segunda-feira, 7 de maio de 2012

Couro reinventado: designers de acessórios apostam na versatilidade para criar peças inusitadas

O couro é um material versátil e que permite várias possibilidades de trabalho, além de inspirar qualidade e beleza. No mundo dos acessórios, ele vem sendo utilizado para a criação de peças únicas e originais. A designer belga Natalia Brilli, por exemplo, reinventa o couro adicionando o material a objetos e acessórios.

Foto Trendland
Segundo ela, o couro é "um incrível e paradoxo material", que é a ferramenta fundamental do seu trabalho, utilizada de maneira contraditória, misturando o não convencional com os elementos populares, mas sem deixar a elegância de lado. Natalia se descreve como um mix de duas culturas "do Norte (Bélgica), eu herdei um espírito mais fantasmagórico, escuro e surreal, associado com um mix de glamour, e do Sul (Itália), herdei a elegância estética".

Natalia encontrou nos anos 1930 a técnica ideal para realizar seus projetos, baseando-se em um processo que cobria peças decorativas com couro. Em seguida, desenvolveu seu próprio método, que apelidou de sheathing, em razão da cobertura ou revestimento dos objetos. Os elementos preferidos de Natalia são os objetos já finalizados, os talismãs e símbolos tradicionais ou religiosos. Ela já transformou em acessórios colares de pérolas, pranchas de skate, dominós e até cartões de crédito.

O trabalho é dedicado e minucioso, exigindo até quatro dias para que uma peça seja produzida. O couro é tingido de forma muito específica, para que os itens se tornem monocromáticos. A designer gosta de dizer que "o supérfluo desaparece, deixando apenas a beleza". O importante nas coleções é o significado, todas elas contam uma história, um mito, uma lenda.

Outro portfólio interessante é o da dupla islandesa María Kristín Jónsdóttir e Bylgia Svansdóttir, que produz acessórios em couro delicados e irreverentes, que se assemelham a gravatas, palas e golas. Os designers escolheram como inspiração uma das narrativas mais marcantes da Islândia, a saga Brennu-Njáls. O enredo é centrado numa família feudal, o que traz a ideia de masculinidade como referência.

Eles contam que os materiais são cortados e modelados a partir de materiais "da Era Viking" e cada peça é desenhada para contar uma história sobre o status do usuário, mas a beleza está na sua ambigüidade, criando verdadeiros personagens. "Nós queremos que cada pessoa tenha a liberdade de decidir sua própria história e status social" explica Svansdóttir.
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