema se move, você estabelece uma perspectiva de melhora e uma ambição de futuro.”


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Design brasileiro: empresas dão pouca importância ao desenho industrial e inovação

A falta de informação, o baixo registro de desenhos industriais e a cópia não licenciada são fenômenos de má cultura empresarial, que não relaciona os processos de criação exclusiva e o registro à possibilidade de ganho e à segurança para as empresas, avalia Susana Serrão, coordenadora geral de Indicações Geográficas e Registros do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

“O prejuízo da cópia é a falta de inovação, o desemprego de designer, a competição desnecessária, a concorrência desleal e o comprometimento da imagem do país. A marca Brasil é espelho no nosso portfólio, que deve ser de criação e não de cópia e pirataria”, explica a coordenadora.

Para o advogado Fabiano de Bem da Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial (Abapi), a imitação atinge a capacidade de venda. “A convivência de produtos iguais no mesmo mercado desvia a clientela e gera associação indevida aos consumidores.”

O designer Freddy Van Camp, professor da Escola de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), disse que o problema é histórico e cultural. “É coisa de país colonizado, onde a gente acha que o futuro é feito lá fora; a gente adora uma coisa importada.”

Segundo ele, apesar de ter “uma sociedade extremamente produtiva e criativa, o Brasil não se deu conta dos valores que tem. A gente adora dar tiro no pé. Esses problemas do direito e da propriedade intelectual, da propriedade industrial, do direito autoral são tratados no Brasil com muita leniência”, reclama.

Van Camp disse que, em geral, os brasileiros acham que só devem proteger alguma coisa quando vai dar certo. “Tem que proteger quando ela nasce. Se vai dar certo, ou não, isso depois é que a gente vai ver. Quando dá certo e aí vamos registrar, às vezes a ideia já virou domínio público ou outras pessoas já registraram.”

A falta da cultura de registro soma-se à falta de investimento em inovação, relaciona Liliane de Almeida, desembargadora da 21ª Vara da Justiça Federal. “O Brasil não tem tradicionalmente investido em inovação. Parece que somente agora empresas e governo acordaram para a importância que é para o país investir em pesquisa e desenvolvimento. A riqueza pública e privada de um país passa hoje, necessariamente, pelo conhecimento.”

Para mudar a visão empresarial e de operadores de direito sobre o design e a propriedade industrial, o INPI promoverá nos dias 5 e 6 de novembro,  no Rio de Janeiro, o primeiro encontro de criadores, pesquisadores universitários, empresários, advogados e engenheiros.

A Escola de Magistratura da 2ª Região, também no Rio, promove cursos e seminários na área. Alguns eventos são abertos ao público. Para a qualificação dos empresários, o Sistema Indústria mantém o Programa Propriedade Intelectual para Inovação da Indústria.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Design de móveis: polo de Arapongas aposta nos profissionais formados pelo Senai


As empresas do polo moveleiro de Arapongas, no norte do Paraná, descobriram a importância do design e da inovação para aumentar a competitividade dos produtos no mercado. Apostando nisso, as indústrias da região estão fazendo parcerias com Senai para atrair alunos do curso técnico de Design de Móveis.

Roupeiro Inova, desenvolvido pela Colibri Móveis, de Arapongas,
de olho na competitivide (Divulgação)

A cada curso iniciado pelo Senai-PR, uma empresa da região é convidada para ser madrinha da turma. “No primeiro dia de aula a empresa passa um briefing de uma linha de móveis que ela pretende lançar. Esse briefing serve como base para os alunos durante todo o curso, e a empresa assume o compromisso de colocar no mercado um ou mais produtos desenvolvido pelos alunos”, explica o gerente do Senai de Arapongas, Nilson Violato.

O curso técnico de Design de Móveis já formou, desde 2008, seis turmas. A média de empregabilidade entre os profissionais formados pelo Senai-PR neste setor é de 60% e o salário médio é de R$ 1,6 mil.

Arapongas tem 104 mil habitantes e conta com 163 empresas moveleiras, o segundo maior polo do setor no Brasil e o primeiro no Paraná. Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), o segmento gera 11 mil empregos diretor e outros três mil indiretos, e representa 63% do PIB do município, tendo apresentado um faturamento, em 2011, de R$ 1,3 bi e exportado R$ 103 milhões no mesmo ano.

As empresas da região estão cada vez mais investindo em qualificação profissional para inovar em processos de fabricação e diferenciar produtos. A Colibri Móveis, segundo seu diretor de mercado, Marco Komura, começou a investir na profissionalização da gestão há dois anos. “Criamos uma área de inteligência de mercado e nos espelhamos em grandes setores indústrias como o automobilístico, que inova sempre com foco em design”, afirma.

“Percebemos que para competir no mercado interno e externo, o design precisava ser mais do que uma estratégia estética. Precisava ser, também, funcional”, destaca Komura, que foi buscar no Senai uma solução profissional em design e inovação. “Fizemos uma parceria com o Senai que, além de nos fornecer uma profissional de design de móveis, nos auxiliou na criação do setor de inovação e também na expansão nacional da empresa”.

Formada pelo Senai de Arapongas, Andressa Rodrigues, iniciou os estudos no curso de Aprendizagem em Movelaria Industrial e, em seguida, cursou o técnico em Design de Móveis. Agora ela trabalha no setor de desenvolvimento de produto da Colibri Móveis.

“O Senai me ajudou a escolher minha profissão e me preparou para isso. O curso conta com maquinários idênticos aos utilizados nas maiores empresas e isso facilitou a minha adaptação e desempenho na empresa”, conta Andressa que, também com a ajuda do Senai, já sabe que caminhos seguir na profissão. “Eu não sabia que existia uma faculdade de desenho industrial. Descobri por meio dos professores do Senai e é essa minha escolha.”


Produto X moda sustentável: design vende mais que conceito "verde", diz empresário

François Morilion e Sebastian Kopp vendem há oito anos na Europa - e, mais recentemente, nos Estados Unidos, Canadá e Japão - tênis e acessórios sustentáveis feitos inteiramente no Brasil.

Batizada de Veja, a marca da dupla usa borracha da Amazônia, algodão orgânico do Ceará e produz cerca de cem mil pares e cinco mil bolsas e carteiras por ano em uma planta parceira no Vale dos Sinos (RS).



"Nossos clientes na França, aqueles que descobrem a marca nas prateleiras, não sabem que praticamos o fair trade e somos ecologicamente corretos", afirma Morilion. Para ele, a principal causa da falência de muitos de seus concorrentes, que estrearam, como eles, no começo dos anos 2000, foi investir mais no conceito do que no produto. "Moda, antes de ser ética ou sustentável, é moda", completa.

Ele e Kopp, responsáveis pelo desenvolvimento dos modelos, colecionam tênis desde a infância. As peças, desde € 69, competem em preço com as líderes de mercado em 300 pontos de venda - o custo de produção mais alto, diz, é compensado pelo corte de verba para publicidade. Posicionada como uma marca "normal" - "sustentável sem fazer caridade" -, a Veja é lucrativa desde o primeiro ano, afirma Morilion.

Em 2010, a empresa investiu em sua primeira operação no varejo, a multimarca Centre Commercial, em Paris, e, no próximo ano, finalmente debuta nas lojas brasileiras, com o nome Verité. A empresa não pretende expandir a produção além do Brasil. O país, defende, tem uma rara combinação de oferta de matéria-prima e infraestrutura fabril difícil de ser replicada. E o mérito não é dos estrangeiros. Os projetos com as cooperativas, diz, já estavam "prontos" quando a empresa fez as primeiras visitas, mas procuravam uma saída comercial. "A borracha da Amazônia, por exemplo, estava sendo vendida para a Universidade de Brasília (UnB) por falta de demanda".
Fonte Blue Chip

Pesquisa e inovação: lei, Estado e empresas protegem mal o design industrial, avaliam especialistas

O Brasil é bastante vulnerável à prática de cópias ilegais de desenhos industriais. Além de as empresas nacionais não terem o hábito de registrar os designs criados, a imitação ilegal é tolerada no mercado interno, não há fiscalização efetiva das fraudes, a Justiça não tem estrutura para apurar processos, há muita burocracia nos registros e a lei é branda com quem a infringe, conforme análise de designers, técnicos em propriedade industrial, advogados e juíza federal ouvidos pela Agência Brasil.

“Há uma falha na abordagem desses assuntos, para que a sociedade como um todo compreenda todo o complexo de situações que está por trás de um caso de pirataria industrial e como isso pode afetar o nosso dia a dia”, avalia Liliane Roriz de Almeida, desembargadora da 21ª Vara da Justiça Federal.

Liliane de Almeida dirige a única vara federal especializada em litígios de propriedade industrial. Além de juízes, faltam peritos judiciais. “São raríssimos. Há menos de uma dezena em todo o país”, disse Susana Serrão, coordenadora geral de Indicações Geográficas e Registros do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A situação do Judiciário não é melhor que a das delegacias. Conforme o Ministério da Justiça, em todo o país há apenas três delegacias especializadas em crimes contra a propriedade imaterial (Rio de Janeiro, Recife e Brasília). Existem também quatro divisões que tratam de propriedade intelectual em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Espírito Santo e na Bahia. O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), ligado ao ministério, estuda a criação de novas delegacias.

Além da falta de estrutura judicial e de fiscalização, os especialistas se queixam da Lei de Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96), que tem 27 artigos sobre desenho industrial. “No aspecto das penas, a lei atual é muito branda, variando de três meses a um ano as penas mínima e máxima a serem aplicadas. Isso não é suficiente para inibir ou punir a prática de um delito”, avalia a desembargadora Liliane de Almeida.

O advogado Fabiano de Bem da Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial (Abapi), discorda da juíza. Para ele, a lei “está entre as mais avançadas no mundo. O problema está na morosidade do Judiciário em compelir e punir os contrafatores [falsificadores] de forma mais efetiva, como também no pequeno valor de indenização, que é usualmente fixado nos tribunais e acaba servindo de estímulo à contrafação”.

Apesar da Lei de Propriedade Industrial, há outras regras que deveriam ser unificadas em um código próprio, opinam os especialistas. “Parece uma colcha de retalhos. Não existe ainda um código de propriedade intelectual que condense toda a legislação relativa a direito autoral, patente, marca e desenho industrial”, explica o advogado José Henrique Werner.

“Há uma lei de direitos autorais, outra de softwares e a de propriedade industrial [que engloba marca, patente, desenho industrial, concorrência desleal, franquia, transferência de tecnologia], mas não há um código de propriedade intelectual que condense tudo isso e ainda inclua a parte criminal”, acrescenta Werner.

A burocracia do registro dos desenhos industriais também é criticada. “Produz-se muito, mas registra-se pouco. Primeiro por uma questão burocrática. O celular que temos no bolso provavelmente daqui a um ano não existirá mais. Se fosse inventado por um brasileiro, não existiria ainda”, critica o designer Freddy Van Camp, professor da Escola de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

“Tenho relatos de pessoas que procuraram as instâncias de registro, mas não conseguiram proteger o direito porque os caras não acreditam que aquilo seja feito no Brasil, ou seja, inédito e até colocam obstáculos ao registro, quando deveria ser o contrário”, disse Van Camp. Para ele, “nossas instâncias de registro são mal aparelhadas, não têm pessoal; têm centralização extrema. Os métodos de proteção intelectual são praticamente desconhecidos das pessoas”.

Susana Serrão concorda que “por falta de informação” ainda é baixo o número de pedidos de registros de desenhos industriais – 7.012 em 2011 e 6.127 em 2010. “Não temos ainda cultura de design” reclama.


Educação profissional: falta de trabalhadores qualificados também atinge os EUA

Reportagem de Vanessa Fuhrmans para o The Wall Street Journal (14/6/2012) mostra que o apagão de profissionais capacitados também preocupa empresas alemãs instaladas nos Estados Unidos.

Fábricas de empresas alemãs nos Estados Unidos, como o imenso complexo da Volkswagen AG nesta cidade, não estão só produzindo carros, máquinas e produtos químicos. Estão, cada vez mais, levando ao país um sistema de capacitação alemão que poderia ajudar a diminuir a escassez de mão de obra qualificada nos EUA.

A Volkswagen, cuja fábrica em Chattanooga vai formar no ano que vem a primeira turma capacitada de aprendizes americanos, é uma das dezenas de empresas que estão adotando programas de aprendizagem e ensino técnico aos moldes alemães.

Sessão de treinamento no trabalho em fábrica da Siemens
nos EUA (Foto Andy McMillan para o The Wall Street Journal)

Esses programas de capacitação têm conquistado adeptos nos EUA em meio ao paradoxo enfrentado pela indústria no país: embora o desemprego continue acima de 8%, a indústria não consegue achar maquinistas, especialistas em robótica e outros trabalhadores qualificados em número suficiente para preencher suas vagas. Calcula-se que haja 600.000 vagas não preenchidas para trabalhadores qualificados com salários de classe média — e isso num momento em que milhões de americanos buscam emprego.

"Descobrimos que é melhor formarmos nós mesmos a mão de obra do que depender só do mercado", disse Hans-Herbert Jagla, diretor de recursos humanos da fábrica da Volkswagen em Chattanooga, aberta há um ano. A montadora alemã lançou um programa de treinamento de três anos para garantir que terá trabalhadores capacitados para manter e reparar sistemas robotizados de alta tecnologia nas suas linhas de montagem.

Tanto empresas como autoridades estaduais e federais americanas começam a mostrar interesse por programas da Volks, da Siemens AG e da BMW AG — empresas que se aliaram a instituições de ensino superior profissionalizante do país conhecidas como "community colleges" — para formar trabalhadores em áreas como soldagem, usinagem e manutenção de equipamentos de alta tecnologia.

Em Charleston, na Carolina do Sul, onde a alemã Robert Bosch GmbH, de engenharia e autopeças, mantém um programa de aprendizagem desde a década de 1970, a fabricante de produtos de alumínio JW Aluminum, a fabricante de equipamento aeroespacial e industrial Eaton Corp., a empresa de engenharia ITT Corp. e outra dezena de empresas americanas criaram programas de aprendizagem nos últimos anos com a Trident Technical College, a parceira da Bosch.

"Não há uma empresa com a qual eu tenha falado que não mostrasse interesse no conceito", disse Mitchell Harp, diretor de programas de aprendizagem da Trident. Segundo ele, o programa da Bosch hoje virou o "padrão ouro" na área. "No fundo, a questão se resume a como inserir isso no orçamento."

Em março, representantes do estado da Virgínia do Norte foram à Alemanha visitar a Siemens e outras empresas para entender como criar programas similares de capacitação de trabalhadores com empresas e escolas locais. Funcionários da Casa Branca e do Departamento de Educação americano também buscaram informações sobre um programa técnico de nível secundário que a fabricante alemã de motores Tognum AG pretende lançar no próximo trimestre na Carolina do Sul, onde tem uma fábrica.

"Nos EUA, evoluímos para um ponto no qual achamos que a única meta da pessoa deve ser [um curso] universitário de quatro anos. O trabalho em fábricas é visto como sujo, perigoso e repetitivo", disse Tom Duesterberg, diretor executivo do programa Indústria e Sociedade no Século XXI, do Instituto Aspen. "Na Alemanha, o trabalho feito no chão da fábrica e ensinado pelo seu sistema de formação profissionalizante é altamente valorizado."

Quase dois terços dos trabalhadores da Alemanha são treinados por meio de parcerias entre empresas, escolas técnicas e entidades de classe. No ano passado, empresas alemãs receberam e formaram cerca de 600.000 aprendizes remunerados. O papel da escola é ensinar a parte teórica, enquanto os sindicatos ajudam a garantir que o treinamento seja padronizado.

Nos EUA, geralmente não existe cooperação tão estreita. Outro obstáculo é o receio das empresas de gastar com treinamento e depois perder o aprendiz para a concorrência. Em um novo programa de três anos de capacitação em mecatrônica na fábrica de Charlotte, na Carolina do Norte, a Siemens gasta cerca de US$ 165.000 por aprendiz.

No Central Piedmont Community College, perto das instalações de cerca de 200 empresas alemãs, 18 companhias participam de parcerias de treinamento sob medida para empresas. A maioria é europeia, mas um punhado de americanas, como a fabricante de rolamentos Timken Co., já aderiu ao modelo.

A distribuidora de equipamentos pesados Carolina CAT, também de Charlotte​​, lançou no ano passado um programa de capacitação de técnicos de manutenção inspirado em programas de companhias alemãs. A Carolina CAT paga por um curso sob medida de 12 meses na faculdade, seguido por oito semanas de treinamento prático na empresa. No fim do ano, quando a primeira turma se formar, tudo indica que os alunos serão contratados em tempo integral pela Carolina CAT.

"Empresas americanas estão começando a perceber que elas têm um papel na criação de uma oferta mais confiável de trabalhadores qualificados", disse Tony Zeiss, presidente da Piedmont Central.

Um programa de treinamento não é necessariamente caro, disse Jörg Klisch, vice-presidente de operações da Tognum na América do Norte. O alvo da fabricante alemã de motores é o estudante de ensino médio que provavelmente não fará curso superior. A empresa fornece à escola local um programa de dois anos para a formação, no próximo trimestre, de seis alunos em mecânica industrial.

Para a Tognum, o único custo será a remuneração dos alunos pelas horas de atividade prática na empresa, a partir de US$ 8 por hora. "Creio que achamos o elo perdido no sistema de ensino entre o curso secundário e o início da faculdade", disse Klisch.

Empresas como a Volkswagen advertem que, se não se encarregarem elas mesmas da formação de trabalhadores qualificados, elas podem ter dificuldade para crescer no país. Que o diga a montadora: este ano, ao aumentar a produção do Passat nos EUA para dar conta da crescente demanda pelo modelo, a Volks teve de lançar uma campanha publicitária nacional para preencher cem das vagas mais especializadas na fábrica, incluindo técnicos de manutenção e engenheiros de produção.


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