O Brasil teve um crescimento econômico nos últimos
anos, mas o país terá dificuldades no futuro se não investir em Educação.
Investir em talentos passou a ser fator de competitividade para o
desenvolvimento. A opinião é de Sylvio de Barros, diretor-titular do Departamento
de Ação Regional (Depar) do Sistema Indústria, que promoveu na terça (2/10/2012)
o Fórum Capital Humano – Ferramentas de Desenvolvimento e Competitividade.
Quais os principais objetivos do evento?
O evento foi idealizado para aproximar as
indústrias, por meio de seus profissionais de recursos humanos (RH), às escolas
mantidas pelas indústrias. Queremos que eles conheçam os produtos e serviços do
Sesi-SP e Senai-SP. Mas, mais do que isso, o objetivo é construirmos, juntos,
um relacionamento dinâmico voltado ao desenvolvimento humano como fator de
competitividade nas organizações.
O conceito Capital Humano no mundo empresarial não
é novo. O senhor acredita que as empresas já assimilaram esse conceito ou essa
nova visão de RH na gestão de suas estratégias e investimentos?
Eu diria que não é uma “nova visão”, mas uma
necessidade para empresas hoje. É uma necessidade que os gestores de RH estejam
presentes em todas as decisões das empresas.
Até que ponto investir em capital humano pode
impactar na competitividade das indústrias e do país?
Hoje o Brasil encontra-se em uma situação
privilegiada. Ocupa a sexta posição na economia global, com um PIB (Produto
Interno Bruto) perto dos US$ 2,5 trilhões, superando países como Inglaterra,
Itália, Rússia, Canadá, Índia, Espanha e Coreia.
Mas, se analisarmos outro ranking internacional, o
da competitividade, veremos, surpresos, que estamos na 48ª posição. E no
ranking da Educação estamos na 116ª posição.
Embora tenhamos alcançado o crescimento econômico,
enfrentaremos uma equação difícil no futuro se não investirmos em Educação. E
diria mais: para suportarmos a nova condição econômica do país, recursos
financeiros e tecnológicos não bastam. Investir em talentos passou a ser fator
de competitividade para o nosso desenvolvimento. É preciso desenvolver mais
competências.
Países como a China e Coreia, que obtiveram forte
crescimento econômico e tecnológico nas últimas décadas, incluíram Educação e formação
profissional como itens estratégicos de desenvolvimento de longo prazo. No Brasil isso não ocorreu. O senhor
considera que o empresariado pode contribuir com isso?
Não só pode como deve. Acredito que o empresário
tem a obrigação de contribuir para capacitação profissional. A indústria já dá
uma importante contribuição mantendo instituições de referência como Sesi e
Senai.
Mas, é necessário que o empresário tenha
conhecimento sobre essas escolas e se integre mais a esse processo,
incentivando seus funcionários a se beneficiar dessa capacitação o que, no
final, beneficiará não só o colaborador como também a empresa. Criar essa
sinergia é exatamente o intuito do Fórum que estamos realizando hoje.
Qual a principal dificuldade das micro e pequenas
empresas em investir na capacitação de seus funcionários?
Sabemos que as indústrias enfrentam alta taxa
tributária e juros que impactam sua competitividade. Mas não há outro caminho.
É preciso investir em competências e em talentos para manterem-se competitivas.
E isso é válido para empresas de todos os portes.
Nesse Fórum convidamos escritórios de contabilidade
que, na prática, executam o trabalho de Departamento Pessoal para as pequenas
empresas. Os empresários devem exigir desses escritórios uma consultoria mais
focada na gestão de Recursos Humanos. E para isso eles podem contar com todas
as ferramentas e serviços do Sesi e Senai.
As pequenas indústrias, com poucos funcionários,
que necessitam dos cursos tecnológicos do Senai, podem se unir a outras
pequenas empresas do mesmo setor e solicitarem, juntas, um módulo específico
dos cursos do Senai para esse grupo.
Elas podem utilizar também o Sistema do Capital Humano, uma plataforma online, por meio do qual localizam as escolas e cursos
de sua região ou cidade, entre outros dados importantes. Para utilizar esse
serviço basta acessar o site do Sistema Fiesp no item Capital Humano. É
gratuito e acessível para todas as indústrias.
Investir em Capital Humano implica em vários
aspectos, como educação tecnológica, inclusão social e de pessoas com deficiências
(PCDs) e até qualidade de vida e cultura.
Quais as informações e serviços sobre esses tópicos serão
disponibilizados para as empresas durante o Fórum?
O Fórum está abordando temas pertinentes à visão
moderna de RH e das relações de trabalho. Estamos mostrando o Sesi e o Senai
como ferramentas para tornar as empresas mais competitivas e oferecendo
atendimento exclusivo com os responsáveis dessas escolas.
Convidamos representantes do Ministério do
Trabalho e Emprego e do INSS para esclarecer as dúvidas das empresas sobre a
aplicação da Lei de Cotas e a melhor forma de implementá-la.
Contamos também com a participação dos
profissionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP) que trazem
informações específicas à gestão de Recursos Humanos, como os entraves
encontrados ao longo do processo e a nova visão do papel do Capital Humano nas
empresas.
Fonte Sistema Fiesp