Braga propõe que os professores comecem a
ser formados assim que deixem o ensino médio e que a carreira seja incentivada
durante toda a formação superior. Já nas escolas, um sistema de pontos serviria
para premiar e incentivar os docentes no exercício da profissão.
Foram 290 propostas de melhorias da
educação brasileira que vieram não apenas do Brasil, mas de 20 outros países.
Na etapa final, 61 projetos foram selecionados pelo júri, formado por
representantes de organizações voltadas para a educação, entre elas a Fundação
Lemann, o Instituto Ayrton Senna e o Parceiros da Educação. Os três primeiros
lugares já receberam um total de R$ 35 mil, dividido de acordo com a
classificação.
A proposta de Felipe é baseada na
formação de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG)
de Minas Gerais. O objetivo é que o vestibular das instituições de ensino
superior funcione como um concurso, o recém graduado deixa a universidade com
vaga garantida no ensino público. Assim que se forma no ensino médio, o
estudante faz a opção pela licenciatura e recebe para isso uma bolsa de estudos
que garanta a dedicação exclusiva a área durante a graduação. Além disso, nos
últimos semestres, ele participa de estágio onde acompanha um profissional mais
experiente em sala de aula.
"O modelo funciona bem com os EPPGG,
na educação seria o mesmo. Os governantes calculam com antecedência as
necessidades da rede de ensino sob sua competência. Calculam quantas serão as
aposentadorias e qual será a demanda para as escolas. Assim estipulam quantas
vagas serão abertas para essa finalidade nas instituições de ensino
superior", explica o autor da proposta. Formados, os professores devem
permanecer como servidores por um tempo mínimo a ser estabelecido. Caso isso
não seja cumprido ele devolve parcial ou integralmente todo o auxílio recebido
durante a formação.
Durante a carreira, os docentes acumulam
pontos por cursos de aperfeiçoamento, por estudos publicados e outras
atividades que estimulem o aperfeiçoamento. E ganham recompensas, como a
escolha da escola onde se quer trabalhar.
"A qualificação inicial é muito
importante para atrair para o ensino os melhores talentos. Após esse período a
formação é contínua. O ambiente da sala de aula muda muito e requer uma eterna
reciclagem", afirma o diretor-presidente do CLP, Luiz Felipe d´Avila.
Segundo ele, os professores brasileiros necessitam de incentivos para melhor
desempenhar as funções da carreira. Os incentivos passam por aumento salarial,
mas vão além. A intenção do prêmio é reunir propostas aplicáveis e que envolvam
os docentes.
Ele destaca entre as propostas recebidas,
o emprego das novas tecnologias no ensino. Em segundo lugar, o funcionário da
Royal Jordanian Airlines, em Amã, na capital da Jordânia, Ahmad Abu Rumnan, de
27 anos, propõe a utilização das redes sociais para a divulgação de vídeos e
publicações sobre experiências de sucesso nas salas de aula. Pela internet, a
distância entre os docentes não seria problema.
A analista consultora Chitra Sechan, de
49, dos Estados Unidos, propõe também a troca de experiência entre docentes.
Por meio de plataforma online, os docentes poderão trocar conhecimentos para
planejamento e execução de aulas, atendimento aos alunos e outras questões. Ela
defende a multiplicação dos conhecimentos destes mentores para elevar a
qualidade do ensino pública e reforçar a atração de talentos.
As três sugestões vencedoras serão
apresentadas a gestores públicos nos estados e municípios a fim de que, caso
haja interesse, sejam implementadas.
Fonte Agência
Brasil