Representantes de mais de uma dezena de indústrias
catarinenses e de outros estados apresentaram, nesta segunda (27/8/2012), as
demandas atuais e futuras que têm em relação às tecnologias a laser. O encontro
foi mais um passo na construção do projeto do Instituto Senai de Inovação (ISI)
que os Sistemas Fiesc e Indústria vão
instalar na Grande Florianópolis. A proposta é, a partir de sua inauguração, em
2014, transformará Santa Catarina no polo brasileiro de tecnologia para o setor.
"Hoje, 95% da tecnologia a laser utilizada no
Brasil é importada, o que significa que temos um grande espaço de
crescimento", afirma Carlos Alberto Schuch Bork, especialista em
desenvolvimento industrial do Senai Nacional. Ele explica que alguns setores,
como os de equipamentos para a exploração do pré-sal, indústria hospitalar,
indústria de defesa, automotiva e aeronáutica, têm elevado potencial de
atendimento, embora saliente que todos os segmentos econômicos apresentem
demandas relacionadas às novas tecnologias.
Potenciais usuárias dos serviços do ISI, as
empresas apresentaram no encontro mais de uma centena de aplicações, que agora
passam a ser analisadas pela perspectiva de suas potencialidades e viabilidade
e podem compor as plataformas tecnológicas do ISI. O próximo passo do projeto
ocorre nesta quinta e sexta (30 e 31/8/2012) com a presença de profissionais do
Instituto Fraunhofer, da Alemanha. Na pauta a elaboração do plano de negócios
do instituto.
O Senai vai instalar 23 institutos de inovação em
todo o país nos próximos anos, atendendo também as áreas de produção, materiais
e componentes, engenharia de superfícies e fotônica, microeletrônica, tecnologia
da comunicação e da informação, tecnologias construtivas, energia e defesa. Florianópolis
receberá ainda o ISI de Segurança Integrada. A instalação dos ISIs também conta
com o apoio do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla
inglesa), dos Estados Unidos.
Além dos ISIs, o Senai vai lançar mais 60
institutos de tecnologia - oito dos quais em Santa Catarina. "Os ISIs são
voltados a áreas transversais da economia, têm foco em pesquisa aplicada e são
referência em âmbito nacional. Já os ISTs são orientados para setores
industriais específicos, são referência estadual ou regional e atuarão com
consultorias e serviços laboratoriais e na replicação das tecnologias
desenvolvidas nos institutos de inovação", explica Carlos Alberto Bork.
Robert Banfield, da Mahle, indústria de filtros e
componentes para motores automotivos, observa que existe uma grande expectativa
no setor para a "redução de consumo de combustível e emissão de poluentes”.
Segundo ele, “O desafio do setor é obter melhor desempenho dos componentes do
motor – redução de atrito e durabilidade".
Atuando há mais de 30 anos no desenvolvimento de
tecnologias a laser, o professor Rudimar Riva, do Instituto de Estudos
Avançados (IEAv) da Aeronáutica observa que a atividade ficou estagnada a
partir dos anos de 1980 e 1990. "Houve um descompasso entre o
desenvolvimento que era feito na academia e as necessidades industriais",
afirma. Ele se diz otimista com a iniciativa do ISI, pois "o Senai tem
essa grande tradição e a facilidade de interação com a indústria".
Por Ivonei Fazzioni/Sistema Fiesc