“O prejuízo da cópia é a falta de inovação, o
desemprego de designer, a competição desnecessária, a concorrência desleal e o
comprometimento da imagem do país. A marca Brasil é espelho no nosso portfólio,
que deve ser de criação e não de cópia e pirataria”, explica a coordenadora.
Para o advogado Fabiano de Bem da Rocha,
presidente da Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial
(Abapi), a imitação atinge a capacidade de venda. “A convivência de produtos
iguais no mesmo mercado desvia a clientela e gera associação indevida aos
consumidores.”
O designer Freddy Van Camp, professor da Escola de
Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), disse que
o problema é histórico e cultural. “É coisa de país colonizado, onde a gente
acha que o futuro é feito lá fora; a gente adora uma coisa importada.”
Segundo ele, apesar de ter “uma sociedade
extremamente produtiva e criativa, o Brasil não se deu conta dos valores que
tem. A gente adora dar tiro no pé. Esses problemas do direito e da propriedade
intelectual, da propriedade industrial, do direito autoral são tratados no
Brasil com muita leniência”, reclama.
Van Camp disse que, em geral, os brasileiros acham
que só devem proteger alguma coisa quando vai dar certo. “Tem que proteger
quando ela nasce. Se vai dar certo, ou não, isso depois é que a gente vai ver.
Quando dá certo e aí vamos registrar, às vezes a ideia já virou domínio público
ou outras pessoas já registraram.”
A falta da cultura de registro soma-se à falta de
investimento em inovação, relaciona Liliane de Almeida, desembargadora da 21ª
Vara da Justiça Federal. “O Brasil não tem tradicionalmente investido em
inovação. Parece que somente agora empresas e governo acordaram para a
importância que é para o país investir em pesquisa e desenvolvimento. A riqueza
pública e privada de um país passa hoje, necessariamente, pelo conhecimento.”
Para mudar a visão empresarial e de operadores de
direito sobre o design e a propriedade industrial, o INPI promoverá nos dias 5
e 6 de novembro, no Rio de Janeiro, o
primeiro encontro de criadores, pesquisadores universitários, empresários,
advogados e engenheiros.
A Escola de Magistratura da 2ª Região, também no
Rio, promove cursos e seminários na área. Alguns eventos são abertos ao
público. Para a qualificação dos empresários, o Sistema Indústria mantém o
Programa Propriedade Intelectual para Inovação da Indústria.
Fonte Agência
Brasil