segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Produto X moda sustentável: design vende mais que conceito "verde", diz empresário

François Morilion e Sebastian Kopp vendem há oito anos na Europa - e, mais recentemente, nos Estados Unidos, Canadá e Japão - tênis e acessórios sustentáveis feitos inteiramente no Brasil.

Batizada de Veja, a marca da dupla usa borracha da Amazônia, algodão orgânico do Ceará e produz cerca de cem mil pares e cinco mil bolsas e carteiras por ano em uma planta parceira no Vale dos Sinos (RS).



"Nossos clientes na França, aqueles que descobrem a marca nas prateleiras, não sabem que praticamos o fair trade e somos ecologicamente corretos", afirma Morilion. Para ele, a principal causa da falência de muitos de seus concorrentes, que estrearam, como eles, no começo dos anos 2000, foi investir mais no conceito do que no produto. "Moda, antes de ser ética ou sustentável, é moda", completa.

Ele e Kopp, responsáveis pelo desenvolvimento dos modelos, colecionam tênis desde a infância. As peças, desde € 69, competem em preço com as líderes de mercado em 300 pontos de venda - o custo de produção mais alto, diz, é compensado pelo corte de verba para publicidade. Posicionada como uma marca "normal" - "sustentável sem fazer caridade" -, a Veja é lucrativa desde o primeiro ano, afirma Morilion.

Em 2010, a empresa investiu em sua primeira operação no varejo, a multimarca Centre Commercial, em Paris, e, no próximo ano, finalmente debuta nas lojas brasileiras, com o nome Verité. A empresa não pretende expandir a produção além do Brasil. O país, defende, tem uma rara combinação de oferta de matéria-prima e infraestrutura fabril difícil de ser replicada. E o mérito não é dos estrangeiros. Os projetos com as cooperativas, diz, já estavam "prontos" quando a empresa fez as primeiras visitas, mas procuravam uma saída comercial. "A borracha da Amazônia, por exemplo, estava sendo vendida para a Universidade de Brasília (UnB) por falta de demanda".
Fonte Blue Chip

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