Pondo em prática os ensinamentos obtidos em sala
de aula, alunos de escolas públicas e particulares montaram stands na Semana
Nacional de Ciência e Tecnologia, que se realiza no ExpoBrasília, no Parque da
Cidade, até domingo. O material apresentado pelos alunos ilustram práticas e
estudos que compõem o tema da feira este ano: sustentabilidade, economia verde
e erradicação da pobreza. A exposição ocorre também em outros estados
brasileiros.
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Mais do que expor projetos, os estudantes agregam
conhecimento e põem em prática as disciplinas estudadas nas salas de aula. É o
caso dos alunos da 4ª serie da Escola Classe 55 de Ceilândia, cidade localizada
a 26 quilômetros de Brasília. Eles apresentaram um separador de material
reciclável, projeto desenvolvido ao longo de três meses em aula, enquanto
aprendiam sobre reciclagem.
A aluna Isabela Autino, de 10 anos, explicou como
funciona o separador. “É uma esteira que tem três detectores, um para plástico,
outro para vidro e um para metal. Quando a gente coloca essas coisas aqui na
esteira, o sensor aciona a alavanca que empurra o material para um cesto
específico”. Segundo a aluna, o equipamento montado com a ajuda do professor de
física, seria uma boa alternativa para as cooperativas de coleta de material
reciclável. “Com este equipamento, os coletores não correriam o perigo de se
cortar e facilitaria o trabalho”, avaliou.
A preocupação dos alunos na feira também passa
pelo uso racional da água. O Colégio Adventista Milton Afonso montou uma
estrutura voltada para economia da água e energia. Uma das maquetes construídas
pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio apresenta um projeto a ser montado
em uma casa para reaproveitar a água da chuva, utilizando calhas e um
reservatório.
João Oliveira, de 14 anos, contou que todos os projetos foram
desenvolvidos no clube de ciências da escola. Ele disse que é bom poder compartilhar
o que fizeram. “Trabalhamos esta apresentação ao longo do ano, já planejando
participar da semana. Fico muito feliz em poder contribuir, principalmente, em
ajudar outros estudantes que estão aqui visitando”, conta.
O professor de física do Centro Educacional 310 de
Santa Maria, a 26 quilômetros de Brasília,
Adilson Neiva, que acompanhava os alunos com o projeto gerador de
hidrogênio, lembrou que o empenho dos alunos é fundamental para a exposição.
Ele ressaltou que parte da escolha e da pesquisa é dos próprios alunos. “No
nosso projeto, indiquei em que poderíamos trabalhar, e eles foram atrás,
pesquisaram, trouxeram o material. Os alunos ficam motivados porque podem ver a
aplicação prática do que estudam”, disse.
A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
proporcionou a um grupo de alunos participar pela primeira vez de uma feira.
Estudantes do Centro Educacional 06 de Ceilândia, na modalidade Educação para
Jovens e Adultos (EJA), expõem formas alternativas de produção de energia. Sebastião Mendes, 60 anos, estava animado com
a participação.
“A maior moeda de troca do homem é o conhecimento. Sinto-me
orgulhoso de poder estar aqui apresentando este trabalho junto com os colegas.
Isto aqui é uma porta para o conhecimento”. Mendes, que voltou a estudar aos 56
anos, está prestes a se formar no ensino médio e já pensa em uma faculdade.
“Minha inscrição no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] já está feita, no
próximo ano vou estar cursando Direito”, prevê.