segunda-feira, 29 de outubro de 2012

UPP na Cidade de Deus: mais da metade dos moradores perceberam melhora na segurança depois da chegada do programa


A pesquisa Melhora Comunidade, feita com moradores da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, capital, mostra que 59,2% dos entrevistados consideram que a comunidade ficou mais segura com a chegada da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), em fevereiro de 2009, enquanto 10,9% dizem que está do mesmo jeito e 8,3% que ficou menos segura.

Divulgada na sexta (26/10/2012), a pesquisa teve o uso inovador de tecnologia aplicada à estatística e foi realizada pelo Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio). O foco do estudo foram os jovens e as mudanças pelas quais a comunidade passou com a chegada da UPP. Participaram da pesquisa 658 pessoas, o correspondente a 1% da população local, entre março a junho de 2012.

A infraestrutura lidera entre as áreas que mais precisam de melhorias, com 25,6%, seguida de Educação, com 16,7%, e saúde, escolhida por 12% das pessoas. Em Educação, os moradores da Cidade de Deus querem mais qualidade no ensino das escolas públicas, mais cursos técnicos, mais professores e mais computadores ligados à internet dentro das escolas.

O coordenador do CTS/FGV, Ronaldo Lemos, explica que o diferencial da proposta. “O principal ponto da pesquisa foi provar que é possível usar a tecnologia para fazer pesquisa em ciências sociais. A pesquisa inteira foi feita utilizando a internet, com uma metodologia científica muito séria, muito bem feita, desenhada para conhecer a comunidade. Com isso a gente prova que mesmo em lugares que enfrentam desafios como a exclusão digital é possível usar essa presença para criar um canal que dê uma voz para a comunidade e uma voz que represente de fato o que aquela comunidade pensa.”

Colaborador da pesquisa, o cineasta Rodrigo Felha, morador da Cidade de Deus, diz que a pesquisa contribui para a comunidade se sentir valorizada e participante ativa do processo de mudança. Uma das estratégias da pesquisa foi utilizar pessoas conhecidas na comunidade para chegar às pessoas e fazer parcerias com as entidades do local.

“A importância é a comunidade se sentir dona do que está falando. A comunidade se viu ali importante, sendo consultada para opinar, expor suas ideias e sugestões e essa confiabilidade que eu, que sou morador de lá, junto com outras pessoas que trabalharam nesse projeto em campo, passaram para essas pessoas, porque elas pensam: 'vai chegar em alguém, não é uma pesquisa que vai ficar no papel'”.

Fonte Agência Brasil


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