sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Capital Humano 2: Investir em talentos é necessário para a competitividade, diz diretor do Sistema Fiesp


O Brasil teve um crescimento econômico nos últimos anos, mas o país terá dificuldades no futuro se não investir em Educação. Investir em talentos passou a ser fator de competitividade para o desenvolvimento. A opinião é de Sylvio de Barros, diretor-titular do Departamento de Ação Regional (Depar) do Sistema Indústria, que promoveu na terça (2/10/2012) o Fórum Capital Humano – Ferramentas de Desenvolvimento e Competitividade.



Quais os principais objetivos do evento?
O evento foi idealizado para aproximar as indústrias, por meio de seus profissionais de recursos humanos (RH), às escolas mantidas pelas indústrias. Queremos que eles conheçam os produtos e serviços do Sesi-SP e Senai-SP. Mas, mais do que isso, o objetivo é construirmos, juntos, um relacionamento dinâmico voltado ao desenvolvimento humano como fator de competitividade nas organizações.

O conceito Capital Humano no mundo empresarial não é novo. O senhor acredita que as empresas já assimilaram esse conceito ou essa nova visão de RH na gestão de suas estratégias e investimentos?
Eu diria que não é uma “nova visão”, mas uma necessidade para empresas hoje. É uma necessidade que os gestores de RH estejam presentes em todas as decisões das empresas.

Até que ponto investir em capital humano pode impactar na competitividade das indústrias e do país?
Hoje o Brasil encontra-se em uma situação privilegiada. Ocupa a sexta posição na economia global, com um PIB (Produto Interno Bruto) perto dos US$ 2,5 trilhões, superando países como Inglaterra, Itália, Rússia, Canadá, Índia, Espanha e Coreia.

Mas, se analisarmos outro ranking internacional, o da competitividade, veremos, surpresos, que estamos na 48ª posição. E no ranking da Educação estamos na 116ª posição.

Embora tenhamos alcançado o crescimento econômico, enfrentaremos uma equação difícil no futuro se não investirmos em Educação. E diria mais: para suportarmos a nova condição econômica do país, recursos financeiros e tecnológicos não bastam. Investir em talentos passou a ser fator de competitividade para o nosso desenvolvimento. É preciso desenvolver mais competências.

Países como a China e Coreia, que obtiveram forte crescimento econômico e tecnológico nas últimas décadas, incluíram Educação e formação profissional como itens estratégicos de desenvolvimento de longo prazo.  No Brasil isso não ocorreu. O senhor considera que o empresariado pode contribuir com isso?
Não só pode como deve. Acredito que o empresário tem a obrigação de contribuir para capacitação profissional. A indústria já dá uma importante contribuição mantendo instituições de referência como Sesi e Senai.

Mas, é necessário que o empresário tenha conhecimento sobre essas escolas e se integre mais a esse processo, incentivando seus funcionários a se beneficiar dessa capacitação o que, no final, beneficiará não só o colaborador como também a empresa. Criar essa sinergia é exatamente o intuito do Fórum que estamos realizando hoje.

Qual a principal dificuldade das micro e pequenas empresas em investir na capacitação de seus funcionários?
Sabemos que as indústrias enfrentam alta taxa tributária e juros que impactam sua competitividade. Mas não há outro caminho. É preciso investir em competências e em talentos para manterem-se competitivas. E isso é válido para empresas de todos os portes.

Nesse Fórum convidamos escritórios de contabilidade que, na prática, executam o trabalho de Departamento Pessoal para as pequenas empresas. Os empresários devem exigir desses escritórios uma consultoria mais focada na gestão de Recursos Humanos. E para isso eles podem contar com todas as ferramentas e serviços do Sesi e Senai.

As pequenas indústrias, com poucos funcionários, que necessitam dos cursos tecnológicos do Senai, podem se unir a outras pequenas empresas do mesmo setor e solicitarem, juntas, um módulo específico dos cursos do Senai para esse grupo.

Elas podem utilizar também o Sistema do Capital Humano, uma plataforma online, por meio do qual localizam as escolas e cursos de sua região ou cidade, entre outros dados importantes. Para utilizar esse serviço basta acessar o site do Sistema Fiesp no item Capital Humano. É gratuito e acessível para todas as indústrias.

Investir em Capital Humano implica em vários aspectos, como educação tecnológica, inclusão social e de pessoas com deficiências (PCDs) e até qualidade de vida e cultura.  Quais as informações e serviços sobre esses tópicos serão disponibilizados para as empresas durante o Fórum?
O Fórum está abordando temas pertinentes à visão moderna de RH e das relações de trabalho. Estamos mostrando o Sesi e o Senai como ferramentas para tornar as empresas mais competitivas e oferecendo atendimento exclusivo com os responsáveis dessas escolas.

Convidamos representantes do Ministério do Trabalho e Emprego e do INSS para esclarecer as dúvidas das empresas sobre a aplicação da Lei de Cotas e a melhor forma de implementá-la.

Contamos também com a participação dos profissionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP) que trazem informações específicas à gestão de Recursos Humanos, como os entraves encontrados ao longo do processo e a nova visão do papel do Capital Humano nas empresas.



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